FLP0439 Processo e Atores na Política Internacional Contemporânea Prof. João Paulo Candia Veiga DCP USP 1

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Universidade de São Paulo - USP 
 
Instituto de Relações Internacionais - IRI 
 
Processos e Atores na Política Internacional Contemporânea - FLP0439 
 
Primeiro Semestre de 2017 
 
Segunda-feira - 13:30 hs – 17:10 hs 
 
Professor: João Paulo Cândia Veiga 
candia@usp.br 
jpcandiaveiga@gmail.com 
 
Ementa: A disciplina discute a ascensão de atores não estatais na política internacional 
em arenas transnacionais e processos decisórios que acontecem fora do alcance da 
soberania do Estado, e de seus agentes, as Organizações Internacionais. O foco da 
discussão está direcionado à constituição de arenas transnacionais público-privadas, à 
ascensão de empresas e ONGs como provedores de regulação e governança. Apesar do 
consenso em torno da importância do tema, as interpretações variam no que diz 
respeito às abordagens teóricas e conceituais, ao alcance do fenômeno, seus impactos 
e resultados verificáveis. Para alguns, o fenômeno da regulação/governança privada 
compete com o sistema de Estados e OIs. Para outros, há complementaridade, uma 
‘divisão de trabalho’ entre governos e setor privado/terceiro setor. Para um terceiro 
grupo de autores, os Estados e OIs lideram a cooperação público-privada. O fato é que 
as três abordagens reconhecem a ascensão dos atores não estatais e procuram 
desenvolver agendas de pesquisa a esse respeito que tragam maior alcance e 
profundidade para análise para o fenômeno que marca a área de Relações 
Internacionais no século XXI. 
 
Aula: expositiva com seminários, apresentação em grupo, resenhas críticas e exercícios 
em classe. 
 
Avaliação: prova escrita dissertativa sem consulta (40%), apresentação em sala, 
exercícios, pesquisa (30%), e trabalho entregue no final do semestre (30%). 
 
ROTEIRO DAS AULAS 
Abordagens teóricas e 
metodológicas 
Ciência Política e Relações Internacionais, Direito, 
Economia, Sociologia 
Conceitos em ascensão Arena Transnacional, Governança Transnacional, 
Regulação Privada, Autoridade Privada 
‘Modelos’ analíticos Orquestração, Regulação Global, NSMDGV, 
Governança Global, Complementaridade Institucional 
Issues/temas Meio ambiente, trabalho, Direitos Humanos, 
Segurança Coletiva, Segurança Alimentar 
Estudo de caso Indústria/setor, empresa, ONG-empresa, ONG-
empresa-governo, ONG-empresa-governo-OI 
Aula 1 (06/03/2017) – Apresentação da Disciplina 
 
Aula 2 (13/03/2017) – Abordagens Teóricas 
 
Santos, Vinícius Neves dos (2017). Regulação Público-privada e Mudança do Clima: a 
Influência dos Padrões Privados Relativos à Emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs), 
Dissertação de Mestrado, 105 páginas, IRI-USP, cap. 1. 
Hale, Thomas & David Held (2011). “Editor´s Introduction: Mapping Changes in 
Transnational Governance” in Handbook of Transnational Governance – Institutions 
and Innovation, Polity Press, UK, p. 1-36. 
 
Segunda parte da aula: exercício em grupo 
 
 
Aula 3 (20/03/2017 ). Arenas Transnacionais 
 
Barbosa, Luisa Nogueira e Valesca Raizer Borges Moschen (2016). “O direito 
transnacional (“Global Law”) e a crise de paradigma do estado-centrismo: é possível 
conceber uma ordem jurídica transnacional? Revista de Direito Internacional,Vol 13(3), 
p. 146-159. 
 
Wolfers, Arnold (1962)."The Actors in International Politics”. In Discord and 
Collaboration: Essays on International Politics.Baltimore: Johns Hopkins University 
Press, pp. 10-16, e 19-24. 
 
Josselin, Daphné and William Wallace (2001). "Non-State Actors in World Politics: A 
Framework." In Non-State Actors in World Politics, edited by Josselin and Wallace.New 
York: Palgrave, pp: 1-14. 
 
Strange, Susan (1976). “The Study of Transnational Relations” International Affairs, Vol 
52(3), p. 333-345. 
 
Huntington, Samuel (1973). “Transnational Organizations in World Politics”, World 
Politics, Vol 25(3), p.333-368. 
 
Keohane, Robert O. and Joseph S. Nye (2001). "Chapter 2: Realism and Complex 
Interdependence." In Powerand Interdependence. 3rd edition. New York: Addison 
Wesley Longman, pp: 20-32. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): 
 
Kaiser, Karl (1971). "Transnational Relations as a Threat to the Democratic 
Process."International Organization vol.25 no.3, pp: 706-720. 
 
Lacher, Hannes (2003). “Putting the State in Its Place: the critique of state-centrism 
and its limits”. Review of International Studies, 29, pp: 521–541. 
 
 
Aula 4 (27/03). Regulação/Governança Privada 
 
 
Büthe, Tim (2010). "Private Regulation in the Global Economy: A (P)Review." Business 
and Politics vol.12, no.3 p: 1-38, e 6-20. 
 
Rudder, Catherine E. Private Governance as Public Policy: A Paradigmatic Shift. The 
Journal of Politics, Vol. 70, No. 4, October 2008, p. 899–913. 
 
Roger, Charles e Peter Dauvergne (2016). “The Rise of Transnational Governance as a 
Field of Study”, International Studies Review 2016 (0), p. 1-23. 
Bartley, Tim (2016). A Substantivist-Political Theory of Transnational Private 
Regulation, draft for SASE, 31 páginas. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): 
 
Bartley, Tim (2003). "Certifying Forests and Factories: States, Social Movements, and 
the Rise of Private Regulation in the Apparel and Forest Products Field." Politics & 
Society vol.31 no.3, pp: 433-464. 
 
 
Aula 5 (03/04). Autoridade Privada 
 
Cutler, Clair, Virgínia Haufler e Tony Porter (1999). “Private Authority and International 
Affairs” in Clair Cutler, Virgínia Haufler e Tony Porter (Eds.) Private authority and 
International Affairs, State University of New York Press, capítulo 1, p. 3-28. Disponível 
no www.books.google.com.br. 
 
Hall, Rodney Bruce and Thomas J. Biersteker (2002)."The Emergence of Private 
Authority in the International System." In Hall and Biersteker, eds., pp: 3-22. 
 
Büthe, Tim (2004). "Governance through Private Authority? Non-State Actors in World 
Politics."Journal of International Affairs (New York) vol.58 no.1, pp: 281-290. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): 
 
Haufler, Virginia (2009). "The Kimberley Process, Club Goods, and Public Enforcement 
of a Private Regime." In Voluntary Programs: A Club Theory Perspective, edited by 
Matthew Potoski and Aseem Prakash. Cambridge, MA: MIT Press, pp: 89-105. 
 
10/04 – Semana Santa – não haverá aula 
 
Aula 6 (17/04). ‘Modelos’ de Análise: Ciência Política e Relações Internacionais 
 
Mattli, Walter e Nagaire Woods (2009). “In Whose Benefit? Explaining Regulatory 
Change in Global Politics”, Walter Mattli e Nagaire Woods (Eds.) The Politics of Global 
Regulation, Princetion University Press, Princeton, p. 1-43. 
 
Green, Jessica (2017). Transnational delegation in global environmental governance: 
When do non-state actors govern?, Regulation & Governance, publicado em 27 de 
fevereiro. 
 
Börzel, Tanja e Thomas Risse (2010). “Governance without a state: Can it work?” 
Regulation & Governance, Vol.4, n. 2, p. 113–134. 
 
Abbott, Keneth & Snidal, Duncan (2010). “International Regulation without International 
Government: Improving IO performance through Orquestration” in Review of 
International Organization 5: pp. 315-344. 
Veiga, João Paulo Cândia & Zacareli, Murilo Alves (2015). “Regimes Internacionais – do 
intergovernamental público às arenas transnacionais público-privadas”, História e 
Cultura, Vol. 4, n. 1, p. 302-318. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): exercício 
 
 
Aula 7 (24/04). ‘Modelos’ de Análise: Direito e Economia Internacional 
 
Büthe, Tim, and Walter Mattli (2011). New Global Rulers: The Privatization of 
Regulation in the World Economy. Princeton: Princeton University Press, capítulos 3 e 
5, pp: 42-122. 
 
Thorstensen, Vera et al. (2013). “Sistemas de Regulação do comércio internacional em 
confronto: o marco dos Estados e o marco das transnacionais” in Política Externa, v. 
21, n. 4, abr/jun 2013. 
 
Thorstensen, Vera & Andreia Costa Vieira(2015). Regulatory Barriers to Trade – TBT, 
SPS and Sustainability Standards, Centro de Estudos do Comércio Global e 
Investimento, FGV-SP, 146 páginas. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): 
 
Badin, Michelle Raton Sanchez e Marina Yoshimi Takitani (2016). “Um Estranho no 
ninho? Padrões Privados no Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio da OMC”, 
Revista de Direito Internacional, Vol.13, n. 3, p. 191-209. 
 
01/05 – Dia do Trabalho – não haverá aula 
 
Aula 8 (08/05). ‘Modelos’ de Análise: Sociologia e Economia Institucional 
 
Keck, Margaret and Kathryn Sikkink (1998). "Transnational Advocacy Networks in 
International Politics: Introduction." In Activists Beyond Borders: Advocacy Networks in 
International Politics, Cornell University Press, Ithaca, pp: 1-38. 
 
Cashore, Benjamin (2002). “Legitimacy and the Privatization of Environmental 
Governance: How Non-state Market-driven Governance System Gain Rule-making 
Authority”, disponível em yale.edu/.../pdfs/2002/02_new_gove_nmsd.pd 
Prakash, Aseem and Potoski, Matthew (2010). “The International Organization for 
Standardization as a Global Governor: a Club Theory Perspective”, in Debora D. Avant, 
Martha Finnemore, and Susan K. Sell (Eds.) Who Governs the Globe?, Cambridge 
University Press, Cambridge, UK, p. 72-101. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): 
 
Reynolds, Laura T. (2017). “Bridging North/South divides through consumer driven 
networks” editado por Margit Keller,Bente Halkier,Terhi-Anna Wilska,Monica 
Truninger, Routledge Handbook on Consumption, New York. Disponível em 
www.books.google.com.br. 
 
MacDonald, Kate (2011). “The Fair Trade System” in Thomas Hale and David Held 
Handbook of Transnational Governance, Polity Press, pp. 252-258. 
Bartley, Tim et al. (2015). “Rules, Responsabilities, and Rights in the Global Economy” 
in Looking behind the Label: Global Industries and the Conscientious Consumer, Indiana 
University Press, Bloomington, p. 2-25. Disponível em www.books.google.com.br. 
 
 
 
Aula 09 (15/05). PROVA INDIVIDUAL SEM CONSULTA. 
 
 
Aula 10 (22/05). Casos: Trabalho 
 
Locke, Richard; Amengual, Matthew; Manglav, Akshay (2009).“Virtue out of Necessity? 
Compliance,Commitment, and the Improvement of Labor Conditions in Global Supply 
Chains” in Politics Society Vol. 37 No. 3, September. pp. 319-35. 
 
Fransen, Luc (2011). “Why do private Governance Organizations Not Converge? A 
Political-Institutional Analysis of Transnational Labor Standards Regulation” in e_ 
Governance: An International Journal of Policy, Administration, and Institutions, Vol. 
24, No. 2, april 2011, pp. 359–387. 
 
Apresentação individual em sala (segunda parte da aula): 
 
Veiga, João Paulo Cândia e Katiuscia Galhera Moreno (2014). “Monitoring Precarious 
and Forced Labour in Brazil: Sweatshops in São Paulo from a Gender Perspective” in 
Roger Banplain (Ed.) BULLETIN FOR COMPARATIVE LABOUR RELATIONS Protecting 
Labour Rights in a Multi-polar Supply Chain and Mobile Global Economy,n. 89, p. 
Kluwer Law International, The Netherlands, p. 7-30. 
 
Veiga, 
Aula 11 (29/05). Casos: Meio Ambiente 
 
Green, Jessica (2010). “Private Standards in the Climate Regime: The Greenhouse Gas 
Protocol” Business and Politics, Vol. 12, Issue 3, pp. 1-36. 
 
Veiga, João Paulo Cândia e Pietro Carlos Rodrigues (2016). “Arenas Transnacionais, 
Políticas Públicas e Meio Ambiente”, Ambiente & Sociedade, Vol (19) 4, p. 1-22. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): exercício 
 
Aula 12 (06/06). Casos: Direitos Humanos 
 
Lafont, Cristina (2010). “Accountability and Global Governance: challenging the state-
centric conception of human rights”. Ethics & Global Politics.Vol. 3, No. 3, pp. 193-215. 
 
Apresentação em sala (segunda parte da aula): 
 
Meyer, William H. (1996). "Human Rights and MNCs: Theory versus Quantitative 
Analysis." Human Rights Quarterly vol.18 no.2, pp: 368-397. 
 
Smith, Jackie, Melissa Bolyard, and Anna Ippolito (1999). "Human Rights and the Global 
Economy: A Response to Meyer." Human Rights Quarterly vol.21 no.1, pp: 207-219. 
 
Meyer, William H. (1999). "Confirming, Infirming, and 'Falsifying' Theories of Human 
Rights: Reflections on Smith, Bolyard, and IppolitoThrough the Lens of Lakatos." 
Human Rights Quarterly vol.21 no.1, pp: 220-228. 
 
Aula 13 (13/06). Outros casos: 
 
Responsible Care, ISO 14.001, Forest Stewardship Council, internet 
 
Aula 14 (20/06). Outros Casos: 
 
Peacekeeping, Codex Alimentarius, Cadeias Globais (Café, Soja, biofuels e Palma), 
Terceirização do conflito (guerra) 
 
Novos casos sem regulação/governança (local, nacional, transnacional, internacional): 
veículo autônomo, drones, alimentos sintéticos, deep web, inteligência artificial 
 
Aula 15 (27/06). Fechamento 
	Reynolds, Laura T. (2017). “Bridging North/South divides through consumer driven networks” editado por Margit Keller,Bente Halkier,Terhi-Anna Wilska,Monica Truninger, Routledge Handbook on Consumption, New York. Disponível em www.books.google.com.br.
	Bartley, Tim et al. (2015). “Rules, Responsabilities, and Rights in the Global Economy” in Looking behind the Label: Global Industries and the Conscientious Consumer, Indiana University Press, Bloomington, p. 2-25. Disponível em www.books.google.com.br.