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As modalidades de lutas e artes marciais que são modalidades olímpicas.
 Contexto Histórico.
 Junto ao Judô, a Luta Olímpica, o Boxe e o Taekwondo são os representantes das artes marciais no Movimento Olímpico. A Luta Olímpica, cujas disciplinas são o Estilo Livre e o Estilo Greco-Romano, são reconhecidos como um dos dois esportes mais antigos do mundo, ao lado do Atletismo. 
Alguns consideram também o combate com armas: a Esgrima, que utiliza três armas (florete, sabre e espada) e armas sem combate (tiro com arco e flecha e tiro com arma de fogo e ar comprimido).
Curiosidade: Historiadores mais radicais consideram que as provas de arremesso do atletismo foram armas e, portanto, artes marciais de um passado muito remoto (peso, disco, martelo e dardo). 
Veremos, a seguir, as modalidades:
BOXE
O boxe ou pugilismo é um esporte de combate no qual os lutadores usam apenas os punhos, tanto para defesa, como para o ataque. A palavra deriva do inglês to Box, que significa bater, ou pugilismo (bater com os punhos), expressão utilizada na Inglaterra entre 1000 e 1850.
Remontando aos séculos XVIII e XIX, quando de seu surgimento na Inglaterra, o boxe era praticado com as mãos nuas. Essas lutas com as mãos descobertas eram freqüentemente brutais, de modo que o boxe acabou sofrendo mudanças, em 1867, com a formulação das Regras de Queensberry, que previam rounds de três minutos, separados por um intervalo de um minuto, além do uso obrigatório das luvas. Essas regras entraram em vigor em 1872.
O boxe foi primeiramente considerado um desporto olímpico, em 688 a.C., na 23ª olimpíada; seu vencedor foi Onomastus de Esmirna, que foi quem definiu as regras do esporte. Posteriormente, quando do ressurgimento dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, nas Olimpíadas de 1896, em Atenas, o boxe não foi incluído como uma das modalidades da competição. O boxe somente foi incluído a partir das Olimpíadas de 1904, a terceira da Era Moderna, em St. Louis, e desde então foi praticado em todas suas edições posteriores, com exceção às Olimpíadas de 1912, em Estocolmo.
Os principais golpes de boxe são: cruzado (aplicado na lateral da cabeça do adversário), “jab” (golpes preparatórios de baixo impacto e rápido), direto (soco frontal) e “upper” (também conhecido como gancho, ocorre de baixo para cima atingindo o queixo). Para aplicá-los com destreza é necessário ao competidor habilidades em suas capacidades motoras como velocidade, força e coordenação. Não são permitidos golpes baixos (abaixo da linha da cintura). 
JUDÔ
Ao contrário de modalidades cuja história não consegue apontar quem é o “inventor” do esporte, o judô tem DNA indiscutível: seu “pai” é o japonês Jigoro Kano.Em 1882, ele fundou o Instituto Kodokan, que, desde o início, pregou que a evolução técnica do praticante do judô estivesse ligada a um avanço espiritual, com base nos ensinamentos orientais que determinam que “muitas vezes é preciso ceder para vencer”.
O esporte chegou ao Brasil por volta de 1922, quando Eisei Maeda – ou o Conde de Koma, como era chamado (fez sua primeira apresentação no país, em Porto Alegre, depois partindo para Rio de Janeiro e São Paulo). Apesar do esforço de Maeda e de outros mestres, foram necessários vários anos até que o judô se popularizasse no Brasil. O processo teve início em 1938, quando um grupo de japoneses desembarcou no Brasil. Liderados pelo professor Riuzo Ogawa, eles fundaram a Academia Ogawa, que passou a ensinar a modalidade. A partir dali, o judô ganhou força.
O Judô foi incluído pela primeira vez na Olimpíada de Tóquio, em 1964, apenas como demonstração. Ausente na edição seguinte, Cidade do México 1968, a modalidade retornou quatro anos depois, em 1972 nos Jogos Olímpicos de Munique, quando passou a valer medalha, sendo disputada até os dias atuais. Nessa mesma edição, o japonês naturalizado brasileiro Chiaki Ishii subiu ao pódio para receber a medalha de bronze na categoria meio-pesado, escrevendo seu nome na história como o primeiro judoca do país a conquistar uma medalha olímpica.Somente 20 anos mais tarde, em Barcelona 92, as mulheres foram aceitas e começaram a competir. 
Disputada por categorias de acordo com o peso, a definição dos ganhadores das medalhas de ouro e prata são conhecidos após os combates em eliminação simples, seguindo o cruzamento. Duas medalhas de bronze são distribuídas no sistema de repescagem.
No judô não são permitidos golpes no rosto do adversário ou que possam provocar lesões no pescoço ou vértebras. Quando estes golpes são praticados, o lutador é penalizado e, em caso de reincidência, pode ser desclassificado.
GRECO ROMANA OU LUTA LIVRE
A luta livre tem sua origem na Grécia Antiga. Assim como o pancrácio, a luta livre também era um esporte importante nos festivais gregos. Era parte do Pentatlo na Grécia Antiga, um campeonato atlético que também incluía corrida, saltos, lança e lançamento de discos. Os gregos reconheciam a luta livre como uma excelente forma de desenvolver a destreza física e mental. Este apreço pela modalidade fez com que passasse a ser um esporte oficial nos Jogos Olímpicos a partir de 704 a.C.. As competições de luta livre são até mencionadas na literatura grega, incluindo a Odisséia de Homero, que data de 800 a.C.
A moderna luta greco-romana foi desenvolvida na França no início do século 19, e era parte do treinamento dos soldados de Napoleão. Em sua versão moderna, a luta livre é mais um esporte que uma arte marcial. Não se deve confundi-la com a luta livre, pois a luta grego-romana segue um estilo rigidamente centrado na parte superior do corpo, em que o competidor pode usar somente os membros superiores e atacar o oponente acima da cintura. O objetivo é imobilizar os dois ombros de um adversário até a rendição. Os principais golpes são takedown e suplê. Não são permitidos: joelhadas, cotoveladas, puxar o cabelo, atingir os olhos, estrangulamentos, entre outros de caráter violento ou desleal.
A luta greco-romana integra os Jogos Olímpicos modernos desde 1896, mas a luta livre e a greco-romana têm entrado em declínio nos últimos anos. Muitas escolas e faculdades retiraram o esporte do currículo, e a técnica corre o risco de ser eliminada dos Jogos Olímpicos devido às modificações em sua estrutura.
TAEKWONDO
Originário da Coreia o Taekwondo não só ajuda a manter a forma física como também ajuda a atingir a paz de espírito e a serenidade.
O Taekwondo terá surgido a milhares de anos. Na sua primeira forma, talvez tenha sido usado como meio de defesa dos ataques de animais selvagens. Foram desenvolvidos vários movimentos de defesa pessoal e contra-ataque, em que estas defesas se baseavam em sistemas de blocagens e os ataques em pontapés e socos, que é agora o significado de Taekwondo.
O surgimento do Taekwondo na sua forma mais recente deu-se em 1960, o Taekwondo foi considerado como membro oficial da Associação Amadora Desportiva da Korea em 1961, e foi admitido como um acontecimento oficial pela primeira vez nos 43º Jogos Nacionais Koreanos de 1962.
Neste mesmo ano deu-se o primeiro Campeonato Mundial de Taekwondo, em que mais de 200 campeões de sete nações competiram entre si neste grande acontecimento, daqui resultou que o Taekwondo foi reconhecido internacionalmente.
O Taekwondo foi introduzido no Comitê Olímpico Internacional em Julho de 1980. Em 1982 o Comitê Olímpico Internacional determinou uma demonstração oficial de Taekwondo nos Jogos Olímpicos de 1988, em Seul, Coreia do Sul. Demonstração repetida posteriormente em Barcelona 92. Nodia 4 de setembro de 1994, o Taekwondo foi admitido como modalidade olímpica oficial para o ano 2000, nas 27ª Olimpíadas de Sidney. 
A sua inclusão no programa Oficial dos jogos olímpicos foi votada na 103ª Reunião do ComitêOlímpico Internacional.Esse é talvez o momento mais alto da história do Taekwondo, sua presença nos Jogos Olímpicos de Seul, na condição de demonstração do desporto nacional (um velho costume dos Jogos Olímpicos, entretanto extinto). O sucesso dessa presença levouà sua repetição, com o mesmo estatuto, em 1992 (Barcelona), até que o Taekwondo foi oficialmente adotado como modalidade olímpica em Sidney, em 2000. Constitui, a par do Judô (e num sentido mais lato, do Boxe e da Luta Livre), o restrito leque de artes marciais com esse estatuto.
ESGRIMA
O nome Esgrima vem do antigo provençal “escrima”, do vocábulo germânico “skirmjan”, e significa "proteger". É um desporto que evoluiu da antiga forma de combate, em que o objetivo é tocar o adversário com uma lâmina, ao mesmo tempo em que se evita ser tocado por ele. A Esgrima é considerada uma arte marcial de origem militar com utilização de arma, que poder ser o florete, a espada e o sabre.
Os esgrimistas usam roupas especiais para o combate, com o propósito de evitar ferimentos. Máscara metálica, luvas e colete protetor são equipamentos obrigatórios para os homens. Além destes equipamentos, as mulheres usam também protetores para os seios.
A Federação Internacional de Esgrima só foi criada em 1913. O primeiro Campeonato Mundial da modalidade aconteceu em 1921, em Paris, mas a história da esgrima nos Jogos Olímpicos começou antes. Já em Atenas (1896) houveram provas do esporte. Desde então, a esgrima nunca deixou de estar presente em uma edição das Olimpíadas.
(Tiro Esportivo)
A título de curiosidade, não podemos deixar de incluir a modalidade do tiro esportivo, que é um esporte que requer precisão e velocidade em atirar com uma arma que pode ser tanto de fogo como de ar comprimido. A prática do esporte requer treinamento e é necessário o uso de equipamentos como o óculos protetor.
O tiro esportivo esteve presente nos Jogos Olímpicos desde a primeira edição, em 1896, em Atenas. Até 1964, em Tóquio, somente os homens participavam. As primeiras mulheres competiram na Cidade do México, 1968, nas provas com os homens. As disputas exclusivamente femininas surgiram em Los Angeles, 1984, em duas categorias: pistola de ar e carabina de ar. Atualmente, o tiro esportivo é disputado em 15 categorias, sendo nove masculinas e seis femininas.
Existem três categorias de tiro esportivo, que utilizam armas diferentes, e que se dividem em algumas provas:
Pistola – as provas podem ser: pistola livre, sport (só para mulheres), pistola de ar e tiro rápido (só para homens).
Carabina – as provas podem ser: três posições (armas diferentes para homens e mulheres), deitado (somente para homens) e carabina de ar.
Tiro ao prato – as provas podem ser: skeet, fossa olímpica e fossa dublê. Nessa categoria, em todas as provas, há uma diferença no número de pratos para homens e mulheres. Os pratos têm 11 cm, são feitos de argila, calcário e alcatrão.
O Tenente Guilherme Paraense (1884–1968) foi o primeiro atleta brasileiro a conquistar uma medalha de ouro olímpica para o país, na modalidade Tiro Esportivo, na prova de Pistola Rápida, acertando na mosca na prova de desempate individual, Jogos Olímpicos da Antuérpia (Bélgica), em 1920. Ele ainda foi medalha de bronze por equipe na prova de pistola livre. Naquele ano, o Tenente, junto com outros 20 esportistas, fez parte da primeira delegação brasileira a disputar uma edição dos Jogos Olímpicos.
Os componentes das capacidades motores existentes na modalidade de lutas e artes marciais
 Na Educação Física Escolar é aprendido diversos gestos motores de diferentes modalidades esportivas como, por exemplo, o futsal, vôlei, handball e o basquetebol. Além dos esportes coletivos, o conteúdo das lutas faz parte da cultura corporal de movimento vislumbrado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s).
 Na atualidade, existem inúmeros sistemas de luta, as chamadas artes orientais: Kung Fu, Tai-Chi-Chuan, Caratê, Judô, Jiu-jitsu, Aikido, Tae-Kwon-Do, Jet-Kune-Do, Kendo, entre outras. Também existem aquelas consideradas ocidentais como: o Boxe, a Esgrima, o Kick-Boxe, etc. (FERREIRA, 2006, p.39).
 A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica deve assumir então outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física em benefício da qualidade de vida (BETTI e ZULIANI, 2002, p.75).
 Basicamente, os gestores motores são ensinados aos alunos nas aulas de educação física e tem como objetivo a vivencia cultural corporal de movimentos seja enriquecido sem obrigação a perfeição, e sim a naturalidade.
 Com isso, a criança e o adolescente, com os movimentos básicos de lutas irão proporcionar desenvolvimento motores, cognitivos e afetivos – sociais, a partir do momento que eles entram em sintonia com seu próprio corpo, serão seres humanos mais evoluídos.
 “Segundo Almeida (2006, p.5),” através da estimulação motora, a criança desenvolve uma consciência de seu corpo, de si mesma e do mundo a sua volta e, de acordo com o mesmo autor, a prática do karatê desenvolve valências físicas como força, velocidade, agilidade, equilíbrio e coordenação, e também a noção de espaço, em crianças de 7 a 10 anos de idade. Mediante a esse conceito dado, o mais importante não é a prática constante do karatê, ou da capoeira, ou de qualquer outra arte marcial, e sim o que seus movimentos podem proporcionar de benéfico para a criança em vivência lúdica. 
 A prática da luta nas aulas de Educação Física deve ser inclusa, pois Ferreira (2006) sustenta a idéia de que a mesma deve ser uma ferramenta pedagógica para o profissional de Educação Física e que a luta já está presente no homem desde a pré-história. Ainda de acordo com Ferreira (2006), o motivo pelo qual a luta deve ser inclusa na Educação Física Escolar é para proporcionar aos alunos um maior enriquecimento cultural e de atividades motoras.
 As lutas estão cada vez mais presentes no cotidiano do ser humano e é evidente que elas estão ocupando seu espaço na vida das crianças e dos adolescentes. As mesmas são disputas em forma que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), com técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se por uma regulamentação específica a fim de punir atitudes de violência e deslealdade. Podem ser citados como exemplos de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-ferro até as práticas mais complexas da capoeira, do judô e do caratê (Brasil, 1998, p.70).
 Para a criança após os conhecimentos obtidos sobre lutas, fazendo brincadeiras de lutas, na qual foi retratadas o judô, o sumô e a luta greco-romana. Depois de aplicados os jogos de luta, foram dados às crianças um novo significado sobre as lutas e um novo sentido a alguns preconceitos relacionados à prática das mesmas. Adentrando mais ainda nesse tema de tanta complexidade, nos deparamos com uma vertente muito comum, que é a violência. Muitos alunos ou professores têm receio da prática lúdica das lutas por não saberem como utilizá-las ou até mesmo os movimentos básicos das lutas nas aulas de Educação Física.

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