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Aula 2 Equipamentos e segurança nas instalações hospitalares O símbolo da Biossegurança O símbolo da Biossegurança foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, da Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control - CDC- USA (New York Times Magazine, 2001), buscando uma padronização na identificação de agentes biológicos de risco (Costa e Costa, 2006). Outros autores, porém, afirmam que foi criado por Emmett Barkley, no início da década de 1980, e que ele representa, na realidade, três objetivas de um microscópio. O ideal é que fosse desenvolvido um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem. Vejamos ao lado os modelos gerados. Ao passar do tempo, percebemos que este símbolo deve significar não só o agente de risco biológico, devido à abrangência da Biossegurança, como também químicos, físicos, ergonômicos e psicossociais. 1. Inflamável; 2. Explosivo; 3. Risco Biológico; 4. Risco de choque; 5. Corrosivo; 6. Tóxico; 7. Comburente; 8. Irritante; 9. Risco radioativo; 10. Uso obrigatório de luvas; 11. Uso obrigatório de botas; 12. Não comer ou beber; 13. Não fumar; 14. Proibida a entrada de pessoas não autorizadas. As cores diferenciam os 5 tipos de riscos existentes e os círculos, em seus 3 tamanhos, servirão para identificar o grau de cada risco. Vejamos: Obs.: As cores mudam de acordo com o risco. Ex.: Se o risco for químico, a cor usada é o vermelho e assim por diante. Métodos de contenção Os métodos de contenção são dispositivos utilizados para diminuir ou anular os riscos de exposição de matérias perigosas. Os equipamentos podem ser de uso coletivo ou individual. Têm-se o uso de recipientes adequados, o uso de materiais descartáveis e os EPIs, e ainda existe a CSB, que é usada principalmente para contenção de materiais infecciosos decorrentes de procedimentos microbiológicos. Basicamente, a CSB está dividida em três classes: I, II e III; cada qual com suas respectivas características que serão descritas detalhadamente mais adiante. ATENÇÃO É importante lembrar que o estabelecimento primariamente deverá zelar pela segurança tanto dos profissionais envolvidos quanto da sociedade em geral. Para isso, o conhecimento e a avaliação dos procedimentos realizados são itens críticos para a tomada de qualquer decisão, com o objetivo de que sejam aplicadas as recomendações adequadas para cada ambiente. Medidas de precaução As amostras biológicas ou os agentes infecciosos provêm de partículas minúsculas, que podem se inserir no corpo através das vias aéreas ou ainda, contaminar as roupas e o ambiente de trabalho, por isso, o conhecimento prévio das vias de transmissão e dos agentes contaminadores auxilia para a idealização de medidas sensatas diminuindo os riscos de propagação. O descarte do lixo (que será detalhado na aula 7) deve ter grande importância e ser efetivado de maneira adequada. Além disso, precauções contra desastres naturais, como incêndio, inundação e terremotos necessitam ser avaliados. ATENÇÃO São igualmente fundamentais para a diminuição à exposição de risco dos profissionais, da sociedade e do meio ambiente: • obter o conhecimento prévio das normas, dos riscos, dos níveis de Biossegurança; • proteção através de imunização; • atenção redobrada ao manuseio, transporte e coleta de materiais potencialmente perigosos. Em ambientes onde deve haver o NB2, é proibido o uso de calçados abertos, como sandálias ou chinelos, cabelos soltos, roupas com decotes e jalecos com mangas curtas. Essas medidas devem ser tomadas não só com o profissional, mas também em seus respectivos setores, tais como: Laboratórios: A bancada de trabalho sempre deve estar limpa (preferencialmente com álcool 70%). Se acidentalmente, ocorrer derramamento de materiais potencialmente perigosos, a limpeza e a descontaminação devem ser realizadas imediatamente. Hospitais: Todas as medidas de precaução devem ser tomadas de acordo com as peculiaridades de cada departamento. As medidas devem objetivar sempre a minimização de propagação de agentes infecciosos. Faz parte dessas medidas, ainda, o uso indispensável dos equipamentos de proteção, tanto individuais quanto coletivos, com o intuito de proteger os profissionais contra a exposição aos materiais contaminantes. Barreira de proteção primária É de extrema importância o conhecimento dos agentes que serão manipulados no ambiente, o treinamento adequado dos profissionais, bem como seu nível de experiência e as funções que serão desempenhadas na instituição. Os equipamentos pertencentes à barreira de proteção primária são denominados EPC e EPI. Eles deverão ser utilizados sempre que houver algum procedimento que represente risco à Saúde. Equipamentos de Proteção Coletivos São equipamentos projetados para proteger a equipe dos riscos de contaminação, além de proteção ambiental e dos produtos ou pesquisas desenvolvidas. Existem diversos dispositivos destinados à proteção, dentre eles: • Detector e contador de radiação (dosímetro) de área restrita; • Lixeira de vários tamanhos com pedal para descarte de resíduos infectantes e de risco; • Sistema de sinalização (também escrito em Braile) e termômetro e medidor de umidade da área. (Ver PFD de matérias de uso coletivo) Equipamentos de Proteção individual São definidos como todos e quaisquer materiais de uso individual, que se designa a proteger a integridade física do profissional. Devem ser utilizados com suas respectivas finalidades e adequados para a atividade do profissional. Geralmente está ligado à prevenção de traumas físicos, exposição a materiais biológicos e produtos químicos. Seu uso é obrigatório e por isso, antes de serem usados, os funcionários devem ser treinados apropriadamente. ATENÇÃO É de responsabilidade da empresa fornecer o EPI adequado, treinar os profissionais, fiscalizar se o uso empregado está correto e repor materiais com danos. E em contrapartida, o funcionário é responsável por seu uso adequado e conservação dos equipamentos. Os principais serão apresentados a seguir. Ex.: Touca, Óculos e Máscaras. (Ver PDF materiais de uso individual) Cabine de Segurança Biológica Dentre os equipamentos projetados para a segurança dos funcionários, este é o dispositivo básico empregado para conter agentes infecciosos oriundos de diversos procedimentos. Vejamos as características de cada classe: Classe II Deve ser utilizada para grupos microbiológicos com riscos até grau 3, também deve conter lâmpada UV e filtro HEPA. Podem ainda ser subdivididas em: • • • • Classe IIB3 É igual a classe IIB2, mas o fluxo de ar pode variar de 75 a 100 pés por minuto e o ar eliminado pelo exaustor também é filtrado com HEPA. O ideal é que haja a combinação dos EPIs mostrados no .pdf com a CSB para a utilização durante os procedimentos. Mas, às vezes, não é possível a utilização da CSB, como em certos estudos de animais ou atividades em grande escala do agente patológico, por isso são utilizados apenas os equipamentos de segurança pessoal, funcionando como barreira primária entre o funcionário e os materiais infecciosos. Ou seja: Cabine de segurança Classes I e II: São barreiras de proteção supereficientes que fornecem níveis elevados de proteção para a equipe e o meio ambiente, mesmo sendo abertas, quando usadas de acordo com as normas. Cabine de segurança Classe III: Além dos efeitos das classes I e II, ainda oferece proteção contra contaminação externa dos materiais manipulados dentro da cabine. É fechada onde os gases não penetram,proporcionando um nível elevado de proteção para a equipe e o meio ambiente, quando usada de acordo com as normas. Barreira de proteção secundária Este tipo de contenção, fundamentalmente está associado à idealização e construções de instalações que previnam riscos tanto para os funcionários quanto à sociedade e ao meio ambiente. É de responsabilidade do laboratório que as acomodações estejam de acordo com a periculosidade dos materiais ali manipulados, seguindo assim, seu respectivo nível de Biossegurança, ou seja, o tipo de barreira secundária depende do grau de risco dos agentes presentes no ambiente de trabalho. Os projetos das instalações deverão atender às necessidades específicas do estabelecimento, como por exemplo, sistema de ventilação exclusivo, tratamento e descontaminação do ar diferenciado e zonas de acesso restritas, que serão descritas com mais detalhes nas próximas aulas. ATENÇÃO Barreira (ou contenção) primária: Está relacionada ao nível de conhecimento e ao uso de equipamentos de segurança (individual ou coletivo); Barreira (ou contenção) secundária: Está relacionada à infraestrutura do ambiente de trabalho. Planejamento de construção das instalações O planejamento para a construção das instalações funciona como uma espécie de barreira secundária, que além de resguardar a própria equipe, protege também a sociedade dos agentes, que podem ser contaminantes. É necessário que o responsável do laboratório obtenha instalações adequadas para o trabalho dos funcionários e deve ainda, obedecer às normas do nível de biossegurança, de acordo com os materiais manuseados no ambiente. Saiba mais: As barreiras impostas são diretamente relacionadas com o risco de contaminação dos agentes manipulados. Para a maior parte dos laboratórios, o Nível de Biossegurança está entre 1 e 2, onde a maioria dos riscos de exposições estarão vinculados com o contato direto com os agentes ou exposições imprevistas através de um meio de trabalho contaminado. Neste caso, o laboratório deverá incluir uma área de trabalho isolada do acesso público e uma área de descontaminação, contendo, por exemplo, uma autoclave. Portanto, na hora em que o projeto for elaborado, os engenheiros encarregados em conjunto com o responsável do laboratório deverão levar em consideração os riscos biológicos que a sociedade e a equipe estão expostas. Além disso, devem estar atentos às recomendações de acordo com o nível de Biossegurança, ou seja, quanto mais elevado for o nível, necessita de maior atenção e projetos mais específicos, aumentando desse modo, a barreira de proteção. Execução do projeto Tão importante quanto o uso adequado dos equipamentos de segurança, as condutas exatas de manuseio e manipulação de materiais, postura no trabalho, técnicas bem executadas, treinamento rigoroso e normas bem estabelecidas, estão as instalações apropriadas no espaço físico no ambiente de trabalho. Antes de elaborar um projeto é necessário um estudo aprofundado do espaço físico e as necessidades elétricas, hidráulicas, sistemas de ventilação e distribuição de equipamentos, de acordo com cada estabelecimento, ou seja, as instalações específicas devem estar adequadas com os riscos envolvidos no recinto. Com o avanço da Microbiologia associada à evolução da Engenharia Arquitetônica, foi possível desenvolver projetos cada vez mais exclusivos e conscientes da necessidade de redução da exposição de riscos dos profissionais e do meio ambiente. Após a realização do projeto, ele deve ser enviado para a avaliação e possível aprovação da vigilância sanitária local, ou seja, o pré-projeto deve ser aprovado pelo responsável do estabelecimento e atender os pré-requisitos legais. (Ver PDF padrões básicos adotados em determinados ambientes)
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