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ANÁLISE DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DO RAMO DE ÁGUA MINERAL DRIELLY ALMEIDA DA SILVA drielly_as@hotmail.com MATHEUS GRIGORINI matheusgrigorini@gmail.com PAULO RODRIGUES pauloledger@outlook.com A classificação da empresa é de extrema importância para analisar o comportamento do processo produtivo. Através dessa analise é possível identificar erros e falhas no sistema que são imperceptíveis a meras observações visuais. A pesquisa de campo também auxilia no reconhecimento destes problemas já que atenta as percepções da mão de obra trabalhadora. No estudo de caso a empresa foi classificada como sendo de pequeno porte e baixo mix de produtos, o processo de produção é intermitente e a produção é do tipo linear, trabalham com padronização de seus produtos e sua estratégia de atendimento da demanda é do tipo Make to Stock. Quanto ao mix de produto não há variação nos processos. Os problemas identificados no sistema foram o fluxo de informação entre os colaboradores e o atraso do transporte do produto acabado até o estoque. Após a identificação dos problemas da empresa estudada os dados foram classificados segundo MacCarthy e Fernandes (Caracterização: Geral, do Processo, do Produto e da Montagem). Foi possível identificar o sistema de planejamento e controle da produção e constatar que neste caso o ideal para a empresa estudada é utilizar uma planilha para controlar a taxa de fluxo. A planilha permite trabalhar com variações de faltas, da demanda e de horas extras que podem auxiliar o planejamento. Palavras-chave: empresa, processo, planejamento 1. Introdução A competitividade do mercado vem aumentando com o passar dos anos e as empresas estão à procura de ferramentas que possam aperfeiçoar o modo como realizam o seu processo produtivo. Através desta necessidade estudiosos iniciaram pesquisas para otimizar o sistema de produção de forma que alavanca-se os lucros e diminui-se os custos e despesas que não agregavam valor ao produto. Nestes estudos foram criadas diversas ferramentas que poderiam ser aplicadas nas empresas para que pudesse satisfazer as perspectivas de crescimento que os empresários necessitavam. Mas notou-se que nem todas as ferramentas se adequavam a certos sistemas de produção e então surgiu a ideia da classificação dos processos para identificar sua real necessidade e que ferramentas e operações poderiam ser implantadas no mesmo. Um dos principais problemas das empresas eram o planejamento e o controle da produção. A necessidade deste departamento surgiu através do corte de gastos desnecessários (por exemplo: a estocagem de matérias) e o atendimento da demanda do produto. O estudo do processo é fundamental para se classificar as suas necessidades e identificar qual será a melhor maneira de planejar e controlar a produção para minimizar os custos e atender de forma eficiente a demanda do produto. 2. Referencial teórico 2.1. Sistema Produtivo e sua evolução Ao longo dos anos, empresas vêm se aprimorando a fim de reduzir custos e aumentar lucros. Devido a este anseio, iniciou-se uma evolução de conceitos e práticas. Dentre estes conceitos que sofreram esta evolução, está o chamado sistema de produção. Sistema de produção ou Sistema produtivo, segundo Fernandes e Godinho Filho (2010) é um conjunto de elementos inter-relacionados que são utilizados a fim de gerar um produto final que tenha um valor que supere o valor dos elementos juntos. Sipper e Bulfin (1997) simplifica o conceito afirmando que Sistema Produtivo é tudo o que transforma input em output com valor inerente. Na Figura 1 é apresentado a relação de Sipper e Bulfin citada, nela é possível verificar os recursos de entrada (input), a transformação que ocorre neles e a saída do produto ou serviço finalizado (output) existente no Sistema produtivo. Figura 1: relação input transformação output Fonte: Slack et al. (2002) Para melhor visualização dos tipos de Sistemas de Produção que existiram e sofreram evoluções com o passar do tempo, é apresentado a seguir o Quadro 1, contendo as características dos tipos de Sistema de Produção existentes a partir da antiguidade. Quadro 1: Evolução do Sistema Produtivo e suas características Tipo de Sistema de Produção Característica Sistema de Produção Antigo Utilizado pelos sumérios com o registro de estoques, com os egípcios na construção das pirâmides, com os hebreus, gregos e outros povos da antiguidade. Sistema Feudal Produto da Idade Média, também conhecido pela produção doméstica. Sistema Europeu Teve início durante o Renascimento e sofreu uma alavancada durante a Revolução Industrial e a corrida pela divisão e Recursos de entrada a serem transformados Materiais Informação Consumidores Instalações Pessoal Recursos de entrada de transformação Recebem ações Agem sobre Recursos de entrada (input) Processos de transformação O uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir outputs. Saídas de produtos e serviços (output) Consumidores especialização do trabalho. Sistema Americano Teve início por volta de 1800, a qual criou-se a indústria de máquinas e ferramentas. Em 1913 teve um marco com a criação da linha de montagem móvel cadenciada mecanicamente com peças do veículo intercambiáveis de Ford, e através de Taylor foi dado importância à melhoria da gestão de processo. Fonte: Fernandes e Godinho (2010) A partir da criação da produção em longa escala o Sistema Americano passou a ser chamado de Sistema de produção orientado à produção. Neste tipo de Sistema não havia praticamente nenhuma influência do cliente/consumidor e a eficiência era crucial nas empresas. Então, a partir do século XX, houve transformações influenciadas pelo mais novo mercado competitivo, o que gerou a substituição do foco das empresas, que passou a ser o cliente e suas exigências, mudando novamente o sistema produtivo, por fim chamado de Sistema de Produção orientado ao Mercado. 2.2 Classificações do Sistema Produtivo Dos autores consultados foi encontrado definições e classificações do sistema produtivo que vão de acordo com determinadas características do sistema de produção. Johnson e Montgomery (1974) classificam os sistemas de produção com base no tipo de produto, podendo ser: - Sistema Contínuo - Sistema Intermitente a) Sistema Intermitente Flowshop b) Sistema Intermitente Jobshop - Sistema Grande Projeto Constable e New (1976) consideram três características básicas: a estrutura do produto, organização da fábrica (linha, funcional ou layout em grupo) e a natureza das ordens dos clientes (estoque ou encomenda). Buffa e Miller (1979) adotam uma classificação com quatro tipos de sistemas de produção- estoque, são eles: - Sistema Contínuo para Estoque; - Sistema Contínuo por Encomenda; - Sistema Intermitente para Estoque; - Sistema Intermitente por Encomenda. Outra classificação importante a respeito de sistemas produtivos é a baseada na estratégia de resposta a demanda,que pode ser: - Make to Stock – MTS - Make to Order –MTO - Resource to Order – RTO - Assembly to Order – ATO - Engeneering to Order – ETO - Quick Response to Stock – QRTS Para MacCarthy e Fernandes (2000) existem vários atributos para se definir um sistema produtivo adequado, são eles: Quadro 2: Atributos de MacCarthy e Fernandes Nível de Repetição Tempo de Resposta Tamanho da Organização Nível de AutomaçãoTipo de Layout Tipo de Estoque de Segurança Tipo de Fluxo Estrutura do Produto Nível de Customização Número de Produtos Tipo de Montagem Tipo de Organização de Trabalho É de extrema importância que cada atributo acima esteja claramente definido para que não ocorram erros na classificação do sistema produtivo. 2.3 Modelo de Classificação Multi-dimensional dos Sistemas de Produção (MCMSP) – MacCarthy e Fernandes O modelo de MacCarthy e Fernandes (2000) é considerado um dos modelos de classificação mais completos existentes na literatura. Este modelo apresenta quarto grupos de características a serem definidas de acordo com o sistema produtivo em questão, são eles: a caracterização geral, caracterização do produto, caracterização do processo e caracterização da montagem. Estas estão sujeitas às doze variáveis (ou atributos) já citadas neste trabalho. O Quadro 3 apresenta rapidamente os tipos de caracterização e as variáveis existentes neles. Quadro 3: Variáveis do modelo de classificação de MacCarthy e Fernades Fonte: MacCarthy e Fernandes (2000) Para McCarthy e Fernandes (2000), “Enquanto o nível de repetição tem um forte impacto na escolha do sistema de controle da produção básico a ser escolhido, as outras variáveis têm impacto significativo sobre a complexidade do detalhamento do sistema de controle de produção”. Ainda segundo os autores, o nível de repetição está atrelado à algumas definições, são elas: Um item é repetitivo, se ele consome uma porcentagem significativa do tempo total disponível da unidade produtiva (pelo menos 5%) Um sistema de produção é definido como sendo repetitivo se apresentar pelo menos 75% dos itens de produção repetitivos Um sistema de produção não repetitivo é aquele no qual pelo menos 75% dos itens são não repetitivos; Um sistema semirrepetitivo é aquele com pelo menos 25% de itens repetitivos e pelo menos 25% não repetitivos; Sistema de produção em massa é aquele no qual a grande maioria dos itens é repetitivos. O Quadro 4 apresenta uma relação entre as características do sistema de produção e as formas de gerenciá-los, ou seja, as variáveis e a escolha do sistema de planejamento e controle da produção (SPCP) adequado. Este quadro será usado para identificar disfunções de um dado sistema de produção (ou parte dele). Caso todas as características caírem numa mesma coluna, então nenhuma disfunção é identificada. Quadro 4: As variáveis e a escolha de um Sistema de PCP Fonte: MacCarthy e Fernandes (2000) 2.4. Planejamento e Controle da Produção (PCP) Para Fernandes e Godinho (2010) as atividades do PCP envolvem uma série de decisões a fim de decidir o que, quanto e quando produzir, comprar e entregar, envolvendo também quem e ou onde e/ou como produzir. Tais decisões seguem uma estrutura hieráquica, apresentadas nas Figuras 2 e 3. Figura 2: A estrutura do planejamento e controle da produção Fonte: Fernandes e Godinho (2010) Figura 3: A estrutura do controle da produção Fonte: Fernandes e Godinho (2010) Ainda segundo os autores, são consideradas atividades principais do PCP: Previsão de demanda; Desenvolvimento de um plano de produção agregado; Realização um planejamento da capacidade que suporte o planejamento agregado (planejamento de capacidade de médio prazo, também chamado RRP – ResourceRequirements Planning); Desagregação do plano agregado; Programação da produção no curto prazo em termos de itens finais (Programa Mestre de Produção – MPS) e analisar a capacidade no nível MPS; Controle por meio de regras de controle (por exemplo, regras de controle de estoques) ou programar as necessidades em termos de componentes e materiais e avaliar/analisar a capacidade no nível SCO; Controle da emissão/liberação das ordens de produção e compra, determinando se e quando liberar as ordens (atividade chamada na literatura de revisão e liberação de ordens – OrderReviewand Release – ORR); Controle de estoques; Programação/sequenciamento as tarefas nas máquinas (dispatching ou scheduling). O PCP também é responsável por várias outras decisões envolvendo quantidades, cronogramas, instalações, máquinas e inúmeros outros fatores não citados acima. 2.5. Sistemas de Coordenação de Ordens (SCO) Uma das mais importantes classificações referentes aos processos de uma empresa está nos sistemas de coordenação de ordens (SCO), traduzida por Zacarelli (1987) advinda de Ordering Systems. Os SCO também são muitas vezes chamados de Sistemas de Planejamento e Controle da Produção (SPCP), e ainda de Sistemas de Administração da Produção. De maneira geral, SCO/SPCP refletem a programação das necessidades de compra e produção, envolvendo diversos outros fatores como quantidades, cronogramas e datas de liberação além de vários outros. Complementando as proposições previamente citadas, Burbidge (1988) divide os tipos de SCO em três grandes grupos: Sistemas para executar e produzir de acordo com o pedido; Sistemas baseado em nível de estoque; Sistemas de fluxo controlado (quando as decisões são baseadas na conversão do MPS para necessidades de itens componentes). Além dos três grupos citados acima, Fernandes e Godinho (2010) citam um quarto grupo, o grupo de SCO híbridos, no qual se utiliza mais de uma forma de SCO, geralmente um baseado em nível de estoque e outro em sistemas de fluxo programado. A classificação proposta é apresentada a seguir, alocando em cada uma das quatro categorias os SCO: Grupo (I) Sistemas de Pedido Controlado Neste grupo de SCO não existe estoque de produtos acabados por serem geralmente de grande complexidade e porte, assim, são feitos na sua grande maioria de forma unitária (projeto único): a) Sistema de programação por contrato; b) Sistema de alocação de carga por encomenda. Grupo (II) Sistemas Controlados pelo Nível de Estoque (CNE) Neste tipo de SCO as quantidades em estoque puxam a produção, os níveis do mesmo disparam ordens: a) Sistema de revisão contínua (outros nomes que aparecem na literatura: Sistema de duas gavetas, Sistema de ponto de reposição, Sistema de estoque mínimo, etc.) b) Sistema de revisão periódica c) Sistema CONWIP CNE d) Sistema KanbanCNE Grupo (III) Sistemas de Fluxo Programado Estes sistemas são baseados diretamente ou indiretamente na transformação das necessidades do MPS (Programa Mestre de Produção: programação em termos de itens finais) em necessidades de itens componentes por um departamento de PCP centralizado. Além disso, o fluxo de materiais segue a mesma direção do fluxo de informações, ou seja, a produção é empurrada. Comportam os seguintes sistemas: a) Sistema de estoque base b) PBC (period batch control) c) MRP d) OPT (optimized production technology) Há dois sistemas mostrados por Zacarelli (1987) e Burbidge (1988) que também se encontram dentro deste grupo, o sistema dos lotes componentes e o sistema do lote-padrão, porém estes não serão mostrados por se encontrarem atualmente em desuso. Grupo (IV) Sistemas Híbridos Como definido anteriormente, esta última classe de SCO possui mais de uma característica em seu sistema, geralmente dos sistemas das classes II e III. a) Sistema de controle MaxMin b) Sistema CONWIP H c) Sistema KanbanH d) Sistema DBR: drum(tambor), buffer (pulmão), rope(corda) e) Sistema DEWIP (descentralized work in process) f) Sistema LOOR (load oriented order release) g) Sistema POLCA (paired-cell overlapping loops of cards with authorization) 3. Metodologia O método utilizado na realização deste trabalho foi o estudo de caso, que é um estudo de caráterempírico que sonda um fenômeno atual no contexto da vida real, usualmente considerando que as divisas entre o fenômeno e o contexto onde se introduz não são claramente definidas (Yin, 2001). A abordagem utilizada é a qualitativa, presente na área de estudos organizacionais para a coleta de dados. O destaque do estudo de caso é a compreensão baseada no conhecimento tácito, por isso este método tem sido amplamente utilizado na pesquisa acadêmica. Para a realização deste trabalho foi feita uma análise bibliográfica na literatura a respeito do planejamento e controle da produção, a fim de entender os conceitos a serem aplicados. Na empresa, foi realizado o levantamento e a análise de dados através da observação direta, entrevistas e questionários realizados com um funcionário. Ademais, o grupo utilizou o sistema de classificação desenvolvido por MacCarthy e Fernandes (2000) para categorizar a unidade produtiva visitada. Por fim foram realizadas as análises dos resultados obtidos e desenvolvidas conclusões sobre tal empresa. 4. Apresentação dos resultados A Empresa escolhida para realização deste trabalho é a indústria Água Mineral (nome fictício). Fundada em 2001, ela possui 36 funcionários e tem capacidade de produção de 230 mil litros por dia. É uma empresa que atua no ramo de produção e comercialização de água mineral. Com sede em Três Lagoas - MS, a empresa conta com distribuidores espalhados pelo interior do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. A Água Mineral é classificada como uma empresa de pequeno porte com base na classificação do IBGE. O mix de produtos possui sete opções de formatos e tamanhos diferentes, são eles: Garrafão de 20 litros, Garrafão de 10 litros, Garrafão de 05 litros, PET 1,5L natural, PET 510 ml natural, PET 500 ml com gás e Copo 200ml natural. O processo de produção é intermitente e a produção é do tipo linear (Flow-shop). Por possuir este tipo de produção, a empresa faz uso de um modelo de organização em linha, ou seja, apresentam sequência linear de fluxo, trabalham com produtos padronizados e sua estratégia de atendimento da demanda é do tipo Make to Stock. Figura 4: Layout da empresa Devido a produção intermitente e a produção linear, não há variação no sentido do processo, independente do produto o roteiro é o mesmo. Na Figura 5 é apresentado o fluxograma do processo da empresa. Figura 5: fluxograma do processo Durante a pesquisa de campo, foram identificados alguns pontos problemas. O que mais chamou a atenção foi que os operadores não sabem o que vão fazer diariamente, já que as informações são repassadas verbalmente pela gerente ao longo do período. Com isso, os operadores podem não priorizar o que tem mais urgência, devido à falta de informação. Também foi identificado a demora para retirara do produto da linha de produção. A empresa apresenta então problemas no fluxo de produção que geram descontrole do lead time e atraso na linha devido deficiência na retirada dos produtos da linha de produção. Então a aplicação do sistema de planilha para controlar a taxa de fluxo, pois trata-se de uma produção em linha, em que os itens de uma mesma linha têm a mesma seqüência de operação nas máquinas, tem como padrão Flow-shop, segundo a classificação feita por Johson e Montgomery (1974). A garrafa pet é inspecionada pelo colaborador, para verificar se está nos padrões corretos A garrafa é inserida na esteira, para inicio do processo A primeira máquina, as pet's passam por uma higienização, para eliminar qualquer impureza existente Em seguida, passam pela máquina de envaze Sequencialmente são tamponadas e lacradas por outra máquina Ainda na esteira, as garrafas vão sendo transportadas para a próxima etapa e sendo inspecionadas por outro colaborador, para verificar a qualidade dos processos anteriores Após a inspeção, as unidades passam pela máquina de rotulagem, e em seguida inspecionada novamente. No ultimo processo de transformação, as garrafas são agrupadas em 12 unidades, e passam pela máquina de enfardamento. Ao fim, os fardos são transportados até o fim do processo, até um colaborador onte realiza a atividade de inpeção no fardo. O colaborador retira os fardo da linha e aloca manualmente no pallet Assim que o pallet é completado, é transportador é o setor de estoque Diante do exposto e de outros dados obtidos, foi possível identificar que o sistema produtivo em questão apresenta a seguinte Classificação, segundo MacCarthy e Fernandes (2000): Caracterização Geral: O tamanho da organização é Pequena (S), em relação ao número de funcionários, o sistema produz para estoque com nível de serviço igual a P% (DLa(P%)), o nível de repetição é semi - continuo (SC), e o nível de automação é flexível (F); Caracterização do Processo: O tipo de layout é por produto (P), não possui estoque intermediário entre os estágios de produção apenas de matéria prima e produto acabado (1) e (3), fluxo em multi-estágios unidirecional (F4); Caracterização do produto: a estrutura do produto é simples e não requer montagem(SL), o nível de customização é do tipo padrão (4) os clientes não interferem no design do produto e o número de produtos são para múltiplos produtos (M); Caracterização da montagem: O tipo de montagem é linha de montagem cadenciada, onde a linha nunca para (A5) e tipo de organização de trabalho é grupos de trabalho (G). Assim, relacionando a Classificação acima com os SCO’s ideais de acordo com a figura abaixo é possível identificar o Sistema de planejamento e controle da produção. Que neste caso o ideal para a empresa estudada é uma planilha para controlar a taxa de fluxo. Figura 6: Escolha do sistema Existem inúmeras estratégias que podem ser consideradas dentro dos métodos de planilha. Também está dentro do escopo do planejamento agregado como a possibilidade de se trabalhar com a demanda, ou seja, influenciar a demanda de forma a torna-las mais constantes ao longo dos períodos. Dentro dessas estratégias pode-se Não satisfazer a demanda em períodos de pico de tal forma que somente determinada parcela do mercado será atendida e quantidades a mais serão perdidas ou alocar a demanda dos períodos de pico, para os períodos outros períodos por meio de propaganda e usar capacidade reserva. Com esta estratégia é possível trabalhar com algumas variações como, trabalhar com faltas, trabalhar acompanhando a demanda e com horas extras, entre outras estratégias que podem fazer parte do planejamento. 5. Conclusão A empresa estudada apresenta falhas no fluxo de informações e em métodos quanto à regularidade do transporte de produtos acabados até o estoque o que gera descontrole no lead time. O estudo de caso foi classificado como: A empresa é Pequena, o sistema produz para estoque com nível de serviço igual a P%, o nível de repetição é semi-contínuo e o nível de automação é flexível; O layout é por produto e o fluxo em multi-estágios unidirecional; O produto é simples e não requer montagem e na customização os clientes não interferem no design do produto; a montagem é linha cadenciada e o tipo de organização de trabalho é grupos de trabalho. E através desta classificação em sincronia com os sistemas de coordenação de ordens foi possível visualizar que para o controle de produção deste processo produtivo necessitaria de uma planilha para o controle da taxa de fluxo. Com esta solução será possível resolver os atuais problemas do processo tendo ainda a vantagem de se trabalhar com a volubilidade das demandas e dos produtos em estoque. 6. BibliografiaBURBIDGE, J. L. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Ed. Atlas, 1988. CONSTABLE, C. J; NEW, C.C. Operations management, a systems approach through text and cases. London: John Wiley, 1976. CORRÊA, H.L. & GIANESI, I.G.N.: Just in Time, MRP II e OPT – Um enfoqueestratégico.Ed. Atlas, 2a Edição, 1993. DONAIRE, Denis. A utilização do estudo de casos como método de pesquisa na área da administração. Rev. IMES, Santo André, n. 40, maio-agosto/1997. ENEGEP, Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.PEREIRA, G. R; BARBOSA, W. D; DROHOMERETSKI, E. 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