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INTRODUÇÃO Para que o organismo possa funcionar corretamente é necessária uma fonte contínua de oxigênio, para tal, o ar presente nos pulmões deve ser renovado, no chamado ciclo ventilatório. A espirometria (do latim spirare = respirar + metrum = medida) é a medida do ar que entra e sai dos pulmões. Pode ser realizada durante respiração lenta ou durante manobras expiratórias forçadas. É um teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios. Deve ser parte integrante da avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida. Permitindo medir o volume de ar inspirado e expirado e os fluxos respiratórios, sendo especialmente útil a análise dos dados derivados da manobra expiratória forçada. Portanto, a espirometria é o exame que permite aferir o fluxo de ar nas vias aéreas ou brônquios, comparando os resultados com os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade e altura. Serve para a investigação de sintomas respiratórios; diagnóstico e avaliação de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou bronquite causada pelo cigarro; incapacidade funcional; avaliação pós-operatória e avaliação e diagnóstico de doenças respiratórias relacionadas ao trabalho. O exame tem duração média de 30 minutos. Durante o procedimento, geralmente o paciente estará sentado e deverá respirar através de um tubo contendo um bocal, conectado ao espirômetro. Uma presilha de borracha tapará seu nariz, garantindo que toda respiração seja feita pela boca e tenha que passar pelo aparelho. Durante o exame será alternativamente pedido ao paciente que respire tranquilamente por algum tempo; que encha o pulmão completamente; que assopre com o máximo de força e rapidez possível e, depois, lentamente. O teste poderá ser repetido, depois de aplicado ao paciente uma medicação broncodilatadora, geralmente sob a forma de spray. Esse exame gera, no computador, uma série de curvas, tabelas e gráficos que o médico analisará e que fornecerá uma série de parâmetros que o informarão sobre as condições ventilatórias do paciente. A respiração ou ventilação é dividida em dois momentos: inspiração, que é o movimento de ar para dentro dos pulmões; e expiração, que é o movimento de ar para fora. Os mecanismos pelos quais a ventilação acontece são chamados coletivamente de mecânica respiratória. Para avaliar a quantidade de ar que entra e sai dos pulmões, é necessário compreender a capacidade pulmonar. A capacidade total pulmonar é dividida em vários volumes e capacidades de acordo com a quantidade de ar que entra e sai do pulmão: Volume Corrente (VC): representa o volume de ar que é inspirado e expirado em um ciclo ventilatório normal. Volume de Reserva Inspiratória (VRI): representa o volume de ar que é forçadamente inspirado, é o volume extra que pode ser inspirado, além do volume corrente. Volume de Reserva Expiratória (VRE): volume de ar que pode ser forçadamente expirado após uma inspiração normal. Volume Residual (VR): representa o volume de ar que permanece no pulmão após uma expiração máxima. Capacidade Pulmonar Total (CPT): representa o volume de gás nos pulmões após uma inspiração máxima. Corresponde também, ao somatório dos quatro valores supracitados. Capacidade Vital (CV): representa o maior volume de ar mobilizado, é o volume de ar que pode ser forçadamente expirado após uma inspiração máxima. Pode ser representado pelo equação: VC + VRI + VRE Capacidade Residual Funcional (CRF): é o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal. Pode ser representado pela equação: VRE + VR Capacidade Inspiratória (CI): volume máximo de ar inspirado após expiração normal. Pode ser representada pela equação: VC + VRI Volume Minuto Respiratório (VMR): é a quantidade total de ar que entra pelas vias aéreas por minuto. É equivalente a multiplicação do volume corrente pela frequência respiratória. Frequência Respiratória: número de expansões torácicas realizadas em um período. É valido ressaltar que, todos estes valores apresentam variações com o sexo, idade e possível tabagismo. No sexo feminino este volume tende a ser de 20 a 25% menor do que no sexo masculino; os atletas também têm aumento em todas as capacidades e volumes. OBJETIVO Determinar os volumes e capacidades pulmonares de indivíduos diferentes, bem como discutir fatores que possam influencia-los. MATERIAL Espirômetro de Barness Calculadora Cronômetro MÉTODO Dois integrantes do grupo realizaram o exame de Espirometria, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, com intenção de comparar os resultados. No primeiro momento os integrantes realizaram o teste e volume corrente, que mede o ar expirado num ciclo ventilatório normal, soprando a mangueira com uma expiração normal após uma inspiração normal, cuja média é de 500 ml. Na segunda etapa do exame os participantes mediram o volume de reserva inspiratória, que mede o volume de ar que pode ser inspirada forçadamente após uma inspiração normal, inspirando o máximo de ar possível após uma inspiração normal, onde o volume médio é de 3000 ml. Para realizar a terceira etapa do exame os integrantes realizaram o teste do volume de reserva expiratória, que mede o volume expirado após uma expiração normal, soprando a mangueira o máximo possível após uma expiração normal, onde o valor médio é de 1100 ml. Na quarta etapa do exame todos os integrantes do grupo discutiram o volume residual, que é o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração forcada, onde o valor padrão utilizado é de 1200 ml. Para a quinta parte do exame foi calculada a capacidade pulmonar total, que corresponde ao volume máximo de ar que os pulmões podem conter. Para chegar ao resultado foi somado os quatro valores dos testes anteriores (volume corrente, volume de reserva inspiratória, volume de reserva expiratória e volume residual) que em média corresponde a 5800 ml. Para a sexta parte do exame foi calculada a capacidade vital, que é o volume máximo de ar que pode ser forçadamente espirado após uma inspiração máxima. Para chegar ao resultado foi somado o volume corrente, volume de reserva inspiratório e expiratório, onde o resultado fica em média em 4500 ml. Na sétima parte do exame foi calculada a capacidade residual funcional, que corresponde ao volume de ar que fica nos pulmões após uma expiração normal, esta capacidade resulta da soma do volume de reserva expiratória e o volume residual, cujo resultado fica em média 2500 ml. Na oitava parte do exame foi calculada a capacidade inspiratória que mostra o volume máximo de ar que pode ser inspirado após uma expiração normal, onde foi calculado através da soma do volume corrente e do volume de reserva inspiratório, onde a média fica em 3500 ml. Por último foi calculado a frequência respiratória normal dos dois participantes do exame em um minuto. E assim foi calculado o volume minuto respiratório, onde foi calculado pelo volume corrente multiplicado pela frequência respiratória. RESULTADOS Participante 1: Volume corrente = 400 ml Volume de reserva inspiratória = 2600 ml Volume de reserva expiratória = 2000 ml Volume residual = 1200 ml Capacidade pulmonar total = 6200 ml Capacidade vital = 5000 ml Capacidade residual funcional = 3200 ml Capacidade inspiratória = 3000 ml Frequência respiratória por um minuto = 21 Volume minuto respiratório = 8400 ml/min Participante 2: Volume corrente = 600 ml Volume de reserva inspiratória = 3700 ml Volume de reserva expiratória = 2100 ml Volume residual = 1200 ml Capacidade pulmonar total = 7600 ml Capacidade vital = 6400 ml Capacidade residual funcional = 3300 ml Capacidade inspiratória = 4300 ml Frequência respiratória por um minuto = 16 Volume minuto respiratório = 9600 ml/min DISCUSSÃO Definição e cálculo dos valores apresentados: Participante 1. Homem, 26 anos, 90kg e 1,76 m – Fumante Participante 2. Mulher, 21 anos, 60kg e 1,67m - Atleta Sabe-se que a Capacidade Pulmonar Total é representada por:VC +VRI + VRE + VR Participante 1. 400+ 2600 + 2000 + 1200 = 6200 ml de Capacidade Pulmonar Total Participante 2. 600 + 3700 + 2100 + 1200 = 7600 ml de Capacidade Pulmonar Total O padrão corresponde a 5800 ml, portanto obtivemos resultados acima da média. Em casos de valores inferiores a este, pode indicar Distúrbio Ventilatório Restritivo (DVR), um tipo de restrição da capacidade pulmonar que pode ser consequência de condições como: fibrose ou ressecção pulmonar, tumores, derrame pleural, obesidade, entre outros. Sabe-se que a capacidade vital é representada por VC + VRI + VRE Participante 1. 400 + 2600 +2000 = 5000 ml de Capacidade Vital Participante 2. 600 + 3700 + 2100 = 6400 ml de Capacidade Vital O padrão corresponde a 4500 ml, portanto obtivemos resultados acima da média. Outro ramo deste valor seria a Capacidade Vital Forçada, que é o volume máximo de ar exalado com esforço máximo, sendo um dos principais testes de função pulmonar. Normalmente indivíduos expiram cerca de 80% desta capacidade no primeiro segundo, sendo valores abaixo deste considerados um Distúrbio Ventilatório Obstrutivo (DVO). Em casos de obstrução de grandes vias aéreas temos condições como: traqueomalácia, tumores, possibilidade de corpo estranho, entre outros. Obstruções de pequenas vias aéreas podem desencadear: asma, DPOC, bronquiolites, entre outros. Sabe-se que a Capacidade Residual Funcional é representada por VRE + VR Participante 1. 2000 + 1200 = 3200 ml de Capacidade Residual Funcional Participante 2. 2100 + 1200 = 3300 ml de Capacidade Residual Funcional O padrão corresponde a 2500 ml, portanto obtivemos resultados acima da média. Sabe-se que a Capacidade Inspiratória é representada por: VRI + VC Participante 1. 2600+ 400 = 3000 ml de Capacidade Inspiratória Participante 2. 3700 + 600 = 4900 ml de Capacidade Inspiratória O padrão corresponde a 3500 ml, portanto obtivemos um resultado acima da média e outro abaixo. As diferenças observadas, em geral, ocorreram devido à frequência de atividades físicas e diferença no sexo, uma vez que os padrões para homens e mulheres são diferentes. Em relação a frequência respiratória obtivemos os seguintes dados: Participante 1. 21 ciclos respiratórios por minuto. Participante 2.16 ciclos respiratórios por minuto. Um adulto normal em repouso respira confortavelmente 12 a 18 vezes por minuto. O participante 2 apresenta uma maior frequência respiratória por possuir uma capacidade pulmonar total reduzida, compensando assim o volume de ar circulante. Sabe-se que o Volume Minuto Respiratório, pode ser calculado através da multiplicação entre o volume corrente e a frequência respiratória. VC X FR= VMR Obtivemos que: Participante 1. 400 X 21 = 8400 ml/min Participante 2. 600 X 16 = 9600 ml/min O padrão esperado é de, aproximadamente, 6000ml/min. Portanto, o volume encontra-se acima da média. Nota-se a compensação citada na frequência respiratória. CONCLUSÃO A partir da análise do experimento, foi possível concluir que, a espirometria permite avaliar a capacidade total pulmonar, a qual é dividida em várias outras capacidades que variam de acordo com o ar expirado e inspirado, sendo especialmente útil a análise dos dados derivados da manobra expiratória forçada. Após o uso da espirometria para a medida de diferentes volumes, foi possível concluir que diferentes tipos de capacidade se inter-relacionam com diferentes volumes, isso foi evidenciado através de cálculos, para achar diferentes capacidades. Desta forma, assim como constatado, a capacidade vital do pulmão completamente cheio é a somatória do volume residual inspiratório, volume residual expiratório, volume corrente a capacidade pulmonar total envolve a somatória do volume residual inspiratório, volume corrente, volume residual expiratório mais o volume residual. A capacidade inspiratória envolve a somatória do volume residual expiratório junto ao volume corrente. A capacidade residual funcional é a soma do volume residual expiratório e o volume residual. Também foi possível concluir através do experimento e dos cálculos, que não é possível medir o volume residual dos pulmões, que é o volume que permanece nos pulmões após a expiração forçada, por isso existe um valor padrão para esse volume. Além disso, diante analise da respiração de pessoas diferentes, concluiu-se que os volumes e capacidades pulmonares variam de individuo para individuo em função da etnia, sexo e altura, e variam em um mesmo individuo em função da idade, existência de doenças, sedentarismo e fumo. REFERÊNCIAS PEREIRA, Carlos Alberto de Castro. Espirometria. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, out. 2002. Available from < http://www.saude.ufpr.br/portal/labsim/wp-content/uploads/sites/23/2016/07/Suple_139_45_11-Espirometria.pdf>. Access on 10 Mar. 2018. BETHLEM, N., 1995. Pneumologia. 4 ed. Editora Atheneu, Rio de Janeiro. GUYTON, A. C. & HALL, J. E.; 2010. Trata-o de Fisiologia Médica. 10 ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.
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