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Noções de Administração p/ Técnico Adm. da ANS 
Teoria e exercícios comentados 
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Aula 5: Administração de Recursos Materiais 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
Chegamos ao final do nosso curso. Nessa aula, iremos cobrir o 
seguinte tópico: 
� Noções de administração de recursos materiais. 
Irei trabalhar com muitas questões do Cespe, ok? Espero que 
gostem da aula! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Administração de Materiais. ...................................................................... 3 
Administração de Estoques ..................................................................... 4 
Previsão para os estoques .................................................................... 5 
Custos dos Estoques ......................................................................... 8 
Níveis de Estoque .......................................................................... 10 
Classificação ABC ......................................................................... 15 
Avaliação de Estoques ..................................................................... 16 
Just-in-time ................................................................................. 18 
Administração de Compras ................................................................... 20 
Estratégias do Setor de Compras .......................................................... 22 
Etapas no procedimento de compras ...................................................... 25 
Compras no Setor Público - Licitações ...................................................... 26 
Licitações ................................................................................... 26 
Vedação de licitação ....................................................................... 30 
Tipos de Licitação .......................................................................... 30 
Modalidades de Licitação .................................................................. 31 
Almoxarifado ................................................................................. 38 
Identificação do Material .................................................................. 40 
Picking ...................................................................................... 40 
Inventários .................................................................................. 42 
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 53 
Gabaritos. ........................................................................................ 58 
Bibliografia ...................................................................................... 58 
 
 
 
 
 
 
 
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Administração de Materiais. 
 
Uma empresa, para um bom funcionamento, precisa administrar 
diversos tipos de recursos. Por exemplo, temos recursos materiais, 
financeiros, humanos, mercadológicos, etc. 
Os recursos materiais englobam todos os meios físicos de que 
dispõe uma organização, indo desde aqueles relacionados à sua 
infraestrutura (um prédio, por exemplo) até mesmo aos materiais 
auxiliares (papel A4, por exemplo)1. 
Assim, a gestão de materiais consistiria em todo o ciclo de 
manutenção dos recursos materiais utilizados, iniciando com o 
planejamento e finalizando com o controle das ações que manterão a 
continuidade das atividades de abastecimento da organização. 
A importância da Administração de Materiais vem do fato de ser de 
extrema necessidade se saber a quantidade de certos materiais que 
deverá ser reposta em um determinado período, conforme a demanda 
dos usuários finais. 
Portanto, a Administração de Materiais controla o fluxo de 
materiais da empresa, com a finalidade não deixar de fornecer o 
produto ao comprador final, podendo, inclusive, contribuir para o 
aumento dos lucros da organização. 
Vale destacar que “A Administração de Materiais tecnicamente bem 
aparelhada é, sem dúvida, uma das condições fundamentais para o 
equilíbrio econômico e financeiro de uma empresa. Tratar adequadamente 
do abastecimento, do planejamento e do reaproveitamento de materiais 
contribui para a melhoria do resultado de qualquer organização2”. 
Vale ressaltar que, na esfera pública, normalmente, o volume a 
ser adquirido é muito grande, o que torna a aquisição bastante 
onerosa. Por isso, é de extrema importância que não se permita a 
utilização de recursos desnecessários. 
Portanto, devem-se evitar superfaturamentos nos valores de 
materiais adquiridos, além de ser indispensável o controle no estoque 
para impedir desvios e roubos. 
O campo de atuação da Administração de Materiais é amplo. Passa 
pela gestão de compras, almoxarifado, gestão de estoques, planejamento 
e transporte. 
 
1 (Fenili, 2011) 
2 (Francischini & Gurgel, 2004) 
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Vamos passar então para o estudo dos principais campos de 
atuação da Administração de Materiais? 
 
Administração de Estoques 
 
A gestão de estoques é essencial em qualquer organização pelo fato 
de envolver vários setores, como o de vendas, o financeiro, o produtivo. 
Além do mais, um negócio para alcançar êxito, com obtenção de 
lucros, terá que priorizar objetivos como um bom atendimento ao 
consumidor, redução dos custos e, finalmente, mínimo investimento nos 
estoques. 
Dessa forma, o estoque é fundamental para que uma empresa 
possa atender plenamente a procura de produtos dos seus clientes, já que 
não se consegue saber quando haverá procura pelos materiais e não se 
conseguirá repor de forma rápida um item faltante caso um cliente 
demande. 
Para não deixar de vender e até perder o cliente para a 
concorrência, faz-se necessário ter o mínimo de estoque. 
Mas porque o estoque deve ser o menor possível? 
Pessoal, falamos em um estoque mínimo porque os custos em 
manutenção de produtos em estoque são altos. Grandes estoques oneram 
bastante as empresas, pois demandam investimentos em espaços para 
armazenagem. 
Além disso, este capital poderia ser aplicado em outras áreas, 
ampliando a capacidade e a lucratividade da empresa. Ou seja, investindo 
demasiadamente em estoque, a organização deixará de investir em 
outros setores. 
Por isso o setor financeiro de uma organização preza a existência de 
um nível de estoque mínimo - para ter mais recursos disponíveis. Em 
contrapartida, outros setores da empresa preferem que o estoque seja 
maior, como o setor de vendas e o de produção. 
Ora pessoal, a lógica é simples: quem não quer perder uma venda 
não quer nem sonhar que falte produto demandado pelo cliente no 
estoque, não é verdade? 
Da mesma forma, quem trabalha na linha de produção não quer 
que seu trabalho fique prejudicado por faltar insumo necessário no 
estoque. 
Com isso, nota-se que, dentro da organização, existe um 
antagonismo de interesse entre os mais variados setores. 
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A definição de estoque se enquadraria no seguinte: “Materiais, 
mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de 
modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários 
para a continuidade da empresa, sendo o estoque gerado, 
consequentemente, pela impossibilidade de prever-se a demanda com 
exatidão3.” 
 A classificação de materiais pode-se dar da seguinte forma: 
 
Figura 1. Classificação de materiais 
 
Previsão para os estoques 
 
Um bom planejamento sobre a previsão de utilização de materiais 
em estoques é essencial para uma perfeita administração desses estoques 
em uma empresa. 
Portanto, devem-se prever as necessidades de tipos de materiais 
que serão utilizados, as quantidades, como deverão ser estocados etc. 
 
3 (Viana, 2000) apud (Teixeira, 2010) 
•Insumos empregados na produção;
•Exemplo: fábrica de vidro, utiliza como matéria-
prima a areia. Matérias-primas
•Produtos aproveitados na elaboração do 
produto final da empresaProdutos em 
processo
•Produtos finalizados, podendo ser 
comercializados
Produtos acabados
•Materias essenciais para a manutenção da 
empresa e não utilizados no processo de 
fabricação do produto final
•Exemplo: materiais de limpeza
Materiais auxiliares 
e de manutenção
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A previsão de consumo pode-se dar por diversas regras, como: a 
projeção, a explicação e a predileção. 
Na projeção, o pensamento utilizado é o de que a quantidade 
consumida no passado permanecerá constantemente. Logo, se, durante 
doze meses, o consumo aumentou 20% (vinte por cento), deve-se 
aumentar a quantidade de materiais, para o período seguinte, em 20% 
(vinte por cento). 
Na explicação, acumulam-se fatores diversos ao consumo do 
período, como a variação do Produto Interno Bruto. Para realizar esse 
acúmulo, são aplicada técnicas de correlação e de regressão. 
Finalmente, na predileção, se observa a previsão de consumo de 
forma mais subjetiva (ou qualitativa). Nessa regra, os funcionários 
especialistas, os analistas do mercado consumidor são ouvidos. Eles 
expõem suas percepções sobre a inclinação do consumo nos negócios. 
Quando os valores puderem ser quantificados, utilizam-se as 
técnicas quantitativas. As técnicas mais relevantes são: método do 
último período, método da média móvel, método da média móvel 
ponderada. Vamos ver cada uma delas agora? 
 
Figura 2. Principais técnicas quantitativas 
 
Método do Último Período 
 
Esse método é o mais fácil de compreender. Ora, pessoal, quando o 
valor de referência quantitativo para se realizar as compras no período 
Técnicas 
Quantitativas
Método do 
Último 
Período
Método da 
Média 
Móvel
Método da 
Média 
Móvel 
Ponderada
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seguinte for o mesmo que se consumiu no período anterior, 
estaremos utilizando o Método do Último Período. 
Logo, se uma organização consumiu, no mês de junho, 500 
(quinhentas) unidades de um determinado produto, ela irá comprar, para 
o mês de julho, 500 (quinhentas) unidades desse produto, e assim por 
diante. 
 
Método da Média Móvel 
 
O método da média móvel nada mais é do que a média aritmética 
do período solicitado. Esse método também é muito simples, pois basta 
que se calcule o somatório da quantidade de um período de “n” meses e 
divida pela quantidade “n” de períodos. 
Entretanto, essa média possui um defeito que é a possibilidade de 
ser distorcida em casos de valores extremos. E também coloca todos os 
períodos no mesmo patamar de importância, logo os primeiros meses 
possuem o mesmo peso que os últimos meses. 
Vejamos como pode ser cobrado em provas de concurso: 
 
Figura 3. Média móvel 
 
Caso, na questão da prova, solicite que você calcule a média móvel 
dos três últimos meses de consumo, você deverá somar os valores dos 
consumos dos três últimos meses e dividir pelo número de meses, senão 
vejamos: 
 
(300+200+400)
3
=300 
A questão então teria como gabarito o número 300. Sem maiores 
dificuldades, não é mesmo? 
 
Meses Janeiro Fevereiro Março Abril
Quantidade 100 300 200 400
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Método da Média Móvel Ponderada 
 
Como todos sabem, na matemática a média ponderada seria a 
média aritmética acrescida de pesos. Dessa forma, a média móvel 
ponderada também será a média móvel com a aplicação de pesos. 
Logo, o cálculo se daria pelo somatório das quantidades mensais 
(multiplicadas pelo peso) e dividido pelo total de meses solicitado na 
questão também multiplicado pelo peso dado a eles. 
Vale ressaltar que as organizações preferem dar maior importância 
ao período mais recente, atribuindo-lhes maiores pesos. Vejamos como se 
resolveria o problema anterior pela média móvel ponderada. 
 
Figura 4. Média Móvel Ponderada 
 
Os meses mais recentes receberão pesos maiores, logo o mês de 
abril terá peso 3 (três), o mês de março, peso 2(dois), e o mês de 
fevereiro, peso 1 (um). Notem agora como a questão seria resolvida: 
 
��300×1�+�200×2�+(400×3)�
1+2+3
=
300+400+1200
6
=1650,00 
 
Só um último lembrete. Caso seja indivisível, devemos arredondar o 
valor final pra cima, ok? 
 
Custos dos Estoques 
 
Vamos estudar agora o custos de estoques. Sabe-se que, para 
manter um estoque em ótimo estado de conservação, de utilização, de 
Meses Janeiro Fevereiro Março Abril
Quantidade 100 300 200 400
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manutenção, a organização deverá arcar com alguns gastos, não é 
verdade? 
Veremos agora os custos predominantes ligados aos estoques. 
 
Figura 5. Custos dos Estoques 
 
Custos de Armazenamento 
 
Cada tipo de produto ou insumo utilizado em uma organização tem 
uma forma de ser guardado de modo que não se deteriore por falta de 
cuidado na armazenagem. 
O ambiente de armazenagem deve ser bem estruturado, com 
iluminação, umidade, ventilação, espaço adequados para todo o estoque. 
Também se deve lembrar que funcionários que cuidarão desse local 
devem ser bem treinados para evitar qualquer erro que traga aumentos 
nos custos ou desperdício provocado por perda de produtos devido ao 
mau armazenamento. 
Normalmente, esses custos de armazenamento são fixos. Inserem-
se a eles os valores pagos para seguradoras, para o aluguel (caso o local 
seja alugado), bem como os materiais utilizados na armazenagem, como 
caixas, sacos de papel ou plásticos, etc. 
Além dos custos citados, há ainda outros custos relacionados ao 
armazenamento, com depreciação, juros, produtos obsoletos, entre 
outros. 
 
Custos de Pedido 
 
Esse tipo de custo é considerado como inversamente proporcional à 
quantidade média de estoque. Isto é, o custo de pedido aumenta à 
medida que decresce a quantidade média em estoque. 
Custo de Armazenamento
Custos de Pedido
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Vocês devem estar se perguntando o que seriam esses custos de 
pedido. Bom, eles são nada mais que os custos realizados na ocasião em 
que é feito o pedido de compra. Assim sendo, englobam todos os gastos 
envolvidos nesse procedimento. 
São exemplos de custos de pedidos: 
� a) gastos com telefone; 
� b) mão de obra; 
� c) material de escritório; 
� d) energia elétrica, etc. 
 
Custos de Falta de Estoque 
 
Esse tipo de custo, normalmente, não conseguimos medir 
facilmente. Quando falta estoque em uma organização, algum prejuízo 
acaba ocorrendo. Perdemos vendas, perdemos clientes, perdemos até 
uma imagem positiva perante nossa clientela. 
Assim, estas faltas podem estar relacionadas a uma tentativa 
arriscada da organização em diminuir os custos de estocagem, tendo o 
mínimo de produtos em estoque. 
Portanto, o risco existe da empresa não ter o produto a ser 
entregue ao consumidor na data marcada, recaindo penalidades por não 
respeitarem o prazo de entrega. Ainda pior, a empresa ficará com uma 
má “fama” no mercado, não é verdade? 
O custo de falta de estoque é considerado como um custo 
qualitativo, e não quantitativo, como os anteriores. Isso porque muitas 
vezes não conseguimos prever ou calcular qual o tipo de prejuízo a 
organização sofrerá caso ele venha acontecer. 
Entretanto, mesmo sendo complicada a medição, devemos levar em 
consideração o custo por falta de estoque. 
 
Níveis de Estoque 
 
Variados fatores contribuem para se planejar de forma satisfatória 
os níveis dos estoques de uma organização. Dentre eles, temos: 
a) quantidade do estoque disponível atualmente; 
b) tempo necessário para realizar a entrega de um material; 
c) tendência de consumo no mercado. 
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Veremos agora alguns gráficos que demonstram circunstâncias 
prováveis de níveis de estoque em uma empresa. Primeiramente, temos o 
estoque inicial de um produto. 
Na medida em que ele vai sendo consumido, a quantidade vai se 
reduzindo até chegar ao ponto em que o estoque chega a um nível baixo. 
Neste ponto, a empresa enviará um pedido ao fornecedor daquele 
produto, que encaminhará uma nova entrega, repondo o estoque. 
A partir daí, o ciclo recomeça. Como isso, o gráfico corresponde a 
um “dente de serra”, como vemos abaixo: 
 
Figura 6 - Gráfico "dente de serra" 
Vale lembrar que o fornecedor poderá não ser tão pontual em repor 
o estoque no instante em que ele zerar, logo o gráfico, na prática, pode 
não ser exatamente como o de cima. Outro fator que pode distorcer um 
pouco o gráfico seria o fato de o consumo do produto em estoque não ser 
linear. 
Por causa dessas distorções, a empresa deve se assegurar de que a 
linha de produção dela não pare por faltar algum produto no estoque. 
Para isso, ela deve conservar um estoque mínimo, também conhecido 
como “estoque de segurança”. 
Abaixo, podemos visualizar um gráfico com a presença do estoque 
de segurança em uma empresa. Percebam que a organização mantém 
uma quantidade de 300 unidades que espera não precisar utilizar. 
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Se algo ocorrer de errado, como um atraso na entrega pelo 
fornecedor, o seu ritmo de produção estará seguro (por algum tempo) até 
seu estoque ser reposto. 
 
Figura 7 - Estoque de Segurança 
Portanto, o estoque mínimo tem a finalidade de ser a “poupança 
forçada” que será mexida apenas quando houver necessidade para tal. 
E qual a quantidade que a empresa deve manter de estoque de 
segurança? Para responder esse questionamento, a empresa calcula o 
tempo necessário para que o estoque consiga ser reposto. 
Esse tempo é denominado de “tempo de ressuprimento”. O 
cálculo do tempo de ressuprimento se faz medindo o tempo total que leva 
para a empresa fazer o pedido até a entrega e distribuição do produto 
pelo fornecedor à organização. 
Existem outros dados que devem ser levados em consideração. 
Seriam o consumo médio e o ponto de pedido. 
� Consumo médio é a velocidade de consumo do material em 
estoque; 
� Ponto de pedido é aquele instante que a empresa envia o 
pedido ao seu fornecedor, evitando “cair” no estoque mínimo. 
O cálculo do consumo médio se dá, mais uma vez, por meio da 
média aritmética dos últimos meses. Com o valor do consumo médio, 
é possível obter o ponto de pedido. 
Atenção para a fórmula para o cálculo do ponto de pedido (PP): 
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PP=�Consumo Médio ×TR�+ Estoque Segurança. 
 
Exemplificando: 
Em uma empresa, o tempo de ressuprimento é de 60 (sessenta) 
dias (2 meses); O estoque de segurança é de 45 (quarenta e cinco) 
unidades; O consumo médio é de 300 (trezentas) unidades por mês. 
Pede-se para calcular o Ponto de Pedido da empresa. 
Nosso Ponto de Pedido seria: 
 
PP=�300 ×	2�+45=645 
 
Sendo assim, a empresa deverá fazer um pedido aos fornecedores 
quando o seu estoque estiver com 645 unidades. 
Uma organização se utiliza também de mais um indicador: o giro 
de estoque. Este indicador é “uma medida conveniente para saber se os 
estoques estão sendo utilizados com eficiência4”. 
“O giro de estoque, ou rotatividade, é uma relação existente entre 
o consumo anual e o estoque médio do produto5”. Esse conceito que 
acabamos de transcrever, nos remete a formula para o cálculo do giro de 
estoque de uma empresa. 
 
Giro de Estoque=
Consumo anual
Estoque médio
 
 
Como podemos perceber, o giro de estoque de uma empresa é 
a quantidade de vezes em que um produto é reposto no estoque 
dentro de um determinado tempo. Portanto, quanto maior a 
rotatividade, maior a quantidade de vendas de um produto utilizando um 
mesmo investimento inicial. 
Exemplificando: 
Calcule o giro de estoque de um produto que fora consumido pela 
empresa durante um ano. O consumo total foi de 3000 (três mil) 
unidades e o estoque médio no período foi de 400 unidades. 
 
 
4 (Arnold, 1999) 
5 (Dias M. A., 2009) 
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Giro de Estoque=
3000
400
=7,5 
 
Dessa forma, o estoque teve um giro de 7,5 vezes dentro do 
período de um ano. 
 Vamos ver como este tema já foi cobrado? 
1 - (ESAF – SUSEP / ADM FINANCEIRA – 2010)Com base nos 
seguintes dados sobre o consumo de um material qualquer, 
assinale a opção que indica, corretamente, o ponto de pedido (P) 
e a quantidade (Q) a ser adquirida em cada pedido: 
- consumo mensal: 50 unidades. 
- tempo de reposição: 1,5 mês. 
- estoque mínimo: 2,0 meses de consumo. 
a) P = 175 // Q = 75 
b) P = 100 // Q = 50 
c) P = 150 // Q = 75 
d) P = 175 // Q = 50 
e) P = 150 // Q = 50 
 
“A quantidade em estoque que, quando atingida, deve acionar um 
novo processo de compra ou fabricação é chamada de ponto de pedido.6” 
O cálculo, portanto, será feito seguindo a fórmula que vimosanteriormente, senão vejamos: 
 
PP=�C Médio ×TR�+ Estoque Seg. 
 
PP=�50×1,5�+ (2x50) = (75) + (100) = 175 
Agora, a quantidade a ser adquirida em cada pedido se dá por meio 
da seguinte fórmula: 
 
QP=�Consumo x TR� 
 
QP=�50 x 1,5� � 75 
 
 
6 (Francischini & Gurgel, 2004) 
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 Dessa forma, o gabarito é letra A, pois o PP é de 175 unidades e o 
total da quantidade a ser comprada será de 75 unidades. 
 
Classificação ABC 
 
A curva ABC “permite identificar aqueles itens que justificam uma 
atenção e um tratamento mais atento pelo gestor. Obtém-se a curva ABC 
através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa7”. 
A curva ABC busca identificar quais são os itens mais relevantes do 
estoque, ou seja, aqueles que causam o maior impacto na operação da 
empresa. 
O método utilizado na curva ABC segue o Princípio de Pareto, que 
demonstra que, normalmente, 20% dos fatores geram cerca de 80% dos 
efeitos. Assim sendo, estes itens devem ser monitorados de perto para 
que não faltem. 
A Classificação ABC possui três classes, conforme podemos observar 
no gráfico abaixo: 
 
 
Figura 8. Classificação ABC 
 
7 (Dias M. A., 2009) 
•Itens mais importantes. Cabe à organização dispor 
maior cautela a esses itens, já que afetam 
consideravelmente seu resultado. 
•Geralmente estão em menor percentual, em torno de 
20% da totalidade;
Classe A
•Seguindo a lógica, essa classe possui itens de relevância 
média dentro da empresa. No entanto, não são 
considerados insignificantes;Classe B
•Estes itens são aqueles em maior quantidade dentro do 
estoque da organização. Mesmo assim, não possuem o 
poder de influenciar, como os anteriores. 
•Mesmo sendo de baixa relevância, devem ter um 
controle e um acompanhamento efetivo.
Classe C
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Para entendermos melhor, vamos a um exemplo. Suponha uma 
grande rede de venda de móveis. No estoque dela, o que terá maior 
relevância seriam itens como sofás, por exemplo. São os itens mais 
vendidos na loja. 
Esse produto, logicamente, impactará de forma mais relevante no 
resultado da organização, não é verdade? Ora, por causa da relevância, 
esse produto terá uma monitoração mais cuidadosa. 
Seguindo o raciocínio, essa rede de lojas de móveis também possui 
em seu estoque itens como parafusos. Pessoal, tal produto não causa 
tanto impacto como um sofá dentro do estoque, concordam? Mesmo que 
vendam constantemente, os valores vendidos não somarão um montante 
grande. 
Diante disso, conclui-se que itens, como parafusos, nesse tipo de 
empresa, podem ter um monitoramento por amostragem, isto é, não 
precisam ser acompanhados de tão perto. 
A curva ABC apresenta, conforme a maioria dos autores, a seguinte 
característica: 
 
Figura 9 - Curva ABC. Fonte: http://www.sobreadministracao.com/o-que-e-e-como-funciona-a-curva-abc-
analise-de-pareto-regra-80-20/ 
 
 
Avaliação de Estoques 
 
Muitas vezes devemos saber quanto temos em estoque em um 
determinado momento. 
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“A Administração de Materiais não se resume apenas a controlar a 
quantidade de materiais em estoque à disposição dos setores produtivos 
e administrativos da empresa, mas refere-se também à sua valoração, 
ou seja, fornecer o volume financeiro pelo qual esse material está sendo 
estocado e utilizado nos produtos finais fabricados8”. 
Para se medir o valor dos produtos inclusos no estoque, uma 
empresa pode utilizar três métodos distintos: 
� Custo Médio: Resultado da divisão entre o valor do custo 
total de certo item estocado e a quantidade desse item em 
estoque. 
O item que sair do estoque sairá com o valor do custo médio. 
Este método tem a característica de reduzir as variações do 
custo; 
� PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair): Este método 
privilegia a sequencia temporal das entradas do item no 
estoque. Dessa forma, o primeiro item que entrou no estoque, 
será o primeiro a sair. 
O item que sair do estoque sairá com valor unitário dele. Este 
método tem a característica de preservar a atualização do 
valor do estoque; 
� UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair): Este método é o 
contrário do anterior. Nele, o último item que entrar no 
estoque, será o primeiro a sair, sendo o seu valor aquele que 
será utilizado para se alcançar o total do custo. 
Uma desvantagem desse método é que os preços dos itens 
estocados muitas vezes não estarão atualizados. 
Vejamos como esse assunto já foi cobrado em prova de concurso. 
2 - (FCC – MPE-SE – ANALISTA – 2009) No processo de avaliação 
de estoque, quando a saída do estoque é feita pelo preço do 
último lote a entrar no almoxarifado o método de avaliação 
utilizado denomina-se: 
a) custo ajustado. 
b) UEPS ou LIFO. 
c) PEPS ou FIFO. 
d) custo médio. 
e) custo de reposição. 
 
8 (Francischini & Gurgel, 2004) 
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Observem que a saída do estoque é feita com base no preço do 
último lote. Já vimos que isso segue o método UEPS (Último a entrar, 
Primeiro a Sair). 
Este método também pode ser denominado de LIFO (Last In, First 
Out). Dessa forma, o gabarito é letra B. 
 
Just-in-time 
 
A filosofia Just-in-time (JIT) é uma política utilizada por uma 
organização em manutenção de estoques. De acordo com essa filosofia, a 
produção, em uma empresa, deve evitar qualquer tipo de estrago ou 
perda no processo. Para isso, ela deveria manter o sistema produtivo em 
melhoria constante. 
Dessa forma, a organização manterá o estoque mínimo possível, 
produzindo, necessariamente, o que for demandado pelo consumidor. 
Para se alcançar êxito com essa filosofia, tanto quem vende, quanto 
quem compra, devem colaborar entre si, e não competir. 
A empresa deve ter um relacionamento de parceira com seus 
fornecedores. Esta parceria envolve contratos de prazo mais longo e 
maior troca de informação. Isto é, eles devem confiar um no outro. 
A empresa fornecedora deve ter garantias de que será a escolhida 
sempre que a empresa compradora necessitar de seus produtos e 
matérias primas. Além disso, esta fornecedora deve ter dados precisos 
sobre o consumo da cliente, para que possa programar suas entregas. 
Por outro lado, a empresa fornecedora deve garantir a entrega dos 
produtos em um prazo muito curto, muitas vezes menor do que um dia 
(24 horas). 
Assim, o sistema JIT “puxa” a produção conforme a demanda do 
produto. “Um sistema de “puxar” estoques significa que qualquer 
movimento de produção somente é liberado na medida da necessidade 
sinalizada pelo usuário da peça ou componente em fabricação9”. 
Isso permite evitar gastos grandes ao ter que manter estoque. 
Como objetivos do JIT, têm-se: 
 
9 (Dias M. A., 2009) 
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Figura 10. Alguns elementos da filosofia JIT 
Vamos ver mais uma questão? 
3 - (CESGRANRIO – TERMOAÇU – ADMINISTRADOR JR – 2008) 
Qual é uma das principais características da programação Just in 
Time de suprimentos? 
(A) Relações privilegiadas com poucos fornecedores. 
(B) Garantia de produtos aos consumidores com grandes 
estoques. 
(C) Aumento do tempo de suprimento entre o fornecedor e a 
empresa. 
(D) Aumento do tempo e dos custos associados, que permite 
alcançar boas soluções. 
(E) Uso da informação eficiente para gerar estoques e atender aos 
consumidores. 
 
Na filosofia JIT, uma organização se relacionará com uma 
quantidade baixa de fornecedores. No entanto, estes fornecedores devem 
dar a garantia de que lhes venderá sempre que a empresa necessitar. 
Com isso, está certa a letra A. 
A finalidade de se utilizar o JIT é exatamente o contrário do que 
está exposto na letra B, pois o que se busca é ter o menor estoque 
possível e não grandes estoques. Portanto, a letra B está incorreta. 
O tempo de ressuprimento entre o fornecedor e a empresa deve ser 
diminuído, por isso a letra C está errada. A letra D também está 
Flexibilização no processo produtivo
Envolvimento dos empregados
Menor tempo para produzir
Maior parceria com o fornecedores de insumos e peças
Fluxo de produção contínuo
"Puxar" estoques
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incorreta, pois além de conter o mesmo erro da letra C, ele apresenta 
outro defeito. Os custos devem ser reduzidos, uma vez que a ideia é 
manter o estoque o mínimo possível. 
E, por último, a letra E também está errada. O uso da informação 
eficiente não serve para gerar estoques. Ela deve ser aproveitada para 
diminuí-los o máximo possível. O gabarito, portanto, é a letra A. 
 
Administração de Compras 
 
Para que tenhamos estoques nas nossas organizações, devemos 
primeiro compra-las. Este processo de compras é o responsável para 
que a empresa consiga receber seus itens necessários em um 
prazo adequado, com a qualidade desejada e a um preço 
competitivo. 
É nesse setor onde se inicia todo o processo para o alcance do êxito 
de uma organização, pois a aquisição de bens e serviços essenciais para a 
elaboração do produto final deve possuir uma tática diferenciada com o 
objetivo de diminuir os custos, sem prejudicar na qualidade e no prazo 
final de entrega. 
Um grande cuidado que um setor de compras deve ter é no prazo 
de entrega dos insumos pelos seus fornecedores. Caso o prazo não seja 
obedecido e o estoque da empresa fique comprometido, a organização 
poderá ter perdas na entrega do produto final ao cliente. 
Além dos problemas já mencionados, pode, inclusive, reduzir a 
confiança do consumidor o qual poderá migrar para a organização 
concorrente, reduzindo a fatia do mercado, gerando quedas nos lucros. 
Imagine, por exemplo, o prejuízo que uma organização teria ao 
faltar um insumo essencial na produção de seu produto final ou ao utilizar 
um produto com qualidade questionável. Com tudo isso, portanto, 
percebe-se que a empresa deve possuir uma gestão de compras eficaz 
para alcanças as metas traçadas anteriormente pelos gestores 
responsáveis. 
 O setor de compras de uma organização deve ser “dirigido” por 
pessoas capacitadas, com conhecimento atualizado dos produtos que 
serão adquiridos, além de conhecimento de produtos alternativos que 
permitam uma permuta em caso de falta daqueles, sem nenhuma queda 
na qualidade. 
Os profissionais dessa área devem ser técnicos especializados, além 
de saber distinguir cada fornecedor, tendo habilidade para negociar e 
garantir uma compra com a qualidade desejada ao mais baixo custo, 
dentro de um prazo de entrega considerado adequado para o 
abastecimento do estoque da empresa. 
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O comprador atual deixou de ser um “tirador” de pedidos 
para exercer os papeis de pesquisador, consultor, e analista de 
valor (custo x benefício) (...), procurando agregar serviços que levem ao 
aumento da lucratividade10. 
A doutrina divide a relação entre os compradores e fornecedores de 
duas formas: visão ganha-perde e visão ganha-ganha. 
Na visão ganha-perde, a área responsável pelas compras da 
organização procura sempre obter maiores vantagens nas 
negociações. Ela acredita que, para alcançar êxito, deverá sempre tirar 
o maior proveito no processo negocial, em detrimento da outra parte. 
Na visão ganha-ganha, o relacionamento comprador-vendedor 
deve ser proveitoso para ambos os lados. Dessa forma, o comprador 
não visualiza o fornecedor como seu adversário. Pelo contrário, ele busca 
obter uma parceria com alcance de vantagens para os dois. 
Dessa forma, ele enxerga esse relacionamento como fundamental 
para o desenvolvimento da empresa ao longo prazo. Estará, assim, 
construindo um relacionamento positivo o qual firma uma parceria de 
confiança, gerando proveito para todos, além de um relacionamento mais 
duradouro. 
Os objetivos da função de compras podem ser sintetizados da 
seguinte forma11: 
� Obter mercadorias e serviços na quantidade e qualidade 
necessárias. Para isso, deve determinar as especificações de 
compra: qualidade certa, quantidade certa e entrega certa 
(tempo e lugar). 
� Obter mercadorias e serviços a menor custo. Para isso, 
deve selecionar o fornecedor (fonte certa); 
� Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por 
parte do fornecedor. Para isso deve negociar os termos e as 
condições de compras; 
� Desenvolver e manter boas relações com os 
fornecedores e desenvolver com os fornecedores 
potenciais. Para isso, deve emitir e administrar pedidos de 
compra. 
Outros objetivos da função de compras detectados na doutrina 
seriam garantir as compras de produtos com maior rapidez; conservar um 
 
10 (Monte Alto, Pinheiro, & Alves, 2009) 
11 (Arnold, 1999) 
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cadastro de vendedores; criação de meios para o alcance de 
administração adequada dos procedimentos de aquisição. 
Por fim, vale ressaltar que o setor de compras deve ser o mais 
transparente possível, uma vez que administra uma soma alta de 
recursos na organização. Dessa forma, garante os princípios morais 
exigidos nesse tipo de atividade. 
O setor de compras realiza várias ações. Dentre as primordiais, 
teríamos as seguintes12: 
 
 
Figura 11 - Principais atividades do Setor de Compras. Adaptado de: (Fenili, 2011) 
 
 
Estratégias do Setor de Compras 
 
A função de compras em uma organização segue certas estratégias, 
como: centralização, descentralização; horizontalização, 
verticalização. Veremos a seguir um pouco de cada uma delas. 
 
Centralização 
 
Quando se discute como o setor competente pela organização das 
compras de uma empresa deve atuar, está se tratando da funcionalidade 
dessa área específica. 
 
12 (Fenili, 2011) 
Manutenção do Cadastro de Fornecedores
Emissão de Pedidos de Compras
Pesquisa de Preços
Seleção dos Fornecedores
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A responsabilidade pelo ciclo de compras de uma empresa pode 
ficar sob a guarda de um único setor. Quando isso ocorre, fala-se em 
centralização do setor de compras. 
Na centralização, todo o processo de aquisição é centralizado 
em apenas um setor da empresa. As principais vantagens dessa 
centralização são: 
� Concentração das compras em apenas um setor; 
� Redução de possibilidade de aquisição do mesmo produto em 
quantidades superiores às reais necessidades; 
� Controle mais eficiente das compras pela organização; 
� O setor tem a possibilidade de alcançar melhores preços na 
compras já que irá adquirir maiores quantidades do 
fornecedor, podendo ampliar seu poder de negociação; 
� Impede a compra do mesmo produto com variedade de 
preços, já que não serão adquiridos por compradores 
distintos. 
 
Descentralização 
 
Quando a responsabilidade pelas compras de uma empresa 
ficar a cargo de vários órgãos da mesma organização, dizemos que 
ocorre uma descentralização no regime de compras da empresa. 
Se determinada empresa possuir diversas unidades espalhadas 
fisicamente por vários lugares, dentro da cidade, ou em estados 
diferentes, ou até em outros países, recomenda-se que o regime de 
compras se dê de maneira descentralizada. 
Dentre as principais vantagens desse tipo da descentralização de 
compras, têm-se: 
� As demandas dos clientes são rapidamente atendidas devido a 
uma maior celeridade no processo de compra; 
� Maior poder de barganha com os fornecedores regionais, 
alcançando preços menores em algumas regiões; 
� O produto comprado chegar a tempo mais curto do que se 
tivesse que distribuir por um maior número de unidades; 
� Adaptação às exigências de cada região de forma mais fácil. 
 
 
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Verticalização 
 
Se uma empresa quiser realizar o mínimo de compras em sua 
empresa, ela deverá produzir os insumos que utilizará na fabricação do 
produto final, não é verdade? 
Dessa forma, quando a empresa opta em elaborar ela própria 
os produtos que seriam adquiridos pelo setor de compras, estará 
colocando em prática a estratégia de verticalização. 
O benefício da verticalização seria, principalmente, a autonomia 
da organização frente ao mercado. Outro proveito dessa estratégia 
seria o controle da técnica de produção e, consequentemente, de todo o 
setor produtivo, designando a quantidade de produtos a serem 
produzidos e determinando a real necessidade sobre a elaboração desses 
insumos. 
Todavia, o inconveniente dessa técnica seria a necessidade de 
manutenção de uma mega disposição de pessoal e de espaço físico, com 
maquinário específico. Tudo isso torna o processo mais oneroso. 
O investimento, portanto, é alto e esse numerário poderia ser 
utilizado em setores mais estratégico da empresa para obtenção de 
maiores lucros. 
Com isso, fica fácil de perceber porque a verticalização não é o meio 
mais utilizado pelas empresas. 
 
 
 Horizontalização 
 
No outro extremo do processo de compras, encontra-se a 
horizontalização. Enquanto que, na verticalização, a empresa evita ao 
máximo comprar produtos de fornecedores, produzindo ela própria o que 
for utilizar no seu processo produtivo, na horizontalização, o gestor da 
organização tentará produzir o mínimo e comprará o que for ao seu 
alcance no mercado. 
O objetivo da horizontalização é estreitar o vínculo com aqueles que 
os abastecem, de modo a garantir segurança na aquisição de produtos 
com qualidade e com preços justos. 
De um lado, essa estratégia é proveitosa para a empresa, pois os 
gastos que teriam com a manutenção de espaço físico, de equipamentos 
e de pessoal especializado seriam transferidos aos procedimentos 
fundamentais da organização, como o alcance do produto final. 
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Entretanto, o vínculo buscado com os fornecedores pela empresa 
pode ser quebrado por parte dos primeiros. Isso torna um pouco frágil 
essa estratégia, pois tal sujeição faz com que a organização não controle 
as técnicas de produção de seus insumos. 
Mesmo assim, ainda é considerada a melhor estratégia pelas 
empresas. 
Vamos ver como este tema já foi cobrado? 
4 – (CESPE – ANTAQ – TÉCNICO – 2009) Uma vantagem de se 
adotar a centralização do processo de compras é a obtenção de 
maior controle de materiais em estoque. 
 
Perfeito. Quando a empresa centraliza o processo de compras em 
um único setor – como em uma central de compras – a empresa ganha 
um controle maior de todo o sistema, pois todas as compras são feitas 
pelo mesmo setor. Isto possibilita também um ganho de escala e um 
maior poder de barganha dos compradores. O gabarito é mesmo questão 
correta. 
 
 
Etapas no procedimento de compras 
 
As compras de uma organização seguem uma sequencia de fatos 
que vai desde o planejamento da futura aquisição até o recebimento do 
produto seguido do efetivo pagamento ao fornecedor. 
Vamos tentar agora organizar esse ciclo com a finalidade de ajudar 
na memorização das etapas, ok? 
O ciclo de compras consiste nos seguintes passos13: 
� Receber e analisar as requisições de compras; 
� Selecionar Fornecedores. Encontrar fornecedores potenciais, 
emitir solicitações para cotações, receber e analisar cotações, 
selecionar o fornecedor certo; 
� Determinar o preço correto; 
� Emitir pedidos de compra; 
� Fazer um acompanhamento para garantir que os prazos de 
entrega sejam cumpridos; 
� Receber e aceitar mercadorias; 
 
13 (Arnold, 1999) 
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� Aprovar a fatura para pagamento do fornecedor. 
O recebimento e a analise das requisições de compras ocorre no 
início do processo, onde nos organizaremos para o acolhimento da 
documentação necessária para constituir os autos. 
Nesse momento, portanto, identifica-se o pedido do material 
requisitado, com quantidade, data de entrega, entre outros. 
Selecionar fornecedores, como o próprio título sugere, é o momento 
em que se apontam os possíveis fornecedores daquele material que será 
comprado. Podem-se buscar nomes em um cadastro pré-aprovado ou em 
uma lista pública de fornecedores para aquele produto. 
Na solicitação de cotações, far-se-á uma consulta de preços aos 
prováveis fornecedores. Esse é o momento em que se avalia o custo-
benefício das propostas. Já a determinação de preço correto é o momento 
no qual o setor responsável pelas compras tentará alcançar o melhor 
preço possível entre os fornecedores. 
Na fase “emitir pedidos de compra” realiza-se a assinatura do 
contrato de compra e venda com o fornecedor selecionado. A fase 
seguinte é de fácil compreensão, não é verdade? 
Tanto quem compra quanto quem vende deverão controlar os 
prazos de entrega para que os mesmos sejam respeitados. Caso haja 
algum motivo de atraso, as partes deverão se ajustar para que não 
decorra nenhum prejuízo para ninguém. 
Na etapa do recebimento e da aceitação das mercadorias, o 
fornecedor fará a entrega do pedido ao comprador.Este deverá verificar 
se o material entregue está conforme o pedido feito e descrito no 
contrato. 
No final, se tudo estiver ok, o comprador dará o aceite e finalizará o 
processo de compra. Caso contrário, o pedido continuará em aberto e o 
material retornará ao fornecedor para que resolva o que estiver pendente. 
Por fim, a fase “aprovar a fatura” é última, em que o setor de 
compras aprova o “aceite do recebimento da mercadoria” e encaminha a 
fatura do fornecedor ao setor responsável pelo pagamento. 
 
 
Compras no Setor Público - Licitações 
 
Licitações 
 
A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, em 
várias passagens, remete-nos à importância e à necessidade de se utilizar 
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o processo licitatório previamente à celebração de contratos 
administrativos pela Administração Pública. 
Primeiramente, observamos, no artigo 22, inciso XXVII, que as 
normas gerais de licitação, em qualquer modalidade, tanto para a 
administração pública direta, quanto para a indireta de todas as esferas 
de governo, são de competência privativa da União. 
Em seguida, a Carta Magna, no artigo 37, inciso XXI, aborda o 
assunto ressaltando que a administração pública, direta ou indireta, 
deverá executar obras, serviços, compras e alienações por meio de 
processo licitatório, garantindo igualdade a todos os licitantes, 
ressalvando alguns casos específicos encontrados na legislação. 
Mais à frente, no inciso III, do § 1º, do artigo 173, da CF/88, lê-se 
que licitações e contratações de obras, serviços, compras e alienações 
pelas empresas públicas, sociedades de economia mista, que explorem 
atividade econômica de produção ou comercialização de bens e prestação 
de serviços, deverão ser estabelecidos por lei. 
Finalmente, no artigo 175 da Carta Política, nota-se a incumbência 
de o Poder Público, por meio da Administração Pública, conforme lei, 
prestar serviços públicos na forma do regime de concessão ou permissão. 
Pessoal, ressaltei essas passagens da nossa Constituição para 
mostrar a todos a preocupação que o constituinte teve de frisar a 
necessidade de uma lei específica que trate sobre o assunto de 
licitações e contratos. 
Cabe à União, como já vimos, a competência privativa para 
legislar sobre normas gerais para contratação de obras, serviços, 
compras e alienações pela Administração Pública. 
Portanto, obedecendo aos preceitos constitucionais, o legislador, em 
1993, publicou a Lei 8.666, que, entre outras providências, regulamenta 
o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e versa sobre normas gerais 
para licitações e contratos da Administração Pública. 
O artigo 3° da Lei 8.666/93 estabelece os princípios básicos que 
devem ser obedecidos nas licitações. Antes de listá-los, cabe ressaltar 
que a Administração Pública deve atentar também para os princípios 
constitucionais (o famoso LIMPE: legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade, eficiência). 
A licitação, portanto, veio para certificar que a isonomia será 
respeitada no momento da contratação pela Administração, selecionando 
a proposta mais vantajosa e promovendo o desenvolvimento nacional 
sustentável. 
Vejamos agora os princípios constantes na Lei. 
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Figura 12. Princípios 
 
Pessoal, a Administração Pública não pode adquirir bens ou prestar 
serviços a qualquer fornecedor. Conforme vimos, devem-se realizar 
licitações e seguir os princípios que as norteiam para poder alcançar 
condições de igualdade no momento da contratação. 
No entanto, a Lei das Licitações, ao mesmo tempo em que dispõe 
sobre a obrigatoriedade de realizar esse procedimento prévio, também 
“abre brechas” e permite algumas exceções. 
Dentre tais exceções, observa-se a possibilidade de dispensa da 
licitação ou simplesmente a sua inexigibilidade. 
Primeiramente, devemos ressaltar que, para qualquer um desses 
casos que vamos abordar agora, a Administração deve motivar o ato 
administrativo que venha a dispensar ou tornar inexigível a licitação. 
Outra coisa que não podemos esquecer é a de que os casos em que 
se enquadrarão a dispensa ou a inexigibilidade devem estar previstos em 
lei. Isto quer dizer o seguinte: 
� Casos em que a licitação é dispensada: a lei diretamente 
dispensa uma possível licitação que seria viável em 
determinada situação. Isto é, há possibilidade de haver 
concorrência entre os fornecedores, no entanto, a lei a 
dispensa. Neste caso, a Administração Pública não licita. 
� Casos em que a licitação é dispensável: a lei dá a 
discricionariedade para a Administração dispensar ou não 
PrincípiosLegalidade; 
Impessoalidade;
Moralidade; 
Igualdade; Publicidade; 
Probidade 
administrativa; 
Vinculação ao 
instrumento 
convocatório; 
Julgamento 
objetivo
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determinada licitação. Nesse caso, há uma faculdade da 
Administração, de acordo com o exame de conveniência e 
oportunidade. 
Já na inexigibilidade, a lei dispõe que fica inviável qualquer 
competição que justifique uma licitação, como nos casos de: 
• Compra de materiais, equipamentos, ou gêneros fornecidos 
por produtor, empresa ou representante comercial 
exclusivo; 
• Contratação de serviços técnicos de natureza singular, 
com profissionais ou empresas de notória especialização 
ou; 
• Contratação de profissional de qualquer setor artístico, 
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião 
pública. 
Uma observação antes de continuarmos. A inexigibilidade não é 
cabível quando a contratação de serviços técnicos de natureza singular for 
referente a serviços de publicidade e divulgação. 
Finalmente, a Lei retrata um caso em que tanto o fornecedor ou 
prestador de serviço público, quanto o agente público responsável, 
respondem solidariamente, sem prejuízo legal de outras sanções cabíveis. 
Seria a situação de superfaturamento, causando dano à Fazenda Pública. 
 
•Alienação de bens imóveis em caso de dação em 
pagamento; permuta por outro imóvel cujas 
finalidades (como as instalações) sejam 
indispensáveis à Administração; alienação de bens 
móveis como bens produzidos por órgãos, 
observando as suas finalidades; permuta bens 
móveis entre órgãos ou entidades da Administração 
Pública.
Dispensada
•Obras e serviços de engenharia de valor até R$ 
15.000,00; outros serviços e compras de valor até 
R$ 8.000,00; casos de guerra ou grave perturbação 
de ordem; casos de emergência ou de calamidade 
pública; casos de licitação deserta.
Dispensável
•Materiais e Produtos exclusivos, vedada a 
preferência de marca; contratação de serviços 
técnicos de natureza singular; contratação de 
profissional artístico consagrado
Inexigível
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Vedação de licitação 
 
Vou abrir um parênteses aqui para abordar um pouco sobre um 
assunto que não está disposto na Lei das Licitações, no entanto, grande 
parte da doutrina versa sobre mais um tipo de não uso desse instrumento 
competitivo. Então, vamos falar sobre vedação de licitação.Conforme Mazza14, na obra Manual de Direito Administrativo, o 
conceito de Vedação de Licitação indica: 
“Situações excepcionais, (...), em que a realização 
do certame licitatório violaria o interesse público 
em razão da extrema urgência em obter certos 
bens ou serviços. (...) Administração Pública é 
obrigada a adotar decisão vinculada de realizar a 
contratação direta pelo fato de a proteção do 
interesse público ser incompatível com o período 
de tempo necessário para concluir o procedimento 
licitatório. Exemplo: compra de vacinas durante 
epidemia.” 
 
Tipos de Licitação 
 
De acordo com o artigo n° 45 da Lei 8666/93, o julgamento das 
propostas de um procedimento licitatório pela comissão de licitação ou 
pelo responsável pelo convite deverá ser objetivo. Os critérios de 
julgamento serão, portanto, considerados como tipos de licitação. 
Dentre os tipos de licitação temos: 
 
Figura 13 - Tipos de Licitação 
 
14 (Mazza, 2011) 
Menor 
Preço
Melhor 
Técnica
Melhor 
Técnica 
e Preço
Maior 
Lance
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O inciso I do §1° do artigo 45 da Lei 8.666/93 traz o primeiro tipo 
de licitação: aquela de menor preço. Nesse tipo, o licitante vencedor 
será aquele que, apresentando a proposta em conformidade com o 
qualificado no edital ou convite, ofertar o menor preço. É um tipo 
bastante utilizado no setor público. 
Os incisos II e II, do mesmo parágrafo, relatam que o segundo e o 
terceiro tipos de licitação seriam o de melhor técnica e o de melhor 
técnica e preço. 
Conforme o §2° do artigo 46 da Lei, a diferença básica entre esses 
dois tipo de licitação é que, no de melhor técnica e preço, a classificação 
far-se-á conforme a média ponderada das valorizações das propostas 
técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no 
instrumento convocatório. 
Pessoal, no caput do artigo 46 da Lei nota-se a exigência de onde se 
utilizar os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço". Fala-se 
em uso exclusivo em serviços de natureza predominantemente 
intelectual, como: desenvolvimento de projetos, cálculos, fiscalização, 
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em 
particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos 
básicos e executivos. 
No entanto, o mesmo artigo 46 retrata uma exceção quanto ao tipo 
“técnica e preço”. Seria no caso de contratação de bens e serviços de 
informática. Esse tipo seria enquadrado no critério de “melhor técnica e 
preço”, entretanto, pode ser utilizado outro tipo de licitação conforme 
indicação em decreto do Poder Executivo. 
Por fim, tem-se o tipo maior lance. Esse tipo julgamento objetivo 
ocorre em casos de alienação de bens ou concessão de direito real de 
uso. 
 
Modalidades de Licitação 
 
As modalidades de licitações descritas na Lei 8.666/93 e na Lei 
10.520/02 têm relação com o valor total que será licitado e/ou do tipo de 
objeto a ser contratado. 
 
Concorrência 
 
Segundo o parágrafo primeiro do artigo 22 da Lei 8.666/93, o 
conceito de concorrência seria: 
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“Concorrência é a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados que, na fase inicial de 
habilitação preliminar, comprovem possuir os 
requisitos mínimos de qualificação exigidos no 
edital para execução de seu objeto.” 
A fase de habilitação, nesta modalidade, é prévia, isto é, a 
análise dos documentos dos concorrentes ocorre anteriormente à análise 
de suas propostas. Dessa forma, a concorrência é a modalidade mais 
demorada de ocorrer, uma vez que a sua execução obedece a uma 
sequência temporal de fatos. 
A concorrência é a mais completa modalidade de licitação, sendo 
sua utilização possível para a celebração de contratos de qualquer valor. É 
também a modalidade em que se verificam a maior competitividade e 
publicidade possíveis.15 
No entanto, a concorrência não é a modalidade mais apreciada 
pelos gestores públicos, uma vez que o rito dela é de maior duração. 
Conforme a Lei das Licitações, a concorrência pode ser realizada 
para compra de bens e serviços de qualquer valor, devendo, 
obrigatoriamente ser utilizada quando a contratação for: 
“Art. 23. 
(...) 
I - para obras e serviços de engenharia: 
(...) 
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um 
milhão e quinhentos mil reais); 
II - para compras e serviços não referidos no 
inciso anterior: 
(...) 
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 
(seiscentos e cinquenta mil reais).” 
 
Tomada de Preços 
 
O parágrafo segundo do artigo 22 da Lei 8.666/93 define a segunda 
modalidade de licitação da seguinte forma: 
“Tomada de preços é a modalidade de licitação 
entre interessados devidamente cadastrados ou 
 
15 (Alexandrino & Paulo, 2009) 
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que atenderem a todas as condições exigidas para 
cadastramento até o terceiro dia anterior à data 
do recebimento das propostas, observada a 
necessária qualificação”. 
A habilitação, que corresponde ao próprio cadastramento, é prévia à 
abertura do procedimento16. 
Aqueles que não conseguirem se cadastrar podem fazê-lo em até 3 
(três) dias antes do início da data de recebimento das propostas. 
Para isso, devem possuir os requisitos qualificatórios necessários para o 
cadastramento. 
De acordo com a Lei em questão, essa modalidade de licitação 
destina-se à assinatura de contratos de compras, serviços e obras com 
valores menores do que aqueles já vistos na concorrência, sendo, 
portanto obrigatório nos seguintes casos: 
“I - para obras e serviços de engenharia: 
(...) 
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um 
milhão e quinhentos mil reais); 
(...) 
II - para compras e serviços não referidos no 
inciso anterior: 
(...) 
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 
(seiscentos e cinquenta mil reais).” 
Por fim, vocês devem levar pra prova que a tomada de preços 
pode ser utilizada em casos de licitações internacionais. Para isso, 
o órgão ou entidade, que realizará a licitação, deve possuir um cadastro 
internacional de fornecedores, além de respeitar ao limites de valor 
transcritos acima exigidos nessa modalidade. 
 
Convite 
 
Pessoal, a definição dessa modalidade de licitação está expressa no 
parágrafo terceiro do artigo 22 da Lei 8.666/93, senão, vejamos: 
“Convite é a modalidade de licitação entre 
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, 
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em 
 
16 (Alexandrino & Paulo, 2009) 
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número mínimo de 3 (três) pela unidade 
administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o 
estenderá aos demais cadastrados na 
correspondente especialidade que manifestarem 
seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e 
quatro) horas da apresentação das propostas.” 
 
A carta-convite é a ferramenta por meio da qualse requisita a 
participação dos interessados, que podem estar cadastrados ou não. 
Aqueles que não forem cadastrados, poderão se manifestar em até 24 
(vinte e quatro) horas antes do início do prazo de apresentação das 
propostas. 
Vale lembrar que, em casos de licitações internacionais, pode-se 
utilizar a modalidade convite, desde que: não haja fornecedor no Brasil e 
que o valor esteja dentro do limite legal. 
Os limites para esta modalidades estão previstos na Lei das 
Licitações, como se pode observar abaixo: 
“Art. 23. 
(...) 
I - para obras e serviços de engenharia: 
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta 
mil reais); 
(...) 
II - para compras e serviços não referidos no 
inciso anterior: 
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).” 
 
Concurso 
 
A lei 8.666/93, no parágrafo quarto do artigo 22, conceitua a 
modalidade concurso da seguinte forma: 
“Concurso é a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados para escolha de trabalho 
técnico, científico ou artístico, mediante a 
instituição de prêmios ou remuneração aos 
vencedores, conforme critérios constantes de 
edital publicado na imprensa oficial com 
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) 
dias.” 
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Dessa forma, nota-se que o valor do contrato não é razão para 
utilizar, ou não, esta modalidade de licitação. O que define o uso do 
concurso é a natureza do objeto a ser licitado. 
No concurso, o licitante ganhador receberá um prêmio, que pode 
ser um objeto ou em dinheiro. Isto pode ser confirmado ao ler o § 1º do 
artigo 13 da Lei 8.666/93: 
“Art. 13. 
(...) 
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de 
licitação, os contratos para a prestação de serviços 
técnicos profissionais especializados deverão, 
preferencialmente, ser celebrados mediante a 
realização de concurso, com estipulação prévia de 
prêmio ou remuneração”. 
É fundamental não confundir essa modalidade de licitação com o 
concurso para provimento de cargo, que também é um procedimento 
administrativo seletivo, mas sem natureza licitatória17. 
 
 
Leilão 
 
O parágrafo quinto do artigo 22 da Lei 8.666/93 tratou da 
modalidade de licitação denominada de Leilão que foi conceituado como: 
“Modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados para a venda de bens móveis 
inservíveis para a administração ou de produtos 
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a 
alienação de bens imóveis, (...) a quem oferecer o 
maior lance, igual ou superior ao valor da 
avaliação”. 
Um pouco antes, no parágrafo 6o do artigo 17, o legislador impôs 
que, para a venda de bens móveis, a Administração utilizará a 
modalidade leilão dentro do limite de R$ 650.000,00 (seiscentos e 
cinquenta mil reais). 
Se vier a ultrapassar esse valor, a venda deverá ocorrer por meio 
da modalidade concorrência. Resumindo, o ilustre autor Alexandre 
Mazza18 dispôs que: 
 
17 (Mazza, 2011) 
18 (Mazza, 2011) 
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“O leilão é utilizado para a venda de bens: 
1) móveis inservíveis; 
2) móveis de valor módico; 
3)imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou 
dação, caso em que a Administração pode optar 
entre leilão e concorrência.” 
 
Pregão 
 
A Medida Provisória n. 2.182-18, de 2001, convertida na Lei 10.520, 
de 2002, instituiu a modalidade de licitação denominada pregão para a 
aquisição de bens e serviços comuns. 
O parágrafo único do artigo 1o desta Lei conceituou bens e serviços 
comuns como sendo “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade 
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais no mercado”. 
Dessa forma, o valor da compra ou serviço a ser contratado 
não tem relevância no pregão, como nas outras modalidades 
estudadas anteriormente. 
O que importa, nesse caso, é a qualidade, ou seja, que as 
especificações do objeto sejam precisas, suficientes e claras com a 
finalidade de garantir a ampla competitividade, com o alcance do 
menor preço. 
A habilitação dos licitantes é posterior à abertura das propostas de 
preços, logo, esta modalidade é mais célere. Dessa forma, a 
Administração abre o envelope de documentação apenas da empresa que 
melhor apresentou a proposta de preço dentro dos requisitos 
solicitados no edital do objeto a ser contratado. 
Com isso, o pregoeiro só analisa a documentação da proposta mais 
vantajosa (menor preço). Caso a papelada daquele esteja em 
desacordo, o pregoeiro seguirá para o segundo classificado, e assim 
sucessivamente. 
A modalidade de licitação estudada pode ser aplicada tanto no 
âmbito federal, quanto no estadual e municipal. 
O pregão pode-se apresentar de duas formas. A primeira seria a 
presencial (ou convencional). Neste, a sessão pública é realizada com o 
comparecimento dos licitantes (ou representantes) e do pregoeiro, em 
dia, lugar e horário previamente marcados. 
A segunda forma seria a eletrônica. Nesta, em sessão pública, 
também previamente marcada, é realizada por meio da internet, à 
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distância, em que o pregoeiro monitora e organiza a oferta de lances 
dada pelos concorrentes. 
Pessoal, o pregão eletrônico foi regulamentado pelo Decreto n. 
5.450/05. Neste, o legislador impôs o uso dessa forma de pregão na 
esfera federal. O pregão presencial só seria aceito quando fosse inviável o 
uso do eletrônico, desde que devidamente justificado pelo gestor 
competente. 
Por fim, no pregão, é vedada a exigência de garantia, de 
aquisição do edital como condição para se participar da licitação e do 
pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento 
do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica19. 
 
Consulta 
 
A Lei 9.472, de 1997, que criou a Agência Nacional de 
Telecomunicações (ANATEL), instituiu a modalidade de licitação 
denominada Consulta. 
A consulta é a modalidade prevista para a aquisição de bens 
e serviços (que não sejam considerados como comuns) pelas agências 
reguladoras. Como exceção a essa regra, têm-se a contratação de 
serviços de engenharia civil. 
Na consulta, as propostas são apreciadas por uma comissão 
conforme avaliação objetiva, observando custo e benefício. 
Abaixo podemos ver todas as modalidades de licitação: 
 
 
19 (Rennó, 2013) 
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Figura 14 - Modalidades de Licitação 
Vamos ver mais uma questão? 
5 - (CESPE – ANEEL – TÉCNICO – 2010) Convite, leilão, concurso e 
compra direta são modalidades de licitações públicas. 
 
Pessoal, as modalidades de licitação são: concorrência, tomada de 
preços, convite, leilão, concurso, consulta, pregão. A questão fala em 
compra direta como modalidade. Isto não é verdade, o que torna o 
gabarito questão errada. 
 
Almoxarifado 
 
Os materiais de uma organização precisam ser guardados em um 
ambiente adequado para o perfeito acondicionamento, visando à 
preservação de sua natureza.O local, dentro da empresa, que possui essa finalidade chama-se 
almoxarifado. Segundo Viana20, o conceito de almoxarifado seria: 
“O local destinado à fiel guarda e conservação de 
materiais, em recinto coberto ou não, adequado a 
sua natureza, tendo a função de destinar espaços 
onde permanecerá cada item aguardando a 
 
20 (Viana, 2010) 
Modalidades de Licitação
Concorrência
Tomada de Preços
Convite
Pregão
Concurso
Leilão
Consulta
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necessidade de seu uso, ficando sua localização, 
equipamentos e disposição interna condicionados 
à política geral de estoques da empresa”. 
O almoxarifado, portanto, visa à estocagem temporária de 
produtos de uma empresa para que sejam distribuídos mais à frente. 
Vale ressaltar que o conjunto de ações realizadas com a finalidade 
de abrigar adequadamente os materiais de um estoque de uma empresa 
denomina-se Administração de Almoxarifados. 
Tais ações têm o intuito de reduzir os custos operacionais, além de 
garantir que os produtos permaneçam com qualidade e agilizar a 
execução dos trabalhos na empresa. 
Para que a administração de um almoxarifado cumpra suas 
finalidades, ela deverá ter capacidade de aproveitamento máximo de seu 
espaço, com uma perfeita organização deste; deverá preservar que os 
espaços percorridos com o material, dentro do ambiente, seja o menor 
possível; além de adequar cada produto às instalações exigidas para um 
bom acondicionamento (luminosidade, umidade, temperatura...). 
Para que a administração de materiais obtenha êxito, o gestor deve 
utilizar seus recursos humanos e seu maquinário com a finalidade de 
prevenir contra perdas de produtos. 
Outro aspecto importante no almoxarifado é ter um eficiente 
sistema de localização de produtos. Para isso, “deverá ser utilizada 
uma simbologia (codificação) normalmente alfanumérica representativa 
de cada local de estocagem, abrangendo até o menor espaço de uma 
unidade de estocagem21”. 
Por isso, o arranjo físico, ou layout, de um almoxarifado deve ser 
bem organizado, com espaços adequados para um rápido 
escoamento dos produtos. Os corredores, as estantes, as prateleiras 
deverão ser codificados para agilizar a localização do produto. 
De acordo com Viana22, a armazenagem dos produtos no 
almoxarifado compreende as seguintes fases: 
� Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, 
no tocante à proteção e embalagem; 
� Identificação dos materiais; 
� Guarda na localização adequada; 
� Informação da localização física da guarda ao controle; 
� Verificação periódica das condições de proteção e 
armazenamento; 
 
21 (Dias M. A., 2009) 
22 (Viana, 2010) 
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� Separação para distribuição. 
A movimentação dos materiais constantes no almoxarifado é 
favorecida se o local tiver um arranjo físico eficiente. Essa movimentação 
deve ser cuidadosa, uma vez que se algo falhar, por menor que seja, 
poderá acarretar prejuízos significantes. 
Para o manuseio de materiais, alguns instrumentos são buscados, 
entre eles temos23: 
� Manual: manuseio simples, efetuado pelo esforço físico dos 
funcionários; 
� Carrinhos manuais: manuseio feito por carrinhos 
impulsionados manualmente; 
� Empilhadeiras: trata-se de um método mecanizado, assim 
como os feitos por tratores; 
� Paleteiras: tipo de empilhadeira manual, como manuseios 
horizontais. Pode ser mecânica, hidráulica ou elétrica; 
� Pontes rolantes; 
� Guindastes. 
 
Identificação do Material 
 
Pessoal, se um estoque estiver muito bem catalogado, com a 
identificação dos produtos claramente, a localização e a retirada no 
material buscado serão bem mais rápidas. 
Pois bem, esta identificação sofreu evoluções ao longo do tempo. 
Antes, fichavam os materiais por meio de coloração e sinalização. Era 
uma identificação muito mais visual. 
Hoje, o processo de identificação é mais ágil, uma vez que utilizam 
códigos de barras, além de leitores óticos. Estes códigos de barras 
possuem dados sobre o estoque da empresa, como localização dos 
materiais e como devem ser manuseados, por exemplo. 
 
Picking 
 
Quando um cliente (seja interno ou externo) chega a uma empresa 
e demanda determinado produto, alguém deverá se “movimentar” para 
 
23 (Viana, 2010) 
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buscar este material que se encontra guardado no almoxarifado, não é 
verdade? 
Essa “movimentação” de buscar o produto no almoxarifado 
denomina-se picking, o qual varia conforme o dimensionamento que a 
empresa possui. 
Portanto, quanto maior for a organização, o planejamento em cima 
do picking deverá ser adaptado para se adequar, como a quantidade de 
pessoas envolvidas, quantidades de produtos separados, divisão dos 
pedidos recebidos, entre outros. 
Os tipos de picking24 existentes são: 
 
Figura 15. Tipos de picking 
 
 
 
24 (Lima, 2002) apud (Barros, 2005) 
Picking por lote
• Aqui, o responsável 
acumula os pedidos de 
um determinado 
material. Visando o 
crescimento da 
produtividade, e após 
juntar todos os 
pedidos, o responsável 
segue ao estoque e 
coleta o que foi 
pedido. Se houver 
volume e variedade 
reduzidos de pedidos, 
a produtividade do 
operador tende a 
crescer. No entanto, se 
os pedidos forem 
complexos, correm 
riscos de cair em falhas 
na busca deles.
Picking por zona
• Neste tipo de picking, a 
separação dos 
materiais de um 
pedido pode envolver 
mais de um operador. 
Com isso, diminui o 
deslocamento dos 
responsáveis, pois cada 
um fica responsável 
por cada ambiente. O 
ambiente de 
armazenagem é 
separado por zonas, 
conforme o tipo de 
produto. Cada 
operador cuida de uma 
zona específica, onde 
separará o o pedido e 
depositará em um 
espaço comum para 
que o pedido seja 
organizado e 
completado conforme 
deva ser. 
Picking discreto
• Esse tipo tem a 
característica de causar 
poucos erros, uma vez 
que ele é iniciado e 
completado por um 
mesmo operador. O 
pedido é muito fácil de 
ser atendido, uma vez 
que cada produto é 
coletado de uma vez. 
Entretanto, como 
perde muito tempo 
com o deslocamento 
do operador, a 
produtividade fica 
prejudicada.
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Inventários 
 
Se, por algum motivo, a organização tiver que realizar a contagem 
do material do almoxarifado para confirmar o disposto no sistema contábil 
ou financeiro, ela deverá elaborar um inventário. 
Dessa maneira, todo o material constante no estoque da 
empresa é conferido para certificar se o estoque reproduz o que 
informa nos sistemas da empresa. 
Geralmente o inventário se faz com dois grupos, em que um realiza 
a contagem inicial e o outro revisa e confirma aquela contagem. Desse 
modo, observa-se, no inventário, um controle dual. 
Conforme a Instrução Normativa n° 205, de 1988, “inventário físico

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