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Profa. Dra. Aracelle de A.S.Guimarães João Pessoa PB http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ufersa&source=images&cd=&cad=rja&docid=eTrr1rp2WsZzXM&tbnid=aAPha-rORXsn3M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www2.ufersa.edu.br/portal/extensao/consab&ei=rRmcUeaeAoiC8AStwYGIDA&bvm=bv.46751780,d.dmQ&psig=AFQjCNHMeBtXYDBoTOwFb8wTqrWKHKC1aw&ust=1369271045036114 O que é a deformação plástica microscopicamente? que propriedades mecânicas estão diretamente relacionadas? ◦ Microscopicamente a deformação plástica corresponde : Ao movimento resultante de um grande número de átomos em resposta à aplicação de uma tensão; Quebra e formação de ligações interatômicas; e Para sólidos cristalinos existe o movimento de discordâncias. ◦ Principais propriedades mecânicas relacionadas: Resistência e Dureza. Os primeiros estudos dos materiais levaram ao cálculo das resistências teóricas de cristais perfeitos, que eram muitas vezes maiores que aquelas efetivamente medidas, Por quê? ◦ Resposta: Presença das discordâncias Como são introduzidas discordâncias? ◦ Durante a solidificação; ◦ Deformação plástica; ◦ Como consequência das tensões térmicas que resultam de um resfriamento rápido. Os tipos básicos de discordâncias são: ◦ Discordância de aresta ◦ Discordância espiral ◦ Discordância mista Materiais cristalinos, a deformação plástica corresponde ao movimento de grande número de discordâncias. A discordância aresta se move em resposta à uma aplicação de uma tensão cisalhante em uma direção perpendicular à sua linha; Escorregamento: o processo pelo qual uma deformação plástica é produzida pelo movimento de uma discordância; Plano de escorregamento: o plano cristalográfico ao longo do qual a linha de discordância passa. “A deformação plástica macroscópica corresponde simplesmente a uma deformação permanente resultante do movimento das discordâncias, ou escorregamento, em resposta a uma tensão cisalhante” Movimento das discordâncias O movimento é paralelo à tensão cisalhante O movimento é perpendicular à tensão cisalhante Movimento da discordância de aresta Movimento da discordância espiral A direção do movimento da linha da discordância mista não é nem perpendicular e nem paralela à tensão aplicada, mas está entre as duas situações. Densidade de discordância: é o comprimento total de discordâncias por unidade de volume, ou de maneira equivalente, o número de discordância que intercepta uma área unitária de uma seção aleatória. Exemplos: 103 mm-2 → Densidade baixa para metais, normalmente encontradas em cristais metálicos cuidadosamente solidificados; 109 – 1010mm-2 → Densidade elevada, normalmente metais altamente deformados 102 – 104mm-2 → Densidade típica de cerâmicas; e 0,1 e 1 mm-2 → Densidade para monocristais de silício empregados em circuitos integrados. mm/mm³ Os campos de deformação que existem ao redor das discordâncias são importantes para: Determinação na mobilidade das discordâncias Relação com a capacidade de se multiplicar Existe uma forte relação entre as características da discordâncias com as propriedades mecânicas. Exemplo: Para uma discordância espiral, as deformações de rede são puramente cisalhantes. Para uma discordância aresta, além das regiões de compressão e tração, também existe deformações cisalhantes na vizinhança da discordância de aresta. DEFORMAÇÃO DE REDE: campos de deformação irradiando a partir da linha de discordância. As deformações se estendem para átomos vizinhos, e suas magnitudes diminuem com a distância radial a partir da discordância. Deformação de Rede Campos de deformação podem interagir, devido as forças impostas. Para plano de escorregamento IDÊNTICO: •Mesmo sinal: Repulsão •Sinais diferentes: Atração As interações entre discordâncias são possíveis entre discordâncias aresta, espiral, e/ou mista, e para uma variedade de orientações. Esses campos de deformação e as forças associadas são importantes nos mecanismos de aumento de resistência para os metais. Durante a deformação plástica, o número de discordâncias aumenta drasticamente. Sabemos que a densidade de discordâncias em um metal que foi altamente deformado pode ser tão elevada quanto 1010mm-2 Fontes importantes dessas novas discordâncias são discordâncias existentes, que se multiplicam; Além disso, contornos de grãos, bem como defeitos internos e irregularidades da superfície, tais como riscos e entalhes, que atuam como concentrações de tensão, podem servir como sítios de formação de discordâncias durante a deformação. S is te m a d e e s c o rr e g a m e n to As discordâncias não se movem com o mesmo grau de facilidade sobre todos os planos cristalográficos de átomos e em todas as direções cristalográficas. Existe um plano preferencial (plano de escorregamento) Direções específicas ao longo das quais ocorre o movimento das discordâncias (direção de escorregamento) O sistema de escorregamento depende da estrutura cristalina do metal, e é tal que a distorção atômica que acompanha o movimento de uma discordância é mínima. Para uma estrutura cristalina específica: ◦ O plano de escorregamento é aquele plano que possui empacotamento atômico mais denso, isto é, que possui a maior densidade planar. ◦ A direção de escorregamento corresponde à direção, neste plano, que se encontra mais densamente compactada com átomos, isto é, aquela que possui a maior densidade linear. Densidade Linear (DL): é definida como o número de átomos, por unidade de comprimento, os quais estão centrados em uma direção cristalográfico particular; isto é: Para um material especifico, as direções equivalentes possuem DL idênticas. Unidade: (1/m) Densidade Planar (DL): é definida como o número de átomos, por unidade de comprimento, cujos os centros estão sobre o vetor direção para uma direção cristalográfica especifica; isto é: Para um material especifico, os planos equivalentes possuem DP idênticas. Unidade: 1/m² Exemplo: estrutura CFC Metais com estruturas cristalinas CFC e CCC possuem um número relativamente grande de sistemas de escorregamento (pelo menos 12). Esses metais são bastante dúcteis, pois uma extensa deformação plástica é normalmente possível ao longo dos vários sistemas. De maneira contrária, metais com estrutura HC, com poucos sistemas de escorregamento ativos, normalmente são bastante frágeis. Verificação de conceitos 7.1: Qual dos seguintes sistemas é o sistema de escorregamento para uma estrutura cúbica simples? Por quê? ◦ {100}<110> ◦ {110}<110> ◦ {100}<010> ◦ {110}<111> Resposta: {100}<010>, plano e direção mais compacto. Tensões cisalhantes rebatidas: dependência em relação à tensão aplicada e à orientação da direção da tensão em relação à normal ao plano de escorregamento e a direção do escorregamento. Em geral: 𝜙 + 𝜆 ≠ 90° Apesar de uma tensão puramente de tração (ou compressão) está sendo aplicada, existe componentes de cisalhamento. Um monocristal metálico possui uma quantidade de sistemas de escorregamento diferentes capazes de operar. A tensão de cisalhamento resolvida difere normalmente para cada um, pois a orientação de cada em relação ao eixo de tensão (ângulos e ) também é diferente. Contudo, um sistema de escorregamento está, em geral, orientado da maneira mais favorável, isto é possui a maior tensão de cisalhamento rebatida: Tensão de cisalhamento rebatida crítica ( ): representa a tensão de cisalhamento mínima exigida para iniciar o escorregamento e é uma propriedade do material que determina quando o escoamento ocorre. O monocristal se deforma plasticamente ou escoa quando , e amagnitude da tensão aplicada exigida para dar início ao escoamento (isto é, a tensão limite de escoamento ) é dada por: Para cristais com estrutura HC que possuem poucos sistemas de escorregamento, se, para o sistema de escorregamento mais favorável, o eixo de tensão é ou perpendicular à direção do escorregamento ( = 90°) ou paralelo ao plano de escorregamento ( = 90°), a tensão de cisalhamento resolvida crítica será de zero. No caso dessas orientações extremas, normalmente o cristal irá fraturar em vez de se deformar plasticamente. Exemplo 7.1: Considere um monocristal de ferro com estrutura CCC orientado de tal modo que uma tensão de tração seja aplicada ao longo de uma direção [010]. (a) Calcule a tensão de cisalhamento resolvida ao longo de um plano (110) e em uma direção [111] quando é aplicada uma tensão de tração de 52 MPa. (b) Se o escorregamento ocorre em um plano (110) e em uma direção [111] e a tensão de cisalhamento resolvida crítica é de 30 MPa. Calcule a magnitude da tensão de tração que deve ser aplicada para dar início ao escoamento. 𝜃 = 𝑐𝑜𝑠 −1 𝑢1𝑢2 + 𝑣1𝑣2 + 𝑤1𝑤2 𝑢1 2 + 𝑣1 2 + 𝑤1 2 𝑢2 2 + 𝑣2 2 + 𝑤2 2 Exemplo 7.1: 𝜙 𝜆 Direção da tensão de tração aplicada [010] Direção da tenção aplicada [010] Normal ao plano Direção escorregamento [111] [110] 𝜆 = 54,7° 𝑒 𝜙 = 45° 𝜏𝑅 = 21,3𝑀𝑃𝑎 𝜎𝑙 = 73,4𝑀𝑃𝑎 Lembrando: ◦ Material policristalino: Quando o sólido cristalino é composto por um conjunto de muitos pequenos cristais. A deformação e o escorregamento nos materiais policristalinos são razoavelmente mais complexos. Devido: ◦ Orientações cristalográficas do grande número de grãos; ◦ As direções do escorregamento varia de um grão para outro. Em cada grão, o movimento das discordâncias ocorre ao longo do sistema de escorregamento que possui orientação mais favorável; A superfície foi polida; Parece que dois sistemas de escorregamento operam na maioria dos grãos pelos dois conjuntos de linhas paralelas que se interceptam; A variação de orientação de grão é indicada pela diferença no alinhamento das linhas de escorregamento. Durante a deformação a integridade mecânica e a coesão são mantidas ao longo dos contornos de grão; Cada grão individual está restrito, em um certo grau, à forma que pode assumir devido aos seus grãos vizinhos. Os materiais policristalinos são mais resistentes que os seus equivalentes monocristalinos, o que significa e por que isso ocorre? ◦ Exige maiores tensões para iniciar o escorregamento e consequentemente o escoamento; ◦ Motivo: Restrições geométricas impostas aos grãos durante a deformação; Mesmo que um grão esteja favoravelmente orientado para o escorregamento, ele só poderá deformar quando o grão vizinho (que está com uma direção menos favorável) deforme. Além de ocorrer por escorregamento, a deformação plástica em alguns materiais metálicos pode ocorrer pela formação de maclas de deformação ou maclação. A maclação ocorre em um plano cristalográfico definido e uma direção especifica que depende da estrutura do cristal. ◦ Exemplo: Estruturas CCC -> (112) e [111]. Deformação por escorregamento Não tem reorientação cristalográfica O deslocamento atômico ocorre em múltiplos distintos do espaçamento atômico Muitos sistemas de escorregamento Gera grandes deformações Deformação por maclação Tem reorientação cristalográfica O deslocamento atômico é menor que a separação interatômica Poucos sistemas de escorregamento Gera poucas deformações X Qual a necessidade? ◦ Projetar ligas com alta resistência e que ainda sim, possuam alguma ductilidade e tenacidade. Uma das ferramentas bastante utilizadas para se obter ligas com altas resistências são os mecanismos de aumento de resistência, que são: ◦ Aumento de resistência por redução do grão; ◦ Aumento de resistência por solução sólida; e ◦ Encruamento. Com essas técnicas pode-se: ◦ Aumentar a resistência; ◦ Endurecer metais e ligas; ◦ Adaptar propriedades mecânicas (fazendo ajustes);e ◦ Projetar materiais com as propriedades desejadas. A deformação plástica macroscopicamente corresponde ao movimento de grande número de discordâncias, a habilidade de um metal se deformar plasticamente depende da habilidade das discordâncias se moverem. A restrição ou impedimento das discordâncias confere maior dureza e resistência ao material. Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão ◦ O tamanho dos grãos, ou diâmetro médio dos grãos, em um metal policristalino influencia nas suas propriedades mecânicas. Os metal e compostos por grãos (como se sabe), e grãos adjacentes possuem normalmente orientações cristalográficas diferentes e, obviamente, um contorno de grão comum. Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão Durante a deformação plástica, o escorregamento ou movimento das discordâncias deve ter um lugar através desse contorno comum, digamos, do grão A para o grão B. Atua como barreira Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão O contorno de grão atua como uma barreira ao movimento das discordâncias por duas razões: 1. Uma vez que os dois grãos possuem orientações diferentes, uma discordância que passa de um grão A para o grão B terá que alterar a sua direção de movimento; isso se torna mais difícil à medida que a diferença cristalográfica fica aumentada; e 2. A desordenação atômica no interior de uma região de contorno de grão irá resultar de em uma descontinuidade de planos de escorregamento de um grão para dentro de outro. Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão Para contornos de grão de alto ângulo, pode ser o caso de as discordâncias não atravessarem os contornos de grãos durante a deformação Gerando um “acumulo” ou “empilhamento” de discordâncias nas regiões de contornos de grãos Ocasionando concentração de tensão à frente do seus planos de escorregamento O que pode ativar fontes de novas discordâncias em um grão adjacente. Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão Um material com granulação fina (grãos pequenos) é mais duro e mais resistente do que um material que possui granulação grosseira, uma vez que o primeiro possui maior área total de contornos de grãos para dificultar o movimento das discordâncias. Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão Para muitos materiais, o limite de escoamento varia de acordo com a tamanho do grão que é dado pela equação de Hall-Petch: Não é válida para grãos extremamente finos e nem muito grosseiros Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão O tamanho do grão pode ser regulado mediante o ajuste da taxa de solidificação a partir da fase líquida e também por deformação plástica seguida de tratamento térmico apropriado. A redução do grão, além de aumentar a resistência do material, aumenta também tenacidade de muitas ligas. Aumento de Resistência pela Redução do Tamanho do Grão Contornos de grão com baixo ângulo não são eficazes na interferência com o processo de escorregamento devido ao leve desalinhamento cristalográfico através dos contornos. Por outro lado, altos desalinhamentos, como contornos de macla irão bloquear de maneira eficaz o escorregamento e aumentar a resistência do material. Aumento de Resistência por solução sólida Os metais com pureza elevada são quase sempre mais macios e mais fracos do que as ligas compostas pelo mesmo metal; ↑Concentração de impurezas ◦ ↑ Limite de resistência à tração; ◦ ↑ Limite de escoamento; e ◦ ↓ Ductilidade. Aumento de Resistência por solução sólida Impurezas Impõem deformações na rede sobre os átomos hospedeiros vizinhos Resultam em interações do campo de deformação da rede entre as discordâncias e os átomos de impurezas O movimento das discordâncias fica restringido Aumento de Resistência por solução sólida Aumento de Resistência por solução sólida A resistência ao escoamento é maior quando os átomos de impurezas estão presentes, pois a deformação global da rede deve aumentar se uma discordância for separada dos mesmos; Adicionalmente, as mesmas interações de deformação da rede (para as que existe cancelamento parcial) irão existir entre os átomos de impurezas e as discordâncias que estão em movimento durante a deformação plástica. Dessa forma, a aplicação de uma maior tensão é necessária para primeiro iniciar e depois dar continuidade à deformação plástica para ligas de solução sólida, de maneira diferente do que acontece com metais puros, o que fica evidenciado pelo aumento de resistência e da dureza. Encruamento Fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais resistente quando ele é submetido a uma deformação plástica, também chamado de “endurecimento por trabalho a frio”. A maioria dos metais encrua a temperatura ambiente. Algumas vezes é conveniente expressar o grau de deformação plástica com um percentual de trabalho a frio, em vez de expressar como deformação. Encruamento Fonte: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/7560- trabalho-a-frio#.WU6rJ3lK3IU Encruamento A influência do encruamento nas propriedades mecânicas; Encruamento A influência do trabalho a frio sobre o comportamento tensão-deformação de uma aço de baixo teor de carbono; Encruamento Encruamento A densidade de discordância em um metal aumenta com a deformação (trabalho a frio) Pois, ocorre a multiplicação das discordâncias ou formação de novas discordâncias Consequentemente, as distâncias entre as discordâncias diminuem Na média, as interações discordância deformações devido as discordâncias são repulsivas. O resultado global: o movimento de uma discordância é dificultado por outra discordância. Verificação de conceitos 7.3: Ao se realizar medições de dureza, qual será o efeito de fazer uma impressão muito próxima de uma impressão preexistente? Por quê? Verificação de conceito 7.4: Você esperaria que um material cerâmico cristalino encruasse à temperatura ambiente? Por quê? Problema exemplo 7.2: Calcule o limite de resistência à tração e a ductilidade (%Al) de uma barra cilíndrica de cobre quando ela é submetida a uma trabalho a frio, tal que o diâmetro seja reduzido de 15,2mm para 12,2mm. Resposta: %TF=35,6% Limite de resistência = 340MPa Ductilidade: 7% do cobre A deformação plástica de uma amostra metálica policristalina a temperaturas que podem ser consideradas baixas em comparação a sua temperatura absoluta de fusão produz alterações microestruturais e mudanças nas propriedades dos materiais, incluindo: 1. Uma alteração na forma do grão; 2. Endurecimento por deformação plástica a frio; 3. Um aumento na densidade das discordâncias Uma fração da energia gasta na deformação é armazenada no metal na forma de uma energia de deformação, que está associada a zonas de tração, compressão e cisalhamento ao redor das discordâncias recém-criadas. Além disso, outras propriedades tais como a condutividade elétrica e a resistência a corrosão podem ser modificadas como consequência da deformação plástica. Essas propriedades e estruturas podem reverter novamente aos seus estados anteriores ao trabalho a frio mediante um tratamento térmico apropriado (algumas vezes chamado de tratamento de recozimento). Essa restauração resulta de dois processos diferentes que ocorrem a temperaturas elevadas, quais sejam: ◦ Recuperação e recristalização, que podem ser seguidos por um crescimento de grão. RECUPERAÇÃO: Com a liberação de uma tensão externa e uma maior DIFUSÃO atômica devido a altas temperaturas Uma parcela da energia de deformação interna armazenada é liberada em virtude do movimento das discordâncias Redução do número de discordâncias, e produção de discordâncias de baixo ângulo Algumas propriedades físicas como condutibilidade térmica e elétrica são recuperadas; RECRISTALIZAÇÃO: Mesmo após o processo de recuperação estar completo, os grãos ainda se apresentam em um estado de energia de deformação relativamente elevado. A recristalização é o processo de formação de um novo conjunto de grãos livres de deformação e que são EQUIAXIAIS, com baixas densidades de discordâncias. (comparar a estrutura antes e depois de um trabalho a frio). RECRISTALIZAÇÃO: A força motriz para produzir essa nova estrutura de grãos é a diferença de energia interna entre o material deformado e o material não deformado. Grãos que foram recristalizados “manchados” RECRISTALIZAÇÃO: A recristalização de metais que foram previamente trabalhados a frio pode ser usada para refinar a estrutura do grão. Durante a recristalização, as propriedades mecânicas que foram alteradas como resultado do trabalho a frio são restauradas aos seus valores existentes antes; isto é, o metal se torna menos resistente, tem menor dureza, porém é mais dúctil. RECRISTALIZAÇÃO: Depende do tempo e da temperatura. O grau ou fração da recristalização aumenta com o tempo; RECRISTALIZAÇÃO: A influência com a temperatura e mostrada na figura ao lado, Considerando tempo constante de 1h. RECRISTALIZAÇÃO: O comportamento da recristalização de determinada liga metálica é algumas vezes especificado em termos de uma temperatura de recristalização, que é a temperatura na qual a recristalização termina em exatamente 1h. Exemplo: Temperatura de recristalização para o latão é aproximadamente 450°C RECRISTALIZAÇÃO: Normalmente a temperatura de recristalização está entre um terço ou metade da temperatura de fusão, depende de vários fatores, por exemplo: ◦ Taxa de deformação a frio; e ◦ Pureza da liga. RECRISTALIZAÇÃO: O Aumento da porcentagem de trabalho a frio aumenta a taxa de recristalização, resultando na redução da temperatura de recristalização que tende a um valor limite ou constante sob deformações elevadas. Essa temperatura limite ou mínima é a normalmente a especificada na literatura. RECRISTALIZAÇÃO: ◦ Ocorre mais rapidamente nos metais puros que em ligas. Recristalização → movimento de contornos de grão → novos núcleos de grãos se formam e então crescem; Com impurezas → segregam para os contornos de grãos recristalizado → diminuindo sua mobilidade ↓Taxa de recristalização ↑Temperatura de recristalização Normalmente: Metais Puros: 0,4 𝑻𝒇 Ligas: 0,7 𝑻𝒇 𝑻𝒇: Temperatura absoluta de fusão OBS: As escalas Kelvin (K) e Rankine são escalas absolutas, sendo usadas para as unidades da temperatura absoluta CRESCIMENTO DO GRÃO É o fenômeno que ocorre após a recristalização estar completa, quando os grãos livres de deformação continuarão a crescer se a amostra do metal for deixada a uma temperatura elevada; CRESCIMENTO DO GRÃO O crescimento de grão não precisa ser precedido por processos de recuperação e recristalização; ele pode ocorrer em todos os materiais policristalinos, tanto metais como cerâmicos. Uma energia está associada com os contornos de grão; ◦ A medida que os grãos aumentam de tamanho, a área total de contornos diminui, produzindo uma consequente redução na energia total; essa é a força motriz para o crescimento de grão. CRESCIMENTO DO GRÃO O crescimento do grão ocorre pela migração dos contornos de grão. Observação:Nem todos os grãos podem aumentar de tamanho, porém grãos maiores crescem a custa de grãos menores, que diminuem. O tamanho médio do grão aumenta com o tempo... Movimento: Difusão em curta distância, dos átomos de um lado para outro do contorno; CRESCIMENTO DO GRÃO Para materiais policristalinos 𝑑𝑛 = 𝑑0 𝑛 = 𝐾𝑡 Onde: 𝑑0: Diâmetro inicial do grão; 𝐾 e 𝑛: Constantes independentes do tempo; Normalmente 𝑛 > 2. CRESCIMENTO DO GRÃO As propriedades mecânicas à temperatura ambiente de um metal com granulação fina são em geral superiores (isto é, apresentam maior resistência e tenacidade) do que aquelas dos metais com grãos grosseiros. Se a estrutura do grão de uma liga monofásica é mais grosseira do que o desejado, ela pode ser submetida a um processo de refinamento, mediante deformação plástica do material, seguido então por um tratamento térmico de recristalização, conforme descrito anteriormente. CALLISTER, W. D. JR. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Rio de Janeiro, RJ. Editora LTC. 2013. http://www.cimm.com.br/portal/material _didatico/7560-trabalho-a- frio#.WU6rJ3lK3IU
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