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Responsabilidade Civil e Penal

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Direito Civil IV
Resumo da matéria 2º bimestre
1. RESPONSABILIDADE CIVIL
Os atos jurídicos em sentido amplo, em geral, são ações humanas licitas ou ilícitas.
	a) Atos Lícitos: atos humanos a que a lei defere os efeitos almejados pelo agente. Praticados em conformidade com o ordenamento jurídico, produzem efeitos voluntários, por ele esperado. Ele esta dividido em: ato jurídico em sentido estrito (vontade das partes) negocio jurídico (com intenção) e ato-fato jurídico (sem intenção); (Art. 185,CC)
	b) Atos Ilícitos: por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento jurídico, embora repercutam na esfera do direito, produzem efeitos jurídicos involuntários, mas imposto por esse ordenamento. Neste caso criam-se deveres. (Art. 186, CC). O abuso de direito também é considerado ato ilícito (Art. 187). O ato ilícito é também fonte de obrigação, a de indenizar ou ressarcir o prejuízo causado (de ações ou omissões culposas ou dolosas do agente).
1.1 RESPONSABILIDADES CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL
Uma pessoa pode causar prejuízo a outrem por descumprir uma obrigação contratual (descumprimento de contrato). O inadimplemento contratual acarreta na responsabilidade de indenizar as perdas e danos.
Quando a responsabilidade não deriva de contrato, mas de infração ao dever de conduta (dever legal), diz que ela é extracontratual (descumprimento do ordenamento jurídico).
Embora ambas sejam de ressarcir o prejuízo causado, o CC distinguiu as duas espécies.
1.2 RESPONSABILIDADE CIVIL E RESPONSABILIDADE PENAL
A ilicitude é chamada de Civil ou Penal tendo em vista exclusivamente a norma jurídica que impõe o dever violado pelo agente. Podem ser apontadas as seguintes distinções:
	Responsabilidade penal
	Responsabilidade civil
	Agente infringe uma norma penal de direito publico. Interesse lesado da sociedade
	O interesse lesado é o privado. O prejudicado pode pleitear a reparação. Se o causador transgredir também uma lei penal, torna-se ao mesmo tempo obrigado civil e penal.
	É pessoal, intransferível, responde com a privação de liberdade.
	Neste caso não pode ser preso por divida civil, responde com o patrimônio.
	A pena não ultrapassa a pessoa
	Ha varias hipóteses de responsabilidade por ato de outrem
	A tipicidade é um requisito genérico
	Qualquer ação ou omissão pode acarreta-la, desde que viole ou cause prejuízo
	Exige-se para a condenação criminal, que tenha certo grau de intensidade
	A culpa, ainda que levíssima, obriga a indenizar
	Somente os maiores de 18 anos são responsáveis criminais.
	O menor de 18 anos responde pelos prejuízos que causar (ou seus responsáveis).
1.3 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Responsabilidade subjetiva : pressupõe a culpa como fundamento da responsabilidade civil (não havendo culpa, não ha responsabilidade). A prova da culpa passa a ser pressuposto necessário e dano indenizável. Ex. Atividade e risco, responsabilidade por danos estruturais;
Responsabilidade objetiva (legal): a lei impõe, a certas pessoas, em determinadas situações, a reparação de um dano cometido sem culpa, ela prescinde da culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade. Neste caso não se exige prova da culpa do agente para que seja obrigado a reparar o dano, ou seja, responsabilidade independente de culpa. Ex. Acidente de transito, responsabilidade civil dos profissionais liberais.
1.4 IMPUTABILIDADE E RESPONSABILIDADE
Imputabilidade: existência, no agente, da livre determinação de vontade.
Quando alguém pratica um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano causado, é necessário que tenha capacidade de discernimento.
Aquele que não pode querer e entender não incorre em culpa e, por isso, não pratica ato ilícito.
A responsabilidade dos privados de discernimento: sendo o privado de discernimento (ametal, louco ou demente) um inimputável, ele não é responsável civilmente. Se vier a causar dano a alguém, o ato é equiparado à força maior ou caso fortuito, se não for possível atribuir a responsabilidade ao um encarregado (curador), a vitima ficará irressarcida. O curador, independente de culpa, é responsabilizado pelos atos ilícitos do curatelado, se este tiver patrimônio suficiente para responder pela obrigação. A indenização, deve ser equitativa e não poderá privar do necessário o incapaz ou dependentes.
A responsabilidade dos menores: a maioridade civil é alcançada aos 18 anos, menores de 16 anos são absolutamente incapazes (não tem discernimento para os atos da vida civil). Os maiores de 16 e menores de 18 anos, são relativamente incapazes (tem discernimento reduzido). Para que alguém pratique um ato ilícito é seja obrigado a reparar o dano causado, é necessário que tenha plena capacidade de discernimento. Os pais (ou tutor) são responsáveis pelos atos praticados pelos filhos menores de 18 anos, este somente respondera se os seus responsáveis não dispuserem de meios suficientes e ainda assim, a indenização devera ser equitativa, não podendo privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependam.
1.5 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
São 4 os elementos essenciais:
a) Ação ou omissão: refere-se a qualquer pessoa que, por ação ou omissão, venha causar dano a outrem. A responsabilidade pode derivar de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob a guarda do agente e, ainda, de danos causados por coisas e animais que lhe pertençam. Para que seja configurado omissão, é necessário que exista o dever jurídico de praticar determinado fato (de não se omitir).
b) Culpa ou dolo do agente: 
Para que a vitima obtenha a reparação do dano, exige o dispositivo legal que esta prove dolo ou culpa (stricto sensu) do agente, ou seja, imprudência, negligencia ou imperícia.
Dolo: é a violação deliberada, intencional, do dever jurídico. Consiste na vontade de cometer uma violação de direito,
Culpa (com efeito): consiste na falta de diligência que se exige do homem médio, a atuação é causadora de lesão, embora o resultado danoso não seja querido pelo agente. Para que a vitima obtenha a reparação do dano, exige-se que prove a culpa do agente, através de:
	→ Imprudência: é a precipitação, o desprezo das cautelas que devemos tomar em nossos atos;
	→ Negligencia: omissão, a falta de diligencia na pratica de um ato jurídico, falta de cuidado;
	→ Imperícia: atuação de quem não possuir habilitação técnica para a pratica do ato.
Teoria subjetiva: como essas provas muitas vezes são difíceis de ser conseguida, o CC estabelece casos de responsabilidade independente de culpa, fundava-se no risco. A teoria subjetiva faz distinção com base na extensão da culpa:
	→ Culpa grave: impropria e comum dos homens e a modalidade que mais se avizinha ao dolo;
	→ Culpa leve: falta evitável com atenção ordinária;
	→ Culpa levíssima: falta só evitável com atenção extraordinária ou com especial habilidade.
c) Relação de causalidade: é o nexo causal ou etiológico entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado. Vem expressa no verbo “causar”, sem ela não existe a obrigação de indenizar. Ex. Se houver o dano, mas sua causa não está relacionada como comportamento do agente, inexiste a relação de causalidade e também a obrigação de indenizar. Algumas situações rompem o nexo de causalidade: culpa da vitima, caso fortuito e a força maior.
d) Dano: pressuposto inafastavel, sem o qual ninguém pode ser responsabilizado civilmente. Ele pode ser patrimonial (material) ou extrapatrimonial (moral). Mesmo que haja violação de um dever jurídico e que tenha existido culpa, ou até mesmo dolo, nenhuma indenização será devida caso não tenha verificado prejuízo. A ausência de dano, torna sem objeto a pretensão a sua reparação. Existe algumas exceções: o CC obriga pagar em dobro quem demandar divida paga, ou permite o credor cobrar a clausula penal sem precisar provar o prejuízo.
1.6 ATOS LESIVOS NÃO CONSIDERADOS ILICITOS
O art. 188, CC declara não constituírematos ilícitos ou praticados em legitima defesa, no exercício regular de um direito ou em estado de necessidade.
Legitima defesa:
	Tipo
	Consequência
	Se a legitima defesa for real, praticada contra o próprio agressor
	Isenção de responsabilidade do agente pelos danos provocados
	Com erro de pontaria, atingindo terceiro ou seus bens
	O agente deve reparar o dano, mas terá ação regressiva contra o injusto ofensor
	Legitima defesa putativa
	Não exime o ofensor da obrigação de indenizar o dano
	Legitima defesa com excesso
	Subsiste a obrigação de indenizar as consequências da extrapolação.
Exercício regular e abuso de direito: o abuso de direito prescinde da ideia de culpa, ocorre quando o agente, atuando dentro dos limites da lei, deixa de considerar a finalidade social de seu direito subjetivo e o exorbita, causando prejuízo a outrem, ou seja, o agente desvia-se dos fins sociais a que se destina.
Estado de necessidade: é a deterioração ou destruição da coisa alheia ou a lesão à pessoa não constituem atos ilícitos. Nem por isso quem os pratica fica liberado de reparar o prejuízo que causou, mas terá ação regressiva contra quem criou a situação. Ex. Se um motorista atira seu veiculo contra um muro, derrubando-o, para evitar atropelar uma criança, que inesperadamente correu para a rua, o seu ato, embora licite e nobre, não exonera de pagar a reparação do muro. Entretanto o evento ocorreu por culpa do pais da criança, que é responsável pela sua conduta. Desse modo, embora tenha que pagar o conserto do muro, o motorista terá ação regressiva conta o pai do menor.
2. LIQUIDAÇÃO DE DANO
2.1 Finalidade jurídica da indenização (Art. 402, CC):
Recomposição integral do patrimônio daquele que sofreu o dano;
Dano emergente (dano integral sofrido) e lucro cessante (lucro que teria caso não tivesse sido lesado. Ex. Taxista com o veiculo parado para reparo).
2.2 Como deve ser a indenização:
Especifica ou in natura: consiste em fazer com que as coisas voltem ao estado em que se encontravam antes de ocorrido o evento danoso;
Por equivalência: é o pagamento por equivalência em dinheiro, o juiz pode estabelecer o conteúdo do dano, considerando o dano emergente, o lucro cessante e, as vezes, o dano moral
Segundo o Art.944, CC : A indenização é medida pela extensão do dano, se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, o juiz poderá reduzir, equitativamente, a indenização.
2.3 Casos de tarifação:
Demanda de divida inexigível: Art. 939, CC: O credor demandar o devedor antes de vencido a divida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado há esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Por injuria, difamação ou calunia: Art. 953, CC. A indenização por injuria, difamação ou calunia consistirá na reparação do dano que dela resulte ao ofendido. Paragrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstancias do caso.
Por danos a vida e a integridade física da pessoa: Art. 948, CC. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I – no pagamento das despesas como tratamento da vitima, seu funeral e o luto da família; II – na prestação de alimentos as pessoas a quem o morto devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vitima.
Por ofensas a liberdade da pessoa: Art. 954, CC. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o dispositivo no paragrafo único do artigo antecedente. Paragrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: I – o cárcere privado; II – a prisão por queixa ou denuncia falsa e de má-fé; III – a prisão ilegal.
Danos decorrentes de usurpação e esbulho: Art. 952, CC. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a titulo de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado. Paragrafo Único. Para se restituir o equivalente quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
2.4 Dano moral
Conceito: Segundo Wilson Mello da Silva. “ ““São lesões sofridas pelo sujeito físico ou pessoa natural de direito em seu patrimônio ideal, entendendo-se por patrimônio ideal, em contraposição a patrimônio material, o conjunto de tudo aquilo que não seja suscetível de valor econômico”““.
Critérios de fixação:
a) a extensão do dano;
b) as condições socioeconômicas dos envolvidos;
c) as condições psicológicas dos envolvidos;
d) o grau de culpa do agente, de terceiro ou da vítima.
Exemplos de dano moral:
a) Adultério/ traição: “ INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ADULTERIO OU TRAIÇÃO. POSSIBILIDADE. O que se busca com a indenização dos danos morais não é apenas a valoração, em moeda, da angustia ou da cor sentida pelo cônjuge traído, mas proporcionar-lhe uma situação positiva e, em contrapartida, frear os atos ilícitos do infrator, desestimulando-o a reincidir em tal pratica”. (TJ/SC – 2ª C. Civ., Ap. Cív. Nº 1004.012615-8, Rel Des. Luiz Carlos Freyesleben, julg. 05.05.2005).
b) Morte: o STJ tem adotado como limite para a indenização por danos morais nos casos de morte de pessoa da família, em cerca de 500 salários-mínimos.
c) Restrições creditícia: “CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE CHEQUES. QUANTUM. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. 1- Esta corte, consoante entendimento pacifico, tem admitido a alteração do valor indenizatório de danos morais, para ajusta-lo aos limites do razoável, quando patente, como sucede na espécie, a sua desmesura. Tem sido de cinquenta salários-mínimos a indenização por danos morais, resultante de situações semelhantes como a inscrição inadvertida em cadastros de inadimplentes, a devolução indevida de cheques, o protesto incabível de cambiais, etc., conforme precedentes desta Corte. 2- Recuso especial conhecido e provido”. (Superior Tribunal de Justiça, RESP687035/RS; RECURSO ESPECIAL,2004/01304467-2, Ministro FERNANDO GONÇALVES (1107), QUARTA TURMA, 26/04/2005,Dj 16.05.2005 p. 364).
d) Dano estético: classificado como um dano autônomo, é passível de indenização quando comprovada a sua ocorrência (STJ). É o dano verificado na aparência da pessoa, manifestado em qualquer alteração que diminua a beleza que esta possuía. Alguma deformidade, cicatriz, perda de membros ou outra causa.
3. PREFERENCIAS E PRIVILEGIOS CREDITORIOS – CONCURSO DE CREDORES
3.1 Introdução:
Patrimônio do devedor: é a garantia comum de seus credores; 
Situação de insolvência: o empresário possui mais dívida do que patrimônio; 
Execução por concurso universal dos credores: procedimento especial para a execução contra insolvente; (Art. 748 a 786 -a do CPC)
Garantias: proteção de caráter pessoal ou real que se vale o credor para aumentar as chances de recebimento do seu crédito, elas podem ser: 
a) Pessoal: fiança
b) Real: hipoteca
3.2 Declarada a insolvência do devedor, ocorre:
Vencimento de todas as dívidas
Reunião dos créditos
Verificação de preferência conforme as garantias ou privilégios dos credores.
3.3 Privilégios: beneficio especial concedido a alguém de forma excepcional em relação as demais pessoas, são privilegiados: 
	a) Titulares de Direito real de garantia: hipoteca, penhor e anticrese;
	b) Titulares de crédito pessoal: preferindo os créditos com privilegio pessoal especial e 	geral sobre os quirografários. 
	c) Privilegio especial: determinados credores sobre bens especificos
	d) Privilegio geral: só ganha dos quirografarios em relação a todos os bens do devedor.
3.4 Preferencia: algo que deve ser feito ou considerado antes do outro, é necessária a categorização:a) Credito real; 
	b) crédito pessoal privilegiado especial;
	c) credito pessoal privilegiado geral;
	d) credito pessoal simples (quirografário)
3.5 Ordem geral:
	1º Credito trabalhista 
	2º Credito tributário; 
	3º Credito real; 
	4º Credito pessoal privilegiado especial;
	5º Credito pessoal privilegiado geral; 
	6º Credito pessoal simples (quirografário).

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