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Filosofia%2c Educação e Cuidado de Si

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Filosofia, Educação e Cuidado de Si.
Filosofia e Espiritualidade
Educação e Filosofia – construção do sujeito e da subjetividade.
Filosofia como algo que pode favorecer transformações substantivas no indivíduo e na sociedade ou Filosofia como lugar de respostas definitivas e acabadas? 
Educar para a erudição ou para a formação e a cultura de si? 
Privilegiar a adesão e a adequação a modelos a nós sugeridos, ou impostos, ou, tentar, contínua e permanentemente, a promoção da liberdade e a consolidação da autonomia? 
Hermenêutica do sujeito e a Filosofia antiga 
Cursos de Foucault – pesquisa sobre o pensamentos filosófico clássico, sobre o conhecimento.
Discussão do “Problema ‘Sujeito e Verdade’”.
Práticas de Si – autoconscientização do Sujeito.
Exercício de Poder Político, Cidadania.
Momento Cartesiano, desvalorização do Cuidado de Si.
“Cogito Ergo Sum”
“Conhece-te a ti mesmo.” Cuidado de si.
CUIDADO DE SI E CONHECIMENTO DE SI NÃO SE DESVINCULAM. 
O CONHECIMENTO DE SI É UMA DAS FORMAS DO OCUPAR-SE CONSIGO MESMO E, PORTANTO, A ELE SE SUBORDINA.
Importância do Pensamento e do exemplo de Sócrates.
Ao estimular os outros a se ocuparem consigo próprios, Sócrates cumpre uma ordem divina, uma tarefa, um ofício a ele determinado pelos deuses.
Ao se ocupar com os outros, de certa forma, Sócrates não se ocupa de si
e não se importa com algumas atividades que lhe poderiam ser proveitosas, como carreira política, fortuna etc., para assumir o lugar de mestre. 
Diálogo entre Alcebíades e Sócrates
Desejo de Alcebíades de Governar a Cidade.
Ocupar-se Consigo para o Exercício do Bom Governo.
Alcibíades quer assumir o governo dos outros, mas não possui a mesma riqueza nem a mesma educação de seus adversários. 
“Tempo para cuidar de si, para tomar-se nas mãos, para ter tempo para si, para olhar-se para si mesmo. Diante da ignorância e da ignorância de si, necessário ocupar-se consigo para conhecer-se a si mesmo e, assim, bem governar a cidade.”
Diálogo entre Alcebíades e Sócrates
Cuidado de Si fundamental para a formação do Jovem (Pensamento Socrático). Diferente do pensamento Helenístico – voltado à construção contínua do sujeito.
O cuidado de si aparece vinculado ao poder, à questão política porque condição de exercício do governo dos outros.
Por outro lado, a necessidade de cuidar de si é, neste caso, associada ao
reconhecimento de uma insuficiência da educação. 
Exercício de ser Cidadão, Função da Educação.
Sujeito e Objeto ao mesmo tempo. Ocupar-se consigo mesmo. Cuidado de Si.
“És tu que te ocupas e é de ti que tu te ocupas.” 
“Não se pode cuidar de si sem passar pelo mestre, não há cuidado de si
sem a presença de um mestre. Porém, o que define a posição do mestre
é que ele cuida do cuidado que aquele que guia pode ter de si mesmo.” 
Relação entre Ética, Política e Educação. Não ligada a uma ordem definida.
“A essa altura pode-se ver a relação entre ética, política e educação expressa no diálogo. Alcibíades deve ocupar-se consigo (ética) para bem
governar a pólis (política). Essa
relação, entretanto, é posterior à outra que a fundamenta
e alicerça: a relação amorosa,
pedagógica, entre mestre e discípulo. A política exige a ética
e, ambas, a pedagogia”
Modificações do Pensamento Socrático por Foucault.
Cuidado de Si - “princípio geral e incondicional”, importante a todos durante toda a vida.” Todos “entre aspas”52, porque próprio de uma elite, de pessoas que têm condições culturais, econômicas e sociais. 
O cuidado de si é, ele próprio, a meta inapelável - Não é mais estreitamente vinculado a uma finalidade exterior, como a educação ou a política, o governo dos outros. O eu de que se deve cuidar é a finalidade última do imperativo. “Por que se cuida de si? Não pela cidade. Por si mesmo.”
O cuidado de si não exclui o conhecimento de si, este último se inscreve em um “conjunto bem mais vasto”.
Modificações do Pensamento Socrático por Foucault. Consequências. 
Acentuação da dimensão crítica do cuidado de si. Melhoramento constante do sujeito.
Práticas de Si e a Medicina ou o avanço desta.
Importância e o valor agora atribuídos à velhice. Nova relação com o tempo.
Na espiritualidade, na Filosofia antiga, a verdade não é dada ao sujeito; o sujeito, tal como é, não tem o direito à verdade nem capacidade de
acessá-la; não é o simples ato de conhecimento ou a estrutura subjetiva
que garante o alcance da verdade. 
Ao contrário, importa a modificação do sujeito. Este tem de pagar
um preço, tem de se modificar, tem de ser outro para ter direito à verdade. A espiritualidade impõe a necessidade de uma conversão, pelo amor (eros) e pelo “trabalho de si para consigo”, pela elaboração de si mesmo, pela ascese (áskesis).
Na volta aos antigos, Foucault reencontra uma forma de Filosofia ou de filosofar, até certo ponto, estranha ao nosso tempo. No reencontro de Foucault, talvez encontremos uma sugestão, bastante pertinente e oportuna a um tempo como o nosso que, além de inventar artimanhas para conformar e capturar nossa subjetividade, nos afasta de uma tarefa tão fundamental quanto intransferível: a construção, permanente e contínua, de nós próprios. 
Talvez encontremos, ainda, a valiosa provocação de que à Filosofia ou ao ensino de Filosofia ou à própria educação deve-se reservar a tarefa de estimular a busca do saber, mas também e, sobretudo, o compromisso de convidar, aluno e professor, a um retorno a si mesmos apto ao exercício da liberdade de estilizar a própria existência.

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