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26/03/2015 1 Estruturas de Concreto Armado 1 Museu de Arte Moderna –Rio de Janeiro 1953 Aula 03 Aula 03 Propriedades mecânicas Propriedades mecânicas do concretodo concreto Universidade de Brasília: Departamento de Engenharia Civil e Ambiental Departamento de Engenharia Civil e Ambiental -- ENCENC Estruturas de Concreto Armado 1 Estudo do Material Concreto O concreto é um material composto por aglomerantes hidráulicos, materiais inertes e água, apresentando uma boa resistência à compressão e baixa resistência à tração.p p ç Classes de Concreto A NBR-6118:2014 aplica-se às estruturas de concretos normais, identificados por massa específica seca maior do que 2.000 kg/m3, não excedendo 2.800 kg/m3, do grupo I de resistência (C20 a C50) e do grupo II de resistência (C55 a C90), conforme classificação da ABNT NBR 8953. Grupo I 20MPa ≤ fck ≤ 50 MPa Grupo II 55MPa ≤ fck ≤ 90 MPa A classe de concreto C15 (15MPa) pode ser usada apenas em obras provisórias ou concreto sem fins estruturais, conforme a ABNT NBR 8953. 2 26/03/2015 2 Estruturas de Concreto Armado 1 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Segundo MEHTA & MONTEIRO (1994), “A resistência de um material é definida como a capacidade de este resistir à tensões sem haver ruptura”. A resistência do concreto à compressão, sua característica mais importante, é medida através de ensaios de compressão axial em corpos‐de‐prova, sendo esses ensaios utilizados para o controle de qualidade e a aceitação do concreto utilizado na estrutura. No Brasil a resistência à compressão do concreto deve ser obtida em ensaios com corpos‐de‐prova cilíndricos moldados segundo a NBR‐5738 e realizados de acordo com a NBR‐5739. 3 Estruturas de Concreto Armado 1 RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO À COMPRESSÃO (fck ) A determinação da resistência do concreto é feita através de tratamento estatístico. Os resultados dos ensaios obedecem aproximadamente a uma curva normal de distribuição de frequências ou Curva de Gauss. Para a NBR-6118/2014, a resistência característica inferior é admitida como sendo o valor que tem apenas 5% de probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote de material. 4 26/03/2015 3 Estruturas de Concreto Armado 1 RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO À COMPRESSÃO (fck ) Através desta curva, encontramos a resistência característica do concreto (fck), considerada como sendo o valor que tem 95% de probabilidade de ser igualado ou superado. Matematicamente através da curva de Gauss de acordo com a NBR 12 655:2006 temos que:Matematicamente, através da curva de Gauss, de acordo com a NBR-12.655:2006 temos que: 5 Estruturas de Concreto Armado 1 Fatores que interferem na resistência à compressão do concreto: a) Fator água/cimento - porosidade: Principal responsável pela resistência à compressão do concreto, o fator água/cimento mede a relação entre o peso da água e o do cimento utilizado no traço do concreto. Ele determina a porosidade do concreto endurecido, que por sua vez afeta na resistência do mesmo, visto que uma menor porosidade, ocasionada por uma menor relação água/cimento, proporcionará uma maior área de contato entre os elementos, proporcionando assim uma maior resistência. b) Tipo de Cimento: O tipo de cimento utilizado no concreto em geral influi pouco na resistência à compressão definitiva do concreto, sendo mais utilizado para ajustar outras características do mesmo. Segundo MEHTA & MONTEIRO (1994), “..., a influência da composição do cimento sobre a porosidade da matriz e a resistência do concreto fica limitada às baixas idades”. 6 26/03/2015 4 Estruturas de Concreto Armado 1 c) Cura: A cura inadequada ou a alta temperatura pode ocasionar uma perda de água prematura do concreto, deixando espaços vazios, reduzindo assim a sua resistência. d) Adensamento: O adensamento, feito imediatamente após o lançamento do concreto, tem a função de eliminar os vazios existentes no mesmo. O adensamento do concreto no corpo-de-prova é feito de forma manual, por procedimentos definidos em norma. O adensamento feito fora destes padrões pode conduzir a resultados errôneos da resistência do concreto à compressão. e) Forma e dimensões do corpo-de-prova: Uma das dificuldades encontradas é o dimensionamento do corpo-de-prova, que deve ser tal que o diâmetro permita uma concretagem fácil, e a altura não pode ser excessivamente baixa para evitar um impedimento da deformação transversal, devido ao atrito das faces extremas com os pratos da prensa de ensaio. Baseado neste princípio, a norma brasileira e a maioria das normas internacionais recomendam a adoção de corpos-de-prova cilíndricos de 15 cm de diâmetro de base por 30 cm de altura. Existem ainda alguns países, como a Alemanha, que adotam corpos-de-prova cúbicos, encontrando resultados superiores aos dos cilíndricos, devido, sobretudo, ao atrito mencionado anteriormente. 7 Estruturas de Concreto Armado 1 f) Idade do Concreto: A resistência do concreto à compressão cresce em função do tempo decorrido da concretagem, mais rapidamente nas primeiras idades e mais lentamente a partir do nonagésimo dia, vindo a se estabilizar, aproximadamente, após o primeiro ano de vida da estrutura. O gráfico abaixo mostra ensaios com o concreto em diversas idadesmostra ensaios com o concreto em diversas idades. 8 (Fusco, 1991) 26/03/2015 5 Estruturas de Concreto Armado 1 Como para cada idade o concreto tem uma resistência diferente, fez-se necessário padronizar uma para que seja usada como referência de resistência. Para compra do concreto, especificação de resistência em projetos, ensaios de verificação etc. Foi escolhida a idade de 28 dias como referência Não se sabe ao certo o porque desta escolha Variação da resistência do concreto à compressão (temperatura ambiente entre 15 e 20 oC) - SÜSSEKIND, (1981). Segundo a NBR 6118 (2014), para idades inferiores a 28 dias, pode-se utilizar a seguinte expressão: Foi escolhida a idade de 28 dias como referência. Não se sabe ao certo o porque desta escolha, existindo apenas especulações sobre sua origem, mas esta idade foi estabelecida ainda no início do uso do concreto armado, como parâmetro de referência. g ( ), p , p g p 9 Estruturas de Concreto Armado 1 g) Aplicação de carga continuada: A resistência do concreto à compressão reduz quando se aplica um carregamento de compressão e esta carga permanece aplicada. Esta redução acontece muito rapidamente, em torno de 1 a 2 horas. Este fenômeno é conhecido como efeito Rüsch. 10 26/03/2015 6 Estruturas de Concreto Armado 1 h) Velocidade de Aplicação de carga: A resistência do concreto à compressão varia quando se aplica o carregamento com diferentes velocidades. Por isso, os ensaios dos corpos de prova moldados para controle tecnológico, devem ser executadas na estrita observância da norma que estabelece os procedimentos deste ensaio O operador da prensa precisa ser experiente e consciente daprocedimentos deste ensaio. O operador da prensa precisa ser experiente e consciente da importância de seu trabalho e executá-lo sem desvios do procedimento padrão. 11 Estruturas de Concreto Armado 1 Correção da resistência à compressão Para se projetar estruturas, necessário que se utilize uma resistência real no tempo infinito, pois a edificação deve durar décadas. Sendo assim, em projeto faz-se: a) Influência do aumento de resistência com o tempo – A favor da segurança – ver tópico f acima – utiliza-se um aumento de resistência ao longo do tempo de 16%, ou seja, fc,∞=1,16 fc,28 b) Influência da redução de resistência sob carga continuada ( Efeito Rusch ) – Considera-se, a favor da segurança – Ver tópico g acima – uma redução de resistência de 27%, ou seja, fc,∞ = 0,73 fc,28. Lembrando que fc,28 = fck : fck,para projeto = 1,16 . 0,73 . fck do concreto = 0,85 fck do concreto12 26/03/2015 7 Estruturas de Concreto Armado 1 Diagrama Tensão versus Deformação do Concreto Diagramas de ensaio: Concretos de resistências mais altas: inclinação maior no início da curva ê ã 13 Concretos de diferentes resistências: para tensão máxima as deformações são aproximadamente iguais:εcmax≃ 0,002 = 2mm/m= 2‰ Estruturas de Concreto Armado 1 Diagramas obtidos de ensaios : c (MPa) c (MPa)c 20 30 40 50 60 ( ) f = 50 MPac cf = 50 MPa 20 30 40 50 60 f = 40 MPac c ( ) cf = 25 MPa cf = 20 MPa cf = 40 MPa f = 25 MPac cf = 20 MPa 14 c 1 2 3 4 5 6 10 10 65432100( / )0 0( / )00c 26/03/2015 8 Estruturas de Concreto Armado 1 Diagrama Tensão versus Deformação da NBR-6118/2014 De forma a estabelecer um critério de dimensionamento comum aos concretos com diferentes resistências à compressão com que se trabalha na prática, havia a necessidade de um diagrama ideal, mesmo que simplificado para possibilitar a sua aplicação numérica A partir dos ensaios realizadosmesmo que simplificado, para possibilitar a sua aplicação numérica. A partir dos ensaios realizados por E. Grasser, comprovou-se que a tensão máxima ocorre com uma deformação específica da ordem de 0,2%, atingindo a ruptura com uma deformação média em torno de 0,35%. Com esses dados, a maioria das normas, inclusive a NBR 6118 (2014), recomenda a utilização, para projeto, do diagrama simplificado parábola-retângulo abaixo: 15 Correção da resistência. Estruturas de Concreto Armado 1 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO A resistência à tração do concreto é relativamente baixa, girando em torno de 8 a 15% da sua resistência à compressão. Os ensaios para a determinação da resistência à tração do concreto são: Ensaio de tração direta: Neste ensaio, considerado o de referência, a resistência à tração direta, fct, é determinada aplicando-se tração axial, até a ruptura, em corpos de prova de concreto simples (Figura abaixo). A seção central é retangular, com 9 cm por 15 cm, e as extremidades são quadradas, com 15 cm de lado. 16 26/03/2015 9 Estruturas de Concreto Armado 1 Ensaio de tração indireta ou tração na flexão: Esse ensaio é feito com a utilização de um corpo-de-prova prismático, com seção transversal de 15 cm x 15 cm e comprimento de 75 cm, que é submetido à aplicação de carga transversal nos terços médios entre os apoios, conforme a Figura abaixo. 17 Estruturas de Concreto Armado 1 Ensaio de tração na compressão diametral: É o ensaio mais utilizado, por ser mais simples de ser executado e utilizar o mesmo corpo de prova cilíndrico do ensaio de compressão (15 cm por 30 cm). Também é conhecido internacionalmente como Ensaio Brasileiro, pois foi desenvolvido por Lobo Carneiro, em 1943. 18 26/03/2015 10 Estruturas de Concreto Armado 1 Esse ensaio surgiu durante a abertura da Avenida Presidente Vargas, na cidade do Rio de Janeiro, em 1943. A igreja de São Pedro, uma igreja muito antiga, construída em 1732, situava-se bem no centro da futura avenida. A solução imaginada, na época, foi deslocá-la para o lado, usando rolos de concreto com 60cm de diâmetro. 19 Estruturas de Concreto Armado 1 De Acordo com o item 8.2.5 da NBR6118:2014, a resistência à tração por compressão diametral (fct,sp ) e a resistência à tração na flexão (fct,f) devem ser obtidas em ensaios realizados segundo a NBR-7222 e a NBR-12142, respectivamente. Se forem realizados os ensaios indiretos, a resistência à tração direta fct pode ser adotada igual a: fct,m = 0,9.fct,sp = 0,7.fct,f Na falta de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode-se avaliar o valor médio ou característico por meio das seguintes equações: fct m = 0,3. fck2/3Para concretos do Grupo I (até 50MPa): fctk inf = 0,7.fct m A NBR-6118/2014, estabelece qual destas resistências à tração deve ser utilizada para cada verificação em que esta resistência é requerida. onde : fct,m e fck são expressos em MPa. ct,m , ck 20 p ( ) ctk,inf , ct,m fctk,sup = 1,3.fct,mfct,m = 2,12. ln(1+0,11.fck)Para concretos do Grupo II (55 até 90MPa): 26/03/2015 11 Estruturas de Concreto Armado 1 MÓDULO DE DEFORMAÇÃO OU MÓDULO DE ESLASTICIDADE O Módulo de elasticidade (E) é a relação entre a tensão atuante e a deformação resultante desta tensão. Módulo de Eslasticidade Longitudinal Sabe-se da Resistência dos Materiais que a relação entre tensão e deformação, para determinados intervalos, pode ser considerada linear (Lei de Hooke), ou seja, σ = E.ε , sendo σ a tensão, ε a deformação específica e E o Módulo de Elasticidade ou Módulo de Deformação Longitudinal. 21 Estruturas de Concreto Armado 1 Vale observar que o diagrama tensão x deformação 22 considerado pela NBR-6118 não compatibilizou as suas tangentes com o módulo de elasticidade, ou seja, não se pode obtê-los a partir daqueles. 26/03/2015 12 Estruturas de Concreto Armado 1 Módulo Tangente – seu valor é variável em cada ponto e é dado pela inclinação da reta tangente à curva nesse ponto; ( Não é possível com o diagrama da NBR-6118/2014 ) Ec = tgφ Módulo Tangente na Origem – é dado pela inclinação da reta tangente à curva na origem; Segundo a NBR 6118 (2014), item 8.2.8,“quando não forem realizados ensaios e não existirem dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de 28 dias, pode-se estimar o valor do módulo de elasticidade tangente inicial usando a expressão: Eci = 5600 fck½ (MPa) Módulo Secante – seu valor é variável em cada ponto e é obtido pela inclinação da reta que une a origem com esse ponto. Segundo a NBR 6118 (2014), “O módulo de elasticidade secante a ser utilizado nas análises elásticas de projeto, especialmente para determinação de esforços solicitantes e verificação de estados limites de serviço, deve ser calculado pela expressão”: Ecs = 0,85 Eci = 0,85. 5600 fck½ (Mpa) 23 Estruturas de Concreto Armado 1 MÓDULO DE ESLASTICIDADE TRANSVERSAL Para tensões de compressão menores que 0,5.fc e tensões de tração menores que fct, o módulo de elasticidade transversal pode ser adotado como: Gc = 0,4 Ecs. 24 26/03/2015 13 Estruturas de Concreto Armado 1 COEFICIENTE DE POISSON O coeficiente de deformação transversal, ou coeficiente de Poisson (ν) representa a relação entre as deformações transversais e longitudinais na peça .Varia entre 0,15 e 0,25, sendoentre as deformações transversais e longitudinais na peça .Varia entre 0,15 e 0,25, sendo sugerido pela NBR 6118 (2014) o valor constante de 0,20, devido a pequena variação que estes valores representam nos cálculos. Esse valor, entretanto, válido para tensões de compressão menores que 0,5.fc e tensões de tração menores que fct. 25 Estruturas de Concreto Armado 1 RETRAÇÃO / EXPANSÃO DO CONCRETO A retração e a expansão são deformações volumétricas do concreto, independentes de carregamento e direção. Estas variações ocorrem devido à perda (retração) ou a absorção (expansão) de água por parte do concreto. A intensidade do fenômeno varia de acordo com a umidade do ambiente, a espessura da peça, e o fator água/cimento da mesma. No processo de retração, a água é inicialmente expulsa das fibras externas do concreto, criando deformações diferenciais que, por sua vez, geram tensões capazes de provocar fissuração em peças de concreto armado, e perda de tensão em cabos de peças em concreto protendido. P i i i f it d t ã 26 Para minimizarem-se os efeitos da retração, deve ser efetuado um processo de cura no concreto, por pelo menos sete dias, de forma que a umidade existente ao seu redor impeça a perda rápida de água do interior do mesmo. 26/03/2015 14 Estruturas de Concreto Armado 1 Concreto estrutural Retração química, de secagem ou primária: por contração da camada em torno dos grãos de cimento (gel), no processo de hidratação → marcante emobras de concreto massa • reação exotérmica (temperatura interna > externa) Classificação da retração: ç ( p ) Retração de evaporação: perda por capilaridade de parte da água de amassamento, excedente à água de hidratação do cimento e de trabalhabilidade ao concreto. Retração de carbonatação ou secundária: ambientes com alto teor de CO2 (estacionamentos e garagens) → carbonatação dos produtos de hidratação do cimento. • Pouca profundidade e uniformes na extensão • Em geral, estabilizam-se rapidamente • Em peças laminares (lajes) → aspecto de malha ou mapa, fazendo ângulos de ≃ 90o Fissuras de retração Água não combinada: evaporação Agregado graúdo: inerte Argamassa (matriz): contração • Em peças lineares (barras) → espaçamento uniforme retração 27 Estruturas de Concreto Armado 1 Causas da Retração e da Expansão Nos elementos estruturais de concreto curados ao ar livre, existem basicamente três causas distintas da retração: a retração química provocada pela contração da água não evaporável i d bi d i t d t t d d d i tque vai sendo combinada com o cimento durante todo o processo de endurecimento, a retração decorrente da evaporação parcial da água capilar que permanece no concreto após o seu endurecimento e a eventual retração por carbonatação dos produtos decorrentes da hidratação do cimento. Fatores que influem na retração: a) composição química do cimento - Os cimentos mais resistentes e os de endurecimento mais rápido apresentam maior retração.p p ç b) quantidade de cimento - A retração também aumenta com a quantidade de cimento, fundamentalmente por causa da retração química. c) água de amassamento - Quanto maior a relação água/cimento (a/c), maior será o número de capilares, resultando portanto maior retração. Aula 04 28 26/03/2015 15 Estruturas de Concreto Armado 1 d) finura do cimento e das partículas dos agregados - Quanto mais fino o grão maior é sua superfície específica, necessitando assim maior quantidade de água de amassamento; além disso, mais finos serão os capilares. Resultam portanto capilares mais numerosos e mais finos, aumentando a retração. e) umidade ambiente - O aumento da umidade ambiente dificulta a evaporação, diminuindo a retração. Pode até provocar expansão, no caso de peças imersas em água. f) espessuras dos elementos -A retração aumenta com a diminuição da espessura do elemento, por ser maior a superfície de contato com o ambiente em relação ao volume da peça, possibilitando maior evaporação. g) temperatura do ambiente - O aumento de temperatura favorece a evaporação, aumentando a retração. ê Aula 04 29 h) idade do concreto - O aumento da resistência do concreto com o tempo dificulta a retração. i ) quantidade de armadura - As barras da armadura se contrapõem à retração, sendo uma das soluções empregadas para minorar os seus efeitos. Estruturas de Concreto Armado 1 Deformações lentas: são aquelas que surgem quando o concreto se encontra submetido a um FLUÊNCIA ( DEFORMAÇÃO LENTA ) carregamento constante ao longo do tempo. Ocorrem de maneira gradual e não-linear, dando- se o nome de viscoelasticidade a esse fenômeno. 30 26/03/2015 16 Estruturas de Concreto Armado 1 Alguns dos motivos pelos quais o fenômeno de fluência pode sofrer variação são: • A idade do concreto no instante (to) em que se aplica o carregamento. Ela se reduz com o aumento dessa idade; Efeitos favoráveis da fluência : Alívio das concentrações de tensões. • Umidade do Ambiente - Quanto mais seco o ambiente, maior a fluência do concreto; • Espessura da peça - Maior fluência em peças menos espessas; • Composição do concreto - A fluência aumenta com o aumento do fator água/cimento e do consumo de cimento na peça. Efeitos desfavoráveis da fluência : • Aumento de flechas em vigas Alívio nos esforços de deformações impostas à estrutura, como a retração. 31 • Aumento da curvatura dos pilares com cargas excêntricas, provocando um acréscimo na excentricidade inicial. • Perda de tensão em cabos de peças em concreto protendido, por exemplo. Estruturas de Concreto Armado 1 Valores aproximados da retração e da fluência – NBR6118/2014 Aula 04 32 26/03/2015 17 Estruturas de Concreto Armado 1 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA – VARIAÇÃO DE TEMPERATURA Uma peça submetida a uma variação uniforme de temperatura t ºC terá uma deformação axial dada pela expressão: εct = α.t , onde α é o coeficiente de dilatação térmica do material. Para o caso do concreto, a NBR 6118 (2014) recomenda a adoção do valor de 10-5/ºC para o coeficiente α de dilatação térmica. A variação de temperatura pode ser ocasionada por dois fatores: • Meio ambiente; • Calor de hidratação, em estruturas com grande volume de concreto, como o caso das barragens. Para minimizarem-se os efeitos da temperatura, deve-se: • Prever juntas de dilatação na estrutura, de tal forma que as dimensões da estrutura entre as juntas seja sempre inferior a 30 m – valor prático (referência da NB1 - 1978); • Considerar os efeitos de temperatura nos cálculos da estrutura. 33 Estruturas de Concreto Armado 1 Variação de temperatura • redução de temperatura = encurtamento • aumento de temperatura = alongamento Deformações limitadas por vínculos:Deformações limitadas por vínculos: - restrição de encurtamentos → tensões de tração - restrição de alongamentos → tensões de compressão Efeitos de variações de temperatura em estruturas • avaliação complexa pela variação não-uniforme, vínculos entre peças, diferenças de vãos, inércias,etc. NBR6118: 2014: • Admite variações de temperatura uniformes (entre ±10 e ± 15 oC) em toda a estrutura. • Junta de dilatação: “qualquer interrupção do concreto com a finalidade de reduzir tensões internas que possam resultar em impedimentos a qualquer tipo de movimentação da estrutura, principalmente em decorrência de retração ou abaixamento da temperatura” → única citação na norma! 34
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