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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS UNISINOS DIREITO PROCESSO CIVIL III VANESSA DE MOURA Os princípios da Execução no Código de Processo Civil São Leopoldo 24 de março de 2018 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3 2. DOS PRINCIPIOS ..........................................................................................................................4 3. PRINCIPIO DA AUTONOMIA ...........................................................................................................6 4. Principio do Título .......................................................................................................................7 5. Princípio da Responsabilidade ................................................................................................8 6. Principio do Resultado ...............................................................................................................9 7. Principio da Menor Onerosidade da Execução ..................................................................10 “QUANDO POR VÁRIOS MEIOS O EXEQUENTE PUDER PROMOVER A EXECUÇÃO, O JUIZ MANDARÁ QUE SE FAÇA PELO MODO MENOS GRAVOSO PARA O EXECUTADO. ...................................................10 8. Principio da Transparência Patrimonial ..............................................................................11 9. O Principio do Contraditório ...................................................................................................11 10. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 12 11. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 13 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar os princípios basilares do processo de execução na área civil, e sua importância comparada ao novo código de processo civil, trazendo a perspectiva de autores Renonmados no Ambito jurídico Brasileiro, como o Doutrinador Araken de Assis, Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio luiz Aranhart e Daniel Mitidiero. 4 2. DOS PRINCIPIOS A execução civil norteia-se a uma serie de princípios capazes de conduzir as linhas gerais da efetivação da prestação da fase ou processo de execução no sistema brasileiro, seja este, realizado por processo autônomo, como aquele consistente em fase de um processo já em curso, tanto a fundada em título judicial, como aquela baseada em extrajudicial. Embora exista a diversidade de modelos a inspirar a efetivação das prestações de fazer, não fazer e entregar coisa, de um lado, de outra as prestações em pecúnia, acabam por generalizar alguns princípios clássicos. Como nos apresenta Marinoni em sua obra .: “ (...) a abertura do sistema para um modelo de atipicidade de técnicas executivas para prestações de pagar quantia, fato é que o modelo “padrão” imaginado pelo código ainda está atrelado a uma “execução típica”, fundada na expropriação patrimonial e na iniciativa do credor. Como regime “básico” da execução pecuniária, portanto, a técnica adotada pelo código é substancialmente diversa daquela usada para prestações de fazer, não fazer e entregar coisa. Visto, porém, o sistema integral de proteção oferecido, seria possível dizer que os princípios a serem examinados serão indistintamente aplicados a todas as espécies de prestações, apenas variando segundo o tipo de título que funda a execução. Para execuções fundadas em sentença, ter-se-á um determinado regime, enquanto para as execuções lastreadas em títulos extrajudiciais, o regime será diverso”.1 Assim sendo, seja autônomo ou em fase de um processo, a execução civil esta sempre sujeita aos princípios gerais que norteiam todo o processo 1 Marinoni, Luiz Guilherme – CURSO DE PROCESSO CIVIL – VOLUME 2 – Teoria da Efetivação das decisões Juciais, Pag. 781. 5 civil, tradicionalmente entendido como garantias fundamentais do processo, considerando o peso constitucional que o devido processo legal, a efetividade da jurisdição, a tempestividade da prestação jurisdicional entre outros, assim representam. Encontra-se na doutrina processual brasileira a distinção entre princípios informativos e fundamentais, que são aqueles de ordem técnica e universal, e, portanto, pouco suscetíveis a variações socioeconômicas, logo, estes, ao contrário, carregados ideologicamente, comportam de forma balanceada em cada ordenamento concreto e, frequentemente, encontram -se em oposição. Em sua obra Araken de Assis nos apresenta, a visão de que os princípios arrolados, espelhando os valores formativos do ordenamento para a função executiva, se incluem no segundo grupo, o dos princípios fundamentais, logo, não constituem dogmas, nem axiomas, mas sim: "o resultado de uma experiência acumulada ao longo dos anos com os diferentes modelos processuais, coma sua aplicação e com a sua finalidade”2 Não é possível chegar a uma opinião unanime na doutrina em termos de elenco dos princípios atinentes ao processo de execução, adotando as mais diversas classificações. Esta é a posição doutrinaria de Araken de Assis, que em sua obra no aponta os princípios próprios do processo executivo como sendo estes apenas cinco: o princípio da autonomia, o princípio do título, o princípio da responsabilidade, o princípio do resultado, o princípio da disponibilidade e o princípio da adequação. Passamos então para a abordagem individual de cada um destes princípios segundo a lição doutrinaria de Araken de Assis entrando também pela 2 Assis, Araken – MANUAL DA EXECUÇÃO CIVIL – 18° Edição – Pag.123 6 abordagem de alguns princípios da obra Curso de Processo Civil, dos doutrinadores Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio cruz Arenhart e Daniel Mitidiero.: 3. Principio da Autonomia Araken de Assis, tem o princípio da autonomia como o resultado da especificidade funcional da execução. Significa dizer que o processo de execução possui uma função própria, logo, não se confunde com àquela desempenhada pelo processo de conhecimento e pelo processo cautelar. A autonomia do processo de execução, até pouco tempo, existia não apenas em termos funcionais, mas, também, em termos estruturais, pois o Código de Processo Civil de 1973, adotava a sistemática da separação entre os processos de conhecimento e execução. O processo de execução representava um processo diferente do processo de conhecimento, cujo início se dava mediante nova petição inicial, e resultava na formação de uma nova relação processual, cuja admissibilidade estava subordinada a requisitos próprios diversos daqueles exigidos para o processo de conhecimento. Com a Lei Federal nº. 11.232 de 2005, essa formatação sofreu uma grande mudança, promovendo a unificação entre o processo de conhecimento e o processo de execução. A partir da entrada em vigor da lei, as duas atividades passaram a poder ser desempenhadas no âmbito de um mesmo processo, mediante simples cumprimento da decisão originadora do título executivo. Entretanto oque o autor quer nos apresentar é que embora com a eficácia da lei e seu resultado prático, ainda assim o principio da autonomia não pode ser descartado ou deixar de existir. A autonomia, segundo a teoria de Araken de Assis, continua a se expressar de duas maneiras diferentes porem complementares: na diversidade de essência entre a atividade jurisdicional empreendida na execução e no processo de conhecimento. 7 4. Principio do Título Não há que se falar em execução sem haver um “título” executivo, com característica de título liquido, certo e exigível. Logo não há eficácia executiva, não há execução sem estar em posse de um titulo ao qual a lei lhe atribua eficácia executiva. A doutrina como um todo apresenta diversas opiniões sobre o conceito de título executivo, ficamos aqui com a dogmática do autor que embora adotando temperamento quanto à necessidade de um documento propriamente escrito, Araken de Assis adota definição semelhante ao conceituar o título executivo, “como o documento a que a lei atribui eficácia executiva, o direito de com ele, propor-se ação de execução”.3 Existem basicamente duas correntes doutrinárias que disputam o conceito acerca da conceituação do título executivo: sendo de um lado, a que a considera como a representação documental do direito ou da obrigação, e, de outro, a que o caracteriza como ato dotado de eficácia executiva. Seguinte estas correntes teóricas, se o título é a prova legal do crédito, o órgão judicial somente poderia dar andamento ao processo executivo se o crédito expresso no documento fosse provado. É notório entre as teorias que o título executivo apto à promoção da execução é somente aquela que apresente, as características da liquidez, da exigibilidade e da certeza (artigos 586, caput, combinado com o artigo 618, inciso I, do Código de Processo Civil). Faltando qualquer uma destas características, não se estará diante de um título que possa ser considerado como dotado de eficácia executiva. 3 ASSIS, Araken - Cumprimento da sentença - Rio de Janeiro: Forense, 2006, Pag. 197 8 5. Princípio da Responsabilidade Este principio esta ligado a responsabilidade patrimonial e ou real da obrigação. Na execução, o direito não mais é discutível e o devedor responderá por suas dívidas, fazendo uso de seus bens presentes e futuros, adquiridos até o início e no decorrer da execução, respectivamente. Este principio esta presente no art. 789 do NCPC, ”O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”4 A coerção acerca da expropriação patrimonial, tem característica de pressão psicológica, uma vez que autoriza o Juiz a tomar medidas necessárias como, busca e apreensão de bens, coisas e até pessoas como é o caso da execução de alimentos. Do mesmo modo revelam-se as proposições do art.536, § 1. O, NCPC, “No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.”5 4 NCPC, 2015, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 5 NCPC, 2015, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 9 Afirma-se, no campo do direito material, qe a obrigação embora, inclua o “deve de prestar”, oferece como consequência por seu descumprimento a “sujeição” patrimonial. Segundo a Doutrina de Marinoni, para a efetivação de prestação que importe o pagamento de soma em dinheiro, prevalece a responsabilidade patrimonial, de modo que como afirma o art. 824, do CPC, “ A execução por quantia certa, realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas execuções especiais”6 Já quando falamos em prestação, de fazer ou não fazer ou de entrega de coisa, podemos afirmar que prevalece a responsabilidade pessoal, para prestações fundadas em títulos judiciais, e a responsabilidade patrimonial, para as prestações fundadas em títulos extrajudiciais. 6. Principio do Resultado O principio do resultado, simboliza a mais significativa diferença entre a executiva e a relação processual de conhecimento. Com relação a este principio, o autor nos apresenta que ele se distancia da expropriação e adquiri caracter mais amplo, no sentido geral, “Estatuindo que a execução seja econômica, evitando maiores sacrifícios ao devedor que os exigidos pelo resultado, o art. 805 apenas enuncia princípio que governa a intimidade dos meios executórias, permitindo ao juiz mandar que a execução se realize pelo meio menos gravoso ao executado.”7 6 NCPC – 2015, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 7 Assis, Araken – MANUAL DA EXECUÇÃO CIVIL – 18° Edição – Pag. 130 10 Importante salientar que ainda que se respeite, fortemente osdireitos do devedor, a principal função da atividade executiva é justamente atingir a satisfação de um interesse já tido como existente por parte do credor. É por isso que segund a doutrina de Marinoni, não existem a chamada de pluradidade de partes, ou igualdade, pois não existe nesta situação oportunidades que lhes permitam o mesmo espaço e participação. Conclui-se deste principio é que existe uma clara prevalência de vantagens voltadas ao credor . Como apresenta Marinoni : “A isonomia entre as partes não vigora plenamente neste tipo de relação processual, exatamente em razão da pressuposição de que o autor tem razão já atestada ou presumida pelo Estado.”8 7. Principio da Menor Onerosidade da Execução Quem nos apresenta melhor este principio é o doutrinador Luiz Guilherme Marinoni, que nos apresenta que acerca do art. 805 do CPC, “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados”.9 8 Marinoni, Luiz Guilherme – CURSO DE PROCESSO CIVIL – VOLUME 2 – Teoria da Efetivação das decisões Juciais, Pag.784 9 NCPC – 2015, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 11 8. Principio da Transparência Patrimonial Este é o principio que responde pela obrigação não cumprida, para isso, é necessário tornar o pratrimonio acessível para que possa a execução se aproximar. O Direito nacional adota duas linhas para o desenvolvimento desta execução, sendo a que confere ao oficial de justiça o dever de localizar o patrimônio disponível a cumprir com o objeto da execução, ou pode o Juiz, impor ao executado que indique os bens disponíveis à penhora, sendo que o descumprimentodesta ordem pode resultar em multa prevista no Art. 139, IV 773, c/c art. 772, III do CPC. Logo, significa dizer que, o patrimônio a ser atingido pela exeução é “Transparente” ao Judicionário de modo que não pode o Executado, sob qualquer alegação, ivocar privacidade ou sigilo sob este patrimônio, como assim diz a obra, “Curso de Processo Civil”.: “Tudo Aquilo que possa interessar à execução deve estar acessível ao processo, ao exequentee, a fortiori, ao Judiciário.”10 9. O Principio do Contraditório No antigo código de 73, pela caracterisca que tinha se dar através de uma processo autônomo, a execução, setinha o entendimento de que não de admitia o contraditório, logo toda a defesa que se pretendia, deveria ser feita em “embargos do devedor”. Este principio toma forma com a chegada do NCPC/2015, no que vamos chamar de impugnação, que cocorre dentro do rito de cumprimento de sentença. Para que ocorra sempre o equilíbrio na execução, se faz necessário que seja oportunizado as partes exercer todos os princípios basilares da execução, sem abster-se, do principio do contraditário, dentre os todos, um principio que tem em si garantia constitucional. 10 Curso de Processo Civil – Volume 2 – 3° edição – O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Pag. 788 12 10. CONCLUSÃO Durante a elaboração do presente trabalho, foi prossivel identificar a riqueza de detalhes trazidos pla mudança do código de processo civil de 2015, comparada a pricipios basilares de grande importância para o processo de execução. Que tomou uma nova forma, deixando de ser um processo autônomo, para se tornar uma fase dentro do próprio processo de conhecimento, com o que fora chamado aqui de cumprimento de sentença, indo de encontro a outro tema muito discutido e comentado do direito processual que é o da celeridade processual, tivemos ai um ganho rico de praticidade e de tempo, respeitando todos os princípios que regem a execução processual, sem afetar o que chamamos de execução equilibrada, composto pelo principio do resultado e da menor onerosidade. É importante que se permita as partes relmente participar do processo, afim de encontrar o ponto de melhor, performance da efetivação judicial das prestações. 13 11. BIBLIOGRAFIA Marinoni, Luiz Guilherme Arenhart, Sergio Cruz Miditiero, Daniel Novo Curso de Processo Civil – 3° Edição – Volume 2 – Tutela dos direitos mediante procedimento comum, São Paulo – Revista dos Tribunais – 2017; Assis, Araken de Manual da Execução – 18° Edição – Revista Atualiada e Ampliada, São Paulo – Revista dos Tribunais – 2016. NCPC – 2015, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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