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1 Metalurgia da Deformação 26/02/2018 1 Jefferson José Vilela jefferson.vilela@prof.unibh.br Doutor em Transformação Mecânica dos Metais, UFMG, 1999 • Os mecanismo de endurecimento de materiais cristalinos: – Encruamento – Refino de grão – Solução sólida – Precipitação/Partículas de segunda fase Mecanismos de Endurecimento 26/02/2018 2 • Encruamento é um fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais forte quando ele é plasticamente deformado Encruamento 26/02/2018 3 • Regiões de compressão (escura) e de tração (clara) localizadas ao redor de uma discordância de aresta Encruamento 26/02/2018 4 2 • Microestrutura – Grãos se alongando na direção de maior deformação – Material como um todo pode desenvolver propriedades direcionais (anisotropia) Encruamento 26/02/2018 5 • Um material finamente granulado é mais duro e mais forte do que o mesmo material grosseiramente granulado, – A área total de contorno de grão é maior para impedir o movimento da discordância Refino de grão 26/02/2018 6 • Razões barreira ao movimento da discordância – Os grãos apresentam diferentes orientações • Uma discordância passando através do grão B terá que mudar sua direção de movimento – A desordem atômica dentro de uma região de contorno de grão resulta numa descontinuidade de planos de escorregamento a partir de um grão para o outro Refino de grão 26/02/2018 7 • Grãos adjacentes normalmente têm diferentes orientações cristalográficas Refino de grão 26/02/2018 8 3 • Equação de Hall-Petch – O limite convencional de elasticidade varia com o tamanho de grão para muito materiais • d é o diâmetro médio de grão • σo e kl são constantes para um particular material Refino de grão 26/02/2018 9 • Controle do tamanho de grão – Taxa de solidificação a partir da fase líquida – Deformação plástica seguida por um tratamento térmico apropriado Refino de grão 26/02/2018 10 • Questão 1: Equação de Hall-Petch: �O limite de escoamento inferior é 135 MPa para uma amostra de ferro cujo o tamanho de grão médio é 50 µm. Em um tamanho de grão médio de 8 µm, o limite de escoamento aumenta para 260 MPa. Em qual tamanho de grão médio, o limite de escoamento será de 205 MPa. �(Callister, exercício 7.24) Refino de grão: Exercício 26/02/2018 11 • Metais de alta pureza são quase sempre mais macios e fracos do que ligas compostas do mesmo metal base • Aumentando da concentração da impureza resulta num aumento do limite de resistência à tração, e dureza Solução Sólida 26/02/2018 12 4 • Um átomo de impureza que seja menor do que um átomo da matriz a quem ele substitui exerce deformações trativas sobre a circundante rede cristalina Solução Sólida 26/02/2018 13 • Um átomo substitucional maior impõe deformações compressivas em sua vizinhança Solução Sólida 26/02/2018 14 • Ancoramento das discordâncias Precipitação/Partículas 26/02/2018 15 • Aços inoxidáveis austeníticos – Decomposição espinoidal • Intervalo de temperatura e composição em que a fase estável se decompõe em duas ou mais fases. Precipitação/Partículas 26/02/2018 16 5 • Aços inoxidáveis austeníticos Precipitação/Partículas 26/02/2018 17 • Aços inoxidáveis austeníticos – Fase alfa linha • Estrutura CCC; • Contém ferro e cromo, sendo mais rica em cromo do que em ferro. • Finamente dispersa na ferrita, com tamanho reduzido, na faixa de 20 a 200 Å, e com similaridade estrutural e com pouco contraste em relação à matriz ferrítica; • Responsável pelo fenômeno da fragilidade que ocorre em aços inoxidáveis ferríticos e dúplex, na faixa de 270 a 550ºC. • Diminuição da mobilidade das discordânicias. Precipitação/Partículas 26/02/2018 18 • Os mecanismo de amaciamento de materiais cristalinos: – Recuperação – Recristalização – Crescimento de grão Mecanismos de Amaciamento 26/02/2018 19 • Há uma temperatura suficientemente elevada, a vibração térmica dos átomos permita maior mobilidade das deslocações. • As discordâncias tornam-se bastante móveis para se aniquilarem (somente as deslocações de sinais opostos). • Surge a poligonização, que é uma estrutura celular (subgrãos) com uma pequena defasagem de orientação cristalográfica entre as células. Recuperação 26/02/2018 20 6 • 2 discordâncias de sinais opostos e tendo o mesmo plano de escorregamento – Elas serão atraídas entre si e ocorrerá aniquilação destas quando se encontrarem • Os 2 meio-planos extras de átomos se alinharão e se tornarão um plano inteiro Recuperação 26/02/2018 21 • É um processo que depende do tempo e, embora não mude a microestrutura, restaura parcialmente a maciez – Menor resistência – Maior ductilidade Recuperação 26/02/2018 22 • Em alguns metais o processo de recuperação aumenta a ductilidade mais do que diminui a resistência • Possível controlar as propriedades finais do produto deformado por meio de um severo trabalho a frio, seguido de um recozimento de recuperação que restaura grande parte da ductilidade sem reduzir muito a resistência Recuperação 26/02/2018 23 • Quando existe uma deformação crítica e temperatura suficiente para a ativação térmica do processo, novos grãos se formam. • Os novos grãos têm baixa densidade de discordâncias • Microestrutura resultante é equiaxial • Uma textura cristalográfica de recozimento é desenvolvida Recristalização 26/02/2018 24 7 • Processo de recristalização envolve difusão – Grandemente dependente da temperatura e do tempo – Pequenos teores de elemento de liga podem retardar substancialmente a formação de novos grãos • Elevando a temperatura de recristalização Recristalização 26/02/2018 25 • Na prática, a temperatura de recristalização é convencionalmente definida como aquela em que o metal severamente encruado recristaliza totalmente no espaço de uma hora Recristalização 26/02/2018 26 – Quanto maior a deformação prévia • Menor será a temperatura de recristalização • Menor será o tamanho de grão resultante • Maior será o número de núcleos a partir dos quais crescerão os novos grãos – Estrutura de grãos grosseiros apresenta propriedades mecânicas pobres – Tamanho de grão fino fornece ao material alta resistência sem diminuir muito a ductilidade Recristalização 26/02/2018 27 – Adições de elementos de liga tendem a aumentar a temperatura de recristalização • Retardam a difusão – Quanto menor a temperatura • Maior o tempo necessário à recristalização Recristalização 26/02/2018 28 8 • As alterações granulares na recristalização de recozimento Recristalização 26/02/2018 29 Recristalização • Questão 2: –Descreva a diferença entre os processos de recristalização e recuperação e represente a estrutura granular. 26/02/2018 30 • Processo pelo qual o tamanho médio de grão aumenta continuamente durante o tratamento térmico • A força motriz para o crescimento dos grãos é a redução da área superficial total do grão • Quando os grãos crescem em tamanho e decrescem em número, a área do contorno de grão diminui e, assim, a energia de superfície decresce Crescimento de Grão 26/02/2018 31 • Este crescimento não precisa ser precedido por processos de recuperação e recristalização – Exemplo: • Sinterização de cerâmica • O crescimento exagerado dos grãos pode reduzir muito a resistência mecânica Crescimento de Grão 26/02/2018 32 9 • 1953: o metalurgista Cyril Stanley Smith estudou o crescimento de grão usando bolhas de sabão Crescimento de Grão 26/02/2018 33 • Células com um número pequeno de lados são absorvidaspor bolhas maiores – Uma célula triangular é absolvida por uma célula hexagonal Crescimento de Grão 26/02/2018 34 • Efeito da curvatura dos contornos de grão Crescimento de Grão 26/02/2018 35 • Movimentação dos átomos e do contorno de grão Crescimento de Grão 26/02/2018 36 10 • Equação de crescimento de grão – Crescimento isotérmico de grão em latão 90Cu- 10Zn Crescimento de Grão � � � � � � − ••=− RT Q tKDD nn exp00 26/02/2018 37 • Caracterização por microscopia ótica Crescimento de Grão 26/02/2018 38 • Solução sólida inibe o crescimento de grão – Arrasto de soluto dificulta a movimentação do contorno, restringindo o crescimento de grão • Partículas inibem o crescimento de grão – “Ancoramento” dos contornos de grão Crescimento de Grão 26/02/2018 39 • Bloqueio dos contornos de grão por partículas Crescimento de Grão 26/02/2018 40 11 • Interação das partículas com contornos de grão Crescimento de Grão 26/02/2018 41 • Questão 3: Equação de crescimento de grão O diâmetro médio do grão para um latão foi medido em função do tempo a 650°C conforme a tabela abaixo: Considerando n =2. a. Qual era o diâmetro original? b. Qual seria o diâmetro de grão esperado após 200 minutos a 650°C? Crescimento de Grão: Exercício 26/02/2018 42 Tempo (minutos) Diâmetro (mm) 40 56 100 80 • Classificados das operações – Trabalho a frio • Deformação sob condições de temperatura e taxa de deformação que não ativa os processos de recuperação e recristalização – Trabalho a morno • Deformação sob condições de temperatura e taxa de deformação que ativa apenas o processo de recuperação, • Não ocorre recristalização • Novos grãos não são formados Temperatura de deformação 26/02/2018 43 • Classificados das operações – Trabalho a quente • Encruamento e a estrutura distorcida dos grãos produzida pela deformação são eliminados pela formação de novos grãos • Estes novos são produzidos pelo processo de recristalização e são livres de deformação Temperatura de deformação 26/02/2018 44 12 • Trabalho a frio (encruado) • Trabalho a morno (recuperação) • Trabalho a quente (recristalização) Temperatura de deformação 26/02/2018 45 • Exemplos de deformação – Deformação a quente • Pb e Sn a temperatura ambiente (25 oC) – Deformação a frio • Tungstênio a 1100ºC – Deformação a quente • Aço a 1100ºC Temperatura de deformação 26/02/2018 46 • Metais puros que não apresentam mudança de fase na região sólida • TF – trabalho a frio entre 0 e 0,3 Tf • TM – trabalho a morno entre 0,3 e 0,5 Tf • TQ – trabalho a quente acima de 0,5Tf Temperatura homóloga 26/02/2018 47 Temperatura homóloga: Exercício • Questão 4: Laminação do gelo • Qual seria a classificação do processo com relação à temperatura se fosse possível laminar um gelo puro -10°C? Explique. (Exercício 4.1, Cetlin) 26/02/2018 48 13 Temperatura homóloga • Resposta do exercício: laminação do gelo • O processo seria a quente. Temperatura homóloga: Exercício • Temperatura de conformação • A temperatura de fusão do cobre é 1085°C. Este material foi usado para fabricar um tubo usando o processo de extrusão à 250°C. Classificar o processo com relação à temperatura e esboçar a forma final dos grãos. Justifique a sua classificação. 26/02/2018 50 Temperatura homóloga • Resposta do exercício: temperatura de conformação • O processo seria a morno. Velocidade de deformação • Velocidade de deformação • A velocidade ou taxa de deformação exerce dois efeitos • A tensão de escoamento do metal aumenta com a taxa de deformação • A temperatura do material aumenta devido ao aquecimento adiabático 26/02/2018 52 14 Velocidade de deformação • Pode-se deduzir – v é a velocidade do travessão da máquina de tração – Essa equação indica que para uma velocidade constante do travessão a taxa de deformação logarítmica decresce proporcionalmente ao aumento do comprimento do corpo de prova. – Taxa de deformação logaritímica pode ser relacionada com a convencional 26/02/2018 53 Velocidade de deformação • Experimentalmente, encontra-se a seguinte expressão • m = coeficiente de sensibilidade à taxa de deformação • Expoente m pode ser obtido da inclinação do gráfico de log σ X log( ) • Uma maneira mais precisa de obtê-lo é através de ensaios com taxa de deformação variável no qual m é determinado por medidas de mudança da tensão de escoamento induzida 26/02/2018 54 Velocidade de deformação • A sensibilidade a taxa de deformação dos metais é bem baixa (< 0,1) à temperatura ambiente • m aumenta com a temperatura, especialmente para temperaturas acima da metade do ponto absoluto de fusão • Sensibilidade à taxa de deformação é um bom indicador das mudanças do comportamento da deformação 26/02/2018 55 Velocidade de deformação • As medidas de m fornecem um elo de ligação entre os conceitos de deslocações na deformação plástica e as medidas macroscópicas feitas num ensaio de tração 26/02/2018 56 15 Velocidade de deformação • Existe um grupo de ligas denominadas materiais superplásticos • valores de m próximos de 1,0 • Materiais superplásticos • Suportam deformações de até 1000% • Na estricção, a região do empescoçamento aumenta • Esta região se torna mais resistente, levando à uma estricção difusa • Para a obtenção de materiais superplásticos • Granulometria deve ser fina e estável mesmo com a elevação da temperatura 26/02/2018 57 Velocidade de deformação • Materiais comuns que se destinam a operações de estampagem como aços baixo C • Não são superplásticos e apresentam baixos valores de m • Estricção difusa destes materiais é altamente influenciada pelo valor de m • Mecanismo para ocorrer esta estricção é o mesmo que nos materiais superplásticos 26/02/2018 58 Velocidade de deformação • Valores típicos de velocidades de deformação para diferentes operações de ensaios e conformação 26/02/2018 59 Operação Velocidade (m/s) Ensaio de Tração 6,7*10-7 a 6*10-3 Prensa Hidráulica 0,003 a 3,0 Prensa Mecânica 0,15 a 1,5 Impacto Charpy 3 a 6 Martelo de Forjamento 3 a 9 Conformação por Explosão 30 a 120 Velocidade de deformação – Velocidade de conformação da maioria dos equipamentos comerciais • Mais rápida do que a velocidade de deformação utilizada no ensaio de tração padronizado • Não chega a ser elevada o suficiente para tornar importante os efeitos de ondas de tensão 26/02/2018 60 16 Velocidade de deformação: Exercício • Questão 5: Influência da velocidade de deformação na tensão • Uma peça de cobre sofre uma redução de 40 %, por compressão. As operações são executadas nas velocidades de deformação de 0,01 e 10 s-1. O limite de escoamento pode ser obtido pela equação . Calcular o acréscimo percentual nas temperaturas de 900 e 18 oC, considerando para 900oC: A = 55 MPa e m = 0,195; e para 18 oC: A = 541 MPa e m = 0,006. (Exercício 4.2, Cetlin) 26/02/2018 61 T mC ε εσ �1= Velocidade de deformação • Resposta do exemplo de exercício • A18°C, a alteração da velocidade de deformação de 0,01 para 10 s-1 aumenta o limite de escoamento em 4,2% e, a 900°C, esta alteração aumenta para 285%. • A deformação plástica e o atrito contribuem para a geração de calor • Apenas 5 a 10% da energia empregada na deformação plástica de um metal fica acumulada na rede cristalina, sob a forma de energia interna Geração de calor 26/02/2018 63 • Algumas operações de conformação contínua efetuadas em altas velocidades, a temperatura pode aumentar de centenas de graus – Extrusão – Trefilação •Dissipação do calor – Ferramentas – Atmosfera • O restante do calor – Permanece na peça Geração de calor 26/02/2018 64 17 • Máximo acréscimo teórico de temperatura devido à deformação plástica – Condições idealmente adiabáticas – Atrito nulo • Wp = trabalho de deformação plástica por unidade de volume • ρ = densidade do material • c = calor específico do material Geração de calor c W T p ρ =∆ max 26/02/2018 65 Um arame de aço com 5,00 mm de diâmetro é trefilado para 4,00 mm de diâmetro. A curva de fluxo pode ser modelada usando as constantes da equação de Hollomon abaixo: S = 580ε0,20 MPa O aço apresenta as seguintes propriedades: ρ(densidade) = 7,85 kg/l c(calor específico) = 486 J/(kg*k) A temperatura ambiente durante a operação é 20 °C. Calcular temperatura máxima que pode ser atingida ao final do processo. Questão 6: Geração de calor 26/02/2018 66 Geração de calor • Resposta do exemplo de exercício • A temperatura máxima que a peça pode atingir por aquecimento adiabático no processo é 80°C. Bibliografia • Callister • Cetlin, P. R., Helman, H. Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais. Editora: ARTLIBER, 2a edição, 2005 • CIMM 18 Lista de Exercícios 1. Equação de Hall-Petch: O limite de escoamento é 135 MPa para uma amostra de ferro cujo tamanho de grão médio é 50 mm. Em um tamanho de grão médio de 8 mm, o limite de escoamento aumenta para 260 MPa. Em qual tamanho de grão médio o limite de escoamento será de 180 MPa (Callister, exercício 7.24). 2. Equação de crescimento de grão: O diâmetro médio do grão para um latão foi medido em função do tempo a 650°C conforme a tabela abaixo. Considerando n =2: a) Qual era o diâmetro de grão original? b) Qual seria o diâmetro de grão esperado após 200 minutos a 650°C? Tempo (minutos) Diâmetro (mm) 40 56 100 80 Lista de Exercícios 3. ENADE 2008 Engenharia V (QUESTÃO 22): A literatura que trata dos efeitos da microestrutura sobre as propriedades mecânicas dos materiais metálicos policristalinos estabelece uma relação entre o tamanho médio de grão e o limite de escoamento (sy) usando a equação de Hall-Petch. Com base nesses conceitos, foram desenvolvidas técnicas de processamentos termomecânicos, como, por exemplo, a laminação controlada, que visam o refino de grão de aços estruturais, em que os requisitos de resistência mecânica e tenacidade são essenciais na especificação desses produtos. Avalie quais afirmações abaixo são verdadeiras e quais são falsas e justifique: a) Nos materiais monofásicos, o limite de escoamento (sy) cresce com a raiz quadrada do tamanho médio de grão. b) Quando o material apresenta grãos de fases diferentes, com características microestruturais muito distintas, é possível adotar uma expressão do tipo “regra das misturas”, utilizando a equação de Hall-Petch para cada uma das fases na proporção da fração em volume de cada fase. c) A equação de Hall-Petch aplica-se apenas aos materiais com grãos completamente recristalizados e que apresentem distribuição uniforme de tamanhos. d) É possível adotar um tamanho de grão equivalente na equação de Hall-Petch, desde que uma fração dos grãos de uma mesma fase não apresente subestrutura de discordâncias para formação de subgrãos. e) O tamanho médio dos grãos na relação de Hall- Petch representa o efeito dos contornos dos grãos como barreira à movimentação das discordâncias. Portanto, quanto maior é o tamanho médio de grão, maior é o número de contornos por unidade de volume e, assim, maior é o número de barreiras à movimentação das discordâncias. Lista de Exercícios 4. ENADE 2008 Engenharia V (QUESTÃO 30): O processo de deformação plástica, para uma quantidade significativa de materiais metálicos, ocorre devido ao fenômeno da movimentação das discordâncias (também chamada de “deslocações” em alguns textos). O movimento dessas discordâncias se faz pela ação dos componentes de tensões cisalhantes que atuam nos cristais. Entretanto, a movimentação dessas discordâncias pode ser dificultada pela presença de defeitos na estrutura cristalina. Como consequência da interferência desses defeitos na movimentação das discordâncias, há aumento do limite de escoamento. A respeito desse assunto, julgue quais os itens a seguir são verdadeiros e quais são falsos e justifique: a) Átomos intersticiais são mais eficientes em dificultar a movimentação de discordâncias que átomos substitucionais e, portanto, promovem um aumento significativo do limite de escoamento. b) O refino de grão não é uma barreira muito eficaz à movimentação das discordâncias. O efeito desse refino somente é significativo quando há uma quantidade elevada de precipitados grandes e eles estão dispersos nos contornos de grão. c) Um aumento da fração volumétrica de precipitados finos na matriz retarda a movimentação das discordâncias. Consequentemente, um material que contém dispersão de precipitados finos possui limite de escoamento significativamente maior que outro que não contém. Lista de Exercícios 3. Laminação do gelo: Qual seria a classificação do processo com relação à temperatura se fosse possível laminar um gelo puro -10°C? Explique. (Exercício 4.1, Cetlin) 4. Temperatura de conformação: A temperatura de fusão do cobre é 1085oc. Este material foi usado para fabricar um tubo usando o processo de extrusão à 250oc. Classificar o processo com relação à temperatura e esboçar a forma final dos grãos. Justifique a sua classificação. 5. Tipos de mecanismos de amaciamento: Descreva a diferença entre os processos de recristalização e recuperação e represente a estrutura granular. 6. Influência da velocidade de deformação na tensão: Uma peça de cobre sofre uma redução de 40 %, por compressão. As operações são executadas nas velocidades de deformação de 0,01 e 10 s-1. O limite de escoamento pode ser obtido pela equação . Calcular o acréscimo percentual nas temperaturas de 900 e 18oc, considerando para 900oc: A = 55 MPa e m = 0,195; e para 18 °C: A = 541 MPa e m = 0,006 (Exercício 4.2, Cetlin). 7. Temperatura máxima na peça: Um arame de aço com 6,00 mm de diâmetro é trefilado para 4,50 mm de diâmetro. A curva de fluxo pode ser modelada usando a seguinte equação de Hollomon: σ = 580e0,20 (Mpa). O aço apresenta as seguintes propriedades: ρ(densidade) = 7,85 kg/l e c(calor específico) = 486 J/(kg*K). A temperatura ambiente durante a operação é 250 °C. Calcular temperatura máxima que pode ser atingida ao final do processo.
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