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04_conforto_termico (1)

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TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 1 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
◦ Conforto térmico ◦ 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 2 - 
 
onforto Térmico 
 
 
C
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE CALOR 
PELO CORPO HUMANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ciclo de atividades humanas diárias compreende estados de 
atividade, fadiga e recuperação. É essencial para o homem a 
recuperação da mente e do corpo, através de recreação, repouso e 
sono, para contrabalançar a fadiga mental e física resultante das 
atividades diárias. Este ciclo pode ser, e freqüentemente é, impedido 
por condições climáticas desfavoráveis e o stress resultante causa 
desconforto, perda de eficiência e pode, finalmente, conduzir a um 
colapso na saúde do indivíduo. O efeito do clima sobre o homem é, 
portanto, um fator de considerável importância. 
O desafio que se coloca para o projetista é o de criar as melhores 
condições de clima interior possível, já que é impossível regular as 
condições exteriores. Os ocupantes de uma edificação julgam a 
qualidade do projeto, tanto do ponto-de-vista físico, quanto emocional. 
As sensações acumuladas de bem-estar ou desconforto contribuem 
para o nosso veredicto completo a respeito da casa onde vivemos, 
como da casa, escritório ou fábrica onde trabalhamos. A tarefa do 
projetista é, pois, de lutar para conseguir o conforto total ótimo, que 
pode ser definido como a sensação de completo bem-estar físico e 
mental. Informações significativas foram acumuladas no lado físico, 
mas muito menos relativamente aos aspectos psicológicos 
concernentes ao ambiente que nos cerca. 
Os critérios de conforto total apoiam-se em cada um dos sentidos 
humanos. Os parágrafos seguintes, embora mencionando relações 
subjetivas concernentes aos aspectos psicológicos, enfatizarão o 
conforto térmico humano, que se constitui no problema dominante em 
países de clima tropical. 
O interesse no estabelecimento de critérios de conforto térmico 
remonta, na Europa, ao início do século XIX, iniciando com um 
movimento para modificar as condições existentes na indústria e em 
habitações. Critérios básicos de aquecimento foram inicialmente 
estabelecidos, tendo em vista os acidentes e doenças causadas pelo 
calor e umidade, nas indústrias de mineração, metalurgia e têxteis. 
A resposta humana ao ambiente térmico não depende tão somente da 
temperatura do ar. Já está perfeitamente estabelecido que a 
temperatura do ar, a umidade, a radiação solar e a movimentação do 
ar produzem efeitos térmicos e precisam ser considerados 
simultaneamente na predição das respostas humanas. Para a 
apreciação do efeito destes elementos climáticos, torna-se necessário 
examinar brevemente os processos térmicos básicos do corpo humano. 
 
O corpo humano está continuamente produzindo calor. A maioria dos 
processos bioquímicos envolvidos em trabalhos de construção de 
tecidos, conversão de energia e trabalho muscular são exotérmicos, 
isto é, produtores de calor. Todo o material e energia necessários ao 
corpo são supridos através do consumo e digestão de alimentos. Os 
processos envolvidos na conversão do alimento em matéria viva e em 
formas úteis de energia são conhecidos como metabolismo. 
A produção total de calor através do metabolismo pode ser dividida em 
metabolismo basal, isto é, os processos automáticos de produção de 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 3 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERDAS DE CALOR PELO 
CORPO HUMANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
muscular, que é a produção de calor pelos músculos quando 
desenvolvendo trabalho conscientemente controlado. Da energia total 
produzida no corpo, somente 20% é utilizada, sendo que os restantes 
80% representam calor adicional, que precisa ser dissipado para o 
ambiente. Este excesso de produção de calor varia com a taxa de 
metabolismo e depende da atividade sendo desenvolvida pelo ser 
humano. 
 
A temperatura interna do corpo humano precisa ser mantida em 
equilíbrio em torno de 37ºC. Para que o corpo humano permaneça a 
esta temperatura, todo o calor adicional precisa ser dissipado para o 
ambiente que o circunda. Em caso de haver alguma forma de ganho 
simultâneo de calor, a partir do ambiente (por exemplo, de radiação 
solar ou do ar aquecido), este também precisará ser dissipado. 
O corpo humano pode liberar calor para o ambiente que o circunda por 
convecção, radiação e evaporação - em escala menor, por condução. 
 
Figura 1. As trocas de calor do corpo humano 
 
A convecção se processa através da transmissão de calor para o ar 
em contato com a pele ou vestimenta, que então se eleva e é 
substituído por ar mais frio. A taxa de perdas de calor por convecção é 
incrementada quando ocorrem taxas mais elevadas de movimentação 
do ar, ou uma temperatura do ar mais baixa ou uma temperatura de 
pele mais elevada. 
As perdas de calor por radiação dependem da temperatura da 
superfície corporal e da temperatura das superfícies orientadas para a 
primeira. 
As perdas de calor por evaporação são governadas pela taxa de 
evaporação, que, por seu turno, depende da umidade do ar (quanto 
mais seco o ar, mais rápida é a evaporação) e da quantidade de 
umidade disponível para evaporação. A evaporação se processa nos 
pulmões através do processo de respiração, e na pele na forma de 
transpiração imperceptível e suor. 
A condução depende da diferença de temperatura entre a superfície 
do corpo humano e o objeto com o qual este está em contato. 
 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 4 - 
 
 
MECANISMOS DE 
CONTROLE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O balanço térmico do corpo humano é mostrado pela Figura 2 e pode 
ser expresso por meio de uma equação. Se os fatores de ganho e 
perda de calor são: 
 
Ganhos: 
Met = metabolismo (basal e muscular) 
Cnd = condução (contato com corpos quentes) 
Cnv = convecção (quando o ar está mais quente que a pele) 
Rad = radiação (proveniente do sol, céu e corpos quentes) 
Perdas: 
Cnd = condução (contato com corpos frios) 
Cnv = convecção (quando o ar está mais frio que a pele) 
Rad = radiação (para o céu noturno e superfícies frias) 
Evp = evaporação (de umidade e suor) 
o equilíbrio térmico ocorrerá quando: 
Met - Evp ± Cnd ± Cnv ± Rad = 0 
 
Figura 2. O balanço térmico do corpo humano. 
 
Tão logo esta soma seja maior que zero, ajustes vasomotores serão 
iniciados de modo a incrementar a circulação de sangue junto à pele, 
aumentar o transporte de calor para a superfície do corpo e elevar a 
temperatura da pele - acelerando todas as formas de dissipação de 
calor. De modo inverso, se a equação acima apresentar um resultado 
negativo, a circulação de sangue junto à pele é reduzida, a 
temperatura da pele sofre redução e os processos de dissipação de 
calor são diminuídos. 
No caso de a regulação vasomotora ser ainda insuficiente, com 
continuidade de superaquecimento, será iniciada a produção de suor. A 
taxa de suor pode variar de 20 g/h a 3 kg/h durante períodos de 
esforço físico combinado com efeitos resultantes de ambientes 
aquecidos.Em um ambiente frio, se o subaquecimento continuar apesar do ajuste 
vasomotor, poderão ocorrer tremores violentos, que podem provocar 
um acréscimo de até dez vezes na produção de calor metabólico (por 
curtos períodos). 
Ajustes endócrinos, processando-se ao longo de períodos mais longos, 
constituem o que se denomina de aclimatação. Estes podem envolver 
mudanças na quantidade de calor produzido por metabolismo basal, 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 5 - 
 
 
 
 
FATORES AMBIENTAIS 
AFETANDO O CONFORTO 
TÉRMICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES HUMANOS 
AFETANDO O CONFORTO 
TÉRMICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
um acréscimo na quantidade de sangue (para produzir e manter uma 
vaso-dilatação constante) e um incremento na taxa de suor. 
 
 
Há uma série de fatores ambientais que influenciam nos processos de 
transferência de calor, entre o corpo humano e o ambiente no qual este 
se encontra, e que são determinantes da sensação de conforto térmico. 
O primeiro destes é a temperatura ambiental no qual o corpo se 
encontra. Devido a diferenças entre as trocas de calor por radiação e 
convecção, duas temperaturas devem ser levadas em conta. A primeira 
é a temperatura do ar, que representa a temperatura do meio fluido 
em contato com o corpo. A segunda é a temperatura média radiante, 
que representa o efeito combinado de todas as superfícies visíveis pelo 
corpo, que podem estar a uma temperatura diversa da do corpo r e 
que contribuem para a sensação de conforto ou desconforto. 
O segundo fator ambiental é a umidade relativa (ou percentagem de 
saturação do ar), que se constitui na relação entre o nível de umidade 
do ar e o seu valor máximo, este dependente da temperatura do ar. A 
umidade relativa afeta as perdas de calor por evaporação, 
particularmente devido à secreção de suor. 
O terceiro fator ambiental está relacionado ao movimento de ar e é 
medido pela velocidade relativa média do ar. A movimentação do ar 
afeta tanto as perdas de calor por convecção, como por evaporação. 
Assim, existem quatro parâmetros ambientais a serem considerados: 
temperatura do ar, temperatura média radiante, umidade do ar e 
velocidade relativa do ar. 
 
 
Em adição aos quatro parâmetros ambientais recém discutidos, dois 
fatores adicionais, relacionados ao homem, também tem uma 
participação importante na sensação de conforto. Estes fatores 
humanos são: o nível de atividade e o nível de vestimenta. 
O nível de atividade é uma medida do que o corpo está fazendo - 
correr escada acima, obviamente requer mais energia do que 
permanecer sentado. A expressão do nível de atividade, em termos de 
consumo de energia, é feita na unidade Watt e caracterizada como taxa 
metabólica. Considerando-se que um indivíduo grande geralmente 
consome uma quantidade de energia maior do que um indivíduo 
menor, para realizar o mesmo tipo de atividade, optou-se por 
expressar a taxa de metabolismo em termos da área corporal 
superficial (W/m2). Adicionalmente, uma outra unidade met, também é 
utilizada para expressar a taxa metabólica: 1 met representa o nível de 
atividade de uma pessoa sentada, descansando, com uma taxa 
metabólica de, aproximadamente, 58 W/m2. A baixa eficiência de 
conversão de energia pelo corpo humano implica que quase toda a 
energia da taxa metabólica resulta em calor, o qual precisa ser 
dissipado para o ambiente. A Tabela 1 fornece alguns exemplos de 
taxas metabólicas associadas com certas atividades. 
 
TABELA 1. Exemplos de taxas metabólicas (M) 
 
Atividade Met W/m2
Deitado 0,8 47 
Sentado, quieto 1,0 58 
Atividade sedentária (escritório, 
escola) 
1,2 70 
De pé, relaxado 1,2 70 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 6 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERDAS DE CALOR EM 
DIFERENTES AMBIENTES 
TÉRMICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade leve (fazendo 
compras) 
1,6 93 
Atividade média (trabalho 
doméstico) 
2,0 117 
Atividade intensa (trabalho 
pesado) 
3,0 175 
 
O nível de vestimenta também é importante na definição do conforto 
térmico - quanto maior a quantidade de roupas, maior o isolamento em 
torno do corpo e menores as perdas de calor. As propriedades isolantes 
das vestimentas podem se encontradas de três maneiras: 
- medindo o seu efeito em um indivíduo; 
- medindo o seu efeito em um manequim; 
- medindo o isolamento de cada peça individual e adicionando-os para 
o corpo inteiro. 
 
TABELA 2. Níveis de isolamento de vestimentas 
 
Vestimenta clo m2ºC/W 
Corpo nu 0 0 
Shorts 0,1 0,016 
Traje tropical 0,3 0,047 
Roupas leves de verão 0,5 0,078 
Traje típico de trabalho, em 
ambiente interno 
0,8 0,124 
Traje de inverno em 
ambiente interno 
1,0 0,155 
Traje executivo reforçado 1,5 0,233 
Traje de inverno para 
ambientes frios 
3,0 0,465 
 
Usualmente, os níveis de vestimenta são apresentados em termos do 
efeito global de trajes típicos, expressos em unidades de resistência ao 
fluxo de calor (m2ºC/W). Freqüentemente é usado o valor de clo, onde 
1 clo é o isolamento (resistência) oferecida por uma vestimenta típica 
em condições ambientais interiores no inverno (= 0,155 m2ºC/W). A 
Tabela 2 mostra o efeito de isolamento conjunto de alguns trajes. 
 
 
Na classificação de climas tropicais, foi assinalada a importância de 
quatro fatores básicos que afetam diretamente o conforto humano: 
temperatura do ar, umidade, movimentação do ar e radiação. A 
importância destes fatores é óbvio: cada um deles influencia de algum 
modo os processos de troca de calor entre o corpo humano e o seu 
ambiente; cada um deles pode auxiliar ou impedir a dissipação de calor 
adicional produzido pelo corpo humano. Por exemplo, uma temperatura 
de ar elevada se constitui em um obstáculo definido para a dissipação 
de calor por convecção (ela pode até mesmo determinar um ganho de 
calor, quando o ar for mais quente que a pele), e simultaneamente, 
uma umidade elevada pode impedir perdas de calor por evaporação. 
Os parágrafos seguintes examinarão a maneira pela qual cada uma 
destas quatro variáveis climáticas afetam os processos de dissipação 
de calor pelo corpo humano, para diferentes condições ambientais. 
 
 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 7 - 
 
 
 
CONDIÇÕES DE AR 
MODERADAMENTE 
QUENTE E CALMO + 
UMIDADE MODERADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONDIÇÕES DE AR 
QUENTE E RADIAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONDIÇÕES DE AR 
QUENTE, RADIAÇÃO E 
APRECIÁVEL 
MOVIMENTAÇÃO DO AR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em um clima temperado, em ambientes interiores, quando a 
temperatura do ar está em torno de 18ºC, estando o ar calmo, isto é, a 
velocidade do ar não excedendo a 0,25 m/s, e estando a umidade do ar 
compreendida entre 40 e 60%, uma pessoa que esteja envolvida em 
trabalho sedentário dissipará o excesso de calor, sem qualquer 
dificuldade, segundo as seguintes rotas: 
- por radiação 45% 
-por convecção 30% 
- por evaporação 25% 
admitindo-se que as temperaturas das superfícies envolvendo o 
ambiente sejam aproximadamente equivalentes a do ar ambiente. 
 
 
Em condições normais, a temperatura da pele humana oscila entre 31 
e 34 ºC. À medida que a temperatura do ar se aproxima da 
temperatura da pele, as perdas de calor por convecção diminuem 
gradualmente. A regulaçãovasomotora aumentará a temperatura da 
pele até o limite superior (34ºC), mas quando a temperatura do ar 
atinge este ponto, deixa de haver perda de calor por convecção. 
Enquanto a temperatura média das superfícies circundantes se 
mantiver abaixo da temperatura da pele, ocorrerá alguma perda de 
calor por radiação, no entanto à medida que a temperatura das 
superfícies for aumentando, haverá diminuição das perdas de calor por 
radiação. O calor radiante, com origem no sol ou em um corpo quente - 
um radiador ou uma lareira - pode se constituir em um fator de ganho 
de calor substancial. 
Enquanto tantos os elementos convectivos e radiantes, integrantes do 
processo de troca de calor, forem positivos, o equilíbrio térmico 
corporal será mantido por evaporação (mas somente por evaporação) 
até um determinado limite, desde que o ar seja suficientemente seco 
para permitir uma alta taxa de evaporação. 
 
 
Quando o ar for quente (com temperatura igual ou superior à da pele), 
tal que o fator convecção seja positivo, quando a temperatura das 
superfícies envolventes for elevada ou exista uma fonte substancial de 
calor radiante, de modo que o fator radiante seja também positivo, e 
quando o ar for úmido (mas com menos de 100% de umidade 
relativa), a movimentação do ar acelerará a evaporação, assim 
aumentando a dissipação de calor, mesmo quando a temperatura do ar 
circulante seja superior à temperatura da pele. Este mecanismo ocorre 
da seguinte forma: se o ar tiver uma umidade relativa de, 
aproximadamente 90%, ele absorverá alguma umidade da pele por 
evaporação, mas a fina (1 a 2 cm) camada de ar em contato imediato 
com a pele breve se tornará saturada e este ar saturado impedirá 
qualquer evaporação adicional da pele. O ar circulante removerá este 
envelope de ar saturado, de tal maneira a possibilitar a continuidade do 
processo de evaporação. Estima-se que, para pressões de vapor acima 
de 2000 N/m2, cada incremento de 1 m/s na velocidade do ar 
compensará o acréscimo de 300 N/m2 na pressão de vapor. 
No instante em que o ar estiver completamente saturado e mais 
quente que a pele, a movimentação do ar apenas aumentará a 
sensação de desconforto e o ganho de calor. Felizmente, tais condições 
são raramente encontradas na natureza. Mesmo em regiões quente-
úmidas, as umidades mais elevadas ocorrem quando a temperatura do 
ar está abaixo da temperatura da pele, enquanto que as temperaturas 
mais elevadas são acompanhadas por umidades moderadas. 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 8 - 
 
 
 
 
CONDIÇÕES DE AR 
PARADO SATURADO, 
ACIMA DA TEMPERATURA 
DO CORPO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS DE UMA 
EXPOSIÇÃO 
PROLONGADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VARIÁVEIS SUBJETIVAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consideremos uma situação onde a temperatura do ar e a temperatura 
das superfícies circundantes estejam acima da temperatura da pele 
(acima de 34ºC), onde não ocorra qualquer movimentação apreciável 
de ar (menos de 0,25 m/s) e onde a umidade relativa esteja próxima 
de 100%. A sudação será intensa, mas não ocorrerá evaporação. 
Haverá ganho de calor por convecção e radiação. Assim, por menor 
que seja a produção metabólica de calor, todos os elementos na 
equação de balanço térmico serão positivos. 
A temperatura do corpo começará a crescer, e quando a temperatura 
interna do corpo humano for acrescida de 2, ou, no máximo, 3ºC, o 
corpo humano entrará em colapso térmico. Este constitui-se em uma 
falha de circulação, seguida por um rápido crescimento na temperatura 
interna do corpo humano. Quando esta atinge 41ºC, o corpo entra em 
como e a morte é iminente. Quando a temperatura interna atinge 
45ºC, a morte é irreversível. 
Tais condições são muito raras na natureza, mas ocorrem facilmente 
no interior de edificações mal projetadas e se não houver um controle 
adequado pelos recursos (estruturais, ventilação, sombreamento) 
disponíveis. 
 
 
Mesmo que as condições não sejam tão ruins para produzir tais efeitos 
drásticos imediatos, a exposição prolongada à condições de desconforto 
pode resultar em efeitos adversos. Mesmo que os mecanismos de 
controle fisiológico possam manter a vida (por exemplo, através de 
uma constante taxa elevada de sudação e permanente vaso-dilatação), 
haverá uma considerável perda de eficiência de trabalho, associada 
com desgaste físico. 
Fatores que poderiam proporcionar alívio imediato, tais quais uma 
velocidade de vento elevada, podem eles próprios constituir causa de 
irritação e desconforto, quando ocorrentes por períodos prolongados. 
Condições que são perfeitamente confortáveis podem produzir efeitos 
adversos se constantes, quando não ocorrerem quaisquer mudanças 
por períodos prolongados. Uma das necessidades humanas básicas é a 
mudança e a variação, um fato que foi ignorado por pesquisadores 
por certo tempo. Este ponto se torna particularmente sensível em 
ambientes controlados mecanicamente, como em edificações com 
sistemas de ar condicionado central, onde as condições ambientais 
podem ser, e freqüentemente são, mantidas constantes dentro de 
limites muito próximos. O que o projetista deve almejar é uma faixa de 
condições de conforto, dentro da qual variações mais amplas sejam 
possíveis. Felizmente, em edificações sem controles ambientais 
mecânicos, tais variações podem ser produzidas pela variação diária 
dos elementos climáticos. 
 
 
A sensação de conforto ou desconforto depende, fundamentalmente, 
das quatro variáveis discutidas anteriormente. As preferências 
térmicas, no entanto, são influenciadas por vários fatores subjetivos ou 
individuais. 
A vestimenta pode variar a critério do indivíduo. Uma pessoa vestindo 
um traje executivo normal e roupas íntimas de algodão vai exigir uma 
temperatura aproximadamente 9ºC inferior do que um corpo nu. 
A aclimatação já foi referida no item 4. Se exposto a um novo conjunto 
de condições climáticas, o corpo humano alcançará um ajuste completo 
em aproximadamente 30 dias e ao final deste período as preferências 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 9 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
 
 
QUESTIONÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
térmicas do indivíduo terão mudado. Uma pessoa em Londres pode 
preferir uma temperatura interior média de 18ºC, mas após passar 
alguns meses em Salvador, pode achar a mesma temperatura muito 
fria, preferindo uma temperatura em torno de 25ºC. 
Idade e sexo podem influenciar as preferências térmicas: o 
metabolismo da pessoa idosa é mais lento, assim ela normalmente 
prefere temperaturas mais elevadas. A mulher também possui uma 
taxa metabólica levemente mais lenta que a do homem; a sua 
preferência, em média, se dá por temperaturas 1ºC acima daquelas 
preferidas por pessoas do sexo masculino. 
O formato do corpo, isto é, a relação superfície/volume, também 
exerce influência. Uma pessoa magra e alta possui uma superfície 
corporal específica muito superior a de uma pessoa baixa e corpulenta 
de mesmo peso, e pode dissipar mais calor, tolerando temperaturas 
mais elevadas. 
A gordura subcutânea, isto é, a gordura sob a pele, constitui um 
excelente isolante térmico. Uma pessoa gorda necessita um ambiente 
mais frio para dissipar a mesma quantidade de calor. 
O estado de saúde também influencia nas exigências térmicas. Em 
pessoas doentes a taxa de metabolismo pode crescer, mas o 
funcionamento apropriado dos mecanismos de regulação pode estar 
alterado. A faixa de temperaturas toleráveis pode ser mais estreita. 
Comidase bebidas de determinados tipos podem afetar a taxa de 
metabolismo, o que, inclusive, pode explicar a diferença em dietas 
entre povos que vivam em climas tropicais e árticos. 
A coloração da pele pode influenciar nos ganhos de calor por radiação. 
Foi demonstrado que a pele mais clara reflete aproximadamente três 
vezes mais a radiação solar que a pele mais escura. A pele clara, 
entretanto, é substancialmente mais vulnerável à queimaduras de pele, 
úlceras, câncer e outros danos causados pelo sol. A pele escura contém 
uma quantidade apreciavelmente maior do pigmento melanina, o qual 
previne a penetração dos danosos raios ultravioleta. A pele escura 
também aumenta a emissão de calor pelo corpo na mesma proporção 
que afeta a absorção. Assim, a cor da pele não exerce efeito sobre as 
preferências térmicas, mas é mais resistente aos efeitos danosos dos 
raios solares. 
 
 
KOENIGSBERGER, O.H., INGERSOLL, T.G., MAYHEW. A. e SZOKOLAY, 
S.V. Manual of Tropical Housing and Building. Part 1, Climatic Design. 
Longman, London. 1980. 
PITTS, A.C. Notas de aula. Universidade de Sheffield, Sheffield. 1985. 
 
 
1. Quais são os fatores ambientais a afetar o conforto térmico? 
Comente um deles 
2. Que formas de dissipação de calor podem ser empregadas pelo 
corpo humano? De que fatores depende cada uma delas? 
3. Escreva a equação de balanço térmico para o corpo humano e 
identifique as variáveis que compõem a equação. 
4. Qual a diferença entre metabolismo basal e metabolismo muscular? 
5. . Quais são os fatores humanos a afetar o conforto térmico? 
Comente um deles. 
6. Comente sobre os processos de dissipação de calor pelo corpo 
humano, para uma condição ambiental de ar parado saturado, acima 
da temperatura do corpo. 
 
TÉRMICA 
 
 
Conforto Térmico - 10 -

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