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Glândula Suprarrenal Profa. Nazareth Rocha Anatomia Anatomia Medula suprarrenal A medula da suprarrenal é constituída por células cromafins e são inervadas por neurônios simpáticos colinérgicos pré-sinápticos e podem sintetizar o neurotransmissor da classe das catecolaminas norepinefrina. Catecolaminas e medula supra-renal O SNC e, consequentemente, a medula supra-renal apresentam atividade tônica basal, a qual se intensifica mediante as atividades normais do dia-a-dia. A secreção basal de catecolaminas pelas supra-renais é de cerca de 0,2 mcg/Kg/min, o que resulta em concentrações plasmáticas basais de adrenalina de 50 a 80 pg/ml e de noradrenalina em torno de 200 a 250 pg/ml. Durante a ativação simpática, as concentrações plamáticas podem chegar em 200 a 400 pg/ml e 1500 a 2000 pg/ml, respectivamente. A secreção das células cromafins da medula supra- renal é composta de 80% de adrenalina e 20% de noradrenalina. A enzima feniletanolamina N-metil transferase adiciona um grupo metil à norepinefrina para produzir o hormônio epinefrina, que é o produto hormonal principal da medula adrenal. Ela atua nas respostas rápidas em situações de estresse, tais como hipoglicemia e exercício. Cerca de 80% das células da medula adrenal secretam epinefrina e os 20% restantes secretam norepinefrina. Síntese e metabolização das catecolaminas Metabolismo das catecolaminas As catecolaminas secretadas pela supra-renal permanecem ativas na circulação durante cerca de 10 a 30 segundos até que sofram captação por proteínas transportadoras localizadas na membrana das células. Dentro das células são degradadas pela COMT. Quando captadas pelos neurônios adrenérgicos, são metabolizadas principalmente pela MAO. Metabolismo das catecolaminas Recaptação neuronal e captação extraneuronal. Estímulos para a liberação de catecolaminas Sistema nervoso simpático e medula supra-renal. A medula supra-renal constitui uma exceção na organização anatômica do SNC, uma vez que as fibras simpáticas que a inervam não fazem sinapses nos gânglios simpáticos, sendo, portanto, fibras pré-ganglionares. Tipo de Receptor Exemplos de Distribuição tecidual Exemplos de ação α1 Terminais nervosos simpáticos pós-sinápticos Aumento da contração da musculatura lisa vascular α2 Células beta das ilhotas pancreáticas Inibição da liberação da insulina β1 Coração Aumento do débito cardíaco Β2 Fígado; musculatura lisas vascular; bronquíolos e útero Aumento da produção hepática de glicose; relaxamento dos vasos sanguíneos, bronquíolos e útero β3 Fígado e tecido adiposo Aumento da produção hepática de glicose; aumento da lipólise Ações do SNA simpático Hormônios do córtex da suprarrenal A zona fasciculata produz os glicocorticoides (ex.: cortisol) a partir das moléculas de colesterol. A zona glomerulosa é responsável pela síntese de mineralocorticoides e, a zona reticulada, pela produção de androgênios. Liberação do cortisol ACTH Colesterol Zona fasciculada A zona fasciculada produz o hormônio glicocorticoide cortisol. Tais células produzem algum colesterol de novo, mas também importam o colesterol do sangue sob a forma de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL) colesterol. O colesterol é, então, esterificado e armazenado nas gotículas de lipídio. O colesterol armazenado é continuamente transformado em colesterol livre pela hidrolase de éster de colesterol. Na zona fasciculada, o colesterol é convertido em pregnenolona e, posteriormente, em cortisol e corticosterona. Vias esteroidogênicas Transporte do cortisol O cortisol é transportado pelo sangue predomi- nantemente ligado à globulina ligadora de corticosteroide (CBG) , também conhecida como transcortina. O cortisol é reversivelmente inativado pela conversão em cortisona pela enzima 11β-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 2 (11β-HSD2). Esta inativação é reversível por outra enzima, 11β-HSD1, que converte novamente a cortisona em cortisol. Esta conversão ocorre em tecidos que expressam o receptor glicocorticoide (GR), incluindo o fígado, tecido adiposo e SNC, bem como a pele. Ações do Cortisol Mecanismos de ação do cortisol Ações metabólicas: • aumenta a glicose sanguínea por estimular a gliconeogênese hepática; • Diminui a captação de glicose, mediada por GLUT4, no músculo esquelético e no tecido adiposo; • Potencializa os efeitos das catecolaminas sobre a lipólise durante o período interdigestivo; • Diminui a síntese de proteínas e aumenta a proteólise. Mecanismos de ação do cortisol Ações cardiovasculares: • Aumenta a ação das catecolaminas e, assim, contribui para o débito cardíaco e a pressão sanguínea; • Estimula a síntese de eritropoietina. Ações anti-inflamatória e imunossupressora: • O cortisol, juntamente com a epinefrina e a norepinefrina, reprime a produção de citocinas pró- inflamatórias. O cortisol inibe a fosfolipase A2, uma enzima chave na síntese de prostaglandinas, leucotrienos e tromboxane. • Estabiliza as membranas lisosomais, diminuindo a liberação de enzimas proteolíticas; • Diminui a migração dos leucócitos e a atividade fagocítica dos neutrófilos; • Inibe a resposta imune. Análogos dos glicocorticoides têm sido usados como imunossupressores em transplantes de órgãos. Sistema reprodutor: • O comportamento e a função reprodutora são diminuídos em resposta ao estresse. Mecanismos de ação do cortisol Mecanismos de ação do cortisol Efeitos sobre os ossos: • Diminui a absorção intestinal e a reabsorção renal de cálcio. Desta forma causa hipocalcemia e aumento do PTH, aumentando a atividade osteoclástica. Efeitos sobre o tecido conjuntivo: • Inibe a proliferação fibroblástica e a formação de colágeno. Ação nos rins: • Inibe a secreção e a ação do ADH; • A ação mineralocorticoide depende da quantidade relativa de cortisol. Mecanismos de ação do cortisol Ação nos músculos: • Em excesso causa proteólise e, consequentemente , fadiga muscular. Ação sobre o trato gastrointestinal: • Pelo fato do cortisol aumentar o apetite, o hipercortisolismo é frequentemente associado ao ganho de peso. Efeitos psicológicos do cortisol: • Aumenta a tendência à insônia e diminui o sono REM. Mecanismos de ação do cortisol Efeitos no desenvolvimento fetal: • Induz a maturação das células alveolares tipo II Causas da Síndrome de Cushing Causas Hiperplasia supra-renal Secundária à produção excessiva de ACTH (ex.: adenomas hipofisários) Secundária a tumores não-endócrinos produtores de ACTH ou CRH (ex.: carcinoma broncogênico, tumor carcinóide do timo, carcinoma pancreáti- co, adenoma brônquico) Neoplasia supra-renal Adenoma Carcinoma Causas exógenas, iatrogênicas Uso prolongado de glicocorticóides Uso prolongado de ACTH Síndrome de Cushing Sinal ou Sintomas na Síndrome de Cushing Obesidade centrípeta Fatigabilidade e fraqueza Osteoporose, Diabetes Hipertensão arterial Hirsutismo ,Amenorréia Estrias cutâneas violáceas Alterações da personalidade Equimoses, Edema Miopatia proximal Hipertrofia do clitóris Causas de insuficiência Supra-Renal Insuficiência Supra-Renal Primária Destruição autonômica da glândula Auto-imune Infecção (tuberculose, fúngica, viral) Hemorragia Invasão metastática Insuficiênciametabólica Congênita Inibidores enzimáticos (metirapona, ce-toconazol) Agentes citotóxicos (mitotano) Anticorpos bloqueadores de ACTH Causas de Insuficiência Supra-Renal Secundária Insuficiência Supra-Renal Secundária Hipopituitarismo Supressão do eixo hipotálamo- hipofisário Por esteróide exógeno Por esteróide endógeno de origem tumoral Sinais e sintomas: fraqueza, pigmentação cutânea, perda ponderal, anorexia, náuseas e vômitos, hipotensão, avidez de sal, pigmentação da mucosa. Síndrome de Cushing Zona reticular O DHEAS começa a ser detectável na circulação aos 6 anos de idade. Este início de produção de androgênio adrenal é chamado de adrenarca. Contribui para o aparecimento de pelos axilares na idade de 8 anos. Atingem um pico máximo entre os 20 e 30 anos. O DHEAS pode ser convertido de volta em DHEA (deidropiandrosterona) por sulfatases periféricas e a DHEA e androstenediona podem ser convertidas em testosterona e di-hidrotestosterona. Zona glomerulosa Produz o mineralocorticoide aldosterona. A zona glomerulosa é minimamente influenciada pelo ACTH e primariamente pelo sistema renina-angiotensina- aldosterona e pela concentração de potássio do plasma. Aldosterona Ações da aldosterona Aldosterona Aldosterona Fatores que Regulam a Biossíntese de Aldosterona Fator Efeito Sistema Renina-Angiotensina Estimulação Íon Sódio Inibição Íon Potássio Estimulação Dopamina Inibição ACTH Estimulação Peptídeo Natriurético Atrial Inibição Endotelina Estimulação
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