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COMÉRCIO INTERNACIONAL

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COMÉRCIO INTERNACIONAL 
 
Ivanilson Gomes Pereira 
Universidade do Estado da Bahia – UNEB 
Ciência Contábeis - Macroeconomia 
 
RESUMO 
 
É o intercambio de bens e serviços entre países, resultante de suas 
especializações na divisão internacional do trabalho. Seu desenvolvimento 
depende basicamente do nível dos termos de intercambio (ou relações de troca), 
que se obtém comparando o poder aquisitivo de dois países que mantenham 
comércio entre si. 0 Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada 
país deva se especializar na produção daquela mercadoria em que é 
relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo relativamente menor). Esta 
será, portanto, a mercadoria a ser exportada. Por outro lado, esse mesmo país 
deverá importar aqueles bens cuja produção implicar um custo relativamente 
maior (cuja produção é relativamente menos eficiente). Desse modo, explica-se 
a especialização dos países na produção de bens diferentes, a partir da qual 
concretiza-se o processo de troca entre eles. 
 
Palavras‐chave: Comercio Internacional. Barreiras. Balanço de pagamentos. 
 
1 INTRODUÇÃO 
À medida que o comércio internacional se intensifica, os debates em 
torno das questões relacionadas às barreiras comerciais têm ganhado uma 
relevância cada vez maior. Estas barreiras têm influência decisiva sobre as 
transações comerciais entre empresas, países e blocos regionais, e podem ser 
classificadas em barreiras tarifárias e barreiras não‐tarifárias. Via de regra, as 
barreiras tarifárias são menos citadas como forma de protecionismo, pois 
apresentam regras bem definidas em função das alíquotas concedidas, 
entretanto, este não é o caso quando se trata das barreiras técnicas ou sanitárias 
que, por sua vez, podem ser consideradas como subgrupos das barreiras não‐
tarifárias. 
 
No âmbito das novas políticas comerciais em curso, as alíquotas das 
tarifas de importação vêm reassumindo sua importância no país, seja com viés 
protecionista da indústria nacional ou como instrumento para indução de 
investimentos. Contudo, seu adequado conhecimento e análise carecem de 
aprofundamentos por parte das diferentes áreas de conhecimento. Mesmo 
conceitos como taxa de proteção nominal, taxa de proteção efetiva, taxa de 
proteção verdadeira, e suas formas de cálculo suscitam dúvidas, levando a 
resultados indutores de decisões de políticas públicas as quais não seriam as 
mais efetivas. Nesse contexto é que o presente trabalho se propõe a calcular a 
tarifa verdadeira vis-à-vis a tarifa nominal, com vistas a adentrar na discussão do 
que efetivamente estamos protegendo ao definir as alíquotas legais. Para tal 
foram utilizadas bases de dados mensais do período de 1997 a 2010 (14 anos), 
sobre o valor das importações brasileiras por setores da economia (nível 55 dos 
SCN), o valor calculado do Imposto de Importação, baseado na TEC, e o valor 
efetivamente arrecadado do II. 
Após análise, os principais resultados indicam que os acordos 
comerciais, os regimes aduaneiros especiais e regimes aduaneiros em áreas 
especiais, e os demais instrumentos de política comercial reduzem 
significativamente o efeito de proteção da alíquota nominal. Ou seja, a taxa de 
proteção verdadeira é, significativamente menor que a alíquota definida para a 
tarifa legal. 
 
2 O INICIO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL 
A economia internacional deu seu início com a vinda da corte portuguesa 
para o Brasil no começo do século XIX. Os primeiros produtos comercializáveis 
do Brasil foram de origem agrícola, pois a indústria brasileira demorou a se 
desenvolver. O comércio exterior foi implantado em 1922, com a proclamação 
da independência, prática que foi fundamental para a economia e o 
desenvolvimento do país. A partir desta data o comércio brasileiro passou por 
alguns ciclos econômicos, onde se destacavam produtos direcionados ao 
comércio exterior. O primeiro ciclo foi o da cana‐de‐açúcar, depois veio o ciclo 
do café, o ciclo da borracha e por fim o ciclo do cacau. Todos estes cenários 
tiveram seu período de auge e queda, devido à demanda exterior, causando na 
época vários transtornos para o país, já que não existia uma política econômica 
eficiente neste período. 
 
3 BALANÇA DE PAGAMENTOS 
A Balança de Pagamentos é um instrumento que contabiliza as relações 
comerciais entre um país com o resto do mundo. É um registro sistemático que 
reflete o total de dinheiro que entra e sai do país, tendo suas transações sendo 
efetuadas como importação, exportação de produtos e serviços, assim como 
capital financeiro e transferências comerciais. Em resumo a balança comercial 
pode ser colocada como balança de transações correntes onde são registradas 
as entradas e saídas do comercio de bens e serviços e os pagamentos de 
transferência do país, também temos a outra balança que é a de capital na qual 
registra as transações de empréstimos, fundos e transferências que são opostas 
ao balanço de transações correntes. Sendo a somatória dos dois tipos de 
balança que forma a balança de pagamentos do país. 
No grupo de contas encontramos as transações correntes com os 
seguintes subgrupos: Balança Comercial na qual descreve o saldo entre 
exportações e importações de mercadorias, a Balança de Serviços e as rendas 
recebidas e enviadas ao exterior. Os recursos financeiros movimentados entre 
as nações estrangeiras são chamados de conta de movimento de capitais, sendo 
que estes movimentos podendo ser investimentos na bolsa de valores, 
implantação de empresas, financiamentos externos, pagamentos e 
recebimentos de dívidas externas. Caso ocorra erros na contabilização da 
balança de pagamentos é utilizado para reparar um processo chamado de 
rubrica erros e omissões. 
O resultado obtido na Balança de Pagamentos representa as reservas 
internacionais do país, caso a reserva seja positiva indica que houve um 
aumento das reservas internacionais decorrentes da entrada de capitais dentro 
do país. A somatória das transações correntes e as contas de capital tem que se 
igualar a zero, tendo seu reflexo na economia positiva ou negativa do país. 
A definição clássica de saldo em transações correntes é o resultado de 
todas as operações do país com o mercado externo. Nesse caso, são incluídas 
as despesas e receitas da balança comercial tais como exportações e 
importações da conta de serviços onde é incluído os juros pagos, as viagens 
internacionais quando são pagas pelo estado, seguros, transportes, dividendos 
e lucros recebidos, serviços diversos, e ainda é incluído nesta conta os gastos 
do cerimonial da presidência e das transferências unilaterais. 
 
4 POLÍTICA TARIFÁRIA 
Dentro do comércio internacional existem mecanismos para impedir o 
avanço e também para estimular o crescimento de economias. Nas relações 
comerciais contemporâneas, o livre comércio é mais exceção do que regra, tanto 
nos países menos desenvolvidos como nas economias industrializadas. O 
mecanismo mais utilizado para atingir esse objetivo é a barreira comercial 
imposta por muitos países, sendo que esta não possui uma definição precisa, 
em geral, pode ser entendida como qualquer lei, regulamento, prática ou política 
governamental que proteja os produtores de um país contra a competição 
externa, que imponha obstáculos ao fluxo normal de importações ou estimule 
artificialmente as exportações de um produto específico ou dependendo da 
interpretação poderiam ser também manipulações na clássica lei da oferta e da 
demanda. 
Geralmente, o governo intervém com o objetivo de favorecer o produtor 
nacional frente aos concorrentes estrangeiros. Esse processo é denominado 
proteção e, embora predominantemente vise a reduzir importações pode incluirtambém mecanismos de promoção às exportações. A proteção pode se dar por 
meio de diversos instrumentos de intervenção pública sobre o comércio exterior, 
em seu conjunto denominados política comercial. 
Ainda como classificação geral, as medidas protecionistas podem ser 
divididas em barreiras tarifárias e barreiras não-tarifárias. No primeiro caso, a 
proteção à indústria nacional se efetiva por meio da imposição de tarifas 
aduaneiras sobre os produtos importados; a consequência evidente é a 
majoração de preços dos importados, incentivando o consumo dos produtos 
nacionais. 
O imposto sobre importações – denominado tarifa – é cobrado quando 
a mercadoria entra no país podendo incidir de forma específica, onde o imposto 
é cobrado referente as quantidades importadas, independentemente do preço 
do produto. Podendo também ser cobrado de forma “ad valorem” onde o imposto 
é calculado com uma porcentagem do preço do produto, como a Tarifa Externa 
Comum (TEC), de 20% acordada entre os países membros do Mercosul para 
países importações procedentes de países que não sejam membros desse bloco 
econômico. E por final a tarifa por ser cobrada de forma mista, isto e, implica a 
cobrança de determinado montante por unidade importada do produto, além de 
um percentual sobre o preço do produto. 
Uma característica interessante do comercio internacional conforme 
Barral (Org.) (2002) é o crescimento da aplicação de barreiras não-tarifárias. Na 
realidade, pode-se construir uma correlação inversa: à diminuição das barreiras 
tarifárias corresponde um aumento das barreiras não-tarifárias, como uma forma 
de manter o “equilíbrio” interno. 
A negociação da retirada de barreiras às importações bem como a 
implantação de barreiras se dá no âmbito de foros comerciais internacionais, dos 
blocos econômicos como o Mercosul através de tratados e/ou acordos de 
negociação específicos. 
Outra forma de proteção à economia interna importante, mas podendo 
ser caracterizada como uma barreira não-tarifária é o subsídio. O subsídio, 
quando empregado como instrumento de política comercial, consiste em 
pagamentos, diretos ou indiretos, feitos pelo governo, para encorajar 
exportações ou desencorajar importações. Em ambos os casos, equivalem a um 
imposto negativo e representa, portanto, uma redução de custo para o produtor. 
Em geral, a concessão de subsídios se dá por meio de pagamentos em 
dinheiro, redução de impostos ou financiamentos a taxas de juros inferiores às 
de mercado. Há casos em que o governo compra do fornecedor a um 
determinado preço e revende por um preço inferior aos consumidores. O 
subsidio à produção doméstica é considerado a melhor alternativa de proteção 
porque, embora provoque certa ineficiência na produção, não afeta o preço para 
o consumidor. 
O subsidio à exportação, da mesma forma que as tarifas, provoca perdas 
para o conjunto da sociedade que o adota: os ganhos dos produtores são 
menores que as perdas dos consumidores. Quando o país que subsidia a 
exportação tem grande participação no mercado mundial, as perdas extrapolam 
as fronteiras nacionais. A maior oferta do produto subsidiado reduz sua cotação 
internacional, resultando em menor nível de bem-estar para os outros 
concorrentes. Dentre as outras formas de proteção, existem: quotas de 
importação, controles cambiais, proibição de importações, monopólio estatal, leis 
de compras de produtos nacionais, deposito prévio à importação, barreiras não-
tarifarias e acordos voluntários de restrição às exportações. 
 
5 CONCLUSÃO 
Diante do presente exposto, pode‐se dizer que internamente, o método 
de desenvolvimento econômico demanda de capital externo, na medida em que 
tais países não têm uma composição produtiva desenvolvida e seus bens 
exportáveis são de baixo valor agregado. Externamente, a necessidade de 
capital externo para efetuar seu processo de desenvolvimento pode levar a 
desequilíbrios no balanço de pagamentos. Sendo assim, a autonomia do 
governo para formular e executar políticas econômicas que busquem estimular 
o crescimento interno pode, em diversos momentos, ficar bastante prejudicada, 
uma vez que a política econômica do país torna‐se subordinada ao ajuste e à 
necessidade de capital externo. 
Uma vez que as opções dos países em desenvolvimento para efetuar os 
ajustes são o acúmulo de reservas, os empréstimos internacionais e o aumento 
de exportações, os ciclos de crescimento destes países acabam limitados aos 
ciclos de liquidez internacional. As implicações deste arranjo, portanto, 
concentram‐se na contração de políticas que priorizem o crescimento em favor 
de políticas que promovam a atração de capitais para que seja possível ajustar 
o balanço de pagamentos. 
As barreiras ao mercado tanto quanto suas disfunções, muitas vezes 
impostas pelos blocos econômicos constituem-se em manipulações no comércio 
como uma forma de proteger o mercado interno de cada país e também de 
tentativa de controle do mercado externo. O protecionismo de mercado é a 
antítese do liberalismo, impedindo o crescimento orgânico e sem interferências 
do comercio internacional. 
As barreiras de mercado, tanto as tarifárias quanto as não-tarifárias 
normalmente favorecem os principais blocos econômicos (a idéia de país neste 
caso perde sua função) em detrimento dos blocos mais fracos e também dos 
países que não possuem uma organização em blocos econômicos. 
Finalmente, como ficou evidenciado, a economia brasileira não rompeu 
com os problemas estruturais que condicionam sua autonomia no longo prazo. 
Portanto, a despeito de a redução da necessidade de capital externo propagar a 
imagem de que houve uma conquista. 
Concluo que são negociações entre 2 ou mais países aonde por 
intermédio de diplomatas, empresários e governos decidem o melhor para seu 
país de acordo com a demanda desse país. A partir dessas negociações, bolsas 
de valores começam a operar para garantir um controle real das transações 
internacionais, visando a compra e venda de ações geradas pelos investidores, 
efetuando assim o comércio exterior. 
 
REFERÊNCIA 
http://www.convibra.org/2004/pdf/65.pdf. Acessado em 07 de setembro de 2017. 
http://www.repositorio.unb.br/bitstream/10482/12376/1/2013_FabioPereiraLeita
o.pdf. Acessado em 07 de setembro de 2017. 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/resumo-de-comerciointernacional-
gratuito/. Acessado em 07 de setembro de 2017. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_internacional. Acessado em 07 
de setembro de 2017. 
https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2014/04/Resumo-de-Com%C3%A9rcio-
Internacional.pdf. Acessado em 07 de setembro de 2017.

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