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APOSTILA - PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PRODUÇÃO

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Prévia do material em texto

Planejamento, Programação 
e Controle de Produção
Professora Mestre Lilian Gonçalves
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
GONÇALVES, Lilian.
Planejamento, Programação e Controle de Produção.
Lilian. Gonçalves.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 104 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTORA
Professora Mestre Lilian Gonçalves
● Mestrado em Gestão do Conhecimento nas Organizações pela Unicesumar
(2018)
● Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (1998)
● Curso Superior de Tecnologia em Logística pela Unicesumar (2017)
● Licenciatura em Pedagogia (2020)
● Licenciatura em Formação de Docente para à Educação Básica – Matemática
(2019)
● Especialista em Consultoria Organizacional (2005)
● Especialista em Educação a Distância e Tecnologias Educacionais (2014)
● Projeto	de	Pesquisa	voltado	à	Iniciação	Científica	–	PIBIC	(2016).
● Atuante em organizações industriais no cargo de Gerente Industrial e Logística
e Instituições de Ensino Superior como docente desde 2011.
Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/0235956165366786
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caro(a) estudante,
É com grande satisfação que iniciamos a disciplina de Planejamento, Programação, 
Controle da Produção doravante denominada com a sigla PPCP. Essa é uma disciplina de 
suma importância para compreender de que maneira a organização pode aumentar a sua 
produtividade com qualidade, no tempo, na quantidade e custo certo. O PPCP, apesar de 
trabalhar com a produção, é considerado pelos autores como um departamento administra-
tivo e ao longo do material você saberá o porquê. 
Realizei uma longa pesquisa de fundamentação teórica sólida que irá proporcionar 
a compreensão clara dos temas que serão abordados.
Na Unidade I, iniciaremos a construção do conhecimento com os conceitos 
básico de PPCP, sua importância para o Planejamento Estratégico e Estrutura 
Organizacional do Planejamento Industrial. Essa noção é necessária para a 
compreensão da segunda unidade da apostila.
Na Unidade II, vamos abordar as inter-relações do PPCP com as demais áreas 
da empresa, a visão holística da organização é essencial para o planejamento da 
produção de Planos de longo, médio e curto prazo. Você sabia que planejamento da 
produção começa no departamento comercial com a previsão de vendas e vendas 
realizadas? 
Prosseguindo, na Unidade III abordaremos a importância do layout da fábrica para 
o PPCP	e	sua	influência	para	a	programação	de	célula	de	produção	e	principalmente	para	a
logística integrada ao PPCP. Lembrando que a logística na produção se refere a movimen-
tação da matéria prima, produto semiacabado e produto acabado, entre os mais diversos
processos de fabricação.
Concluiremos com a Unidade IV, com os modelos de sistema de produção 
empurrada e puxada e métodos para controle da produção, bem como o conceito e 
importância do gerenciamento de gargalos/restrições na produção.
Assim	 será	 a	 nossa	 desafiadora	 jornada	 na	 construção	 do	 conhecimento	 sobre	
o Planejamento, Programação, Controle da Produção. Estarei ao seu lado para, junto,s
promovermos	o	aprimoramento	profissional	e	pessoal.	Conte	comigo!
Muito	obrigada	e	bom	estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - 
PPCP
UNIDADE II ................................................................................................... 24
MRP / MRPII, JIT e OPT
UNIDADE III .................................................................................................. 48
A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
UNIDADE IV .................................................................................................. 72
Teoria das Restrições e Controle de Estoque
6
Plano de Estudo:
● Introdução ao PPCP – Planejamento, Programação e Controle da Produção.
● Missão e as Funções do PPCP.
● Conceitos de Planejamento, Tempos e Métodos, Hierarquia de Planejamento.
● Planejamento Estratégico ao PPCP, S&OP / PMP (Planejamento Mestre de Produção).
● Estrutura Organizacional do Planejamento Industrial.
Objetivos de Aprendizagem:
● Conceituar Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção
(PPCP).
● Abordar sobre a Missão e as Funções do PCP.
● Compreender os tipos de Conceitos de Planejamento, Tempos e Métodos, Hierarquia
de Planejamento. 
● Contextualizar Planejamento Estratégico ao PCP, S&OP / PMP (Planejamento
Mestre de Produção). 
● Discorrer sobre a Estrutura Organizacional do Planejamento Industrial.
UNIDADE I
Introdução ao Planejamento, 
Programação e Controle da 
Produção - PPCP
Professora Mestre Lilian Gonçalves
7UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
INTRODUÇÃO
Olá, estudante, seja bem-vindo(a) à Unidade I do livro da disciplina de Planejamen-
to,	Programação	e	Controle	da	Produção!
Atualmente, as organizações buscam cada vez mais qualidade e menor custo de 
processos	 e	 produtos,	 elas	 estão	 investindo	 em	 medidas	 mais	 eficazes	 para	 obter	
vanta-gens competitivas (ANSOFF, H. I. et al, 1981). 
O Planejamento, Programação e Controle da Produção é considerado uma função 
administrativa estratégica na empresa, agregando valor e competitividade. Desta forma, 
foram	reunidos	conceitos,	definições	de	grandes	autores	que	abordam	o	tema	Gestão	da	
Produção, que servirão de base para sua construção do conhecimento em PPCP. Nesta 
unidade	explanarei	sobre	os	conceitos	e	Definições	de	Introdução	ao	Planejamento,	Pro-
gramação e Controle da Produção (PPCP), a Missão e as Funções do PPCP, os campos 
de estudo do Conceitos de Planejamento, Tempos e Métodos, Hierarquia de Planejamento, 
tipos de Planejamento Estratégico ao PPCP, S&OP/PMP (Planejamento Mestre de Produ-
ção). Finalizarei a unidade com a estrutura Organizacional do Planejamento Industrial.
Esta apostila foi organizada de maneira a contribuir para sua formação acadêmica 
e	profissional!
Bons	estudos!
8UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
1 INTRODUÇÃO AO PPCP – PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA 
PRODUÇÃO
Os sistemas de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) tive-
ram suas evoluções a partir do avanço da ciência da administração criada por Frederick 
W. Taylor e Henri Fayol. De acordo com Lustosa et al. (2008, p. 1), [...] “Taylor elaborou os 
princípios	da	administração	científica,	que	tratava	a	administração	como	ciência	baseada 
na observação, análise, medição e aprimoramento dos métodos de trabalho”.
Foi Henry Gantt, segundo Montana e Charnov (2010), um dos primeiros a desen-
volver	um	sistema	de	PPCP,	baseado	em	gráficos	e	cálculos	que	eram	feitos	manualmen-
te para programação da produção, Henry Ford aplicava os conceitos da administração 
científica	na	linha	de	produção	de	automóveis,	começando,	então,	uma	nova	fase	na	era	
industrial. Ford inicia a fabricação do automóvelconhecido como modelo T, em 1908, que 
inicialmente possuía partes de madeira e metal e uma única cor preta. Para Maximiano 
(2006), o empreendedor norte americano Henry Ford (1863-1947) está associado à linha 
de montagem móvel, sendo responsável em elevar ao mais alto grau dos dois princípios da 
produção em massa, que é fabricação de produtos não diferenciados em grande quantida-
de: peças padronizadas e trabalhador especializado.
9UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Figura 1 - Linha de Produção do Ford T
Fonte: Tubino (2007).
O Planejamento, Programação e Controle da Produção é um departamento es-
tratégico da empresa. De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2002), o propósito do 
planejamento	e	controle	é	garantir	que	os	processos	da	produção	ocorram	eficaz	e	eficien-
temente e que produzam produtos e serviços conforme requeridos pelos consumidores.
Para Vollmann et al. (2006), o sistema de PPCP se ocupa do planejamento, 
pro-gramação e controle de todos os aspectos da produção, inclusive do 
gerenciamento de materiais, da programação das máquinas e pessoas e da 
coordenação de fornecedores e clientes-chave, garantindo, assim, um bom 
relacionamento com todos os setores da empresa.
Lustosa (2008)	 afirma	 que	 o	 planejamento	 e	 controle	 da	 produção	 envolvem	 a	
organização	e	planejamento	dos	processos	de	fabricação.	Especificamente	se	constituem	
do planejamento, do sequenciamento de operações, da programação, da movimentação, 
da coordenação, da inspeção, do controle de materiais, métodos e tempos operacionais. 
Com o propósito de atender às demandas cada vez mais exigentes do cliente. De forma 
complexa,	quando	se	envolve	desde	o	local,	maquinários,	pessoal	qualificado	e	produtos	
que sejam demanda do mercado.
Sendo assim, para Tubino (2007), em uma organização, para atingir os objetivos 
pré-determinados, é preciso que os sistemas produtivos exerçam uma série de funções 
operacionais, que vão desde o projeto de produtos, até o controle dos estoques, recru-
tamento,		 treinamento	e	capacitação	de	 funcionários,	aplicação	de	 recursos	financeiros,	
distribuição dos produtos. Na Figura 2, segue a visão geral das atividades exercidas no 
PPCP.
10UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Figura 2 – Visão geral das atividades do PPCP
Fonte: Tubino (2007).
O planejamento e controle da capacidade objetiva é assegurar a compatibilidade 
entre	a	capacidade	de	produção	disponível	em	centros	de	trabalhos	específicos	e	a	capa-
cidade necessária para atender a produção planejada (SOUZA, 2004).
Você deve estar se perguntando, mas quais são as atribuições do PPCP?
Sampaio (2002) ressaltam uma série de competências ou decisões com o objetivo 
de	definir	o	que,	quanto	e	quando	produzir,	comprar	e	entregar,	além	de	quem	e/ou	onde	
e/ou como produzir, constituem o processo do PCP. De acordo com esses autores, o Pla-
nejamento da Produção (PP) se ocupa com decisões agregadas em um universo de médio 
prazo, em geral entre 03 e 18 meses. O Controle da Produção (CP) é responsável por 
regular	(planejar,	coordenar,	dirigir	e	controlar),	no	curto	prazo,	até	três	meses,	o	fluxo	de	
materiais em um sistema de produção por meio de informações e decisões para execução. 
Na prática, o PPCP em uma organização reúne informações de vários departa-
mentos, que serão a base para a elaboração do planejamento e programação da produção. 
Conforme relatam os autores Oliveira (2005), o sistema de Planejamento, Programação 
e Controle da Produção também é um sistema de transformação de informações, pois 
recebe informações sobre estoques existentes, vendas previstas, vendas realizadas, linha 
de produtos, modelo de produzir e capacidade produtiva. O PPCP tem a responsabilidade 
de gerar ordens de produção a partir destas informações. 
Desta forma, o PPCP tem função administrativa, que se inicia no planejamento da 
quantidade e produtos a serem produzidos, controle do suprimentos de matérias primas, 
gerar,	quando	necessário,	ordem	de	compra	de	materiais,	 tudo	 isso	a	fim	de	atender	as	
vendas preestabelecidas.
11UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
2 MISSÃO E AS FUNÇÕES DO PPCP
A missão do PPCP é apoiar a estratégia de produção a partir da estratégia 
organi-zacional.
Vamos analisar esta situação? “[...]Se um fabricante microcomputadores decidiu 
ser o primeiro no mercado com novos produtos inovadores, sua produção precisa ser capaz 
de enfrentar as mudanças de inovação contínua exigidas [...]” (SLACK, 1997, p. 78 ), está 
correto?
Sim,	está	correto.	Para	 tanto,	o	 fabricante	deve	desenvolver	processos	flexíveis	
para a fabricação dos novos produtos ou serviços, com mão de obra especializada, par-
cerias com fornecedores capazes de responder a demanda por novos componentes. “[...] 
quanto	melhor	a	produção	fizer	essas	coisas,	mais	apoio	estará	dando	para	a	estratégia	
competitiva da empresa” (HARRISON, 1997, p. 55). 
Agora	leia	com	bastante	atenção!
Em termos simples, o planejamento e controle da produção determina o que vai ser 
produzido, quando vai ser produzido, como vai ser produzido, em que vai ser produzido e 
quem vai produzir (VEGGIAN, SILVA, 2015).
Assim	sendo,	no	Quadro	1	apresentam-se	as	funções	que	o	PPCP	define	sobre	as	
formas de produção.
12UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Quadro 1 – Funções do PPCP
Fonte: Tubino (2000, p. 23).
Assim,	 fica	 claro	 que	 as	 funções	 do	 PPCP	 estão	 encarregadas	 de	 administrar	
com	competência	o	fluxo	material,	a	utilização	de	máquinas,	mão	de	obra,	fornecedores	e	
mé-todos que serão utilizados para a fabricação dos produtos ou serviços (WALLACE, 
2004).
Segundo Tubino (2007), os sistemas de PPCP devem ajustar-se constantemente 
a fim	de	conciliar	as	várias	as	mudanças	que	ocorrem	no	cenário	da	organização,	devido	
à	estratégia adotada em relação às exigências do mercado.
13UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
3 CONCEITOS DE PLANEJAMENTO, TEMPOS E MÉTODOS, HIERARQUIA DE PLANE-
JAMENTO
Vamos	refletir!	O	que	é	planejar?	Seria	se	organizar,	pensar	no	futuro,	se	preparar?
Planejar	significa	criar	um	esquema	para	agir	(CUNHA,	1996).	Segundo	Rosa	(2001),	
o planejamento estratégico é uma metodologia de pensamento participativo, utilizada para
determinar a direção que a organização irá seguir, por meio da descoberta de objetivos
válidos e não subjetivos. O planejamento cria compromisso de execução e dá o instru-
mental para cobrança. Assim, com o planejamento estratégico também pretende-se não
adivinhar o futuro, mas construí-lo, evitando-se, ao máximo, as surpresas, racionalizando o
processo de tomada de decisão, garantindo o sucesso da empresa em seu ambiente futuro
(SAMPAIO, 2002).
De que forma podemos planejar ou criar um esquema, um plano para agir no PPCP?
De acordo com Barnes (1977), o estudo de tempos e métodos tem como objetivo 
desenvolver e padronizar o sistema e o método escolhido, determinar o tempo gasto por 
uma	pessoa	qualificada	e	devidamente	treinada,	trabalhando	num	ritmo	normal,	para	exe-
cutar	uma	tarefa	ou	operação	específica	e	orientar	o	treinamento	de	trabalho	no	método	
perfeito.	Barnes	(1977)	afirma	que	o	objetivo	de	melhorar	os	métodos	de	trabalho	é	aumen-
tar a produtividade (aumentando a capacidade de produção de uma operação ou grupo de 
operações), reduzir os custos das operações e melhorar a qualidade do produto. Souto 
(2004) complementa que analisa o trabalho de forma sistemática, objetivando desenvolver 
14UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
métodos	práticos	e	eficientes,	buscando	a	padronização	dos	processos,	que	são	essenciais	
para	uma	produção	eficaz.	Nesse	sentido,	segundo	Slack,	Chambers	e	Johnston	(2009),	o	
estudo de tempos, ou medição do trabalho, trata-seda aplicação de técnicas estabelecidas 
para	 determinar	 o	 tempo	 necessário	 em	 que	 um	 trabalhador	 qualificado	 e	 especificado	
venha	realizar	a	tarefa	em	um	nível	definido			de	desempenho.	Assim,	esse	tempo	é	deno-
minado tempo padrão para operação.
De acordo com Souto (2004), a engenharia de métodos estuda e analisa o trabalho 
de	forma	sistemática,	objetivando	desenvolver	métodos	práticos	e	eficientes	na	busca	pela	
padronização	do	processo.	Logo,	a	engenharia	de	métodos	tem	como	finalidade	garantir	a	
utilização dos recursos efetiva.
Nessa perspectiva, a hierarquia de planejamento nas organizações busca cada 
vez mais qualidade e menor custo de processos e produtos e estão investindo em medidas 
mais	eficazes	para	obter	vantagens	competitivas	(CUNHA,1996). Segundo Tubino (2007, p. 
2),	“as	atividades	do	PPCP	estão	classificadas	em	três	níveis	hierárquicos	de	um	sistema	
de produção”:
● Nível estratégico: são estabelecidas as políticas estratégicas em longo prazo;
o PPCP é essencial para formulação do planejamento estratégico, gerando 
um plano de produção;
● Nível tático: exerce os planos de médio prazo para a produção; o PPCP 
desenvolve o planejamento mestre;
● Nível operacional: é preparado o programa de curto prazo de produção e, 
observando-o, o PCP prepara a programação da produção. 
15UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO AO PPCP, PLANEJAMENTO DE VENDAS E OPE-
RAÇÕES (S&OP) E PLANEJAMENTO MESTRE DE PRODUÇÃO (PMP)
Toda empresa que produz bens para a armazenagem deve ter acima de tudo um 
bom planejamento de produção, fundamentado em uma avaliação crítica da previsão de 
demanda	futura.	Assim,	será	possível	estabelecer	com	mais	confiabilidade	o	que	produzir,	
as quantidades, como, quem e quando produzir. A oferta e a procura sofrem com as incons-
tâncias do mercado, tornando o grau de gerenciamento da demanda muito mais complexo 
e variável de negócio para negócio (ROSA, 2001).
Planejar estrategicamente gera uma condição muito melhor para a empresa, pois 
permite tomar decisões rapidamente perante oportunidades e ameaças, aumentando sua 
vantagem competitiva em relação ao ambiente concorrencial. O planejamento visa buscar a 
maximização das operações e minimizar os riscos da tomada de decisões (TUBINO, 2008).
De acordo com Tubino (2008, p. 35), “o foco do planejamento será centralizar a 
estratégia de produção com a montagem de um plano de produção que relacione as áreas 
de decisão do sistema produtivo”.
Para Tubino (2007), após a elaboração da previsão de demanda, realizada 
pelo setor de vendas, cabe ao PPCP apurar os estoques de insumos, comprar o que 
estiver em carência, colocar em prática os planos de produção e controlar a fabricação 
de produtos em elaboração e acabados.
16UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
Para Slack et al. (2002), a harmonia entre a oferta e a procura é promovida 
quando as ações de planejamento e controle propiciam os sistemas, procedimentos e 
decisões, conformando meios capazes de fornecer bens e serviços para a demanda que 
foram pro-jetados para satisfazer. 
O PPCP dá suporte às linhas de produção, empregando e acompanhando os recur-
sos	a	fim	de	atingir	os	objetivos	traçados.	Assim,	fica	claro	que	o	PPCP	está	encarregado	
de	administrar	com	competência	o	fluxo	material,	a	utilização	de	máquinas,	mão	de	obra,	
fornecedores e métodos que serão utilizados para a fabricação dos produtos ou serviços 
(PECI, 2008).
Segundo Ivert (2012), os sistemas de PPCP devem ajustar-se constantemente a 
fim	de	 conciliar	 as	 várias	mudanças	 que	ocorrem	no	 cenário	 da	 organização,	 devido	 à	
estratégia adotada em relação às exigências do mercado.
Conforme Oliveira (2005), na fabricação de produtos, após o planejamento do 
número, tipo e sequência a serem produzidos, é vital que ocorra o controle em todas as 
partes	que	compõem	o	processo,	para	um	eficiente	aproveitamento	dos	recursos	humanos	
e tecnológicos, em relação às matérias-primas e componentes que serão consumidos. 
Segundo esses autores, as fases de planejamento, controle e correção dos erros, que 
possivelmente ocorrerão, é tarefa do PPCP. 
O que é Plano Mestre de Produção?
Ghani	 (2002,	p.	8)	definem	Plano	Mestre	(ou	Planejamento	Mestre)	como	sendo	
“um processo de negócios concebido para balancear a demanda e a oferta a nível detalha-
do de variedade.” E complementam que o Planejamento Mestre é 
principalmente um processo de tomada de decisões [...]. O resultado deste 
processo é o Planejamento Mestre da Produção - PMP, que é o plano de 
produção	antecipado	dos	produtos	(ou	peças	dos	produtos)	específicos	e	dos	
pedidos dos clientes.
Planejamento da produção: com base no PMP e nos registros de controle de 
estoques, “[...] a Programação da produção estabelece a curto prazo quando e quanto 
comprar,	fabricar	ou	montar	de	cada	item	necessário	à	composição	dos	produtos	finais	[...]”	
(TUBINO, 2007, p. 66 ). 
Agora veremos o Sales and Operations Planning (S&OP) ou Planejamento de 
Vendas e Operações, que pode ser conceituado como um processo de planejamento inte-
grado, liderado pela alta gerência da empresa, que tem como objetivo principal equilibrar 
as necessidades de demanda e suprimentos, através da coordenação de informações 
e processos entre diferentes áreas (PEDROSO; SILVA, 2015; TUOMIKANGAS; KAIPIA, 
17UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
2014). A questão de alinhamento entre as áreas funcionais e os objetivos da empresa (do 
plano	 tático	ao	estratégico)	é	uma	das	finalidades	de	S&OP	 (IVERT;	JONSSON,	2012),	
comumente implementado em organizações que têm possibilidade de previsibilidade de 
demanda em médio e longo prazo.
Então qual é o nível de importância do S&OP para o planejamento estratégico? E 
por quê? 
É de total importância, pois processo de Planejamento de Vendas e Operações 
(S&OP) objetiva interligar o planejamento estratégico e execução horizontal com a demanda 
e oferta, passando também pelos departamentos da empresa. Simultaneamente o S&OP 
desdobra o planejamento estratégico para a execução e nivela oferta e demanda – conec-
tando vendas e marketing a setores como produção, suprimentos etc. (WALLACE, 2004). 
De acordo com Cunha (1996), esse processo tem por função gerenciar os riscos 
das incertezas da relação entre expectativas de clientes e operações internas.
18UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PLANEJAMENTO INDUSTRIAL
O posicionamento do PPCP na estrutura organizacional varia de uma organização 
para a outra, podendo integrá-la como uma área de apoio (em inglês, staff) à área industrial 
(TUBINO, 2000) ou como um setor de linha desta área (BARNES, 1977)
Segundo	 Oliveira	 (2005),	 estrutura	 organizacional	 é	 definida	 pelo	 resultado	 da	
distribuição	de	autoridade,	pela	especificação	das	atividades	e	pelo	delineamento	de	um	
sistema de comunicação que permita à empresa atingir seus objetivos.
A Estrutura Organizacional (doravante denominada pela sigla - EO) de uma empresa 
indica o modo como as atividades são ordenadas para possibilitar o alcance dos objetivos, 
essa	estrutura	específica,	os	papéis,	as	relações	e	os	procedimentos	organizacionais	que	
possibilitam uma ação coordenada de seus membros (PECI, SOBRAL, 2008).
Para Shrivastava (1994), a Estrutura Organizacional refere-se ao padrão de au-
toridade e às relações de responsabilidade que existem em uma organização. Uma EO 
nasce para resolver ou para estabelecer um padrão de coordenação das atividades de uma 
organização (MONTANA, 2010).
Para Chiavenato (2007), há três tipos básicos de Estrutura Organizacional, confor-
me segue:
● Organização linear: cada superior tem autoridade única e absoluta sobre seus
subordinados e não a reparte com ninguém;
● Organização funcional:aplica o princípio da especialização das funções,
em que cada superior tem autoridade parcial, relativa e decorrente de sua
especialidade;
● Organização linha-staff: é a combinação dos tipos linear e funcional, em que as
unidades de linha se concentram no alcance dos objetivos principais da empresa
e delegam autoridade sobre serviços especializados e atribuições marginais a
outras unidades e posições da empresa, estas se denominam assessoria (staff).
O que é departamentalização?
Para Peci e Sobral (2008), a departamentalização é a forma de se estruturar as 
diferentes	atividades,	a	fim	de	alcançar	os	objetivos	da	empresa	da	forma	mais	eficiente	
possível,	permitindo	aumentar	a	eficiência	e	a	eficácia	da	administração,	contribuindo	para	
um aproveitamento mais racional dos recursos disponíveis nas organizações, em que os 
critérios	usados	para	departamentalizar	devem	refletir	o	agrupamento	que	melhor	contribui	
19UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
para o alcance dos objetivos organizacionais, consistindo em agrupar e integrar tarefas, 
atividades	e	funcionários	em	departamentos,	a	fim	de	melhorar	a	coordenação.
Segundo Chiavenato (2007), os principais tipos de departamentalização no Plane-
jamento Industrial são:
● Por produtos e serviços: todos os principais deveres e tarefas relacionados com 
um	produto	ou	serviço	são	reunidos	e	atribuídos	a	um	específico	departamento,
no sentido de coordenar as atividades requeridas para cada tipo de saída ou
resultado;
● Por processo: a diferenciação e o agrupamento se fazem pela sequência do
processo produtivo ou operacional ou pelo arranjo físico e disposição racional
do equipamento utilizado;
● Por projeto: adapta a estrutura da empresa aos projetos que ela se propõe a
construir, em que grupos de empregados são destacados e concentrados em
projetos	específicos.
SAIBA MAIS
O Sebrae disponibiliza informações de forma acessível e didática sobre a Gestão de 
Produção com foco em auxiliar o empreendedor, alcançar o crescimento do seu negócio 
com base no planejamento estratégico.
Fonte: GONÇALVES, M. A gestão de produção é essencial para sua empresa crescer. Sebrae. 2010
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosOrganizacao/a-gestao-de-producao-e-essen-
cial-para-a-sua-empresa-crescer,4b73438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
REFLITA
“Eu sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. 
De	certa	forma,	termino	o	trabalho	de	um	grupo	enorme	de	pessoas!”	(Ayrton	Senna).
Esse	deve	ser	o	espírito	de	trabalho	no	PPCP	de	uma	empresa!	
Trabalho	em	equipe	sempre!
20UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá,	estudante!
Chegamos	ao	fim	da	Unidade	I!	
Segundo Rosa (2001), na fabricação de produtos, após o planejamento do número, 
tipo e sequência a serem produzidos, é vital que ocorra o controle em todas as partes que 
compõem	o	processo,	para	um	eficiente	aproveitamento	dos	recursos	humanos	e	tecno-
lógicos, em relação às matérias-primas e componentes que serão consumidos. Segundo 
esses autores, as fases de planejamento, controle e correção dos erros, que possivelmente 
ocorrerão, é tarefa exclusiva do PPCP. A partir dessa análise é possível compreender a 
importância do PPCP no Estrutura Organizacional do Planejamento Industrial.
Na próxima unidade serão abordados os sistemas utilizados pelo PPCP e a lógica 
do MRP/MRPII, JIT e OPT.
21UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
LEITURA COMPLEMENTAR
A automação da produção e a indústria 4.0
A automação da produção industrial pode gerar muitos benefícios para o setor 
operacional de uma empresa, contribuindo também para a sua gestão. Isso porque, atual-
mente, passamos pela chamada quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0, que junta 
avanços tecnológicos em atividades manuais e analíticas. Além disso, há o advento de In-
ternet of Things (IoT), ou Internet das Coisas, que abrange a possibilidade de máquinas 
e outros dispositivos, que não só de informática ou eletrônica, se conectarem à Internet. 
Graças a isso, equipamentos industriais conseguem “conversar” entre si, trocando dados 
que podem ser usados para coordenar operações e melhorar a produção. Aliás, até 2022, 
conforme previsões da Cisco, as conexões M2M (Máquina a Máquina) corresponderão a 
mais da metade dos equipamentos e das conexões globais conectadas. Basicamente, a 
participação delas chegará a 51% — em torno de 14,6 bilhões de conexões M2M. Em 
2017, elas correspondiam a 34%.
A Indústria 4.0 permite o aprimoramento de processos que envolvem automação 
industrial,	como	veremos	adiante.	Acompanhe!
A Indústria 4.0 envolve automação total, controle e monitoramento direcionados à 
manufatura — inclusive, à distância — e Tecnologia da Informação (TI). Além disso, sis-
temas cyber-físicos, a já mencionada IoT e a Internet dos Serviços têm grande impacto 
nesses	 itens,	permitindo	que	possam	ser	aplicados	com	eficiência.	Na	 Indústria	4.0,	 há	
foco em processos cada vez mais efetivos, personalizáveis e autônomos, o que demanda 
profissionais	multidisciplinares	que	consigam	lidar	com	isso.	Também	temos	o	surgimento	
das	chamadas	“fábricas	inteligentes”,	cujos	fluxos	de	trabalho	são	estruturados,	efetuados	
e geridos pelos próprios instrumentos tecnológicos empregados. Tal fato é possível graças 
a uma série de soluções, como:
● TI otimizada, com sistemas operacionais e gerenciais integrados;
● automação total de processos não só repetitivos e “braçais”, como acontece
desde a 3° revolução industrial. É possível automatizar também atividades
analíticas e estratégicas por causa das evoluções no campo da computação
cognitiva	e	da	Inteligência	Artificial	(IA);
https://www.totvs.com/blog/impactos-da-industria-40/
https://www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-networking-index-vni/white-paper-c11-741490.html
https://www.totvs.com/blog/automacao-industrial/
https://www.totvs.com/blog/automacao-industrial/
https://www.totvs.com/blog/capacitacao-de-funcionarios/
https://www.totvs.com/blog/capacitacao-de-funcionarios/
https://www.totvs.com/blog/inteligencia-artificial-na-industria-2/
22UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
● aumento na descentralização de processos devido à automação de operações
tanto repetitivas quanto analíticas. Isso possibilita que, na indústria inteligente,
módulos consigam atuar de maneira independente uns dos outros, com chance
de agilizarem e aprimorarem as suas próprias funções/atividades.
Benefícios da automação da produção
A	automação	da	produção	gera	uma	série	de	benefícios	para	a	indústria.	Confira	
alguns	dos	principais	a	seguir!
1. Aumento de produtividade
A automação é capaz de realizar tarefas repetitivas e manuais rapidamente e com
menos erros, o que permite ampliar a produção. Além disso, o uso de sistemas de gestão 
para	administrar	as	máquinas	favorece	a	busca	contínua	de	processos	cada	vez	mais	efi-
cientes, contribuindo para melhorar ainda mais a produtividade.
2. Redução dos custos
Com o ganho de escala na produção e a diminuição de erros que podem gerar
descartes e perdas de produtos, ocorre a redução nos custos unitários de produção. Há, 
ainda,	uma	aplicação	mais	eficiente	dos	insumos	com	base	em	históricos	e	análises	que	
buscam a melhoria nos processos fabris.
Muitos sistemas também operam de forma a otimizar o consumo energético, isto 
é, desligam quando não se encontram em uso ou tentam consumir energia de maneira 
aprimorada quando estão em funcionamento. Isso também contribui para diminuir custos.
3. Ganho de vantagem competitiva
O aumento da produtividade e a redução de custos contribuem para a empresa
obter	 vantagem	competitiva	 perante	 a	 concorrência.	Afinal,	 poderá	 praticar	 preços	mais	
atrativos, sem que haja perda de qualidade em seus produtos,pois a automação busca 
mantê-la	mesmo	que	a	quantidade	de	itens	fabricados	aumente	significativamente.
Fonte: TOTVS (2019).
23UNIDADE I Introdução ao Planejamento, Programação e Controle da Produção - PPCP
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Planejamento e Controle da Produção Teoria e prática
Autor: Dalvio Ferrari Tubino
Editora: Atlas
Sinopse: O autor Tubino apresenta o modelo de PPCP com as 
funções revistas e atualizadas de planejamento estratégico da 
produção (longo prazo), planejamento-mestre da produção (médio 
prazo) e programação e acompanhamento da produção (curto 
prazo), esta obra demonstra a estratégia da manufatura enxuta 
(lean) e une os atuais conceitos dessa estratégia com os de PPCP. 
FILME/VÍDEO
Título: Tempos Modernos
Ano: 1936
Sinopse: Tempos	Modernos	é	um	filme	que	retrata	a	vida	urbana	
nos Estados Unidos no ano de 1930, demonstrando os modos 
de produção industrial baseados na divisão e especialização do 
trabalho na linha de montagem.
24
Plano de Estudo:
• Inter-relações do PPCP com as demais áreas da empresa.
• Sistemas de Produção e modelos.
• Previsão da Demanda – Planos de longo, médio e curto prazo.
• A lógica do MRP / MRPII, JIT e OPT.
• Abordagem sobre os Sistemas utilizados no PPCP.
Objetivos de Aprendizagem:
• Compreender Inter-relações do PPCP com as demais áreas da empresa.
• Aprender os tipos de Sistemas de Produção e modelos.
• Estabelecer a importância da Previsão da Demanda – Planos de longo, médio e curto
prazo.
• Discorrer sobre a lógica do MRP / MRPII, JIT e OPT.
• Apresentar os Sistemas utilizados no PPCP.
UNIDADE II
MRP / MRPII, JIT e OPT
Professora Mestre Lilian Gonçalves
25UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
INTRODUÇÃO
Olá	estudante!
Vamos	à	Unidade	II!	Aqui	você	irá	compreender	a	importância	da	interrelação	do	
PPCP com os demais departamento da empresa, uma vez que o Planejamento da produ-
ção	envolve	os	departamentos:	comercial,	estoque,	compras,	financeiro,	RH	entre	outras.
Você sabia que cada tipo de empresa e produto há um modelo de produção? Vere-
mos os principais modelos de Sistema de Produção.
A seguir a Previsão de Demanda com Planos de longo, médio e curto prazo, pois 
dificilmente	a	quantidade	de	itens	demandados	será	igual	à	quantidade	produzida	e	vice	
versa. Vamos descobrir o porquê?
No dia a dia, o analista de programação da produção precisa tomar decisões que 
serão determinantes na formação dos custos de produção, sendo necessário a utilização 
de um sistema que dê suporte às inúmeras variáveis. Sendo assim, chegamos ao tema 
central desta unidade: Planejamento de Necessidades de Materiais - MRP I, 
Planejamento de Recursos de Manufatura - MRPII, Just in time (JIT) e Tecnologia da 
Produção Otimizada (OPT). Para encerrar a unidade abordaremos os Sistemas utilizados 
no PPCP.
Bons	Estudos!
26UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
1 INTERRELAÇÕES DO PPCP E DEMAIS ÁREAS DA EMPRESA
Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) é responsável por 
decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando a execução do 
que foi previsto no tempo e quantidade certa e a utilização dos recursos adequados. Res-
ponsável por administrar informações que chegam até ele vindas de diversas áreas, com o 
propósito	de	aumentar	a	eficiência	e	eficácia.
O PPCP deve responder às seguintes perguntas-chave (ERDMANN, 2000):
● O que Produzir? – Que está diretamente ligado ao custo de produção da peça 
ou à uma determinação da administração, da área estratégica ou até mesmo 
do marketing.
● Como Produzir? – Aqui o setor de PPCP precisa ter a descrição do processo 
de produção do produto, para que saiba a sequência de etapas necessárias, 
bem como as matérias-primas a serem utilizadas e quais máquinas serão 
necessárias.
● Quando Produzir? – Para saber quando produzir, deve-se levar em conta a 
capacidade da organização (quantidade de máquinas, seu pessoal e sua capa-
cidade	financeira)	e	também	quando	o	mercado	(consumidor)	está	disposto	a 
comprar. 
27UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Mas, para responder essas questões, o PPCP precisa manter interrelações di-
retas e indiretas com praticamente todos os setores da empresa, recebendo informações 
e transmitindo de várias áreas e utilizando-as para que a elaboração do planejamento 
e programação saia o mais correto possível. As principais interrelações do PPCP com 
os demais setores são as seguintes (CHIAVENATO, 1990):
● Área de Engenharia Industrial: o PPCP obtém informações sobre o funcio-
namento de máquinas e equipamentos e, por sua vez, a engenharia agenda a
paralisação das máquinas para consertos e reparos.
● Área de Suprimentos e Compras: o PPCP informa a utilização dos materiais
necessários. Caso não se tenha em estoque, o departamento de compras deve
efetuar a compra para que, posteriormente, seja estocado pela área de supri-
mentos. Sendo assim, a área de suprimento e compras baseia-se naquilo que
é planejado pelo PPCP.
● Área de Recursos Humanos: o PPCP faz a programação da atividade de
mão de obra, visando à quantidade de pessoas que serão necessárias para
trabalhar no processo de produção. Os treinamentos, recrutamento e seleção
são atividades desenvolvidas em função do PPCP.
● Área Financeira:	o	PPCP	baseia-se	nos	cálculos	repassados	pela	área	finan-
ceira para estabelecer os níveis desejáveis de estoque, tanto de matéria prima
como de produtos acabados.
● Área de Vendas: o PPCP, analisando a previsão de vendas fornecidas pela
área de vendas, elabora o plano de produção da organização, bem como a
quantidade que será produzida de cada produto.
● Área de Produção: o PPCP controla e planeja todo o processo de atividade da
produção, sendo assim, a área de produção é um setor que trabalha de acordo
com o que foi planejado e programado pelo PPCP.
28UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Figura 1 - As inter-relações do PPCP com as demais áreas da empresa
Fonte: Chiavenato (1990, p. 26). 
É importante que as informações que são compartilhadas estejam consolidadas, ou 
seja, só será possível colocar esta estratégia em funcionamento se estiverem compatíveis 
uma com as outras, caso contrário de nada adiantará, pois o processo não conseguirá 
atender a sua função (TUBINO, 2007). 
Logo, para Rentes (2008), da mesma forma que um setor bem estruturado traz 
benefícios, pode se tornar um grande problema. Se não realizar as atividades corretamente 
o PPCP pode levar a um mau atendimento ao cliente, sobrecarregar o estoque ou 
mesmo levar à falta de matérias-primas e mão-de-obra, má utilização dos equipamentos, 
atrasos na entrega dos produtos, além de ter um alto nível de problemas dentro da 
produção da organização. 
29UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
2 SISTEMAS DE PRODUÇÃO E MODELOS
Durante	o	século	XX,	deu-se	origem	aos	sistemas	de	produção,	em	que	define--
se por “sistema de produção” o conjunto de atividades e operações interrelacionadas 
envolvidas	na	produção	de	bens	(no	caso	das	indústrias)	e	serviços,	a	classificação	dos 
sistemas	de	produção,	principalmente	em	função	do	fluxo	do	produto,	reveste-se	na	grande 
variedade de técnicas de planejamento e gestão da produção (MOREIRA, 1998).
As	empresas	são	definidas	como	um	sistema	que	transforma,	através	de	processos,	
entradas (insumos) em saídas (produtos). Esse sistema é chamado de sistema produtivo. 
Portanto, para que esse sistema transforme insumos em produtos, é necessário estabe-
lecer planos e prazos, com aplicação de ações para que, após esses prazos, os eventos 
planejados se tornem realidade (TUBINO,2007). 
Diferenciam-se no sistema de produção alguns elementos constituintes fundamen-
tais, como os insumos, o processo de criação ou conversão, os produtos ou serviços e o 
subsistema de controle (MOREIRA, 1998). Cada tipo de processo de manufatura implica 
uma forma diferente de organizar as atividades das operações com diferentes caracterís-
ticas de volume e variedade (SLACK et al., 1997). O objetivo dos sistemasde produção é 
de organizar a forma com que as empresas geram bens físicos e serviços, analisando a 
melhor utilização dos recursos necessários e disponíveis, abrangendo diversas áreas de 
produção, não apenas indústrias. Os bens e serviços são gerados pela transformação dos 
recursos pelas atividade produtivas em processo na empresa (ALMEIDA JUNIOR, 2012). 
Zacarelli	(1979)	fala	sobre	classificação	de	indústrias	e	estabelece	duas	grandes	
classes, cada uma com subclasses:
30UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
1. Indústrias do tipo contínuo: os equipamentos executam as mesmas operações
de maneira contínua e o material se move com pequenas interrupções entre
eles até chegar a produto acabado. Como exemplo: as indústrias de celulose.
Figura 2 – Fábrica de Celulose
Fonte: Tubino ( 2007)
Pode se subdividir em:
1.1	Contínuo	puro:	uma	só	linha	de	produção,	os	produtos	finais	são	exatamente	
iguais e toda a matéria-prima é processada da mesma forma e na mesma sequência;
1.2 Contínuo com montagem ou desmontagem: várias linhas de produção contínua 
que convergem nos locais de montagem ou desmontagem;
1.3	Contínuo	com	diferenciação	final:	características	de	fluxo	igual	a	um	ou	outro	
dos	subtipos	anteriores,	mas	o	produto	final	pode	apresentar	variações.
2. Indústrias do tipo intermitente: diversidade de produtos fabricados e tamanho
reduzido do lote de fabricação determinam que os equipamentos apresentem
variações frequentes no trabalho.
Figura 3 - Indústria de máquinas e ferramentas
Fonte: Tubino (2007)
31UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Subdividem-se em:
2.1 Fabricação por encomenda de produtos diferentes: produto de acordo com as 
especificações	do	cliente	e	a	fabricação	se	inicia	após	a	venda	do	produto;
2.1 Fabricação repetitiva dos mesmos lotes de produtos: produtos padronizados 
pelo fabricante, repetitividade dos lotes de fabricação, pode-se ter as mesmas característi-
cas	de	fluxo	existente	na	fabricação	sob	encomenda.
Moreira	 (1998)	define	o	que	é	um	sistema	de	produção	e	descreve	brevemente	
seus	elementos	e	suas	interações.	Apresenta,	então,	duas	classificações	mais	usuais	de	
sistemas	de	produção,	à	primeira	denomina	Classificação	Tradicional	e	à	segunda,	Classi-
ficação	Cruzada	de	Schroeder.
O modelo de Classificação Tradicional, em função do tipo de processo de fabrica-
ção, agrupa os sistemas de produção em três grandes categorias, segundo Moreira (1998):
1. Sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha: apresentam sequência
linear	de	fluxo	e	trabalham	com	produtos	padronizados.	Esse	tipo	de	produção	tende	a	ter	
um alto grau de automatização e com produtos altamente padronizados. 
i) produção contínua propriamente dita: é o caso das indústrias de processo, esse
tipo de produção tende a ter um alto grau de automatização e a produzir produtos altamente 
padronizados.	Na	Figura	4	temos	a	indústria	refinaria	de	petróleo	como	exemplo	da	produ-
ção contínua
Figura 4 -	Refinaria	de	Petróleo
Fonte: Moura (1994)
ii) produção em massa: linhas de montagem em larga escala de poucos produtos
com grau de diferenciação relativamente pequeno. Como exemplo são as indústrias de 
montadoras de carros.
32UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Figura 5 - Indústria montadora de carros
Fonte: Moura (1994)
2. Sistemas de produção intermitente (fluxo intermitente)
i) por lotes: ao término da fabricação de um produto, outros produtos tomam seu
lugar nas máquinas, de maneira que o primeiro produto só voltará a ser fabricado depois de 
algum tempo. A produção em lotes é realizada antes de acontecer a venda ou a encomenda 
de algum cliente. Esse sistema de produção é utilizado em um grande número de indús-
trias, incluindo a maioria das indústrias de produtos de consumo, como roupas, móveis, 
eletrodomésticos etc.
Figura 6 - Indústria de confecção 
Fonte: Tubino (2007)
ii) por encomenda: o cliente apresenta seu próprio projeto do produto, devendo ser
seguidas	essas	especificações	na	fabricação.	Exemplo:	iates	de	luxo,	jatos	particulares
3. Sistemas de produção de grandes projetos sem repetição: produto único, não
há	rigorosamente	um	fluxo	do	produto,	existe	uma	sequência	predeterminada	de	atividades	
que deve ser seguida, com pouca ou nenhuma repetitividade. Exemplo: navios de grande 
porte, seja de carga ou passageiros.
33UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Figura 7 - Construção de navio de grande porte
Fonte: Tubino (2007)
Segundo Lopes (2002), o modelo de Classificação Cruzada de Schroeder é deri-
vado da tipologia clássica ou tradicional, leva em conta duas ou mais dimensões associadas 
aos	sistemas	do	processo	de	fabricação.	Essa	dimensão	geralmente	é	suficiente	para	os	
sistemas	 industriais,	mas	 incompleta	 se	aplicada	aos	serviços.	Por	 isso,	 a	 classificação	
cruzada é mais completa e ajuda a entender um maior número de casos práticos em que 
existem duas classes:
1. Sistemas orientados para estoque: produto é fabricado e estocado antes da
demanda efetiva do consumidor. Esse tipo de sistema oferece atendimento rápido e baixo 
custo,	mas	a	flexibilidade	de	escolha	do	consumidor	é	reduzida.	São	exemplo	as	indústrias	
alimentícias e autopeças.
Figura 8 - Indústria de bolachas
Fonte: Moura (1994)
34UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
2. Sistemas orientados para a encomenda: neste sistema as operações são
ligadas a um cliente em particular com o qual se discute o preço e o prazo de entrega da 
mercadoria. A medida do desempenho nos sistemas por encomenda é mensurada pelo 
prazo de entrega, que o cliente deseja saber de antemão (MEDEIROS, 2002). Como exem-
plos: grandes motores, edifícios, máquinas e equipamentos feitos sob encomenda.
Figura 9 - Construção de edifício
Fonte: Tubino (2007)
Logo,	cada	segmento	de	produção	deve	ser	analisado	e	adotado	em	específico,	ou	
seja, as características do produto e processo.
35UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
3 PREVISÃO DA DEMANDA – PLANO DE LONGO, MÉDIO E CURTO PRAZO
De acordo com Favaretto (2001), a gestão da demanda é a integração entre cliente 
e empresa, sendo responsável pelo planejamento adequado de todas demandas geradas, 
externa	ou	internamente,	a	fim	de	se	obter	um	equilíbrio	entre	o	que	o	mercado	requer	e	o	
que a produção pode fornecer.
A previsão da demanda refere-se a um processo metodológico com o objetivo de 
determinar dados futuros utilizando meios estatísticos, matemáticos, econométricos e até 
mesmo a subjetividade. Essa previsão nada mais é, como o próprio nome sugere, que uma 
atividade em que se deseja prever o futuro, tentando minimizar as incertezas relaciona-
das	ao	processo	empresarial	como	um	todo,	com	o	objetivo	final	de	melhorias	financeiras	
(GARCIA, 2011). 
Segundo Côrrea et al. (1997), algumas informações devem ser consideradas pelo 
sistema de previsão: dados históricos de vendas, variáveis que podem afetar o comporta-
mento das vendas no futuro; situação econômica atual, informações sobre comportamentos 
atípicos de vendas passadas, atuação de concorrentes e decisões da área comercial.
Os	métodos	de	previsão	da	demanda	são	classificados	em	duas	grandes	classes:	
métodos qualitativos e quantitativos. Os qualitativos subdividem-se em métodos de avalia-
ção subjetiva e exploratórios; já os quantitativos subdividem-se em métodos de projeção 
histórica e causais (MAKRIDAKIS; WHEELWRIGHT; HYNDMAN, 1998):
36UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
1. Métodos qualitativos: são subjetivos e contam com o julgamento humano. 
Apropriados quando poucos dados históricos estão disponíveis ou quando especialistas 
possuem inteligência de mercado que possa afetar a previsão (CHOPRA; MEINDL, 2011). 
O uso desse método é muito observado quando há o desenvolvimento de estratégias de 
longo e médio prazo e de novos produtos, em que a demanda é incerta (MAKRIDAKIS; 
WHEELWRIGHT; HYNDMAN, 1998). 
2. Métodos	quantitativos:	definem	explicitamente	como	a	previsão	é	determinada. 
A lógica é claramente diagnosticada e as operações são matemáticas.Os processos en-
volvem	verificação	de	dados	históricos	para	identificar	o	processo	(CAVALHEIRO,	2003).	
Desta forma, para a elaboração da previsão da demanda em Planos de longo, 
médio e curto prazo é necessário que as necessidades dos clientes e a capacidade da 
empresa devem estar equilibradas, para obter como consequência a minimização das 
incertezas de oferta e demanda, além de melhorias no nível de serviço prestado ao cliente, 
redução dos níveis de estoque, melhorias na utilização dos ativos e na disponibilidade de 
produto (MELO; ALCÂNTARA, 2011). 
A seguir você verá de que maneira é a rotina do PPCP em relação ao planejamento 
e a previsão da demanda. É necessário esclarecer que os aspectos do planejamento e 
controle da produção mudam ao longo do tempo. Slack et al. (2008) ilustram a natureza do 
planejamento e controle e como seus aspectos variam de importância ao longo do tempo, 
no longo prazo, os gerentes de produção fazem planos relativos ao que eles pretendem 
fazer, que recursos eles precisam e quais objetivos eles esperam atingir. 
A ênfase está mais no planejamento do que no controle, porque existe ainda pouco 
a ser controlado. Eles vão usar previsões da demanda provável, descritas em termos agre-
gados. O planejamento e o controle de médio prazo estão preocupados com planejar em 
mais detalhes (e replanejar, se necessário). Eles olham para frente para avaliar a demanda 
global que a operação deve atingir de forma parcialmente desagregada. No planejamento 
e	no	controle	a	curto	prazo,	muitos	dos	recursos	terão	sido	definidos	e	será	difícil	fazer	mu-
danças de grande escala nos recursos. Todavia, intervenções a curto prazo são possíveis 
se as coisas não correm conforme os planos. Nesse estágio, a demanda será avaliada de 
forma totalmente desagregada.
37UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
4 LÓGICA DO MRP I / MRP II, JIT E OPT
O Planejamento da Necessidade de Materiais (MRP) I e II é uma forma de adminis-
trar a produção. Está entre um dos três principais sistemas de Planejamento, Programação 
e Controle da Produção (PPCP), juntamente com Just in Time (JIT) e Optimized Production 
Technology (OPT). Um sistema de Planejamento e Controle da Produção é uma “função 
de apoio de coordenação das várias atividades de acordo com os planos de produção, de 
modo que os programas preestabelecidos possam ser atendidos nos prazos e quantidades” 
(RENTES, 2002, p. 49).
4.1 Planejamento da Necessidade de Materiais - MRP 
Segundo Esteves (2001), o MRP surgiu na década de 60, com o objetivo de auxiliar 
as empresas com o cálculo das necessidades de determinados produtos. O MRP “[...] é 
uma técnica para converter a previsão de demanda de um item de demanda independente 
em uma programação das necessidades de suas partes (estrutura)” (ALBERTIN; PONTES, 
2016, p. 132).
“Uma indústria que adota sistema do tipo MRP necessita, invariavelmente, de 
uma estrutura computacional (hardware e software) que possa manter todos os 
registros de produção (lista de materiais, lead times, estoques, entre outros) 
atualizados” (BEZERRA, 2014, p. 86).
Conforme Davis, Aquilano e Chase (2003 apud BEZERRA, 2014), os objetivos de 
um sistema MRP estão relacionados a:
38UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
● Estoque – encomendar o material correto, na quantidade necessária e no mo-
mento adequado;
● Prioridades – encomendar na data correta e manter válida essa data;
● Capacidade de produção – planejar adequadamente o lote completo de pro-
dução e os próximos lotes.
A principal informação que irá alimentar o cálculo das necessidades de materiais 
(MRP) é o plano mestre de produção, o qual se refere a um plano de produção estabelecido 
em horizonte de médio prazo para as demandas independentes (FENERICH, 2016, p. 104)
Para Vollmann et. al. (2006, p. 224) é importante salientar que: 
Além das entradas do programa mestre de produção, o MRP requer duas 
entradas básicas. Uma lista de materiais, para cada número de peça, quais 
outros número de peças são necessários como componentes diretos. A se-
gunda entrada básica para o MRP é o status do estoque.
É importante salientar que os principais aspectos de funcionamento do MRP 
segundo Corrêa e Gianesi (1999, p. 106) são: 
Parte-se	 das	 necessidades	 de	 entrega	 dos	 produtos	 finais	 (quantidades	 e	
datas); Calculam-se, para trás, no tempo, as datas em que as etapas do pro-
cesso de produção devem começar e acabar; e Determinam-se os recursos, 
e respectivas quantidades, necessários para que se execute cada etapa.
Lopes et. al. (2012) comentam que o sistema MRP auxiliou os gerentes a 
determinar a quantidade e o momento das compras de materiais, preocupando-se 
também com a lista dos materiais comprados e com o controle de estoque.
Figura 10 - Entradas e saídas no MRP
Fonte: Gaither e Frazier (2001, p. 314 apud ESTEVES 2007).
39UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Então, qual é a informação principal que alimenta o sistema MRP I?
A principal informação que irá alimentar o cálculo das necessidades de materiais 
(MRP I) é o plano mestre de produção, que se refere a um plano de produção estabelecido 
em horizonte de médio prazo para as demandas independentes (FENERICH, 2016). 
Qual a característica principal do MRP I?
De acordo com Fenerich (2016), é “empurrar” os estoques e responder rapidamente 
às	alterações	da	demanda	para	produção	do	produto	final.
Vamos conhecer o MRP I no cotidiano do PPCP? 
O MRP I utiliza como dados de entrada os pedidos em carteira, bem como a previ-
são de vendas que é passada pela área comercial da empresa. Exemplo: imagine que você 
vai fazer uma festa para 40 pessoas daqui a duas semanas; se você vai oferecer churrasco, 
salgados, cerveja e refrigerantes, antes de ir às compras, você deverá fazer uma estimativa 
do consumo do que cada pessoa deve consumir. Se você já tem em casa alguns itens 
(estoque), você pode descontar esse estoque dos itens a adquirir, chegando a quantidade 
necessária	de	cada	 item.	Talvez	você	queira	que	alguns	 itens	fiquem	em	estoque	ou	se	
constituam em uma reserva, caso os convidados consumam mais do que o esperado ou 
mesmo que venham mais pessoas do que o esperado (SLACK, 2008).
Pode-se destacar como vantagens dos sistemas MRP I (ELIACY, 2016): manuten-
ção	dos	níveis	de	estoque	de	segurança	e	redução	de	inventário;	identificação	de	falhas	de	
processo; programação da produção baseada em demanda real; adequação da produção 
por lotes ou processos de produção. 
Já como desvantagens podem-se destacar (ELIACY, 2016): sistemas de informáti-
ca pesados; falta de avaliação dos custos de colocação de ordens e de transporte; sistema 
pouco	 sensível	 à	 influência	 de	 curto	 prazo	 de	 demanda;	 complexidade	 do	 sistema	 em	
algumas situações, sem o fornecimento dos resultados esperados.
4.2 Planejamento dos Recursos da Manufatura - MRP II
Na década de 70, Oliver Wight introduziu o MRP II (Manufacturing Resources 
Planning - Planejamento dos Recursos da Manufatura), que incorporou ao MRPI outras 
funções necessárias para a meta de produção (ALBERTIN, 2016). Lopes et. al. (2012, p. 
5) afirmam	que	“enquanto	que	o	MRP	tratava,	principalmente,	com	os	materiais,	o	MRP	II 
completa a integração de todos os aspectos do processo de fabricação, incluindo a relação 
entre	materiais,	finanças	e	recursos	humanos.”
O sistema MRP II é a evolução natural da lógica do sistema MRP I?
40UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
Sim, “a extensão do conceito de cálculo das necessidades ao planejamento dos 
demais recursos de manufatura e não mais apenas dos recursos materiais” (DE MELO; DE 
MELLO VILLAR; SEVERIANO FILHO, 2006). 
Qual a diferença em o MRP I e MRP II?
Basicamente, a grande diferença entre esses dois módulos é que o MRP considera 
“O QUE” será produzido, “QUANDO” e “QUANTO”, como é apresentado na Figura 10. O 
MRP II, além dessas mesmas decisões, inclui “COMO”.
Figura 11- Diferença entre MRP I e MRP II
Fonte: Fenerich (2016,p. 81).
Corrêa e Gianesi (1993) listam cinco módulos principais do MRP II: Módulo de 
Planejamento da Produção (Production Planning); Módulo de Planejamento Mestre da Pro-
dução (Master Production Schedule - MPS); Módulo do Planejamento das Necessidades 
de Materiais (Material Requirement Planning - MRP); Módulo do Planejamento das Neces-
sidades de Capacidade (Capacity Requirement Planning - CRP); e Módulo do Controle do 
Chão de Fábrica (Shop Floor Control - SFC).
Uma das principais vantagens do MRPII é a sua natureza dinâmica. Ele permite 
reduzir custos com capacidade ociosa e estoques em excesso, mantendo os níveis de 
confiabilidade	de	entrega	(CORRÊA;	GIANESI;	CAON,	1999).
No ponto de vista de Melo et al. (2011), as desvantagens do sistema MRP II são: 
a sua	complexidade	e	dificuldade	de	adaptá-lo	às	necessidades	das	empresas;	ao	nível	
de	acuracidade	exigida	dos	dados;	o	fato	do	sistema	assumir	capacidade	infinita	em	todos	
os	centros produtivos; não enfatizar o envolvimento da mão-de-obra no processo.
4.3 Just In Time – JIT
Conforme Ohno (1988), o Just in time (JIT) surgiu no Japão para o mundo no século 
XIX, com Taiichi Ohno e o Sistema Toyota de Produção. Em japonês, as palavras para just 
in time significam	“no	momento	certo”,	“oportuno”.	Uma	melhor	tradução	para	o	inglês	seria	
em tempo, exatamente no momento estabelecido. In time,	em	inglês,	significa	“a	tempo”,	
41UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
ou seja, “não exatamente no momento estabelecido, mas um pouco antes, com uma certa 
folga” (MOURA; BANZATO, 1994).
Para Lubben (1989), o Just in time	é	uma	filosofia	de	manufatura,	ou	seja,	uma	
forma de abordar, entender e conduzir as atividades manufatureiras de uma organização. 
A	base	dessa	filosofia	é	a	eliminação	planejada	e	sistemática	do	desperdício,	levando	a	um	
melhoramento contínuo da produtividade. Segundo Ohno (1998), posteriormente o conceito 
de	JIT	se	expandiu,	e	hoje	é	uma	filosofia	gerencial	que	procura	não	apenas	eliminar	os	
desperdícios, mas também colocar o componente certo, no lugar certo e na hora certa. As 
partes são produzidas em tempo de atenderem às necessidades de produção, ao contrário 
da abordagem tradicional de produzir para caso as partes sejam necessárias.
O JIT leva a estoques bem menores, custos mais baixos e melhor qualidade do que 
os sistemas convencionais.
Qual a meta a ser alcançada no JIT? E como consegui-la?
Segundo Lubben (1989), a meta do JIT é desenvolver um sistema que permita a um 
fabricante ter somente os materiais, equipamentos e pessoas necessários para cada tarefa. 
Para se conseguir essa meta, é preciso, na maioria dos casos, seis objetivos básicos: a) 
integrar e otimizar cada etapa do processo de manufatura, com o auxílio da ferramenta; b) 
produzir produtos de qualidade; c) reduzir os custos de produção, com maior valor agrega-
do	ao	produto;	d)	produzir	somente	em	função	de	demanda;	e)	desenvolver	flexibilidade	de	
produção e estar pronto para todas as situações; f) manter os compromissos assumidos 
com clientes e fornecedores, evitando constrangimento em ambas as partes. Na visão de 
Corrêa (1993), as metas para tal ferramenta têm relação aos vários problemas que aconte-
ce na área de produção, cujo objetivo é otimizar os processos e procedimentos através da 
redução contínua de desperdícios, que são:
a) estoque zero;
b) tempo zero de preparação;
c) zero defeito;
d) movimentação zero;
e) quebra zero.
Qual o ponto positivo e ao mesmo tempo negativo do JIT?
É a redução do estoque do sistema que pode aumentar o risco de interrupção da 
produção em função de problemas na administração de mão de obra, por exemplo: greves 
nos	transportes,	tudo	pode	ficar	parado,	com	isso	há	perda	de	tempo,	que	resulta	em	des-
42UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
perdícios e custos para a empresa, do mesmo modo o risco de paralisação por quebras de 
maquinas (CORRÊA, 1993).
4.4 Tecnologia de Produção Otimizada – OPT
Conforme Tubino (2007), Optimized Production Technology (OPT) é uma técnica 
de gestão desenvolvida por um grupo de pesquisadores israelenses, do qual fazia parte o 
físico Eliyahu Goldratt, que acabou por ser o principal divulgador de seus princípios. O OPT 
foi concebido como uma técnica de planejamento da produção com ênfase na administra-
ção de gargalos e sincronização da manufatura (VILLAR; SILVA; NÓBREGA, 2008).
Logo, para a empresa aumentar a sua lucratividade, é preciso que, no nível da 
fábrica,	se	aumente	o	fluxo	e	ao	mesmo	tempo	se	reduzam	os	estoques	e	as	despesas	
operacionais. Os princípios da ferramenta OPT, enunciados por Garcia (2011, p. 146-155), 
são os seguintes:
1	-	Balancear	o	fluxo	e	não	a	capacidade.
2 - O nível de utilização de um não-gargalo não é determinado pelo
seu próprio potencial, mas por outras imposições do sistema.
3 - Utilização e ativação de um recurso não são sinônimos.
4 - Uma hora ganha num recurso-gargalo é uma hora ganha para o
sistema global.
5 - Uma hora ganha num recurso não-gargalo é um engano.
6 - O lote de transferência não pode ser e, frequentemente não
deveria ser, igual ao lote de processamento.
7	-	O	lote	de	processamento	deve	ser	variável	e	não	fixo.
8	-	Os	recursos-gargalo	além	de	definirem	o	fluxo	do	sistema,	definem
também o seu estoque.
9 - A programação de atividades e a capacidade produtiva devem ser
consideradas simultaneamente e não sequencialmente. Os lead-times
(tempos de espera ou preparação) são um resultado da programação
e não podem ser assumidos à priori.
43UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
5 ABORDAGEM SOBRE OS SISTEMAS UTILIZADOS NO PPCP
A Tecnologia da Informação (TI) possibilita novas alternativas de estratégias de 
operações e de negócios para o Planejamento e Controle da Produção, a exemplo disso, 
estão os sistemas MRP, MRP II e ERP (LAURINDO et. al., 2002). Já Junior (2012) 
con-sideram	 a	 área	 de	 PPCP	 chave	 para	 empresas	 industriais	 e	 as	 classificações	 dos	
tipos	 de	manufatura devem estar relacionadas à escolha dos sistemas de informação 
para PPCP a serem adotados.
A próxima evolução consiste na TI integrando as diversas etapas da cadeia de 
suprimentos, inicialmente pelo EDI – sigla de Electronic Data Interchange	–,	que	significa	
Troca Eletrônica de Dados, e atualmente via e-commerce B2B – business to business 
(MEDEIROS JUNIOR, 2002). Lopes (2012) trazem que o EDI é uma ferramenta 
estratégica utilizada	pelas	empresas,	podendo	ser	definido	como	o	movimento	eletrônico	
de	 informações	 entre o comprador e o vendedor, sendo um facilitador nas relações 
comerciais. Uma linha que liga os clientes do provedor, proporcionando uma ligação entre 
os sistemas eletrônicos de informação entre empresas, não levando em consideração os 
sistemas e procedimentos utilizados no interior de cada uma delas (ELIACY, 2016).
Uma alternativa recente para a integração de sistemas é a estratégia chamada 
best of breed (BoB) ou Melhor da Raça, na qual as melhores soluções são adquiridas (de 
diferentes fornecedores) para cada parte da empresa e posteriormente integradas (LIGHT; 
HOLLAND; WILLS, 2001). Um exemplo e BoB é a integração de aplicações APS (Advanced 
Planning and Scheduling) com sistemas ERP (Enterprise Resource Planning – Planejamen-
to de Recursos Corporativos em português), no intuito de buscar soluções mais elaboradas 
para o PCP (WIERS, 2002).
44UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
SAIBA MAIS
FERRAMENTAS QUE FACILITAM A ROTINA DO PPCP
Com a indústria 4.0 se tornando cada vez mais real, é comum que os colaboradores 
tenham medo de serem substituídos caso suas atividades sejam automatizadas. No 
en-tanto, para a área de PPCP as ferramentas de automatização não excluem a 
necessidade da	análise	crítica	de	um	profissional.	Pelo	contrário,	ela	elimina	atividades	
de	alto	risco	que demoram horas para serem realizadas.
Um dos pontos principais da automatização da produção é justamente economizar 
tem-po eliminando atividades manuais. Por exemplo preenchimentode planilhas 
que de-manda muito tempo, precisam ser constantemente atualizadas com dados 
corretos e ainda sim, possuem alto risco de falha.
Fonte: QS Consultoria (2019).
REFLITA
“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou 
a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça 
tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma 
maneira você chega lá” (Ayrton Senna).
45UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade aprendemos como a interrelação do PPCP com as demais áreas da 
organização é fundamental para o objetivo principal da empresa, ou seja, atender de forma 
eficiente	e	eficaz	seus	clientes.
Estruturar o PPCP com sistemas de informação de forma adequada é primordial, 
sendo essencial conhecer lógica do MRP I / MRP II, JIT e OPT, suas contribuições e 
limitações como fonte geradora de informação para o PPCP.
O conhecimento que abordamos na Unidade II é importante, porém há muito mais a 
aprender!	Na	próxima	unidade	iremos	integrar	o	conteúdo	das	unidades	já	estudadas,	pro-
movendo, assim, a união de conhecimentos sobre o complexo, mas maravilhoso, mundo 
da produção de produtos e serviços.
Sucesso!
46UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
LEITURA COMPLEMENTAR
ERP, o que é e para que serve?
ERP (Sistema Integrado de Gestão Empresarial) é um software corporativo que 
tem como principal função apoiar as empresas no controle total de suas informações, 
integrando e gerenciando dados, recursos e processos para que as companhias tenham 
maior assertividade na tomada de decisão e sucesso nos negócios.
Num	mercado	cada	vez	mais	competitivo,	um	dos	principais	desafios	das	empresas	
têm sido manter o controle de todos os seus processos e informações, que permitam que 
essas	organizações	identifiquem	a	melhores	estratégias	que	possam	destacá-las	de	seus	
concorrentes, com custos reduzidos e rentabilidade elevada. Essa é a proposta dos softwa-
res de ERP, capazes de mensurar cada detalhe do negócio de forma automatizada e em 
tempo	real,	garantindo	agilidade	e	eficiência	às	rotinas	organizacionais.
Para que serve um ERP?
● simplificar	os	processos	operacionais	da	empresa;
● agregar inteligência, segurança e qualidade para as informações;
● integração dos departamentos, informações completas e consistentes;
● automatização das atividades;
● controle de estoque;
● controle de custos;
● controle de prazos;
● controle de pessoal;
● gestão integrada e especializada;
● eficiência	e	produtividade.
Com	o	respaldo	de	um	software	de	ERP	todas	as	informações	da	empresa	ficam
concentradas em um único lugar, integrando dessa forma departamentos e dados com 
mais segurança e assertividade. 
Os experts consideram que o valor investido na contratação de um bom ERP retor-
na rapidamente para os bolsos da empresa, justamente por conta do controle, economia e 
informação estratégica que o software proporciona, tornando a empresa mais competitiva.
Fonte: Augelli (2017).
47UNIDADE II MRP / MRPII, JIT e OPT
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
•Título: Planejamento, Programação e Controle da Produção
• Autor: Irineu G. N. Gianesi, Mauro Caon e Henrique Luiz Corrêa
• Editora: Atlas
• Sinopse: Os sistemas integrados de gestão do empreendi-
mento MRP II/ERP são hoje os mais largamente utilizados pelas
empresas ao redor do mundo para o suporte integrado à tomada
de decisão. A adoção de aplicativos de software que se utilizam da
lógica MRP II/ERP, como o SAP, o BAAN4, o ORACLE ou várias
dezenas de outros comercialmente disponíveis, está hoje no topo
da lista de prioridades de grande parte dos gestores dos processos
empresariais modernos. Entretanto, se a compra de um aplicativo
de software robusto é condição necessária para o sucesso no uso
do	MRP	 II/ERP,	está	 longe	de	ser	condição	suficiente.	Antes	de
tudo, as empresas devem compreender perfeitamente os seus
conceitos para uma implantação de sucesso. Este livro traz de for-
ma simples e clara os conceitos essenciais para que os gestores
gerenciem e participem de processos de implantação e gestão de
sistemas MRP II/ERP.
FILME/VÍDEO
• Título: Apollo 13
• Ano: 1995
• Sinopse: O	filme	que	narra	a	história	verídica	da	missão	Apollo	13,
da NASA, traz, segundo Dario Rais Lopes, professor da Escola de
Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e assessor
especial do Grupo Ecorodovias, a essência da engenharia, com
aplicação dos conceitos da física, o trabalho em equipe, a criativi-
dade a construção do novo e a sua reconstrução em circunstâncias
emergenciais.	“Foi	o	filme	que	mais	me	tocou	como	engenheiro.	A
cena	da	construção	do	filtro	de	ar	adaptado	do	módulo	de	coman-
do para o módulo lunar, feito pelos engenheiros na NASA, mas
só com os materiais que havia na nave, para que os astronautas
pudessem reproduzir, é um dos exemplos mais bonitos da prática
da engenharia”. A habilidade inovar, adaptar, trabalhar sob pressão
são habilidades essenciais para o programador de produção.
48
Plano de Estudo:
• A	influência	dos	tipos	de	produção	e	arranjos	da	fábrica	(layout)	no	PPCP.
• Fluxo de informações através das unidades do PPCP.
• A visão da logística integrada no PPCP.
• Programação de uma célula de produção.
• Programação e controle da produção com Kanban. 
Objetivos de Aprendizagem:
• Estabelecer a importância da interferência dos modos de produção versus o layout da 
fábrica.
• Apresentar	a	influência	da	trajetória	da	informação	nas	unidades	do	PPCP.
• Entender os conceitos da logística integrada aplicada nas ações do PPCP
• Conhecer os fatores que compõem a programação de uma célula de produção.
• Verificar	de	que	maneira	é	realizada	a	programação	e	controle	da	produção	com	o
Kanban.
UNIDADE III
A influência dos tipos de produção e 
layout no PPCP
Professora Mestre Lilian Gonçalves
49UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
INTRODUÇÃO
Olá,	estudante!
Chegamos	à	terceira	unidade	da	apostila!	Iniciaremos	com	o	estudo	dos	modelos	
de	layout	de	fábrica	e	como	eles	influenciam	nos	vários	tipos	de	produção.	
A	seguir	você	será	apresentado(a)	à	importância	do	fluxo	de	informações	dos	diver-
sos departamentos da empresa com o departamento de PPCP. Esses fatores são essen-
ciais para o bom andamento da programação da produção. Você já imaginou uma fábrica 
com	máquinas	espalhadas	por	todo	o	prédio,	sem	nenhuma	lógica	de	fluxo,	obrigando	os	
funcionários a andar em diferentes sentidos e várias vezes, ou que o programador do PPCP 
libere	ordens	de	produção	de	produtos	que	não	foram	vendidos	ou	com	as	especificações	
erradas. Como exemplo: o departamento comercial vendeu 100 blusas femininas azuis e o 
programador emitiu ordem de fabricação de 200 blusas masculinas vermelhas e o chão de 
fábrica produzir 300 blusas femininas laranjas?
Sabia que esse erro poderia ser evitado com a logística integrada ao PPCP? Sim, 
pois a logística integrada garante que o serviço, produto ou informação seja entregue na 
hora correta, no departamento correto, com o custo correto ao cliente certo.
Por conseguinte, será estudado de que maneira é realizada a programação de 
uma	célula	de	produção	e	finalizamos	com	o	conceito	de	Kanban	aplicado	à	programação	
e controle da produção
Bons	Estudos!
50UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
1 A INFLUÊNCIA DOS TIPOS DE PRODUÇÃO E ARRANJOS DA FÁBRICA (LAYOUT) 
NO PPCP
Sabia	 que	 o	 arranjo	 físico	 ou	 layout	 possui	 grande	 influência	 na	 programação	
e	 controle da produção? A escolha do arranjo físico deve estar de acordo com as 
caracterís-ticas do produto a ser fabricado. Existem fábricas que conseguem aumentar 
até 25% da produção, reduzir custos e melhorar o aproveitamento do espaço somente 
através de um novo arranjo físico da fábrica (SLACK et al., 2009).
O	 layout	 pode	 ser	 definido	 como	 a	 disposição	 física	 de	 máquinas,	 postos	 de	
traba-lho, equipamentos, pessoas, áreas decirculação, entre outros fatores que ocupam 
espaço na fábrica, distribuindo-os de forma a maximizar a funcionalidade do processo 
produtivo e otimizar o ambiente de trabalho (ROCHA, 1995). Na concepção de Slack et 
al. (2009), layout de uma operação produtiva leva em conta a localização física dos re-
cursos de transformação.
A estruturação do layout, conforme Ferreira (2013), representa uma atividade 
com-plexa, apresentando uma longa duração e um elevado custo devido às grandes 
dimensões dos equipamentos a serem transferidos. Erros no projeto de layout podem 
gerar interrupções no fornecimento, levando à insatisfação do consumidor interno e 
externo, atrasos na produção,	 propiciando	 filas	 e	 estoques	 confusos	 e	 desnecessários,	
além	 de	 altos	 custos	relacionados	à	 ineficiência	da	criação	de	sinergia	entre	o	conjunto	
do	arranjo	físico	(KAN-NAN, 2010). 
51UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Shingo (1996), por sua vez, destaca que as melhorias no layout trazem os seguintes 
benefícios: eliminação de horas-homem de transporte; feedback de informação referente 
à qualidade mais rápido, para ajudar a reduzir os defeitos; redução de horas-homem ao 
diminuir ou eliminar esperas de lote ou de processo; e redução do ciclo de produção. Já 
o autor Rocha (1995) aponta algumas vantagens que a melhoria de layout pode trazer:
utilizar racionalmente o espaço disponível; reduzir ao mínimo as movimentações de ma-
teriais, produtos e pessoas; e possibilitar supervisão e obtenção da qualidade. Segundo
Gomes	(2004)	há	alguns	dos	fatores	qualitativos	que	afetam	na	definição	do	arranjo	físico:
(i) segurança; (ii) estética; (iii) mix de produtos. A decisão do tipo de layout a ser utilizado, 
não	é	uma	definição	isolada.	Devem-se	levar	em	conta	os	tipos	de	processos	de	produção 
que serão utilizados e a natureza dos materiais utilizados. Dessa forma, Gonçalves (2007) 
propõe	a	definição	do	tipo	de	arranjo	físico,	em	relação	ao	tipo	de	produto	e	os	sistemas	de 
manufatura.
Quais são os tipos de arranjos físicos ou layout em uma manufatura?
Moreira	(1993)	identificou	os	seguintes	tipos	de	layout	nos	sistemas	de	
manufatura:	Layout posicional ou posição ixa (project shop):	o	material	
permanece	fixo	em	
uma determinada posição e as máquinas se deslocam até o local, executando as opera-
ções necessárias. Peinado e Graeml (2007) citam as vantagens desse arranjo físico: não 
movimentação do produto e existência da possibilidade de terceirização de todo o projeto 
ou	 parte	 dele	 com	 prazos	 previamente	 fixados.	Também	as	d esvantagens, os mesmos 
autores citam a complexidade na supervisão e controle de mão-de-obra, matéria-prima 
etc. e a necessidade de áreas externas próximas à produção para submontagem, guarda 
de matérias etc. Aplica-se a projetos e a grandes projetos com alto valor agregado e baixa 
quantidade de produção. Os exemplos de uso desse arranjo citados por Olivério (1985) são 
as montagens de navios e de grandes alternadores; Groover (1987) cita aviões de grande 
porte e Black (1991) acrescenta locomotivas, prédios, pontes e represas.
A Figura 1 demonstra o layout de arranjo posicional.
52UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Figura 1 - Layout Posicional
Fonte: Black (1991).
Layout funcional ou por processo (job shop): todas as operações, montagens 
e equipamentos de modelos similares são desenvolvidos na mesma área. O material se 
desloca buscando por diferentes recursos. Sua característica fundamental é o agrupamen-
to de operações de um mesmo tipo (OLIVÉRIO, 1985). Black (1991) destaca que, devido 
a	sua	alta	flexibilidade,	esse	arranjo	físico	trabalha	na	produção	de	uma	grande	variedade	
de	produtos	em	pequenos	lotes,	normalmente	atendendo	a	pedidos	específicos	de	clientes	
(produção sob encomenda), conforme demonstra a Figura 2.
Figura 2 - Layout Funcional
Fonte: Black (1991).
Layout linear ou por produto (flow shop): no layout linear os equipamentos 
são	 dispostos	 de	 acordo	 com	 uma	 determinada	 sequência	 de	 operações,	 ficando	 fixos	
enquanto os materiais se movem pelos vários equipamentos (OLIVÉRIO, 1985). É utilizado 
na produção de grandes volumes, como exemplo as indústrias de celulose, siderúrgicas, 
53UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
frigoríficos,	automobilística	e	confecções.	Na	Figura	3	é	possível	visualizar	a	disposição	das	
máquinas em linha reta neste tipo de arranjo físico. 
Figura 3 - Layout Linear
Fonte: Black (1991).
Layout celular: também é denominado arranjo físico linear, product flow layout, 
product layout e flow shop. Black (1991, p. 36) acrescenta que, “quando o volume de 
produção se torna muito grande, especialmente na linha de montagem, esse arranjo físico é 
chamado de produção em massa”. A disposição dos locais de trabalho obedece à sequência 
de processamento do produto, buscando otimizar a movimentação de material (OLIVÉRIO, 
1985).	As	máquinas	e	equipamentos	são	distribuídos	normalmente	em	uma	configuração	
no formato de “U”. Os materiais entram na célula, passam pelos processos necessários 
e saem produtos acabados (MOREIRA, 1993). O formato de “U” pode ser visualizado na 
Figura 4. Esse arranjo físico é um híbrido dos layout linear e funcional, sendo utilizados 
em empresas moveleiras.
Figura 4 - Layout Celular
Fonte: Black (1991).
54UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Prata (2002) lista as seguintes vantagens do arranjo tipo celular: 
● Redução de matéria-prima, de estoque em processo e inventário de produtos 
acabados;
● Tempo de setup reduzido;
● Os	produtos	são	movidos	de	forma	mais	eficiente;
● Maior produtividade;
● Maior aproveitamento da mão-de-obra e satisfação dos operadores;
● Flexibilidade dos produtos e do tamanho dos lotes a serem fabricados. 
Porém não existem somente vantagens neste tipo de layout. O mesmo autor 
iden-tifica	algumas	desvantagens:	
● As máquinas geralmente possuem baixa utilização;
● As células podem requerer investimentos adicionais pela duplicação de equipa-
mentos;
● Há um alto custo inicial pela realocação das máquinas;
● É exigida mais disciplina para evitar peças fora da família;
● Possibilidade de problemas ergonômicos.
Layout Combinado, Misto ou Híbrido: para Slack et al. (2009), o layout misto se 
deve a um elevado número de operações, combinando elementos básicos de cada 
layout ou o processo se utiliza de layout na sua forma pura em diferentes partes da 
operação. O layout misto é utilizado para aproveitar as vantagens de diversos tipos de 
layout de uma só vez, em que é utilizado uma combinação geralmente do layout por 
produto, por processo e celular (PEINADO; GRAEML, 2007). 
Um exemplo desse tipo de arranjo físico pode ser visto em um restaurante em que 
o salão de festa possui o layout posicional, os aparadores estão no formato celular (cada 
buffet	é	divido	em	entrada,	prato	principal	e	sobremesas)	e,	por	fim,	a	cozinha	tem	o	arranjo 
físico de processo (freezer, forno, pia, geladeira e outros). Na Figura 5 é possível ver a 
disposição dos diferentes arranjos físicos em um restaurante. Na próxima vez que você for 
a	um	restaurante,	observe	a	disposição	das	mesas,	buffet,	cozinha	e	a	movimentação	dos 
garçons. 
55UNIDADE III A influência dos tipos de produção e layout no PPCP
Figura 5 - Layout Combinado, Misto ou Híbrido
Fonte: Prata (2002).
Um	 layout	 correto	proporciona	um	 fluxo	de	 comunicação	entre	as	atividades	de	
ma-neira	mais	eficiente	e	eficaz,	melhorando	a	utilização	das	áreas	produtivas,	obtendo	
maior	 facilidade na administração das tarefas, diminuindo, assim, os problemas 
ergonômicos e flexibilizando	 os	 processos	 em	 casos	 de	 mudanças	 e	 ou	 adequações	
(BLACK,	1991).
Dessa forma, depois de conhecer os vários tipos de layout, suas vantagens e 
desvantagens,	é	possível	perceber	a	influência	do	layout	no	PPCP	que	para	realizar	suas	
atividades de planejamento,

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