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gestão da produção industrial

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Custos e Orçamentos 
Industriais
Gabriela de Bem Fonseca
Custos e Orçamentos 
Industriais
Nota sobre o autor
Gabriela de Bem Fonseca é especialista em Gestão Contábil, conta-dora, técnica em plásticos. Atua como professora na Universidade 
Luterana do Brasil (Ulbra), ministra as disciplinas de Administração de Ca-
pital de Giro, Orçamento e Fluxo de Caixa, Contabilidade e Planejamento 
Orçamentário, Estoques e Compras, Gestão de Custos e Gestão Tributária 
(para os cursos da Administração e Ciências Contábeis), Finanças e Con-
tabilidade, Finanças e Controles, Processos Financeiros (EAD). É professora 
nos cursos de pós-graduação em Custos de Produção e orientadora de 
trabalho de conclusão de curso em todas as modalidades Graduação, 
EAD e Pós.
Apresentação
Este livro tem como objetivo apresentar a você conceitos e aplicações atrelados à área de custos e orçamento empresarial, detalhando pri-
meiramente conceitos, objetivos e aplicações para posteriormente analisar 
a relação entre as áreas e sua aplicabilidade no meio empresarial. Para 
trabalharmos com gestão de custos em uma organização empresarial, 
devemos conhecer, aprender a entender as terminologias utilizadas para, 
a partir delas, aprendermos a classificar os custos em diferentes formas, 
como quanto à relevância, quanto à identificação e quanto à relação com 
a produção, os quais são descritos no Capítulo 1. No Capítulo 2, nos 
preocupamos em fazer uma revisão sobre os conceitos e técnicas envol-
vidos para escolha, elaboração e interpretação dos sistemas de custeio, 
identificação qual a melhor opção de acordo com a atividade empresarial 
desenvolvida por organização.
iv Apresentação
Já no Capítulo 3, vamos aprender sobre a composição e a importância 
do mark up e como utilizá-lo na formação do preço de venda, as melho-
res técnicas e estratégias para formação do preço. O Capítulo 4 retrata o 
conceito de margem de contribuicão e margem de segurança, explicando 
esses termos em valores e percentuais para debater o quanto as empresas 
possuem de margem para negociar dentro do seus preços de venda, e na 
sequência vamos aproveitar esses tema no Capítulo 5 e falar sobre relação 
custo x volume x lucro que auxilia tomada de decisão, o desenvolvimento 
de metas para os setores de vendas e para a produção, a determinação de 
variação da margeme, entre outros fatores.
O Capítulo 6 trata do gerenciamento dos custos de produção, procu-
rando abordar principalemnte o que compõe o custo invisível de produção 
que é grande gargalo hoje nas empresas industrias. Já nos Capítulos 7 e 8, 
é aborado o orçamento empresarial com seus objetivos, finalidades, con-
ceitos, vantagens e desvantagens; Assim como os diversos modelos orça-
mentários utilizados pelas empresas como ferramenta de análise gerencial.
No Capítulo 9, iremos tratar das vantagens, desvantagens e estrutura-
ção de orçamentos com base nos custos e, nesse tópico, se faz uma ava-
liação geral do impacto no planejamento financeiro, na lucratividade e nas 
decisões da empresa. Por fim, no Capítulo 10, apresentamos uma análise 
geral da relação entre o valor de uma empresa e seus custos para ampliar 
seus conhecimentos na interpretação dos dados.
Desenvolvemos este trabalho com objetivo principal de proporcionar a 
você uma visão geral sobre custos e orçamento empresarial de uma forma 
simples e objetiva que permita ao leitor aplicar de forma prática os concei-
tos aqui desenvolvidos.
 1 Terminologias e Classificações ..............................................1
 2 Sistemas de Custeio ............................................................20
 3 Formação de Preço e Mark up.............................................37
 4 Margem de Contribuição e Segurança ................................52
 5 Relação Custo x Volume x Lucro ..........................................60
 6 Gerenciamento de Custos na Produção ...............................71
 7 Orçamento Empresarial: Conceito e Aplicações ...................85
 8 Modelos orçamentários .......................................................98
 9 Vantagens, Desvantagens e Estruturação de Orçamentos 
com Base nos Custos ........................................................112
 10 Análise e Interpretação da Relação do Valor de uma 
Empresa em Relação ao Seu Custo ...................................127
Referências ...............................................................................144
Sumário
Terminologias e 
Classificações
Capítulo 1
Gabriela de Bem Fonseca
2 Custos e Orçamentos Industriais
A importância da Contabilidade de Custos
Contabilidade Financeira: até a Revolução Industrial (século 
XVIII), quase só existia essa contabilidade, desenvolvida na 
“era” Mercantilista. Nessa época, as empresas viviam pratica-
mente do comércio e não da fabricação.
Contabilidade de Custos: surgiu após a Revolução Indus-
trial devido à necessidade de incorporar ao custo do produto 
os valores dos fatores de produção utilizados para sua ob-
tenção. Essa forma de obtenção tem sido seguida até os dias 
atuais principalmente por duas razões: 1) A Auditoria Inter-
na e Externa, uma necessidade da globalização, acabou por 
consagrar essa forma de valorização dos estoques, em que o 
valor de compra é substituído pelo valor de fabricação. 2) O 
advento do Imposto de Renda adotou o mesmo critério para a 
medida do lucro tributável.
Contabilidade Gerencial: há poucas décadas, com o 
crescimento das empresas a contabilidade de custos, pas-
sou de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros para 
importante aliada no controle empresarial e nas decisões ge-
renciais.
Resumo: a Contabilidade de Custos nasceu da Contabili-
dade Financeira quando da necessidade de se avaliar os esto-
ques nas indústrias. E com a globalização e a necessidade de 
uma gestão mais completa dos processos entrou em cena a 
Contabilidade Gerencial que se tornou uma grande ferramenta 
de gestão empresarial.
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 3
Evolução da relação de Custos X Preços no Brasil:
1965 – 1990 Preço = Custo + Resultado (Característica: Preço é fun-
ção do custo)
1990 > Preço = Custo – Resultado (Característica: Preço é função do 
mercado)
2000 > Custo = Preço – Resultado (Característica: Custo é função do 
preço e da taxa de retorno sobre o investimento)
Em termos gerais, podemos afirmar que a contabilidade de 
custos tem duas grandes áreas de atuação que são interliga-
das e possuem a maior parte dos conceitos iguais:
a) CUSTO FISCAL – Custo Contábil: conceitos e técnicas 
voltados para a apuração do custo dos produtos e dos 
serviços para fins de contabilização (lançamento contá-
bil) e atendimento às necessidades legais e fiscais.
b) CUSTO GERENCIAL: conceitos e técnicas voltados para 
a gestão econômica dos produtos e serviços da empre-
sa, suas atividades, unidades de negócios e seus gesto-
res responsáveis, envolvendo as necessidades de contro-
le, avaliação do desempenho e tomada de decisão.
1.1 Abrangência e Finalidade do Cálculo 
de Custos na Atividade Empresarial
Essa abrangência é muito ampla nos dias atuais, em uma sim-
ples averiguação de caráter pessoal, podemos constatar que 
4 Custos e Orçamentos Industriais
nossas decisões diárias de todos os tipos envolvem, em maior 
ou menor escala, a variável CUSTOS, nas empresas não é 
diferente. Existem pelo menos 4 campos distintos de abrangên-
cia e aplicações dos custos:
 1) Aplicações Contábeis do Custo: as principais aplicações 
contábeis estão relacionadas à avaliação dos estoques e 
CPV (Custo Produto Vendido), avaliação de imobilizações 
próprias e avaliação de bens de fabricação própria para 
uso futuro na empresa.
– Avaliação dos Estoques: no prisma contábil, esse é um 
dos aspectos mais importantes do cálculo dos custos nas em-presas. É necessário ressaltar que a variação de estoques em 
um período influencia diretamente no resultado do mesmo, ou 
seja, uma variação positiva nos estoques implica um aumento 
do resultado no período. O estoque pode apresentar-se de 
diversas formas dependendo do ramo de atividade da empre-
sa, em sua forma mais ampla, ele se configura nas empresas 
industriais em materiais adquiridos e ainda não utilizados, pro-
dutos em fase de elaboração e produtos prontos.
- Avaliação de Imobilizações Próprias: em muitas empresas 
ocorre a produção própria de bens que integram o seu ativo 
permanente como ferramentas, móveis, máquinas, edificações; 
nesses casos, deve-se manter um documento para controlar e 
agrupar todos os materiais consumidos, assim como a mão 
de obra agregada. No seu encerramento, deve-se imobilizá-lo 
contabilmente e então depreciá-lo para efeitos de custos.
- Avaliação de bens de fabricação própria para uso futuro: 
é uma ocorrência possível em algumas organizações, nesse 
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 5
caso as empresas processam internamente produtos que serão 
utilizados futuramente na atividade fim. Também se deve con-
trolar em documento próprio todos os materiais consumidos 
e a mão de obra empregada. Sua transformação em custo 
ocorrerá por ocasião de seu consumo futuro.
 2) Abrangência e Aplicações vinculadas ao planejamento: 
entre as aplicações, destacam-se, aplicação relacionada 
ao orçamento, projeção de planos de venda e produção, 
estudos de viabilidade e análise de investimentos
- Para essas abrangências, a utilização adequada do sis-
tema de custeio é fundamental na tomada de decisões e na 
gestão empresarial. Tendo nele um poderoso instrumento para 
avaliação de resultados.
 3) Abrangência e Aplicações na gestão Econômico-Financei-
ra, Mercadológica: as aplicações nessas áreas são inú-
meras como: formação do preço de venda, avaliação do 
desempenho de produtos e serviços, formulação das po-
líticas de produtos e preços, formulação de políticas de 
distribuição e segmentação e avaliação do desempenho 
de negociações.
 4) Abrangência e Aplicações voltadas ao controle: custos é 
também, em sua essência, um instrumento de controle 
que pode assumir várias dimensões, entre elas: controle 
do planejamento, controle dos materiais, controle do pro-
cesso e da administração e controle do ciclo operacional. 
Planejamento e Controle se complementam em uma boa 
gestão, pois só se justifica o planejamento por meio de um 
bom controle.
6 Custos e Orçamentos Industriais
Custo Fabril: custo total de fabricação, ou seja, a soma dos 
custos primários (Matéria–prima + Mão de Obra Direta + Em-
balagem) com os custos indiretos de fabricação.
Custos de Produção: corresponde à expressão Custo Fabril 
+ Estoque Inicial de Produtos em Processo – estoque final de 
produtos em processo, e representa o valor da produção de 
determinado período.
Custo de Transformação ou Conversão: é o custo total do 
processo produtivo e é representado pela soma da mão de 
obra direta com os custos indiretos e representa o custo de 
transformação da matéria-prima em produto acabado.
1.2 Conceituação
A definição da palavra custos constitui a expressão monetária 
dos insumos e consumos ocorridos para a produção e venda 
de um determinado serviço ou produto. Carneiro (2006) afir-
ma que as empresas precisam encontrar meios de dar visibili-
dade e transparência aos custos de seus produtos e serviços, 
pois só assim elas poderão facili tar a definição dos preços e a 
avaliação das margens de lucro.
É preciso considerar que os preços não podem ser defini-
dos em função dos custos. Isso porque os clientes possuem 
uma percepção acerca do valor do conjunto de benefícios es-
perados em relação ao produto. Os consumidores esperam 
também um posi cionamento das ofertas dos concorrentes, 
pois para eles esse é um fator significativo no processo de 
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 7
estabelecimento de preços, principalmente quando a concor-
rência é intensa ou quando o comprador tem dificuldade para 
determinar o valor de um produto. Entretanto, desconhecer o 
impacto dos custos ou mensurá-los incorreta mente pode acar-
retar sérias dificuldades para a empresa durante o processo de 
gestão empresarial.
As empresas, ao abordarem os custos em um panorama 
empresarial, precisam refletir sobre aquilo que é efetivamente 
praticado por elas. Dessa forma, é preciso considerar alguns 
aspectos importantes:
a. A maioria das empresas, por não dispor de adequados 
siste mas gerenciais de custos, opera com estimativas 
deturpadas de quanto lhes custam seus produtos e ser-
viços, de modo que a administração pode desconhe-
cer o real panorama do negócio. Como, em geral, os 
métodos utilizados estão obso letos, praticam-se preços 
altos demais em alguns casos e baixos demais em ou-
tros. Alguns produtos que, na realidade, são deficitários, 
podem parecer lucrativos, caso seus custos tenham sido 
subestimados pelo sistema de custeio da em presa. Con-
tudo, se no conjunto a empresa apresentar um resultado 
positivo, escondendo o resultado negativo daque les pro-
dutos, a administração poderá não ter meios de iden-
tificar o problema.
b. Muitas empresas utilizam-se de sistemas contábeis de 
cus tos concebidos de forma articulada tanto com os 
princípios contábeis quanto com a legislação do impos-
to de renda. Por sua natureza, esses sistemas se pres-
8 Custos e Orçamentos Industriais
tam à valorização dos estoques e, por consequência, à 
apuração dos custos dos produtos vendidos. Assim, não 
existe uma preocupação com as questões gerenciais, ou 
seja, criar informações importan tes para a avaliação in-
dividual do resultado gerado pelo produto ou serviço a 
partir da transparente definição de seus custos.
c. Os números apurados mediante sistemas projetados 
para atender principalmente a exigências contábeis e 
fiscais po dem levar as empresas a alocar capital de ma-
neira inadequa da, bem como confundir a destinação e 
o resultado dos es forços visando melhorar a eficiência.
Portanto, conforme o autor, considerando os aspectos 
acima descritos, pode-se perceber que não existe uma atitu-
de empresarial específica que seja voltada para a apuração 
transpa rente e objetiva dos custos de produtos e serviços, mas 
é possível perceber tam bém que os tradicionais sistemas de 
apuração de custos conseguem apenas fornecer dados para 
alimentar registros contábeis e fiscais.
1.3 Terminologias de custos
É comum encontrarmos uma fartura de termos utilizados para 
definir um único conceito e, vários conceitos para definir um 
único termo. Assim, o autor apresenta o signi ficado de alguns 
termos, sob a ótica contábil:
a. Gastos – são todas as destinações de recursos, 
desembolsa dos ou não, que traduzem o sacrifício finan-
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 9
ceiro que a em presa realiza para oferecer um produto 
ou serviço qualquer; por ser um conceito amplo, abran-
ge investimentos, custos e despesas;
O gasto ocorre na compra de algum produto ou serviço, 
que gera sacrifício financeiro para a empresa, constituído por 
entrega ou promessa de entrega de ativos, dinheiro normal-
mente (MARTINS, 2008). O termo gasto pode ser empregado 
na aquisição de um bem ou serviço que provocará desembol-
so para a empresa.
Os gastos podem ser temporariamente classificados como 
investimentos e, conforme forem consumidos, receberão a 
classificação de custos ou despesas, dependendo de sua parti-
cipação na elaboração do produto ou serviço (BRUNI, 2008).
Observa-se que o conceito de gastos aplica-se a todos os 
bens e serviços adquiridos, sendo eles pagos à vista ou a pra-
zo. Esse termo é amplo e pode ser aplicado tanto para despe-
sas como custos e investimentos. Alguns exemplos são: gastocom a compra de matéria prima, gastos com honorários da 
diretoria e gastos na compra de um bem imobilizado. Mas só 
existe gasto no ato da passagem para a propriedade da em-
presa do bem ou serviço, ou seja, no instante que existe o re-
conhecimento contábil da dívida adquirida ou da diminuição 
do ativo dado em pagamento.
b. Investimentos – são gastos considerados contabilmente 
como ativos em função de sua vida útil ou dos benefí-
cios atribuíveis a período(s) futuro(s); por exemplo, esto-
ques, bens imóveis, e maquinário, além de consultorias 
10 Custos e Orçamentos Industriais
e treina mentos, cujos benefícios serão aproveitados pela 
empresa por mais de um ano;
É o gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefí-
cios atribuíveis a período(s) futuro(s).
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou ser-
viços (gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa 
para a baixa ou amortização quando de sua venda, de 
seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desva-
lorização são especificamente chamados de investimentos. 
(MARTINS, 2008, p. 25)
Nota-se que os investimentos são os gastos ocorridos na 
compra de bens que originarão benefícios em períodos fu-
turos. Representam aplicação de capital visando gerar rendi-
mentos.
Considera-se um exemplo de investimento: aquisição da 
matéria prima, que é considerada como investimento circulan-
te até o momento de sua utilização; e máquinas e equipamen-
tos que são investimentos permanentes.
c. Custos – são recursos aplicados na transformação dos 
ativos e representados por gastos relativos à utilização 
de bem ou serviço na produção de outros bens e ser-
viços; logo, os gastos são reconhecidos como custos 
no momento da utilização dos fatores de produção na 
fabricação de um produto ou execu ção de um serviço 
(exemplos: a matéria-prima foi um gasto na ocasião de 
sua aquisição registrado como investimento sob forma 
de estoque; no momento de sua utilização na fabrica ção 
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 11
de um bem, assume-se o custo da matéria-prima como 
parte integrante do bem elaborado; a mão de obra dire-
ta uti lizada na execução de determinado serviço constitui 
um dos custos necessários à elaboração desse serviço);
Martins (2008, p. 25) considera custos como “gasto relati-
vo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou 
serviços”.
Dubois, Kulpa e Souza (2006, p. 16) afirmam que “é fun-
damental que se tenha em mente que os gastos que não se 
relacionam com a produção nunca poderão ser considerados 
ou computados como custos.” Desse modo, são custos apenas 
os insumos utilizados no processo de elaboração dos produtos 
ou serviços.
d. Despesas – são recursos empenhados em destinações 
que não transformam o ativo, mas contribuem para 
o esforço de geração de receitas (exemplos: a comis-
são do vendedor é um gasto tratado como despesa de 
venda; os juros pagos ou incômodos em virtude de fi-
nanciamento bancário são trata dos como despesas fi-
nanceiras; os salários de vendedores ou funcionários 
administrativos são tratados como despe sas de venda e 
administrativa, respectivamente);
Despesa é o bem ou serviço consumido direta ou indireta-
mente para a aquisição de receitas. O equipamento utilizado 
na produção, que fora gasto transformado em investimentos 
e em seguida conceituado parcialmente como custo, na ven-
da do produto feito, torna-se uma despesa. O computador 
da secretária do gestor financeiro, que fora transformado em 
12 Custos e Orçamentos Industriais
investimento, apresenta uma parcela reconhecida como des-
pesa (depreciação), sem transitar em custo. As despesas são 
itens que diminuem o Patrimônio Líquido de uma organização 
e que têm essa particularidade de representar os sacrifícios no 
processo de obtenção das receitas.
Por exemplo, a comissão do vendedor, é um gasto que se 
torna prontamente uma despesa após a venda.
Todo produto vendido e todo o serviço ou utilidade transfe-
ridos provocam despesa. Costumamos chamá-lo Custo do 
Produto Vendido e assim fazendo com que apareça na De-
monstração de Resultados; o significado mais correto seria: 
despesa que é o somatório dos itens que compuseram o 
custo de fabricação do produto ora vendido. Cada com-
ponente que fora custo no processo de produção agora, na 
baixa torna-se despesa. (No Resultado existem Receitas e 
despesas – às vezes Ganhos e Perdas – mas não Custos.) A 
mercadoria adquirida na loja comercial provoca um gasto 
(genericamente), um investimento (especificamente), que se 
transforma em uma despesa no momento do reconheci-
mento da receita trazida pela venda, sem passar pela fase 
de custo. Logo o nome Custo das mercadorias Vendidas 
não é, em termos técnicos, rigorosamente correto. (MAR-
TINS 2008, p. 26)
Todas as despesas são ou foram gastas. Mas existem gastos 
que não se convertem em despesas (terrenos, que são depre-
ciados) ou só se transformam quando sua venda acontece. 
Todos os custos que são ou que foram gastos, e se transfor-
mam em despesas quando da entrega dos bens ou serviços a 
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 13
que referem. Muitos dos gastos das empresas são convertidos 
em despesas automaticamente, outros passam primeiramente 
pela fase de custo, e outros ainda passam por investimentos, 
custos e despesas.
e. Dispêndios, pagamentos ou desembolsos – repre-
sentam saídas de caixa para atender à aquisição de um 
bem ou ser viço, podendo ocorrer antes, simultaneamen-
te com ou após a entrada do bem ou serviço adquiri-
do e, portanto, com ou sem defasagem em relação aos 
gastos;
Martins (2008, p. 25) define desembolso como o paga-
mento resultante da compra do bem ou serviço. E considera 
que um desembolso “pode ocorrer antes durante ou após a 
entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do 
momento do gasto”.
Nesse contexto, verifica-se que os desembolsos represen-
tam a saída de recursos do caixa da empresa, uma vez que 
consiste no pagamento a um terceiro em troca de bens e ser-
viços, independente do seu consumo.
f. Perdas – recursos que não contribuem para gerar ativos 
ou receitas e que são representados por bem ou serviço 
consu mido de forma anormal e involuntária. Exemplos: 
perdas por incêndio, obsolescência de estoques ou gas-
tos com mão de obra em períodos de greve.
Martins (2008, p. 25) define, “custo como o gasto relativo 
a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens e 
serviços”.
14 Custos e Orçamentos Industriais
Durante um período de greve, por exemplo, considera-se 
o gasto com mão de obra uma perda e não um custo de pro-
dução. Também é considerada uma perda e não o custo, o 
material deteriorado por um defeito anormal e raro de um 
equipamento. No entanto, não haveria mesmo coerência em 
apropriar-se como um custo essas anormalidades e, desse 
modo, acabar por ativar um valor dessa natureza.
Observa-se, ainda, que inúmeras perdas de pequeno va-
lor são, na prática, frequentemente considerados dentro dos 
custos ou das despesas, sem a sua separação, mas é admitido 
devido à irrelevância do valor comprometido. Em montantes 
consideráveis, esse tratamento não é adequado.
1.3.1 Quanto à classificação, os custos podem 
ser identificados como:
- Custos diretos: facilmente atribuídos aos produtos ou servi-
ços, de fácil identificação e mensuração são gastos específicos 
que são imputados por medições objetivas ou por controles in-
dividuais sem a necessidade de rateio. Esses custos só ocorrem 
quando determinado produto ou atividade são desenvolvidos, 
caso contrário eles não ocorrem.
Os custos que podem ser diretamente apropriados aos 
produtos, desde que haja uma medida de consumo (horas de 
mão de obra, quilogramas, embalagens utilizadas e quantida-
de de força consumida). Os custos diretos variam proporcio-
nale diretamente à quantidade produzida. O autor cita como 
exemplo de custos diretos na fabricação de uma cadeira esco-
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 15
lar: matéria-prima (madeira, fórmica, base de ferro) e mão de 
obra (horas do cortador de madeira e montador).
Para Schier (2011, p. 136) “Custos diretos são os que po-
dem ser identificados e quantificados diretamente no produto 
ou no serviço e valorizado com relativa facilidade”.
- Custos Indiretos: esses custos são aqueles necessários 
para que a empresa possa exercer sua atividade, mas que 
não têm relação direta com um produto ou serviço específico, 
pois se relacionam com vários produtos e serviços ao mesmo 
tempo.
A atribuição dos custos indiretos ocorre por forma de crité-
rios de rateios, que consistem na divisão do montante de um 
determinado tipo de custo entre produtos e serviços distintos.
De acordo com Martins (2008), são os custos que não dis-
ponibilizam condição de uma medida exata, e qualquer tenta-
tiva de alocação tem de ser feita de maneira estimada e algu-
mas vezes arbitrária (como aluguel, supervisão, chefias etc.).
Custos indiretos são aqueles que não podem ser identifica-
dos fácil e corretamente aos objetos de custo. Nesse sentido, 
sua incorporação aos produtos requer o uso de algum tipo.
1.3.2 Quanto ao comportamento, os custos 
podem ser classificados como:
- Custos Fixos: são aqueles que têm seu valor monetário defini-
do independente da quantidade produzida, o que não significa 
que eles tenham indefinidamente o mesmo valor, estão direta-
16 Custos e Orçamentos Industriais
mente relacionados com a capacidade instalada que a empresa 
possui independentemente do seu volume de produção.
- Custos Variáveis: Martins (2008) define custos variáveis 
como aqueles que variam de acordo com a quantidade pro-
duzida ou serviço prestado dentro de uma unidade de tem-
po. Não havendo produção, venda ou prestação de serviço, o 
custo variável é igual a zero.
Obs.: custos fixos e variáveis são classificações que não 
levam em consideração o produto, e sim o relacionamento 
entre o valor total do custo em um período e o volume de pro-
dução. Fixos e variáveis são classificações também aplicadas 
às despesas, enquanto diretos e indiretos são classificações 
aplicáveis somente ao “custo”.
Exercícios de Fixação
1) Classifique os eventos descritos a seguir, relativos a um ban-
co comercial, em (I) Investimentos, (C) Custo, (D) Despesa 
ou (P) Perda:
a. ( ) Compra de impressos e material de escritório.
b. ( ) Gastos com salários do pessoal operacional da agência.
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 17
c. ( ) Gastos com transporte de numerário (carro forte).
d. ( ) Utilização de impressos para acolher depósitos.
e. ( ) Gastos com envio de talões de cheque aos clientes.
f. ( ) Consumo de material de escritório na administração.
g. ( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral.
h. ( ) Desfalque de valores por fraudes.
i. ( ) Depreciação de prédios de agências.
Gabarito:
1) I; C; C; C; C; D; D; P; C.
2) Dados os seguintes eventos ocorridos no mês de abril de 
uma empresa industrial:
a. Compra de matéria-prima R$ 4.500,00.
b. Pagamento dos salários relativos ao mês de março sen-
do: R$ 5.000,00 pessoal da produção e R$ 3.000,00 
pessoal da administração.
c. Uma enchente inesperada destruiu R$ 500,00 da maté-
ria-prima comprada no item “a”.
d. Energia elétrica consumida R$ 800,00 sendo ¼ para a 
área administrativa e o restante para a produção.
e. Consumo de parte da matéria-prima adquirida no item 
a, sendo: na administração R$ 2.300,00 e na produção 
R$ 1.000,00.
18 Custos e Orçamentos Industriais
f. Contabilização da depreciação do mês, sendo: dos equi-
pamentos da produção R$ 980,00 e dos veículos da di-
retoria R$ 800,00.
g. Compra de uma máquina para produção no valor de R$ 
10.000,00.
Pede-se: classificar os eventos e calcular o total dos custos, 
das despesas, dos investimentos e das perdas.
3) O gráfico a seguir representa o comportamento de dois 
diferentes itens de custos da empresa Alfa:
Custo em R$
Quantidades Produzidas
Responda:
a) O Item A é um custo fixo ou variável em relação à quan-
tidade produzida? E o item B?
b) Qual o custo do item B, quando forem produzidas 400 
unidades?
Capítulo 1 Terminologias e Classificações 19
c) Qual o custo do item A, quando forem produzidas 300 
unidades?
d) Qual o custo do item A se a quantidade produzida for 
de 50 unidades?
Gabarito:
1) I; C; C; C; C; D; D; P; C.
2)
Custos Despesas Investimentos Perdas
R$ 5.000,00 R$ 3.000,00 R$ 4.500,00 R$ 500,00
R$ 600,00 R$ 200,00 (R$ 500,00)
R$ 1.000,00 R$ 2.300,00 (R$ 2.300,00)
R$ 980,00 R$ 800,00 (R$ 1.000,00)
R$ 10.000,00
R$ 7.580,00 R$ 6.300,00 R$ 10.700,00 R$ 500,00
3) a) A – Fixo e B – Variável
b) R$ 200,00
c) R$ 300,00
d) R$ 300,00
Sistemas de Custeio
Gabriela de Bem Fonseca
Capítulo 2
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 21
Nesse item, são descritas as formas de apropriação dos custos 
de acordo com a necessidade de cada empresa, a alocação 
de valores deve ser o principal objetivo da contabilidade de 
custos. A expressão “sistema de custeio” significa qual a mo-
dalidade de custeio dos produtos a empresa está adotando 
sob a abordagem fiscal e sob a abordagem gerencial, para 
apuração do custo do produto ou do serviço.
Empresas inseridas em um ambiente econômico globali-
zado atentam-se com seus fatores de produção. Buscam me-
canismos, sistemas, procedimentos e formas que contribuam 
para aperfeiçoar a gestão, podendo, assim, competir no mer-
cado com o nível de qualidade imprescindível a sua continui-
dade operacional. Para tanto, exige-se informações relevantes 
relacionadas a custos, processos, desempenho, produtos, ser-
viços e clientes.
Desse modo, o sistema de contabilidade gerencial deve in-
formar custos precisos dos produtos, para que a fixação de 
preços, a introdução de novos produtos, o abandono de pro-
dutos obsoletos e a resposta a produtos rivais possam basear-
-se na melhor informação possível sobre as necessidades de 
recursos a serem destinados para tal finalidade.
A atribuição de valores “verdadeiros” aos produtos passou 
a compor um dos principais objetivos da contabilidade de cus-
tos, tanto para a conferência em demonstrações financeiras 
periódicas, quanto com base para decisão sobre o melhor mix 
de produtos. Na concepção de Padoveze (2006), o sistema de 
custeio está atrelado ao fato da necessidade de se apurar a 
22 Custos e Orçamentos Industriais
mensuração da receita dos produtos e serviços, o que é essen-
cial para se identificar o preço de mercado.
O sistema de custeio está basicamente ligado a três pon-
tos: aos gastos (custos e despesas) que fazem parte da apura-
ção dos custos dos recursos, serviços, produtos, atividades ou 
departamentos e, por consequência, os custos de um recurso, 
bem, produto ou serviço final precisa ser considerado, mesmo 
ainda estando em estoque; a definição da metodologia de cál-
culos e a apuração do custo unitário dos produtos e serviços.
Portanto, para formar preços adequados, depende de um 
bom sistema de informações e de custeio, e para ter preços 
competitivos, de uma boa administração de custos e despe-
sas, além de uma gestão sistêmica e integrada. Dos sistemas 
de custeio existentes, os mais importantes a serem observados 
serão descritos a seguir.
2.1 Custeio por absorção:
Esse sistema como o mais tradicional sistema de custeio, e deve 
ser empregado quando se deseja atribuir um valor de custos 
ao produto, atribuindo-lhe também parte dos custos indiretos. 
É o único sistema aceito pelo fisco e consiste na apropriação 
ao produto ou serviço de todos os custos de forma direta ou 
indireta mediantecritérios de rateio.
Usando esse sistema de custeio por absorção, atribui-se ao 
produto ou serviço todos os custos diretos ou indiretos ligados 
a eles e, com isso, é possível mensurar de forma mais ade-
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 23
quada. No sistema de custeio por absorção, são considerados 
no custo de produção todos os custos, sejam eles diretos e 
indiretos ou fixos e variáveis. Muitas empresas independentes 
do porte, que mantém seus sistemas de custos integrados com 
a contabilidade geral, adotam esse sistema em função da ne-
cessidade de valorização dos estoques e do custo do produto 
vendido para apuração dos resultados tributários mensais. Os 
princípios contábeis e a legislação do Imposto de Renda deter-
minam a utilização desse sistema de custeio.
A apropriação de todos os custos incorridos durante o ciclo 
operacional (sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis) 
são determinados pelo custeio por absorção. Custeio por ab-
sorção segundo Martins (2003, p. 37, apud PINTO, 2011, p. 
3) “consiste na apropriação de todos os custos de produção 
aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos 
relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos 
os produtos e serviços feitos”.
Além de atender a legislação fiscal, é o método que apura 
os custos por meio de alocação direta (custos diretos) ou in-
diretos (custos indiretos) dos custos dos produtos ou serviços, 
sendo gastos administrativos (despesas) separadas dos custos. 
Desse modo, possibilita a mensuração do custo unitário de 
cada produto ou serviço e a identificação de cada custo de 
cada departamento da empresa. Dessa forma, todos os custos 
são alocados ao produto para fins de custeio dos estoques. 
Entretanto, todas as despesas administrativas, financeiras e de 
vendas, fixas ou variáveis são desviadas do custo do produ-
to, e deduzidas diretamente do resultado do período em que 
ocorreram.
24 Custos e Orçamentos Industriais
Carneiro (2006), tomando ainda como exemplo uma indús-
tria de confecções, apresenta os resultados apurados pelo sis-
tema de custeio por absorção, pelos seus valores globais. Vale 
destacar que esse sistema se caracteriza pela apropriação dos 
custos fixos por produto, ao contrário do que ocorre no siste-
ma de custeio variável.
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 25
Assim, é possível observar que o método de custeio por 
absorção implica a distribuição (entre produtos e serviços), 
dos custos fixos, que, em sua maioria, são também indiretos. 
Por isso se não forem realizados estudos específicos para es-
tabelecer um critério de distribuição aceitável, os critérios de 
distribuição serão arbi trários e poderão tornar distorcidas as 
informações geradas.
2.1.1 Vantagens do custeamento por absorção:
a. Atende às exigências societárias e fiscais, além de estar 
de acordo com os princípios e normas de contabilidade 
e com as normas da legislação tributária.
b. Permite a apuração do custo por centro de custos, visto 
que sua aplicação exige a organização contábil nesse 
sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados 
aos departamentos de forma adequada, possibilita o 
acompanhamento do desempenho de cada área.
c. Ao absorver todos os custos de produção, permite a apu-
ração do custo total de cada produto.
2.1.2 Desvantagens do custeamento por 
absorção:
a. Custos indiretos e fixos dificultam a tomada de decisões.
b. Custos indiretos e fixos são apropriados aos produtos 
por meio de um critério de rateio arbitrariamente.
c. Difícil utilização em projeções orçamentárias e análises 
de viabilidade de projetos.
26 Custos e Orçamentos Industriais
d. Outro inconveniente é o fato de os custos fixos unitários 
variarem de acordo com as quantidades produzidas (em 
razão inversa). Com o aumento do volume de produção, 
ocorre a redução do custo fixo unitário.
2.2 Custeio Variável
Essa metodologia de apuração de custo unitário considera ex-
clusivamente os custos e despesas variáveis, sendo assim para 
cada unidade de produto ou para cada serviço se tem um valor 
unitário perfeitamente definido, essa característica torna esse 
método o mais indicado na tomada de decisões estratégicas.
Em razão dos problemas existentes no uso do sistema de 
custeio por absorção no que diz respeito à apropriação dos 
custos fixos, surge o sistema de custeio variável, no qual são 
apropriados ao custo do produto ou serviço apenas os custos 
variáveis, sendo os custos fixos lançados diretamente no resul-
tado como se fossem despesas sem transitar pelos estoques. O 
sistema de custeio variável também é conhecido como sistema 
de custeio direto, em virtude de os custos variáveis serem qua-
se sempre, como regra, diretos. O custeio variável é adotado 
para fins gerenciais principalmente no processo administrativo 
de tomada de decisão, mas não é aceito pelo fisco.
Nesse sistema de custeio, são apropriados aos produtos e 
serviços apenas os custos e despesas variáveis, ficando os cus-
tos fixos separados e considerados como despesas do período, 
indo diretamente para o resultado.
Carneiro (2006) comenta que os sistemas de custeio foram 
desenvolvi dos para atender às necessidades de informações 
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 27
contábeis. Assim, o sistema adotado para essa finalidade foi no-
minado de “custeio por absorção”. Ele também é chamado de 
full cost, e busca incor porar aos produtos todos os custos incor-
ridos, tanto os fixos quanto os variáveis, e os diretos e indiretos.
Utilizando o exemplo da indústria de confecções, apre-
sentamos a seguir uma apuração baseada no sistema de cus-
teio variável:
Na Figura 2, é possível perceber que a distribuição dos 
custos por produto limita-se aos custos variáveis, e os custos 
fixos são absorvidos pelo resultado global do negócio.
2.2.1 Vantagens do custeamento variável:
a) Possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na 
tomada de decisões.
28 Custos e Orçamentos Industriais
b) É mais fácil para gerentes industriais entenderem o cus-
teamento dos produtos, pois os dados são próximos da 
fábrica e de sua responsabilidade.
c) Os custos dos produtos são mensuráveis objetivamente, 
pois não sofrerão processos arbitrários ou subjetivos de 
distribuição (rateios) dos custos fixos;
d) O lucro líquido não é afetado por mudanças de incre-
mento ou diminuição de inventários;
e) Os dados necessários para a análise das relações custo-
-volume-lucro são rapidamente obtidos do sistema de 
informação contábil, baseado no custeio variável.
2.2.2 Desvantagens do custeamento variável:
a) A exclusão dos custos fixos para valorização dos esto-
ques causa sua subavaliação, fere os princípios contá-
beis e altera o resultado do período. Não sendo aceito 
pelo fisco.
b) Em projeções de longo prazo, o custeio variável também 
pode causar distorções no resultado.
2.3 Custeio Baseado em Atividades 
(activity based costing) ABC
Já no final da década de 1980, surgiu o “custeio por ativi-
dades” (activity based costing – ABC), que surgiu para atender 
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 29
à necessidade de incluir todos os custos, nos casos de empre-
sas com custos indiretos muito altos. Esse sistema é também 
denominado full cost, à semelhança do custeio por absorção, 
entretanto ele busca superar as limitações arbitrárias de alo-
cação de custos por rateio, utilizando-se de direcionadores 
de custos. Eles também apresentam de forma mais precisa 
o consumo de recursos pelos produtos, serviços e operações 
(SHANK, 1995, apud CARNEIRO, 2006).
A concepção atual do ABC surgiu nos Estados Unidos na 
década de 80, formalizado pelos Profs. Robert Kaplan e Robin 
Cooper, de Harvard, com o objetivo principal de aprimorar a 
alocação dos custos e despesas indiretos fixos aos produtos. 
O Custeio Baseado em Atividadesfocaliza as atividades orga-
nizacionais como elementos chaves para análise do compor-
tamento do custo. Na visão tradicional (custeio por absorção), 
os produtos ou serviços consomem recursos, na metodologia 
ABC, supõe-se que serviços ou produtos consomem atividades 
e que são essas atividades que consomem recursos.
O Custeio Baseado em Atividades (ABC) é um conjunto 
de conceitos e técnicas utilizado para o custeio de produtos, 
serviços ou clientes, entre outros. Por isso, partindo do princí-
pio de que são as atividades da empresa, ou seja, as tarefas 
executadas por ela e não os produtos e serviços em si, que 
consomem os recursos da empresa como tempo de trabalho, 
materiais, equipamentos.
De acordo com Masayuki, (1994) apud Carneiro (2006), 
a filosofia do ABC é que, para que se possa montar um siste-
ma de custos, a empresa deve, primeiramente, mapear suas 
30 Custos e Orçamentos Industriais
atividades, e, posteriormente, deve atribuir os diversos custos 
a esse conjunto de atividades. Com isso, em uma etapa poste-
rior, o custo de cada atividade é então atribuído aos produtos 
e serviços de acordo com suas respectivas demandas.
Dessa forma, o autor afirma que o sistema ABC propor-
ciona uma novidade, uma metodologia que busca apurar os 
custos de forma mais científica, deixando de lado as formas 
empíricas de apuração que, atualmente, acarretam tantas dis-
torções. Assim, o ABC valoriza a correta e segura informação 
gerencial, que é um ingrediente considerado indis pensável 
para a tomada de decisões de qualquer empreendimento.
Portanto, para Masayuki, (1994) apud Carneiro (2006, p. 85)
O ABC ajuda os gerentes a detectarem problemas e opor-
tunidades no tocante a produtos, serviços e clientes, bem 
como áreas passíveis de redução de custos. Mas nenhuma 
técnica de custos vai indicar o que deve ser feito a partir de 
tais diagnósti cos. Mais especificamente, devemos conside-
rar que o ABC mapeia as atividades da empresa. Qual a 
necessidade dessas atividades para o sucesso da empresa? 
Por exemplo, o ABC mostra quanto custa cada atividade e 
como alocar esse custo a produtos ou clientes. Mas será 
que essa atividade deveria exis tir? Em caso afirmativo, de-
veria custar o que custa?
O que o ABC objetiva é, sem dúvida algu ma, inibir a prá-
tica de distribuições de custos apoiadas em parâmetros 
aleatórios, o que em alguns casos, como o do co mércio 
varejista, pode ser desastroso devido à atribuição indevida 
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 31
de custos aos produtos, o que leva a uma noção comple-
tamente equivocada dos custos e das margens por produto 
e, por conseguinte, dos resultados, causando deformação 
da visão do negócio e das ações gerenciais empreendidas 
a partir das informações colhidas.
2.4 Custeio global, total, integral
No custeio global, todos os custos são apropriados aos pro-
dutos, tanto os custos diretos e indiretos ou fixos e variáveis, 
independente de seu local de ocorrência. Esse método não é 
muito utilizado para a valorização dos estoques, e muitas o 
utilizam extracontabilmente para a formação do preço de ven-
da. Nada impediria que a avaliação dos estoques fosse feita 
pelo custeio integral: caso toda a produção do período fosse 
vendida, em nada afetaria no resultado; se houvesse formação 
de estoques, pela ativação dos gastos e o não retorno como 
CPV, se estaria aumentando a base de tributação do imposto 
de renda.
O custeio global tem como objetivo apropriar os custos e 
as despesas do período por produto ou serviço, por isso não 
é aceito fiscalmente, mas é muito utilizado para controle ge-
rencial, principalmente em empresas que possuem despesas 
administrativas (marketing) muito altas como as cervejarias.
 Â Quadro comparativo de cálculo do custo do produto ou 
serviço:
32 Custos e Orçamentos Industriais
Absorção Integral/Global Variável
Custos Fixos +
Custos Variáveis +
Custos Diretos +
Custos Indiretos +
= Custo do produto 
ou serviço
Custos/Despesas 
Fixas +
Custos/Despesas 
Variáveis +
Custos/Despesas 
Diretas +
Custos/Despesas 
Indiretas +
= Custo do produto 
ou serviço
Custos/Despesas 
Variáveis +
Custos/Despesas 
Indiretos +
Custos/Despesas 
Diretos +
= Custo do produto 
ou serviço
 Â Quadro comparativo do DRE:
Absorção Integral/Global Variável
(=) Receita
(-) CPV
= Resultado/Lucro
(=) Receita
(-) CPV
= Resultado/Lucro
(=) Receita
(-) CPV
(=) Margem de 
Contribuição
(-) Custos Fixos
(=) Resultado/Lucro
Aceito pelo Fisco Não aceito pelo Fisco Não aceito pelo Fisco
2.5 Métodos de custeio
Existem três métodos de custeio que merecem destaques na 
classificação dos custos:
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 33
a. Custo histórico ou real:
De acordo com Padoveze (2003), no custo real, tomam-se 
como base os custos reais para apurar os custos unitários dos 
produtos e serviços, utilizando somente os dados já registrados 
com os valores de suas datas de realização, sem qualquer al-
teração do padrão monetário.
b. Custo de reposição:
O custo de reposição pode ser considerado uma forma de custeio 
real, já que o custo de reposição é o custo da próxima compra.
c. Custo padrão:
Conforme Santos (1994) o custo padrão é a combinação entre 
a utilização de materiais, equipamentos e pessoas com seus 
respectivos preços, considerando a operação normal histórica 
para a produção de um determinado período, é o custo que se 
deseja alcançar em condições normais de operação.
Já de acordo com Martins (2008), custo padrão diz respei-
to ao valor ou meta que a empresa estipula para o exercício 
seguinte de um determinado produto ou serviço, seu grande 
objetivo é fazer uma linha de comparação entre o custo ocor-
rido e o custo fixado.
2.6 Departamentalização
Na maioria dos casos, um departamento é um centro de cus-
tos, ou seja, nele são acumulados os custos indiretos para pos-
34 Custos e Orçamentos Industriais
terior alocação aos produtos e serviços, mas também pode 
haver vários centros de custos para um único departamento. 
Sendo que centro de custos é a unidade mínima de acumula-
ção de custos indiretos, mas não necessariamente uma unida-
de administrativa.
Para Martins (2008), departamentalização é a unidade mí-
nima administrativa composta por pessoas e máquinas, nas 
quais se desenvolvem atividades uniformes, na qual deve ha-
ver pelo menos um responsável que atribui a cada departa-
mento a responsabilidade de uma pessoa que dará origem a 
uma forma de controle da contabilidade de custos.
Beulke e Bertó (2005) afirmam que a departamentalização 
consiste em identificar e classificar os custos e despesas dentro 
dos centros de custos em que ocorreram dentro da organi-
zação. Essa departamentalização deve seguir alguns critérios 
como a homogenidade funcional, por máquinas e atividade 
semelhantes, por locais físicos semelhantes e por unidades de 
responsabilidade.
Exercícios de Fixação
 1) A empresa Gelada produz picolés. Os itens que compõem 
o custo de fabricação de 500.000 unidades são:
 Â Custos Variáveis: R$ 30.000
 Â Custos Fixos: R$ 15.000
 Â Preço de venda unitário: R$ 0,20
Pede-se:
Capítulo 2 Sistemas de Custeio 35
a) Qual a margem de contribuição (custeio variável) uni-
tária?
b) E qual o lucro líquido apurado pelo custeio por absorção 
na venda dos picolés?
 2) No segundo trimestre de 2009, a Indústria Atlas Produtos 
Fabris concluiu a produção de 600 unidades do item X2, 
tendo logrado vender 400 dessas unidades, ao preço uni-
tário de R$ 120,00. No mesmo período, foram coletadas 
as informações abaixo:
Custo Variável Unitário: R$ 20,00
Total de Custos Fixos R$ 18.000,00
Inesistência de estoque inicial de produtos no período.
Com base nas informações acima, apure o custo do pro-
duto vendido, oestoque final de produtos acabados e o 
lucro líquido do período por meio do custeio por Absorção 
e do custeio Variável:
Gabarito:
1) a) R$ 0,14
b) R$ 55.000,00
2) Absorção:
Custo Variável Total (CVT) – R$ 20,00 x 600 = R$ 12.000,00
Custo Fixo Total (CFT) – R$ 18.000,00
36 Custos e Orçamentos Industriais
Estoque Final (R$ 30.000,00 / 600 x 200) = (R$ 10.000,00)
CPV = R$ 20.000,00
Receita: R$ 48.000,00 (400 x 120,00)
CPV: (R$ 20.000,00)
= LL: R$ 28.000,00
Variável:
CVT: R$ 12.000,00
Estoque Final (R$ 12.000,00 / 600 x 200 ) R$ 4.000,00
CPV = R$ 8.000,00
Receita: R$ 48.000,00
CPV: (R$ 8.000,00)
MC: R$ 40.000,00
CF: (R$ 18.000,00)
LL: R$ 22.000,00
Formação de Preço e 
Mark up
Gabriela de Bem Fonseca
Capítulo 3
38 Custos e Orçamentos Industriais
A empresa deve analisar o ambiente de negócios. Esse am-
biente é analisado a partir do comportamento de compra do 
consumidor e da política da concorrência. Após a análise, a 
empresa deve definir uma estratégia empresarial e avaliar as 
implicações dos custos, dos tributos e do custo do dinheiro na 
formação do preço de venda. Para isso, ela deve formular sua 
política de preços adequando-se ao posicionamento da sua 
imagem e do seu produto ou serviço.
A determinação do preço de venda é uma questão funda-
mental para qualquer empresa. Se esta aplicar um preço muito 
elevado, inibirá a venda, e se o preço for muito baixo, talvez 
não gere o retorno esperado.
O mesmo autor pondera que, para obter um adequado 
resultado econômico e financeiro, a empresa depende de uma 
eficaz estratégia de preços. Em muitos ramos de negócio, os 
preços são atribuídos pelo mercado e as empresas necessitam 
se ajustar para acompanhar os preços dos concorrentes, devi-
do ao mercado globalizado.
Segundo Martins (2008, p. 218):
Para administrar preços de venda, sem dúvida é ne-
cessário conhecer o custo do produto; porém esta 
informação, por si só, embora seja necessária, não 
é suficiente. Além do custo, é preciso saber o grau 
de elasticidade da demanda, os preços de produtos 
dos concorrentes, os preços de produtos substitutos, 
a estratégia de marketing da empresa etc.; e tudo 
isso depende também do tipo de mercado que a 
empresa atua, que vai desde monopólio ou do mo-
Capítulo 3 Formação de Preço e Mark up 39
nopsônio até a concorrência perfeita, mercado de 
commodities etc.
O importante é que o sistema de custos forneça informa-
ções úteis e consistentes com a filosofia da empresa, particu-
larmente com sua política de preços. Para se analisar a for-
mação de preço de venda dos produtos, deve-se conhecer o 
mercado em que a organização atua ou pretende atuar, e cita 
como influência nesse mercado a concorrência, os clientes, 
gastos e o governo.
O preço de venda deve ser suficiente para cobrir os cus-
tos, as despesas, os impostos e propiciar um lucro nas vendas 
de produtos ou serviços. Sendo que para formação do preço 
de venda é preciso levar em conta outras variáveis como a 
demanda no mercado ao qual está inserido, ação da concor-
rência, do governo e principalmente os objetivos da empresa.
 Â Fórmula clássica do Preço de Venda: PV = C + L, (onde 
PV = Preço de Venda, C = Custo e L = Lucro)
 Â Entretanto, em função do mercado e da concorrência 
nos dias atuais: C = PV – L
Obs.: ou seja, o custo passa a ser o grande responsável 
pelo resultado da empresa.
3.1 Objetivos do preço de venda:
Segundo Padoveze (2008, p. 308), “o objetivo de qualquer 
decisão empresarial é a criação de valor para o acionista, 
40 Custos e Orçamentos Industriais
via retorno sobre investimento”. Com isso, seguindo a mesma 
linha de raciocínio, caracteriza-se como objetivo do preço de 
venda a maximização do lucro, o atendimento das necessi-
dades de mercado, o melhor aproveitamento dos níveis de 
produção, a formação de preços de listas e descontos, a falta 
de importância dos clientes para o preço de venda, entre ou-
tras ações.
Definição de Preço de Venda: é a expressão do valor que 
se oferece por alguma coisa que satisfaça uma dada necessi-
dade ou desejo. Para definir o preço de venda de um produto 
ou serviço o empresário deve considerar dois aspectos, o fi-
nanceiro (interno) e o mercadológico (externo). Pelo aspecto 
mercadológico, o preço de venda deverá estar próximo do 
praticado pelos concorrentes diretos da mesma categoria de 
produto e qualidade. Além disso, outros fatores têm influência, 
conhecimento da marca, tempo de mercado, volume de ven-
das já conquistado, ciclo de vida dos produtos ou serviços e 
agressividade da concorrência.
Pelo aspecto financeiro, o preço de venda deverá cobrir 
o custo direto da mercadoria, produto ou serviço vendido, as 
despesas variáveis (impostos, comissões etc.), as despesas e os 
custos fixos (aluguel, água, luz, telefone, salários, pró-labore 
etc.) e a sobra será o lucro líquido. Se o preço ditado pelo 
mercado for menor que o encontrado a partir dos custos inter-
nos da empresa, o empresário deve refazer os cálculos finan-
ceiros para avaliar a viabilidade da sua prática.
a) Objetivos do preço de venda:
Maximizar os lucros;
Capítulo 3 Formação de Preço e Mark up 41
Atender às necessidades do mercado ao preço determinado;
Melhor aproveitar os níveis de produção;
Formar preços de listas e descontos;
Dessensibilizar os clientes para o preço;
Desencorajar a entrada de novos competidores;
Agilizar a saída de empresas marginais;
Recuperar investimentos no desenvolvimento de produtos.
3.2 Fatores que interferem na formação 
do preço de venda:
Os principais fatores eu interferem na formação do preço são:
 Â a qualidade do produto diante das necessidades de 
mercado;
 Â a existência de produtos similares no mercado com me-
nor preço;
 Â a demanda esperada do produto ou serviço;
 Â o controle de preços por órgãos reguladores;
 Â os níveis de produção e de venda que se pode operar na 
empresa, capacidade operacional;
 Â os custos, despesas e gastos para fabricar, administrar e 
comercializar os produtos ou serviços;
 Â os níveis de produção e vendas desejados.
42 Custos e Orçamentos Industriais
3.3 Principais métodos de formação do 
preço de venda:
Existem cinco principais métodos para a formação do preço 
de venda que interferem diretamente na tomada de decisão 
gerencial de uma organização empresarial:
3.3.1 Preço baseado nos custos totais:
O qual considera a totalidade dos custos e despesas incorridos 
e, com isso, assegura-se a recuperação total dos mesmos e 
a obtenção da margem de lucro planejada. Ele é muito im-
portante para uma formação de preço a longo prazo, porém 
determina uma margem uniforme de lucro que nem sempre os 
produtos podem auferir, nesse método não é considerada a 
elasticidade da procura.
O preço de venda baseado no custo total é muito utilizado 
pelas empresas, porém representa algumas falhas, começan-
do pelo fato de não considerar, pelo menos inicialmente, as 
condições de mercado. Portanto, esse método é mais acon-
selhável para uma economia de decisão centralizada, ou em 
uma situação de monopólio ou oligopólio. Essa maneira de 
calcular preços é definida “de dentro para fora”, o ponto de 
partida é o custo do bem ou serviço determinado segundo um 
dos critérios estudados: custeio por absorção, custeio variável 
etc. Agrega-se ainda sobre esse custo uma margem, denomi-
nada Mark up, a qual deverá contemplar todos os gastos não 
incluídos no custo, os tributos e comissões incidentes sobre o 
preço e o lucro desejado pelos administradores.
Capítulo 3 Formação de Preço e Mark up 43
Na opinião de Assaf (2005, p. 58-59, apud PINTO, 2011, 
p. 7) “formar preço pelo custo implica repassar ao cliente seus 
custos de produção, distribuição e comercialização, além das 
margenspropostas para o produto”.
O método baseado em custos, apesar de ser muito utili-
zado pelas empresas, apresenta algumas deficiências, como 
não considerar as condições de mercado, pelo menos inicial-
mente, fixar de forma arbitrária o percentual de cobertura das 
despesas etc. Esse método de formação de preço nem sempre 
pode acontecer, ficando esse procedimento invalidado para 
determinados casos, podemos, ao menos, utilizá-lo como um 
parâmetro inicial ou como um padrão de referência para aná-
lises comparativas.
Algumas situações que podem exigir a utilização do méto-
do de formação de preço de venda a partir do custo: estudos 
de engenharia e de mercado para a introdução de novos pro-
dutos; acompanhamentos dos preços e dos custos dos pro-
dutos atuais; novas oportunidades de negócio; negócios ou 
pedidos especiais; faturamento de produtos por encomenda; 
análise de preços de produtos de concorrentes etc.
Esse método pode ser aplicado às necessidades institucionais. 
Informações para órgãos governamentais, necessidades das au-
tarquias que prestarem conta de seus serviços e taxas, prestação 
de contas de empresas públicas, autarquias, entre outros.
3.3.2 Preço baseado nos custos variáveis:
Está diretamente ligado com a margem de contribuição, e 
quando a empresa consegue identificar essa variável com cla-
44 Custos e Orçamentos Industriais
reza, consequentemente consegue maximizar sua margem de 
contribuição obtendo assim um lucro acima do esperado e 
tornando seu preço de venda mais competitivo em nível de 
mercado.
3.3.3 Preço baseado no capital investido:
Esse método baseia-se nos custos totais plenos, ou seja, a 
margem de lucro é determinada com base no capital investido, 
os investimentos realizados por uma organização empresarial 
são expressos a partir de suas contas do ativo, então, o retorno 
sobre o ativo é o mesmo que o retorno sobre o investimento, 
sendo uma medida gerencial.
3.3.4 Preço baseado no mercado/demanda:
Conforme Santos (1994), esse método exige, por parte da or-
ganização empresarial, um conhecimento profundo de mer-
cado como perfil de clientes atuais e potenciais, evolução do 
mercado, poder aquisitivo das diversas classes.
Na maioria dos casos, preço e demanda são correlacio-
nados negativamente, ou seja, se o preço sobe, a demanda 
tende a cair ou vice-versa. Na prática, em determinadas cir-
cunstâncias, o aquecimento da demanda nem sempre faz o 
preço cair, ao contrário.
O fator sensibilidade ao preço deve ser ponderado, além 
do valor percebido, das necessidades e da dinâmica da deci-
são de compra. Os fatores que afetam a demanda e a sensi-
bilidade:
Capítulo 3 Formação de Preço e Mark up 45
 Â Desejos e necessidades;
 Â Produtos substitutivos;
 Â Número de alternativas similares;
 Â Peso do valor no orçamento do comprador;
 Â Benefícios;
 Â Qualidade e durabilidade;
 Â Disponibilidade;
 Â Relação preço-qualidade;
 Â Relação preço-valor.
3.3.5 Preço baseado no método misto/
concorrência:
Envolve a combinação simultânea de alguns fatores como: 
custos incorridos na produção e na comercialização de um 
produto ou serviço, decisões da concorrência, características 
de mercado. Esse método tende a ser o mais correto, pois 
considera implicitamente as consequências de longo prazo das 
decisões de escolha de preço tomadas pela empresa.
Muitas empresas enfrentam concorrentes que praticam 
preços abaixo do mercado. Essa prática pode advir de vários 
fatores, como acesso a mercadorias com preços mais baixos, 
volume de compra maior, possibilitando mais poder de nego-
ciação com os fornecedores, grande volume de vendas, pos-
sibilitando uma redução da margem de lucro, ou mesmo a 
prática de política de preços sem o devido cálculo de custo.
46 Custos e Orçamentos Industriais
Naglee e Hogan (2007, p. 7) questionam:
Por que uma organização deveria buscar metas de partici-
pação de mercado? Porque os gerentes creem que maior 
participação de mercado geralmente resulta em lucros 
maiores. Entretanto, as prioridades confundem-se quando 
os gerentes reduzem a lucratividade de cada venda sim-
plesmente para atingir a meta de participação de mercado. 
Os preços devem ser reduzidos somente quando já não 
são justificados pelo valor oferecido aos clientes em com-
paração ao valor oferecido pela concorrência.
Analisando a citação, não se deve baixar o preço de um 
produto somente porque o mercado impõe, e, sim, quando 
o valor, no qual é determinada a venda de um produto X, 
não justifica mais ser tão alto. Avaliar o que o concorrente 
está praticando auxilia a fixação de preços. Mas é preciso que 
essa análise não se torne uma habitual, uma vez que diferentes 
condições de acesso à tecnologia, estrutura, insumos, porte e 
outros podem levar a estimativas erradas.
Bernardi (2004, p. 129) pondera que “Observando-se as 
condicionantes do preço, internas e externas, nota-se que há 
preço ideal e preço competitivo, há preços baixos e preços 
altos, em relação ao valor percebido, há a demanda e a sen-
sibilidade ao preço.”
Portanto, ao definir um método de preço, a empresa estará 
buscando um preço específico ou possível que a direcione a 
um ponto em que a demanda, preço e retorno se equilibrem.
Martins (2008, p. 22) afirma que:
Capítulo 3 Formação de Preço e Mark up 47
Com o significativo aumento de competitividade que vem 
ocorrendo na maioria dos mercados, sejam industriais, 
comerciais ou de serviços, os custos tornam-se altamente 
relevantes quando da tomada de decisões em uma em-
presa. Isso ocorre, pois, devido à alta competição exis-
tente, as empresas já não podem mais definir seus preços 
apenas de acordo com os custos incorridos, e, sim, tam-
bém, com base nos preços praticados pelo mercado em 
que atuam.
Baseado na colocação dos autores, entende-se que depois 
de calculado os custos, deve-se analisar o preço em função da 
demanda e da concorrência, procurando adotar uma política 
que possibilite aliar competitividade com lucratividade.
3.4 Estruturação do Mark up
É um termo usado na economia para indicar quanto do preço 
do produto ou serviço está acima do seu custo de produção e 
distribuição. O Mark up pode ser expresso como uma quantia 
fixada ou percentual. O cálculo do Mark up tem origem na 
estrutura da demonstração de resultados, partindo do custo 
do produto vendido, é um índice aplicado sobre o bem ou 
serviço para a formação do preço de venda e tem como finali-
dade cobrir os gastos de tributação sobre vendas, percentuais 
incidentes sobre o preço de venda, despesas administrativas e 
de vendas fixas, custos indiretos de produção e a margem de 
lucro (PADOVEZE, 2003).
48 Custos e Orçamentos Industriais
Nas empresas industriais é comum utilizar-se a expressão 
Mark up como um DIVISOR, em que o custo é dividido pelo 
denominador da fórmula. Entretanto, nas empresas comer-
ciais, utiliza-se a expressão MARK UP (multiplicador) no seu 
verdadeiro sentido, para ser multiplicado pelo custo, obtendo-
-se o preço de venda.
Segue alguns exemplos de preços utilizados com o Mark up:
a. Preço premium – a prática de um preço premium, ou seja, 
maior que o preço praticado pelos concorrentes, é ade-
quada quando a empresa pretende lançar um produto cuja 
qualidade é perce bida pelo consumidor como superior à 
dos produtos concor rentes já estabelecidos no mercado, 
podendo por isso mesmo cobrar um preço maior. Ex.: cane-
ta Mont Blanc, ternos Hugo Boss, Mercedes Classe A etc.;
b. Preço baseado na concorrência – a empresa lança um 
produto ou serviço cuja qualidade é percebida pelo con-
sumidor como muito semelhante à do pro duto concorren-
te, mas fixa o preço um pouco abaixo, tentando atrair a 
decisão de compra para a variável preço. Ex.: Gol Linhas 
Aéreas. A empresa pode também lançar um produto com 
qualida de percebidae preços semelhantes aos dos concor-
rentes e tentar transferir a competição pela fatia de merca-
do para outros elementos do composto de marketing, tais 
como características do produto, promoção e distribuição, 
de modo a não desenca dear uma guerra de preços. Ex.: 
postos de gasolina que fornecem lavagem grátis do carro;
c. Preço de economia – a empresa pode lançar um produto 
ou serviço destinado a um público-alvo para o qual o atri-
Capítulo 3 Formação de Preço e Mark up 49
buto mais importante na de cisão de compra seja o preço, e 
não a qualidade, como é o caso da parcela da sociedade 
de baixo poder aquisitivo. Ex.: refrigerantes de marca desco-
nhecida. Outra técnica, muito comum nos supermercados, 
é o lan çamento de marcas de combate, geralmente dos pró-
prios vare jistas, para competir com os produtos premium. As 
três políticas em função do preço e da qualidade percebida 
pelo consumidor, de forma resumida são:
Políticas gerais 
de preço
Qualidade 
percebida
Preço Objetivo
Premium Superior Superior Enfatizar a imagem de 
um produto de qualidade 
superior.
Baseado na 
concorrência
Comparável
Comparável
Superior
Inferior
Comparável
Comparável
Enfatizar uma imagem de 
menor preço, sujeita a uma 
guerra de preços com a 
concorrência.
Transferir a competição 
para os demais atributos 
do produto, evitando uma 
guerra de preços.
Enfatizar a imagem de 
qualidade superior, evitando 
uma guerra de preços.
Economia Inferior Inferior Focar as vendas nos seg-
mentos de baixa renda que 
têm a variável preço como 
fator de decisão na compra.
Figura 3 Quadro Comparativo das Três Políticas.
Fonte: Carneiro (2006, p. 138).
50 Custos e Orçamentos Industriais
O Mark up é representado por uma fórmula que leva em 
conta a soma dos percentuais sobre o preço de venda.
Mark up = 1 – (% Encargos s/PV + Lucro Desejado s/PV)
 Essa fórmula, após ser apliada e indicar os índices ade-
quados para formação do preço de venda, deve ser utilizada 
na equação do preço de venda que, conforme vimos anterior-
mente, pode ser Divisor ou Multiplicador:
PV = Custo / Mark up
Ou
PV = Custo x Mark up
Exercícios de Fixação
1) Cálculo do PV com base nas informações abaixo:
a) Custo Total (Insumos + GGF + Adm): 100,00
b) % sobre PV: 20% de Impostos, 5% Comissão, 10% Lucro
2) Calcular os preços de venda por milheiro de um produto 
com custo de R$ 1.150,00 por milheiro, cuja indústria (for-
necedor) esteja localizada no estado do Rio Grande do Sul 
e as informações da cotação sejam as seguintes:
a) Venda para o Rio de Janeiro, comissão para o represen-
tante de 2% e lucro líquido de 10,56%;
b) Venda para o Ceará, comissão de 4% e lucro líquido de 
9,9%;
Capítulo 3 Formação de Preço e Mark up 51
c) Venda para o Rio Grande do Sul, venda direta (sem re-
presentante) e lucro líquido de 9,24%.
Sabendo que: o ICMS no RS é 17%, no CE é 7% e no RJ é 
12%; o PIS é 1,65%, o COFINS 7,6%, e o IR e CS é 34% sobre 
o lucro bruto).
Gabarito:
1) R$ 153,85
2)
Itens Valor do custo por milheiro de embalagem = R$ 1.150,00
Exercício: a – RJ Exercício: b – CE Exercício: c – RS
ICMS 12% 7% 17%
COFINS 7,60% 7,60% 7,60%
PIS 1,65% 1,65% 1,65%
Comissão 2% 4%
Lucro Líquido 10,56% 9,9% 9,24%
IR e CS (34% sobre 
o lucro bruto)
((10,56 / 0,66) – 
10,56) 5,44%
((9,9 / 0,66) – 9,9)
5,10%
((9,24 / 0,66) – 
9,24) 4,76%
Total 39,25% 35,25% 40,25%
Divisor (1-0,3915) 0,6075 (1-0,3525) 0,6475 (1-0,4025) 0,5975
Preço de Venda R$ 1.893,00 R$ 1.776,06 R$ 1.924,69
Margem de 
Contribuição e 
Segurança
Gabriela de Bem Fonseca
Capítulo 4
Capítulo 4 Margem de Contribuição e Segurança 53
4.1 Margem de Contribuição
A margem de contribuição representa a diferença entre a 
receita de venda e os custos e as despesas variáveis, em uma 
abordagem global do resultado, ou a diferença entre o preço 
unitário de venda e os custos e as despesas variáveis unitários, 
em uma abordagem na base.
No entanto, para Martins (2008), a margem de contribui-
ção é a diferença entre o preço de venda e o custo variável 
do produto, é o valor que efetivamente cada unidade traz à 
organização de sobra entre a sua receita e o custo, e que, de 
fato, ocasionou e que lhe pode ser atribuída sem erro.
Mas não é correto dizer que isso seja um lucro, uma vez que 
faltam os custos fixos. Trata-se de uma margem de contribui-
ção unitária, para que multiplicada pela quantidade vendida e 
somada aos demais, chega-se assim à margem de contribui-
ção total. Desse valor, deduzem-se os custos fixos, e chega-se 
ao resultado, que pode ser então o lucro da organização.
O mesmo autor destaca que a utilização da margem de 
contribuição proporciona vários benefícios, como: verificar se 
o produto vendido no mercado está sendo viável para empre-
sa, ou seja, se o determinado produto está contribuindo para 
a formação do lucro; utilizar como ferramenta na formação 
de promoções e reduções do preço de venda; planejar e clas-
sificar os produtos, como os mais ou menos procurados; e 
visualizar quais são mais e menos rentáveis para a empresa.
Silva e Lins (2013) definem margem de contribuição como 
o valor que cada produto entrega para a organização depois 
54 Custos e Orçamentos Industriais
de cobertos todos os custos que efetivamente incidem em um 
processo de produção e venda. Sendo essa contribuição cal-
culada pela diferença entre o preço e os custos e despesas 
variáveis conforme fórmula abaixo:
MC = PV – (CV + DV)
Onde:
MC = margem de contribuição;
PV = preço de venda;
CV = custo variável por unidade; e
DV = despesas variáveis por unidade.
Com esses conceitos explanados, verifica-se que a mar-
gem de contribuição é de grande importância ao gestor, pois 
representa o ganho bruto sobre os produtos vendidos, isto é, 
o quanto a empresa consegue obter de recursos para pagar 
despesas e custos fixos e gerar lucro.
Podemos afirmar que é uma das ferramentas mais valiosas 
fornecidas pela contabilidade de custos e nem sempre utiliza-
da corretamente é a margem de contribuição, ou seja, o resul-
tado de uma empresa, negócio, operação, linha de produtos 
ou um único produto, após a dedução dos respectivos custos 
e despesas variáveis. A utilização de ferramentas como a mar-
gem de contribuição se faz cada vez mais necessária, pois tem 
a faculdade de tornar bem mais facilmente visível a potencia-
lidade de cada produto, mostrando com quanto cada produto 
contribui para amortizar os custos fixos e depois formar o lucro 
Capítulo 4 Margem de Contribuição e Segurança 55
propriamente dito, considerando como características do ce-
nário atual das empresas:
 Â O mercado cada vez mais competitivo;
 Â Preocupação dos empresários com seus custos;
 Â Política de preços de vendas competitivos;
 Â Necessidade de informações atualizadas;
 Â Tomada de decisão com rapidez.
Existem outras fórmulas para calcular a margem de contri-
buição que podem ser utilizadas com base na receita total ou 
no preço de venda.
MC = Lucro + (Custos Fixos + Despesas Fixas)
Ou
MC = Receita Total – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)
Ao utilizarmos o método de custeio variável, os produtos 
geram uma margem denominada margem de contribuição, 
que se conceitua como um montante que resta do preço de 
venda de um produto depois da dedução dos custos e des-
pesas variáveis. Representa a parcela excedente dos custos 
e das despesas geradas pelos produtos. A empresa só terá 
lucro depois que a margem de contribuição dos produtos su-
perar os custos e despesas fixos do exercício. Dessa forma, a 
margem de contribuição pode ser entendida como a contri-
buição dos produtos à cobertura dos custos e despesas fixos 
e ao lucro.
56 Custos e Orçamentos IndustriaisA diferença entre o preço de venda e o custo variável de 
cada produto é o valor que cada unidade efetivamente traz à 
empresa de sobra entre a sua receita e o custo que de fato pro-
vocou e que lhe pode ser imputada sem erro. Mas não pode-
mos dizer que isso seja um lucro, uma vez que faltam os custos 
fixos, trata-se de uma margem de contribuição unitária, para 
que, multiplicada pela a quantidade vendida e somada aos 
demais, chega-se, assim, à MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 
TOTAL. Desse valor, deduzem-se os custos fixos, e chega-se ao 
resultado, que pode ser então o lucro da organização.
A forma correta de avaliar a margem de contribuição de 
cada produto, não é, mas de forma isolada, mas, sim, em 
relação à restrição ou as restrições encontradas. As restrições 
mais comuns que podem afetar as variáveis são:
a) Demanda de mercado: o mercado não aceita as 
quantidades maiores dos produtos;
b) Matérias-Primas e Componentes: os fornecedores, 
temporariamente, estão com a capacidade produtiva 
esgotada e não podem aumentar o suprimento de ma-
teriais;
c) Mão de obra direta: temporariamente, há escassez de 
mão de obra especializada e a empresa não tem como 
aumentar sua produção;
d) Utilização dos Equipamentos: por um período, os 
equipamentos não têm mais capacidade de atender ao 
acréscimo da produção;
Capítulo 4 Margem de Contribuição e Segurança 57
e) Distribuição e Logística: os distribuidores dos produtos 
não têm capacidade de aumentar, de imediato, a distri-
buição dos produtos;
f) Investimentos: as instalações operacionais estão traba-
lhando em seu limite e só com um novo investimento 
poderá ocorrer um aumento da demanda e da produção 
prevista;
g) Capital de Giro: o capital de giro é insuficiente para o 
aumento de produção e das vendas;
h) Financiamento Externo: o mercado financeiro não tem 
linhas de crédito para financiar um aumento das vendas 
dos produtos da empresa.
4.2 Margem de Segurança Operacional 
(MSO):
A Margem de Segurança Operacional corresponde à quanti-
dade de produtos ou valor de receita em que se opera acima 
do Ponto de Equilíbrio, ela pode ser representada pela seguin-
te equação:
MSO = Quantidade de Unidades Vendidas – Quantidade 
no Ponto de Equilíbrio
Observação: quanto maior for a MSO, maior a capacida-
de de geração de lucro e também, maior a segurança de que 
a empresa não incorrerá em prejuízos.
58 Custos e Orçamentos Industriais
Exercícios de Fixação
1) Qual a margem de contribuição (valor e percentual) de 
um item com preço de venda de R$ 20,00, custos variá-
veis de R$ 12,00 e despesas variáveis de R$ 2,00.
2) A empresa Custa Karo Ltda., apresentou, em determina-
do momento, os dados abaixo:
Produto 
Alpha
Produto Beta
Margem de Contribuição (considerando 
somente os custos variáveis)
R$ 380,00 R$ 420,00
Matéria-Prima R$ 240,00 R$ 360,00
Preço de Venda (líquido dos impostos) R$ 860,00 R$ 900,00
De acordo com esses dados, qual o percentual de parti-
cipação da matéria-prima em relação ao custo variável dos 
produtos Alpha e Beta, nessa ordem?
a) 25% e 50%
b) 44% e 46%
c) 50% e 25%
d) 50% e 75%
e) 75% e 50%
3) Considere os dados listados abaixo e calcule a margem de 
contribuição pelo custeio variável em valor e percentual:
Volume de vendas: 50.000 unidades
Capítulo 4 Margem de Contribuição e Segurança 59
Volume de produção: 100.000 unidades
Preço de venda: R$ 12,00 por unidade
Custos Variáveis: R$ 9,00 por unidade
Custos Fixos: R$ 100.000,00
Gabarito:
1) Margem de Contribuição R$ 6,00
2) d) 50% e 75% Correta
3) Margem de Contribuição em Valor R$ 150.000,00. Em 
percentual, representa 25% da Receita.
Relação Custo 
x Volume x Lucro
Gabriela de Bem Fonseca
Capítulo 5
Capítulo 5 Relação Custo x Volume x Lucro 61
No contexto do Planejamento e Controle Empresarial, a análi-
se do equilíbrio entre receitas e despesas merece destaque por 
tratar-se diretamente com o cumprimento de metas especial-
mente voltadas para a maximização de lucros. O complexo de 
risco, chamado comumente negócio empresarial, depende da 
habilidade e do “jogo de cintura” que o empresário deve pos-
suir para negociar preços. Hoje, o empresário paga, recebe, 
investe, contrata funcionários, compra, vende, abre mercado, 
produz etc., dentro do contexto empresarial. O empresário de-
pende de informações para guiar os seus negócios, a determi-
nação do volume mínimo de vendas que a empresa necessita 
realizar, para não incorrer em prejuízo, também denominado 
Ponto de Equilíbrio, é uma dessas informações utilizadas para 
gerir com eficácia os recursos econômicos e financeiros das 
empresas.
Considerações teóricas
O ponto de equilíbrio é o nível de produção em que os custos 
totais e as receitas totais se equilibram. O ponto de equilíbrio 
pode ser mensurado em termos contábeis, financeiros e eco-
nômicos.
A análise das relações entre custo, volume e lucro, também 
denominado análise do ponto de equilíbrio, significa deter-
minar a quantidade de produção e venda de bens e serviços 
cujos custos e receitas totais se igualam. Nesse ponto, não há 
lucro nem prejuízo operacional. O Ponto de Equilíbrio pode 
ser considerado de três formas. O primeiro chamado opera-
cional, o segundo por regime de caixa e o terceiro por valor 
monetário.
62 Custos e Orçamentos Industriais
5.1 Ponto de equilíbrio contábil:
O gestor necessita em determinadas ocasiões, saber qual o 
nível de produção ou vendas deve ser atingido para que a 
empresa alcance o lucro desejado pelos acionistas. Ou ainda, 
identificar qual o volume de atividades é o suficiente para que 
a empresa não tenha prejuízo. Esses questionamentos são res-
pondidos pelas equações do ponto de equilíbrio (PE).
Representa o volume (físico ou monetário) de vendas ne-
cessário para que o resultado líquido seja nulo. Fórmulas para 
cálculo do PEC em unidades e valor:
 Em unidades:
Custos e Despesas Fixas
Preço de Venda Unitário – Custos e Despesas Variáveis Unitário
Ou
Custos e Despesas Fixas
Margem de Contribuição Unitária
 Em valor:
Custos e Despesas Fixas
Custos e Despesas Variáveis Unitário
1 -________________________________________
Preço de Venda Unitário
Capítulo 5 Relação Custo x Volume x Lucro 63
Utiliza-se esse tipo de ponto de equilíbrio quando: o nú-
mero de produtos comercializados é muito grande, existindo, 
assim, dificuldades de se conseguir o mix ideal de produtos e 
suas quantidades; e quando há dificuldades de identificar cus-
tos e despesas fixas para cada produto.
5.2 Ponto de equilíbrio econômico:
Bernardi (2004, p. 65) define “Ponto de Equilíbrio é o volume 
calculado em que as receitas totais de uma empresa igualam-
-se aos custos e despesas totais; portanto, o lucro é igual a 
zero”.
Representa o volume (físico ou monetário) de vendas ne-
cessário não só para cobrir os custos e despesas, mas também 
gerar um excedente operacional (lucro) suficiente para remu-
nerar adequadamente o capital aplicado pelos proprietários, 
ou seja, o juro do capital próprio investido.
Fórmulas para cálculo do PEE em unidades e valor:
 Em unidades:
Custos e Despesas Fixas + Retorno Desejado de Lucro
Preço de Venda Unitário – Custos e Despesas Variáveis Unitário
Ou
Custos e Despesas Fixas + Retorno Desejado de Lucro
Margem de Contribuição Unitária
64 Custos e Orçamentos Industriais
 Em valor:
Custos e Despesas Fixas + Retorno Desejado de Lucro
Custos e Despesas Variáveis Unitário
1 - ____________________________________________
Preço de Venda Unitário
5.3 Ponto de equilíbrio financeiro:
Calcula-se o nível de atividades (em unidades ou em valor 
monetário) suficiente para pagar os custos e despesas variá-
veis, os custos fixos (exceto depreciação) e outras

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