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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA Notas de Aulas CIRCUITOS ELÉTRICOS I Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos Prof. Claudomiro Fábio de Oliveira Barbosa cfob@ufpa.br. Belém – Pará Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.1. Energia Elétrica - Características Quando comparadas com outras formas de energia, a energia elétrica se destaca com sua mobilidade e flexibilidade – a eletricidade pode ser transportada de qualquer ponto por meio de um material condutor (por exemplo, um fio de cobre) e, dependendo de sua aplicação final, convertida em luz (sistema de iluminação), calor (sistema de aquecimento), ou movimento (motores elétricos), entre outros (figura 1.1). Iluminação de uma planta industrial. Estufa para secagem de materiais. Carro com motor elétrico. Figura 1.1 – Uso final da energia elétrica. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.1. Energia Elétrica – Características Sala cirúrgica (instrumentos e equipamentos) Mão biônica (prótese). Figura 1.1 – Uso final da energia elétrica (cont.). Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.2. Circuito Elétrico (Rede Elétrica) Circuito Elétrico – É a interconexão de elementos elétricos unidos em um caminho fechado, por onde a corrente elétrica circula (figura 1.2). Circuito elétrico simples. Figura 1.2 (a) – Exemplos de circuitos elétricos. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.2. Circuito Elétrico (Rede Elétrica) Circuito real “complexo” (rádio transmissor). Figura 1.2 (b) – Exemplos de circuitos elétricos. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.3. Elementos de Circuito Elementos de Circuito – São componentes de circuitos, por exemplo: resistores, baterias, capacitores, indutores, entre outros (figura 1.3). (a) Resistores. (b) Capacitores. (c) Indutor. Figura 1.3 – Componentes de circuitos elétricos. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.3. Elementos de Circuito (d) Elemento elétrico genérico de duas portas (terminais a e b). (e) Um circuito com 5 elementos. Figura 1.3 – Componentes de circuitos elétricos (cont.). A forma de descrever matematicamente os elementos supracitados é através das variáveis elétricas corrente e tensão. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica Carga – Grandeza mais básica em circuitos elétricos. A carga é a propriedade elétrica das partículas atômicas que compõem a matéria, medida em coulombs (C). Carga de um elétron 1,602 x 10-19 C Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica Exemplo 1.1 – Quanta carga é representada por estes totais de elétrons: (a) 4.600 elétrons. (b) 2,46 x 1019 elétrons. Resposta: (a) 7,369 x 10-16 C (b) 3,941 C. Exemplo 1.2 – Quantos elétrons existem em uma carga de 1 C? Resposta: 6,24 x 1018 elétrons. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica Corrente elétrica – É a taxa de variação da carga, ou fluxo de carga, em relação ao tempo que passa em um determinado ponto (figura 1.4), medida em ampères (A). Figura 1.4 – Corrente elétrica devido ao fluxo de carga em um condutor. Matematicamente, dt dq i 1 A = 1 C/s A carga pode ser então obtida por, t ot idtq Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica A corrente elétrica pode ser contínua (c.c.), quando a corrente (I) não varia com o tempo, e alternada (c.a.), quando a corrente (i) varia com o tempo (figura 1.5). (a) Corrente contínua. (b) Corrente alternada. Figura 1.5 – Tipos comuns de corrente. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica A figura 1.6 mostra o sentido da corrente elétrica para duas situações. (a) Fluxo de corrente de 1 para 2. (b) Fluxo de corrente de 2 para 1. Figura 1.6 – Fluxo de corrente. As correntes da figura 1.6 são similares, porém diferentes. Elas têm o mesmo valor (módulo), porém tem sentidos diferentes, daí o sinal negativo. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica Exemplo 1.3 – Ache a corrente em um elemento quando a carga que entra no elemento é tq 12 (C), onde t é o tempo em segundos. Resposta: 12 A. Exemplo 1.4 – Ache a carga que entra no terminal de um elemento de t = 0 s até t = 3 s quando a corrente é como mostrado na figura 1.7. Figura 1.7 – Forma de onda para a corrente do exemplo 1.4. Resposta: 5 C. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos Sistemas de Unidades As medições de uma grandeza devem ser comunicadas em linguagem que possa se entendida por, virtualmente, todos. Uma linguagem de medição padronizada é o Sistema Internacional de Unidades (SI) (tabela 1.1). Tabela 1.1 – Unidades básicas do SI. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos Sistemas de Unidades Uma grande vantagem das unidades SI é a utilização de prefixos (tabela 1.2), baseados em potências de 10, que relacionam unidades grandes e pequenas com a básica. Tabela 1.2 – Prefixos do SI. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica Exemplo 1.5 – O total de carga que entra em um terminal é dado por teq 21010 (mC). Calcule a corrente em t = 0,5 s. Resposta: 7,36 mA. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.4. Carga e Corrente Elétrica Exemplo 1.6 – A carga que entra em um certo elemento está mostrada na figura 1.8. Calcular a corrente para: (a) t = 1 ms. (b) t = 6 ms. Figura 1.8 – Exemplo 1.6. Respostas: (a) 40 mA (b) 0 A. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.5. Tensão (diferença de potencial) Tensão – É a energia necessária para mover uma unidade de carga através de um elemento, medida em volts (V). Matematicamente, dq dw v 1 V = 1 J/C Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.5. Tensão (diferença de potencial) O sentido da tensão é dado por sua polaridade (figura 1.9). Logo, têm-se dois modos de designar a tensão sobre um elemento: tensão vba (trabalho necessário para mover a carga do terminal b para o a) e tensão vab (trabalho necessário para mover a carga do terminal a para o b). Figura 1.9 – Tensão sobre um elemento em um circuito. vab = vba (módulos iguais, sentidos diferentes) Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos Sentidos de Referência Durante a análise de um circuito, a polaridade real da tensão ou o sentido real da corrente num determinado elemento pode despertar certa preocupação. No entanto, esta situação não deve existir, pois a escolha do sentido de referência (polaridade para as tensões e o sentido para as correntes) depende da convenção adotada por quem está realizando a análise Uma vez feita a escolha, todas as equações devem ser escritas usando a mesma convenção. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos Sentidos de Referência A convenção mais usada é a convenção de sinal passivo, onde o sentido da corrente (figura 1.10) positiva, indicado por uma seta, vai do terminal de maiorpotencial (indicado pelo sinal “+”), para o terminal de menor potencial (indicado pelo sinal “”), de um elemento. Figura 1.10 – Convenção de sinal passivo para um elemento. A tensão positiva é dada por v12 (ou v) e a negativa por v21 (ou – v). A corrente positiva é dada por i12 (ou i) e a corrente negativa é dada por i21 (ou – i). v12 = – v21 enquanto i12 = – i21 Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia A potência elétrica é outra variável que descreve um circuito. Potência – É a variação da energia (liberada ou absorvida) em função da variação do tempo, medida em watts (W). Matematicamente, dt dw p 1 W = 1 J/s vi dt dq dq dw dt dw p . vip (potência instantânea) Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia p (+) potência fornecida ao elemento, ou absorvida pelo elemento. p (–) potência suprida pelo elemento. O sentido da corrente e a polaridade da tensão são importantes na determinação do sinal da potência. A figura 1.11 apresenta uma relação entre corrente i e a tensão v. (a) Absorvendo potência. (b) Fornecendo potência. Figura 1.11 – Referência de polaridade para potência usando a convenção de sinal passivo. A convenção de sinal passivo é satisfeita quando a corrente entra pelo terminal positivo de um elemento e vip . Se a corrente entrar no terminal negativo, vip . Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia Exemplo 1.7 – Considerando a convenção de sinal passivo, verifique se a potência dos elementos (figura 1.12) é absorvida ou fornecida. Resposta: absorvida. 12 W Resposta: fornecida. - 12 W Resposta: fornecida. - 12 W Resposta: absorvida. 12 W Figura 1.12 – Exemplo 1.7. Potência absorvida = Potência fornecida 0p (Lei da Conservação da Energia) A soma algébrica de potência em um circuito, em qualquer instante de tempo, deve ser nula. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia Energia – É a capacidade de realizar trabalho, medida em joules (J). Matematicamente, t t t t vidtpdtw 00 As concessionárias de energia medem a energia elétrica em watt-hora (Wh), onde: 1 Wh = 3.600 J Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia Exemplo 1.8 – Calcule a potência fornecida a um elemento em t = 3 ms se a corrente que entra no terminal positivo é ti 60cos5 (A) e a tensão for iv 3 (V). Resposta: 53,47 W (ATENÇÃO AO USAR A CALCULADORA – RADIANOS OU GRAUS). Exemplo 1.9 – Calcule a potência e energia absorvida por um elemento em t = 10 s, quando a corrente i = 10 A entra pelo seu terminal positivo. A tensão sobre o elemento vale 4 V. Resposta: 40 W e 400 J. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia Exemplo 1.10 – A corrente média em um relâmpago típico é 2 x 104 A e sua duração típica é de 0,1 s. A tensão entre as nuvens e o solo é 5 x 108 V. Determine a carga total transmitida a Terra e a energia liberada. Resposta: 2 x 103 C e 1 TJ. Exemplo 1.11 – Quanta energia, em J e Wh, uma lâmpada de 100 W consome em duas horas. Resposta: 720 kJ e 200 Wh. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia Exemplo 1.12 – Uma torradeira de 1,2 kW necessita de 5 minutos para aquecer quatro fatias de pão. Determinar o custo da operação da torradeira se ela for utilizada uma vez por dia, por 1 mês (trinta dias). Considere que o custo da energia é de 0,40 R$/kWh. Resposta: R$ 1,20. Cap. 01 - Variáveis de circuitos elétricos 1.6. Potência e Energia Exemplo 1.13 – O gráfico da figura 1.13 representa a potência consumida por uma planta industrial entre 8:00 h e 8:30 h da manhã. Calcule a energia total, em MWh, consumida pela planta. Figura 1.13 – Exemplo 1.13. Resposta: 2,33 MWh. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA Notas de Aulas CIRCUITOS ELÉTRICOS I Cap. 02 - Elementos de circuitos Prof. Claudomiro Fábio de Oliveira Barbosa cfob@ufpa.br. Belém – Pará Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.1. LINEARIDADE Um elemento ou dispositivo é linear se a excitação e a resposta do elemento satisfazem as propriedades de superposição e homogeneidade. Por exemplo, considerando o elemento mostrado na figura 2.1, quando o mesmo é submetido à corrente i1, ele fornece a tensão v1. Ademais, quando submetido à corrente i2, ele fornece a tensão v2. Figura 2.1 – Um elemento com uma corrente de excitação i e uma resposta v. Para um circuito linear, é necessário que a excitação i1 + i2 resulte em uma resposta v1 + v2. i1 v1 i2 v2 i1 + i2 v1 + v2 Superposição Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.1. LINEARIDADE Para um circuito linear, é necessário que a excitação ki resulte em uma resposta kv. i v ki kv Um elemento que não satisfaça os princípios da superposição e da homogeneidade é determinado não linear. Homogeneidade Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.1. LINEARIDADE Exemplo 2.1 – Considere o elemento representado pela relação entre corrente e tensão como Riv . Determine se este dispositivo é linear. Resposta: Elemento linear – satisfaz as propriedades de superposição e homogeneidade. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.1. LINEARIDADE Importante Nenhum elemento de circuito é exatamente linear para todos os valores de corrente (excitação). Normalmente se admite uma faixa de operação linear (figura 2.2). (a) Lâmpada incandescente. (b) Relação tensão-corrente para a lâmpada. A lâmpada é linear na faixa – im < i < im. Figura 2.2 – Elemento não linear. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.2. ELEMENTOS PASSIVOS E ATIVOS Elemento passivo – é aquele que absorve energia. Resistores, capacitores e indutores são exemplos de elementos passivos, pois absorvem energia de uma e/ou convertem para outra forma, ou ainda a armazenam em um campo elétrico ou magnético. Elemento ativo – é aquele capaz de fornecer energia. Fontes de tensão ou corrente e amplificadores operacionais são exemplos de elementos ativos. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.2. ELEMENTOS PASSIVOS E ATIVOS Um circuito elétrico é formado tanto por elementos ativos como por passivos (figura 2.3). Figura 2.3 – Coleção de elementos ativos e passivos usados em circuitos elétricos. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES A capacidade de um material qualquer resistir à passagem de corrente elétrica, isto é fluxo de cargas, é conhecida como resistência (R). Resistência – é a propriedade física de um condutor qualquer tem de se opor ao fluxo de corrente. A resistência de um material de seção reta transversal (figura 2.4) é dada por: Figura 2.4 – Material de seção transversal uniforme de área A. A l R onde, R - resistência do material (); - resistividade (.m); l - comprimento (m); A - área (m2). Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Materiais que têm baixos valores de resistividade são bons condutores. Por outro lado, altos valores de resistividade caracterizam os bons isolantes (tabela 2.1). Tabela 2.1 – Resistividade de alguns materiais.Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Exemplo 2.2 – Calcule a resistência de um fio de cobre de área A = 0,2 m2 e comprimento l = 1 m. A resistividade do cobre conforme a tabela 2.1 é = 1,72 x 10-8 m. Resposta: 86 n. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Resistor – elemento em um circuito elétrico que modela o comportamento da resistência. A figura 2.5 mostra alguns tipos de resistores e sua representação típica. (a) Resistores fixos. (b) Resistor variável (potenciômetro). (c) Representação típica. Figura 2.5 – Resistores. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Definições Básicas Circuito aberto – é um elemento de circuito com a resistência aproximando-se do infinito. Matematicamente, 0lim R v i R A figura 2.6 ilustra um circuito aberto. Figura 2.6 – Circuito aberto. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Definições Básicas Curto-circuito – é um elemento de circuito no qual a resistência é aproximadamente zero. Matematicamente, R = 0 A figura 2.7 ilustra um curto-circuito. Figura 2.7 – Curto-circuito. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES A relação entre a corrente e a tensão em um resistor é conhecida como a Lei de Ohm, denominação esta dada em homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm (1784-1854) que a determinou experimentalmente. Lei de Ohm - A tensão em um resistor é diretamente proporcional à corrente que flui através do resistor. Matematicamente, iv Riv i v R onde, v - tensão sobre o resistor (V); i - corrente que atravessa o resistor (A); R - resistência (V/A ). O inverso da resistência é a condutância G (S – siemens). G R 1 Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Nem todos os resistores obedecem a Lei de Ohm (resistor não linear). (a) Resistor não linear. (b) Resistor linear ôhmico. Figura 2.8 – Características i-v. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Exemplo 2.3 – Um aquecedor elétrico de água drena 10 A em 220 V. Determine sua resistência. Resposta: 22 . Exemplo 2.4 – No circuito mostrado na figura 2.9, calcule a corrente i, a condutância G e a potência P absolvida pelo resistor. Figura 2.9 – Exemplo 2.4. Resposta: 6 mA; 0,2 mS; 180 mW. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Exemplo 2.5 – Uma fonte de corrente e um resistor estão conectados em série no circuito mostrado na figura 2.10. Elementos conectados em série têm a mesma corrente, então if = i neste circuito. Suponha que if = 3 mA e v = 24 V. Calcule a resistência R e a potência absorvida pelo resistor. Figura 2.10 – Exemplo 2.5. Resposta: 8 k; 72 mW. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.3. RESISTORES Exemplo 2.6 – Uma fonte de tensão e dois resistores estão conectados em paralelo no circuito mostrado na figura 2.11. Elementos conectados em paralelo têm a mesma tensão, então v1 = v2 = vf neste circuito. Suponha que vf = 150 V, R1 = 50 e R2 = 25 . Calcule a corrente em cada resistor e a potência absorvida por cada resistor. Figura 2.11 – Exemplo 2.6. Resposta: i1 = 3 A; i2 = 6 A; PR1 = 450 W; PR2 = 900 W. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Alguns dispositivos são construídos para fornecer energia ao circuito. A estes dispositivos dá-se o nome de fonte, a qual pode ser de dois tipos, a saber: fonte de tensão e fonte de corrente. Fonte de tensão ideal – fornece uma tensão especifica ao circuito produz a corrente necessária para manter a tensão em seus terminais (figura 2.12a). (a) Representação de uma fonte de tensão ideal. (b) Representação de uma fonte de tensão real (v reduz). Figura 2.12 – Fontes de tensão. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Fonte de corrente ideal – fornece uma determinada corrente ao circuito produz a tensão necessária para manter a corrente desejada (figura 2.13a). (a) Representação de uma fonte de corrente ideal. (b) Representação de uma fonte de corrente real (i reduz). Figura 2.13 – Fontes de corrente. No transcorrer da disciplina, salvo quando mencionado o contrário, as fontes de tensão e de corrente serão consideradas ideais. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Fonte Independente – elemento ativo que fornece tensão ou corrente completamente independente das outras variáveis do circuito. A figura 2.14 mostra as representações típicas de uma fonte de tensão independente. (a) c.a. ou c.c. (b) c.c. Figura 2.14 – Representações de uma fonte de tensão independente. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) A figura 2.15 mostra a representação típica de uma fonte de corrente independente. Figura 2.15 – Representação de uma fonte de corrente independente (c.a. ou c.c.). Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Fonte Dependente – elemento ativo no qual a grandeza fornecida é controlada por outra tensão ou corrente de algum outro elemento do circuito. Existem quatro possíveis tipos de fontes dependentes (tabela 2.2): Tabela 2.2 – Fontes dependentes. Descrição Símbolo Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Tabela 2.2 – Fontes dependentes (continuação). Descrição Símbolo Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) As fontes dependentes ou controladas são úteis na modelagem de elementos eletrônicos como transistores, amplificadores operacionais e circuitos integrados. A figura 2.16 ilustra a modelagem supracitada de um transistor e de um amplificador transistorizado. (a) Transistor. (b) Um modelo para o transistor. (c) Amplificador transistorizado. (d) Um modelo para o amplificador. Figura 2.16 – Modelagem de elementos através de fontes controladas. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Exemplo 2.7 – Uma fonte de corrente e uma fonte de tensão estão conectadas em paralelo com um resistor, como mostrado na figura 2.17. Todos os elementos conectados em paralelo têm a mesma tensão, vf, neste circuito. Suponha que vf = 15 V, if = 1 A, e R = 5 . (a) Calcule a corrente i no resistor e a potência absorvida pelo resistor. (b) Altere a corrente da fonte de corrente para if = 5 A e recalcule a corrente, i, no resistor e a potência absorvida pelo resistor. Figura 2.17 – Exemplo 2.7. Resposta: Tanto para if = 1 A quanto para if = 5 A, i = 3 A e o resistor absorve 45 W. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Exemplo 2.8 – Uma fonte de corrente e uma fonte de tensão estão conectadas em série com um resistor, como mostrado na figura 2.18. Todos os elementos conectados em série têm a mesma corrente, if, neste circuito. Suponha que vf = 10 V, if = 2 A, e R = 5 . (a) Calcule a tensão v sobre o resistor e a potência absorvida pelo resistor. (b) Altere a tensão da fonte de tensão para vf = 5 V e recalcule a tensão, v, sobre o resistor e a potência absorvida pelo resistor. Figura 2.18 – Exemplo 2.8. Resposta: Tanto para vf = 10 V quanto para vf = 5 V, v = 10 V e o resistorabsorve 20 W. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Exemplo 2.9 – O amperímetro no circuito mostrado na figura 2.19 indica que ia = 2 A, e o voltímetro indica que vb = 8 V. Determine o valor de r, o ganho da FTCC. Figura 2.19 – Exemplo 2.9. Resposta: 4 V/A. Cap. 02 - Elementos de circuitos 2.4. FONTES (INDEPENDENTES E DEPENDENTES) Exemplo 2.10 – O amperímetro no circuito mostrado na figura 2.20 indica que ia = 2 A, e o voltímetro indica que vb = 8 V. Determine o valor de g, o ganho da FCCT. Figura 2.20 – Exemplo 2.10. Resposta: 0,25 A/V. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA Notas de Aulas CIRCUITOS ELÉTRICOS I Cap. 03 - Circuitos resistivos Prof. Claudomiro Fábio de Oliveira Barbosa cfob@ufpa.br. Belém – Pará Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Definições Básicas Nó – um ponto de ligação entre dois ou mais ramos. Ramo – representação de um único elemento conectado entre dois nós. Caminho fechado – caminho formado por um nó de partida, passando por outros nós uma única vez e retornando ao nó de partida. Malha – caminho fechado sem elementos no seu interior. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Definições Básicas A figura 3.1 exemplifica: nós, ramos, caminho fechado e malha. Figura 3.1 – Nós; ramos; caminho fechado e malha. Nós: a, b, c. Ramos: a-b (1x),b-c (3x) e a-c (1x). Caminhos fechados: a-b1-b2-b3-c4-c3-c2-c1-a; a-b1-b2-c3-c2-c1-a; b1-b2-b3-c4-c3-c2-b1; a-b1-c2-c1-a (malha); b1-b2-c3-c2-b1 (malha); b2-b3-c4-c3-b2 (malha) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Definições Básicas Ligação série – dois ou mais componentes estão ligados em série quando por eles circula a mesma corrente. Ligação paralelo – dois ou mais componentes estão ligados em paralelo quando aos seus terminais está aplicada a mesma tensão. A figura 3.2 mostra os tipos de ligação. Figura 3.2 – Ligações série e paralelo. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Enunciado das Leis Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) – a soma algébrica das correntes que chegam a um nó é nula. Matematicamente, N n ni 1 0 Considerando a corrente que chega positiva e que sai negativa: i1, i3 e i4 são positivas; i2 e i5 são negativas (figura 3.3). + i1 + i3 + i4 – i2 – i5 = 0 i1 + i3 + i4 = i2 + i5 Figura 3.3 – Correntes em um nó. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Enunciado das Leis Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) – a soma algébrica das tensões ao longo de um caminho fechado qualquer é nula. Matematicamente, M m mv 1 0 – v + v1 + v2 = 0 Figura 3.4 – Tensões em um circuito. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Restrições das Leis As leis de Kirchhoff se aplicam a qualquer circuito elétrico. Entretanto, o mesmo precisa ser constituído de elementos concentrados. Entende-se por elementos concentrados o seu pequeno tamanho quando comparado com o comprimento de onda da frequência de operação. Pequenas frequências Leis de Kirchhoff Grandes frequências Equações de Maxwell (Leis gerais do Eletromagnetismo) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.1 – Identifique os caminhos fechados e os nós do circuito mostrado na figura 3.5. Figura 3.5 – Exemplo 3.1. Resposta: a-b-c-d-e-f-a; a-b-e-f-a; b-c-d-e-b; a,b,c, d = e = f. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.2 – Determine o valor de v1, v2, v3 e v4 no circuito da figura 3.6. Figura 3.6 – Exemplo 3.2. Resposta: 4 V; 6 V; 4 V; 2 V. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.3 – Para o circuito mostrado na figura 3.7, determine as tensões v1 e v2. Figura 3.7 – Exemplo 3.3. Resposta: v1 = 8 V e v2 = 12 V. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.4 – Use a LKC para obter as correntes i1, i2 e i3 do circuito mostrado na figura 3.8. Figura 3.8 – Exemplo 3.4. Resposta: 4 mA; 1 mA; 3 mA. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.5 – Determine a corrente ix e a tensão vx do circuito da figura 3.9. Figura 3.9 – Exemplo 3.5. Resposta: ix = 6 A; vx = 24 V. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.6 – Determine a potência absorvida por cada um dos resistores no circuito mostrado na figura 3.10. Figura 3.10 – Exemplo 3.6. Resposta: Resistor de 4 absorve 100 W, resistor de 6 absorve 24 W, resistor de 8 absorve 72 W. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.7 – Determine I e Vab do circuito da figura 3.11. Figura 3.11 – Exemplo 3.7. Resposta: 4 A; 28 V. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.1. LEIS DE KIRCHHOFF Exemplo 3.8 – Determine as correntes e as tensões do circuito mostrado na figura 3.12. Figura 3.12 – Exemplo 3.8. Resposta: i1 = 3 A; i2 = 2 A; i3 = 1 A; v1 = 24; v2 = 6 V; v3 = 6 V. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.2. RESISTORES EM SÉRIE E DIVISÃO DE TENSÃO Considere o circuito mostrado na figura 3.13. Figura 3.13 – Circuito com um único caminho fechado e dois resistores em série. Aplicando-se a Lei de Ohm em cada resistor, tem-se: iRv 11 , iRv 22 (3.1) Aplicando-se a LKT no sentido horário, 0 21 vvv (3.2) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.2. RESISTORES EM SÉRIE E DIVISÃO DE TENSÃO Combinando as equações 3.1 e 3.2, iRiRv vvv 21 21 iRRv 21 (3.3) A equação 3.3 pode ser reescrita como, iRv eq (3.4) ou eq R v i (3.5) onde 21 RRR eq (3.6) eq R - Resistência equivalente. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.2. RESISTORES EM SÉRIE E DIVISÃO DE TENSÃO A figura 3.14 mostra o circuito equivalente obtido. Figura 3.14 – Circuito equivalente (resistores em série). Resistência equivalente de qualquer número de resistores conectados em série é a soma das resistências individuais. Generalizando, para N resistores em série, tem-se N n NNeq RRRRR 1 21 ... (3.7) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.2. RESISTORES EM SÉRIE E DIVISÃO DE TENSÃO Para determinar a tensão em cada resistor do circuito em estudo, combinam-se as equações eq R v i , iRv 11 e iRv 22 , então eq R v RviRv 1111 v RR R v 21 1 1 eq R v RviRv 2222 v RR R v 21 2 2 O valor da tensão é dividido entre os dois resistores em uma proporção direta com o valor da resistência (quanto maior a resistência maior a queda de tensão). Isto é chamado de princípio da divisão de tensão. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.2. RESISTORES EM SÉRIE E DIVISÃO DE TENSÃO Em geral, se um divisor de tensão possuir N resistores em série com uma fonte de tensãov, o n-ésimo resistor irá possuir uma queda de tensão dada por v RRR R v n n n ... 21 (3.8) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.3. RESISTORES EM PARALELO E DIVISÃO DE CORRENTE Considere o circuito mostrado na figura 3.15. Figura 3.15 – Circuito com dois resistores em paralelo. Aplicando-se a Lei de Ohm, 2211 iRiRv ou 1 1 R v i , 2 2 R v i (3.9) Aplicando-se a LKC ao nó a, 21 iii (3.10) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.3. RESISTORES EM PARALELO E DIVISÃO DE CORRENTE Combinando as equações 1 1 R v i , 2 2 R v i e 21 iii , tem-se 21 iii v RR i R v R v i 2121 11 v R i eq 1 (3.11) eq R é a resistência equivalente dos resistores, 21 111 RRR eq (3.12) ou 21 21 21 21 1 RR RR R RR RR R eq eq (3.13) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.3. RESISTORES EM PARALELO E DIVISÃO DE CORRENTE A figura 3.16 mostra o circuito equivalente obtido. Figura 3.16 – Circuito equivalente (resistores em paralelo). Resistência equivalente a dois resistores em paralelo é igual ao produto das suas resistências dividido pela soma das resistências. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.3. RESISTORES EM PARALELO E DIVISÃO DE CORRENTE Pode-se estender o resultado da equação 21 111 RRR eq para o caso geral de um circuito com N resistores em paralelo (equação 3.14). Neq RRRR 1 ... 111 21 (3.14) Para R1 = R2 = ... = RN = R N R R eq Geralmente, em circuitos com resistores em paralelo, é mais conveniente trabalhar com a condutância no lugar da resistência, uma vez que: Neq Neq GGGG RRRR ... 1 ... 111 21 21 (3.15) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.3. RESISTORES EM PARALELO E DIVISÃO DE CORRENTE Para determinar a corrente em cada resistor no circuito em estudo, utiliza-se a Lei de Ohm na resistência equivalente: iRv eq i RR RR v 21 21 (3.16) Combinando as equações 1 1 R v i , 2 2 R v i e i RR RR v 21 21 , i RR RR R i R v i 21 21 1 1 1 1 1 i RR RR R i R v i 21 21 2 2 2 2 1 i RR R i 21 2 1 i RR R i 21 1 2 (3.17) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.3. RESISTORES EM PARALELO E DIVISÃO DE CORRENTE O valor da corrente é dividido entre os dois resistores em uma proporção inversa às suas resistências (quanto maior a resistência menor a corrente). Isto é chamado de princípio da divisão de corrente. Dividindo tanto o numerador quanto o denominador por 21 RR as equações i RR R i 21 2 1 e i RR R i 21 1 2 , tornam-se, i GG G i 21 1 1 i GG G i 21 2 2 Em geral, se um divisor de corrente possui N condutores em paralelo com uma fonte de corrente i, o n-ésimo condutor (GN) terá a corrente dada por, i GGG G i N N N ... 21 (3.18) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.4. ASSOCIAÇÕES DE RESISTORES (SÉRIE/PARALELO) Exemplo 3.9 – Determine a resistência equivalente (Req) para o circuito da figura 3.17. Figura 3.17 – Exemplo 3.9. Resposta: 14,4 . Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.4. ASSOCIAÇÕES DE RESISTORES (SÉRIE/PARALELO) Exemplo 3.10 – Determine Rab para o circuito da figura 3.18. Figura 3.18 – Exemplo 3.10. Resposta: 11 . Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.4. ASSOCIAÇÕES DE RESISTORES (SÉRIE/PARALELO) Exemplo 3.11 – Determine v1 e v2 no circuito mostrado na figura 3.19. Calcule, também, i1 e i2 e a potência dissipada nos resistores de 12 e 40 . Figura 3.19 – Exemplo 3.11. Resposta: v1 = 5 V; i1 = 416,67 mA; p1 =2,08 W; v2 = 10 V; i2 = 250 mA; p2 =2,5 W. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.5. TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO Em alguns casos, os resistores em um circuito não estão nem em série nem em paralelo. A figura 3.20 exemplifica tal situação (circuito em ponte). Figura 3.20 – Circuito em ponte. Como combinar os resistores R1 a R6? Muitos circuitos desse tipo (figura 3.20) podem ser simplificados utilizando circuitos equivalentes de três terminais. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.5. TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO A figura 3.21 mostra os circuitos de três terminais supracitados. (a) Duas formas para o mesmo circuito Y. (b) Duas formas para o mesmo circuito . Figura 3.21 – Circuitos de três terminais. Estes tipos de circuitos são muitos utilizados em circuitos trifásicos e outros. Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.5. TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO Conversão de Triângulo para Estrela Cada resistor no circuito Y é o produto dos resistores dos dois ramos adjacentes do dividido pela soma dos três resistores do . Figura 3.22 – Sobreposição dos circuitos Y e para auxiliar na transformação. cba ba cba ac cba cb RRR RR R RRR RR R RRR RR R 3 2 1 Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.5. TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO Conversão de Estrela para Triângulo Cada resistor no circuito é a soma de todos os possíveis produtos dos resistores de Y dois a dois, dividido pelo resistor oposto do circuito Y. Figura 3.22 – Sobreposição dos circuitos Y e para auxiliar na transformação. 3 133221 2 133221 1 133221 R RRRRRR R R RRRRRR R R RRRRRR R c b a Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.5. TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO Os circuitos Y e são ditos balanceados quando Y RRRR 321 RRRR cba Neste caso, 3 R R Y ou Y RR 3 (3.19) Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.5. TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO Exemplo 3.12 – Transforme o circuito estrela da figura 3.23 para um circuito delta. Figura 3.23 – Exemplo 3.12 Resposta: 140 ; 70 ; 35 . Cap. 03 - Circuitos resistivos 3.5. TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO Exemplo 3.13 – Para o circuito em ponte da figura 3.24, determine Rab e i. Figura 3.24 – Exemplo 3.13 Resposta: 40 ; 2,5 A. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA Notas de Aulas CIRCUITOS ELÉTRICOS I Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos Prof. Claudomiro Fábio de Oliveira Barbosa cfob@ufpa.br. Belém – Pará Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Técnica baseada nas Leis de Ohm e Kirchhoff e utilizadacomo poderosa ferramenta na análise de circuitos. Nesta análise a preocupação é encontrar as tensões dos nós. Neste contexto, e considerando a priori que o circuito a ser analisado não possui fontes de tensão, para determinar as tensões dos nós do circuito, aplicam-se os seguintes passos: 1 – Selecione um nó como referência (nó-base, terra – potencial 0). Designe as tensões v1, v2,..., vn-1 para os n –1 nós restantes. As tensões sempre dizem respeito ao nó de referência. 2 – Aplique a LKC para cada um dos n – 1 nós (excluindo o nó de referência). Utilize a Lei de Ohm para expressar a corrente do ramo em termos de tensão do nó. 3 – Resolva o conjunto de equações para obter as tensões desconhecidas dos nós. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Considerando o circuito da figura 4.1 e seguindo os passos supracitados, tem-se: 1 – Seleção do nó de referência (figura 4.2); 2 – Aplicação da LKC (figura 4.2); Nó 1 2121 iiII Nó 2 322 iiI Através da Lei de Ohm ; 0 1 1 1 R v i R vv i baixoalto 3 2 3 2 21 2 0 ; R v i R vv i Figura 4.1 – Circuito para análise nodal. Figura 4.2 – Sentido das correntes indicado. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL 3 – Resolução das equações. 2121 iiII 212 2 1 21 2 2 1 21 21 2 21 1 1 21 111 111 0 IIv R v RR v R v RR II R vv R v II 322 iiI 3 2 2 21 2 0 R v R vv I 2 32 1 2 2 111 v RR v R I 22 32 1 2 111 Iv RR v R Em forma matricial 2 21 2 1 322 221 111 111 I II v v RRR RRR Há inúmeros métodos de resolução do conjunto de equações (substituição, eliminação, regra de Cramer, inversão de matriz) e softwares adequados (MatLab, Mathcad, entre outros). Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Exemplo 4.1 – Obtenha as tensões nodais do circuito da figura 4.3. Figura 4.3 – Exemplo 4.1. Resposta: v1 = 2 V; v2 = 14 V. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Exemplo 4.2 – Usando a análise nodal, ache va para o circuito da figura 4.4. Figura 4.4 – Exemplo 4.2. Resposta: va = 10 V. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Análise Nodal com Fontes de Tensão Há duas possibilidades das fontes de tensão afetar a análise nodal. A figura 4.5 ilustra estas possibilidades. 1 – Caso a fonte de tensão estiver conectada entre um nó e o nó de referência, a tensão do nó será ajustada para a tensão da fonte, respeitando a polaridade. v1 = 10 V (4.1) Figura 4.5 – Circuito com supernó. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Análise Nodal com Fontes de Tensão 2 – Caso a fonte de tensão (dependente ou independente) estiver entre dois nós que não sejam de referência, os dois nós formam um supernó. Logo, para determinar as tensões dos nós aplique as LKC e LKT. - LKC 3241 iiii 6 0 8 0 42 323121 vvvvvv (4.2) - LKT (figura 4.6) 05 32 vv 5 32 vv (4.3) Figura 4.5 – Circuito com supernó. Figura 4.6 – Aplicação da LKT ao supernó. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Análise Nodal com Fontes de Tensão Resolvendo as equações 4.1 a 4.3, encontram-se as tensões nodais. Propriedades: 1 – A fonte de tensão na região de um supernó fornece uma equação de restrição necessária para encontrar as tensões dos nós; 2 – Um supernó não tem nenhuma tensão própria; 3 – Um supernó necessita da aplicação da LKC e LKT. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Análise Nodal com Fontes de Tensão Exemplo 4.3 – Ache as tensões dos nós para o circuito da figura 4.7. Figura 4.7 – Exemplo 4.3. Resposta: va = 40 V; vb = 30 V. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.1. ANÁLISE NODAL Análise Nodal com Fontes de Tensão Exemplo 4.4 – Calcule as tensões nodais do circuito da figura 4.8. Figura 4.8 – Exemplo 4.4. Resposta: v1 = 26,667 V; v2 = 6,667 V; v3 = 173,333 V; v4 = 46,667 V. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Técnica baseada nas Leis de Ohm e Kirchhoff e também utilizada como poderosa ferramenta na análise de circuitos. Nesta análise a preocupação é encontrar as correntes de malha. Diferentemente da análise nodal, a análise de malha somente se aplica a circuitos planares, isto é, a circuitos que podem ser desenhados em um plano sem ramos cruzando-se (figura 4.9). (a) Circuito planar com ramos cruzando. (b) Circuito redesenhado sem ramos cruzando. Figura 4.9 – Circuitos planar e não-planar. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA (c) Circuito não-planar. Figura 4.9 – Circuitos planar e não-planar (continuação). Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Considerando a priori que o circuito a ser analisado não possui fontes de corrente, para determinar as correntes de malha do circuito, aplicam-se os seguintes passos: 1 – Assinale as correntes de malha i1, i2,..., in para as n malhas. 2 – Aplique a LKT para cada uma das n malhas. Utilize a Lei de Ohm para expressar as tensões em termos das correntes de malha. 3 – Resolva as n equações simultâneas resultantes para obter as correntes de malha. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Para ilustrar a metodologia apresentada, considere o circuito da figura 4.10. Figura 4.10 – Circuito com duas malhas. 1 – Indicação das correntes de malha i1 e i2; 2 – Aplicação da LKT a cada malha e a Lei de Ohm em cada elemento; Malha 1 0)( 213111 iiRiRV 123131 ViRiRR Malha 2 0)( 123222 iiRViR 223213 ViRRiR onde 2132132211 ;;; iiIiiIiIiI Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA 3 – Resolução das equações. Em forma matricial 2 1 2 1 323 331 V V i i RRR RRR Há inúmeros métodos de resolução do conjunto de equações (substituição, eliminação, regra de Cramer, inversão de matriz) e softwares adequados (MatLab, Mathcad, entre outros). Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Exemplo 4.5 – Calcule as correntes de malha i1 e i2 no circuito da figura 4.11.Figura 4.11 – Exemplo 4.5. Resposta: i1 = 2/3 A; i2 = 0 A. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Exemplo 4.6 – Usando a análise de malha, calcular io no circuito da figura 4.12. Figura 4.12 – Exemplo 4.6. Resposta: 5 A. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Análise de Malha com Fontes de Corrente Há duas possibilidades das fontes de corrente afetar a análise de malha. A figura 4.13 ilustra estas possibilidades. 1 – Caso a fonte de corrente exista em apenas uma malha, a corrente desta malha será ajustada para o valor da fonte de corrente, respeitando o sentido de referência adotado. Como exemplo, considere a figura 4.13: Malha 1 06410 211 iii Malha 2 5 2 i A Resolvendo 2056410 111 iii A Figura 4.13 – Circuito com uma fonte de corrente. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Análise de Malha com Fontes de Corrente 2 – Caso a fonte de corrente (dependente ou independente) exista entre duas malhas, cria-se uma supermalha (figura 4.14a), excluindo-se a fonte de corrente e os elementos associados em série com ela. Aplicando a LKT à supermalha (figura 4.10b), tem-se: 0410620 221 iii 20146 21 ii (4.4) Aplicando a LKC no nó onde as duas malhas se interceptam, 6 12 ii (4.5) Combinado as equações 4.4 e 4.5, 2,3 1 i A e 8,2 2 i A. (a) (b) Figura 4.14 – Circuito exemplo. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Análise de Malha com Fontes de Corrente Propriedades: 1 – A fonte de corrente em uma supermalha não é totalmente ignorada, ela fornece uma equação de restrição necessária para encontrar as correntes de malha; 2 – Uma supermalha não possui corrente própria; 3 – Uma supermalha necessita da aplicação LKT e LKC. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Análise de Malha com Fontes de Corrente Exemplo 4.7 – Para o circuito da figura 4.15, calcule i1 a i4 utilizando a análise de malha. Figura 4.15 – Exemplo 4.7. Resposta: i1 = 7,5 A; i2 = 2,5 A; i3 = 3,93 A; i4 = 2,143 A. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.2. ANÁLISE DE MALHA Análise de Malha com Fontes de Corrente Exemplo 4.8 – Para o circuito da figura 4.16, calcule i1 a i3 utilizando a análise de malha. Figura 4.16 – Exemplo 4.8. Resposta: i1 = 80/21 A; i2 = 6/7 A; i3 = 15/7 A. Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.3. ANÁLISE NODAL X ANÁLISE DE MALHA Dado um circuito, qual método de análise seria mais adequado e eficiente para seu estudo? A resposta deste questionamento leva em consideração dois fatores: 1º. – Natureza do circuito: - Circuitos que contêm vários elementos em série, fontes de tensão, ou supermalhas análise de malha. - Circuitos com elementos conectados em paralelo, fontes de corrente, ou supernós, análise nodal é mais adequada. - Circuitos com um número de malhas maior do que nós análise nodal. - Circuitos com um número de nó maior do que malhas análise de malha. Redução de equações Cap. 04 - Métodos de análise de circuitos resistivos 4.3. ANÁLISE NODAL X ANÁLISE DE MALHA 2º. Informação desejada: - Se as tensões nodais são requeridas análise nodal. - Se as correntes de malhas ou de um ramo são requeridas análise de malha. O conhecimento dos dois métodos é muito importante na análise de circuitos, pois um pode servir na verificação dos resultados do outro, quando possível. Todavia, existem problemas que apenas um método se adequada na sua resolução, como por exemplo, a análise de malha é o único método a ser aplicado em circuitos com transistores; por outro lado, em circuitos não planares somente a análise nodal é aplicável. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA Notas de Aulas CIRCUITOS ELÉTRICOS I Cap. 05 - Teoremas de circuitos Prof. Claudomiro Fábio de Oliveira Barbosa cfob@ufpa.br. Belém – Pará Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.1. TRANSFORMAÇÃO DE FONTE Como visto anteriormente, em um circuito com muitas fontes de tensão, é mais fácil utiliza a análise de malha, enquanto que em um circuito com muitas fontes de corrente, a análise nodal é a indicada. Existe uma maneira (através de vários ajustes no circuito) de fazer com que todas as fontes sejam de um único tipo Transformação de Fonte. Transformação de fonte – é um procedimento para transformar uma fonte de tensão, ou corrente, em uma fonte de corrente, ou tensão, mantendo-se as características nos terminais da fonte original (equivalência). Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.1. TRANSFORMAÇÃO DE FONTE A figura 5.1 mostra os circuitos equivalentes para a transformação de fontes independentes. Figura 5.1 – Transformação de fontes independentes. Substitui-se uma fonte de tensão vs em série com um resistor R por uma fonte de corrente is em paralelo com um resistor R, ou vice-versa. Para sua validade, a transformação de fonte necessita: ss Riv ou R v i s s Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.1. TRANSFORMAÇÃO DE FONTE A transformação de fonte também pode ser aplicada a fontes dependentes (figura 5.2), desde que a variável dependente seja cuidadosamente analisada. Figura 5.2 – Transformação de fontes dependentes. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.1. TRANSFORMAÇÃO DE FONTE Exemplo 5.1 – Determine a transformação de fonte para os circuitos mostrados na figura 5.3. Figura 5.3 – Exemplo 5.1 (resistência em ). Resposta: (a) Rp = Rs = 14 e if = 2 A; (b) Rp = Rs = 12 e vf = 24 V. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.1. TRANSFORMAÇÃO DE FONTE Exemplo 5.2 – Calcule io no circuito da figura 5.4 usando a transformação de fonte. Figura 5.4 – Exemplo 5.2. Resposta: 1,78 A. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.2. TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO Outra forma de analisar os circuitos com duas ou mais fontes independentes em termos dos valores de tensão e corrente, é através do Teorema da Superposição. Teorema da Superposição – estabelece que a tensão em um elemento, (ou a corrente através dele) em circuitos lineares é a soma algébrica da tensão (ou da corrente) do elemento devido a cada fonte independente, atuando individualmente. Para aplicação do teorema, deve-se: 1 – Considerar uma fonte independente por vez, enquanto que as outras são desligadas: ▪ Fontes de tensão zeradas, 0 V (curto-circuito); ▪ Fonte de corrente zeradas, 0 A (circuito-aberto). 2 – Deixar intactas as fontes dependentes, pois elas são controladas por variáveis do circuito. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.2. TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO Metodologia para aplicação do Teorema da Superposição. 1 – Selecione uma fonte independente e desligue as demais. Calcule em seguida a saída (tensão ou corrente) devido à fonte selecionada através das técnicas de análise de circuitos; 2 – Repita o item 1 para cada uma das fontes independentes; 3 – Calcule a contribuição total através da soma algébrica das contribuições individuais de cada fonte. Em alguns casosa análise de circuito usando o Teorema da Superposição pode ser mais trabalhosa análise de muitos circuitos mais simples. A análise pelo teorema é baseada no princípio da linearidade, logo não se aplica ao efeito da potência. A potência absorvida em um resistor é dependente do quadrado da tensão ou corrente Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.2. TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO Exemplo 5.3 – Calcule io no circuito da figura 5.5 usando a superposição. Figura 5.5 – Exemplo 5.3. Resposta: 8/17 A. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.3. TEOREMA DE THÉVENIN Em geral, apenas um elemento em um circuito é variável (carga) e o restante é fixo. Por exemplo, uma típica tomada de residência (figura 5.6). Figura 5.6 – Típica tomada de uma residência. Neste caso, a cada mudança da carga, uma nova análise deve ser realizada. Procurando mitigar este problema, o Teorema de Thévenin substitui a parte fixa do circuito linear por um circuito equivalente, facilitando assim a análise. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.3. TEOREMA DE THÉVENIN Teorema de Thévenin – estabelece que um circuito linear de dois terminais pode ser substituído por um circuito equivalente constituído por uma fonte de tensão VTh em série com um resistor RTh. VTh – Tensão de circuito aberto (vo) nos terminais considerados; RTh – Resistência equivalente ou de entrada dos terminais quando as fontes independentes são desligadas. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.3. TEOREMA DE THÉVENIN A figura 5.7 mostra a determinação de VTh e RTh. Figura 5.7 – Determinando VTh e RTh. VTh = voc (tensão de circuito aberto); RTh = Rin Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.3. TEOREMA DE THÉVENIN Para encontrar a Resistência de Thévenin, procede-se da seguinte forma: 1 – Se o circuito não possuir fontes dependentes, desliga-se todas as fontes independentes e RTh = Rin. 2 – Se o circuito possuir fonte dependentes, desligam-se todas as fontes independentes e, em seguida, aplica-se uma fonte de tensão vo (1 V) aos terminais a e b (figura 5.8a) e calcula-se a corrente resultante io RTh = vo/io. Outra forma de encontrar RTh é através da aplicação de uma fonte de corrente io (1 A) nos terminais a e b (figura 5.8b) para determinar vo RTh = vo/io. (a) (b) Figura 5.8 – Determinando RTh para circuitos com fontes dependentes. Observação: em alguns casos RTh é negativa, o que implica no fornecimento de potência. Tal situação é possível na presença de fontes dependentes. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.3. TEOREMA DE THÉVENIN Exemplo 5.4 – Usando o Teorema de Thévenin, calcule o circuito equivalente para a parte esquerda dos terminais do circuito da figura 5.9. Então encontre i. Figura 5.9 – Exemplo 5.4. Resposta: VTh = 6 V; RTh = 3 ; i = 1,5 A. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.3. TEOREMA DE THÉVENIN Exemplo 5.5 – Calcule o equivalente Thévenin para o circuito da figura 5.10. Figura 5.10 – Exemplo 5.5. Resposta: VTh = 20 V; RTh = 6 . Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.4. TEOREMA DE NORTON Este teorema é similar ao Teorema de Thévenin, sendo proposto pelo engenheiro americano E. L. Norton. Teorema de Norton – estabelece que um circuito linear de dois terminais pode ser substituído por um circuito equivalente constituído por uma fonte de corrente IN em paralelo com um resistor RN (figura 5.11). (a) circuito linear. (b) equivalente de Norton. Figura 5.11 – Circuito original e equivalente de Norton. IN – Corrente de curto-circuito através dos terminais; RN – Resistência equivalente ou de entrada dos terminais quando as fontes independentes são desligadas. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.4. TEOREMA DE NORTON Determinação de IN e RN: Para encontrar IN de Norton, determina-se a corrente de curto-circuito que flui do terminal a para o b (figura 5.12). Figura 5.12 – Determinação da corrente IN de Norton. Encontra-se a resistência de Norton de forma semelhante à resistência de Thévenin RN = Rin = RTh. Logo, tem-se uma relação entre os dois teoremas, IN = VTh/(RTh = RN) ou isc = voc/(RTh = RN) (5.1) A equação 5.1 é simplesmente uma transformação de fonte. Por este motivo a transformação de fonte é chamada de transformação Thévenin-Norton. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.4. TEOREMA DE NORTON Exemplo 5.6 – Encontre o equivalente de Norton para o circuito da figura 5.13. Figura 5.13 – Exemplo 5.6. Resposta: IN = 1 A; RN = 4 . Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.5. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA O sentimento da máxima transferência de potência é aplicado em diversas áreas. Por exemplo: ▪ Em sistemas de energia elétrica, os quais são projetados para transferir a potência até a carga com a maior eficiência possível, minimizando as perdas durante a transmissão (redução da resistência da fonte mais a resistência da linha de transmissão). ▪ Outra aplicação é na transmissão de sinais, como em sistemas de telecomunicações, onde o problema é transmitir a quantidade máxima de sinal até a carga (maximização da potência). Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.5. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA Muitas aplicações de circuitos requerem que a potência máxima disponível em uma fonte seja transferida para uma determinar carga RL (figura 5.14a). O equivalente de Thévenin é útil para se determinar a máxima potência que um circuito linear pode entregar a uma carga (figura 5.14b). (a) Circuito conectado a uma carga. (b) Circuito equivalente de Thévenin utilizado para máxima transferência de potência. Figura 5.14 – Circuito linear. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.5. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA Para a máxima transferência de potência, considere o circuito da figura 5.15. Figura 5.15 – Circuito para máxima transferência de potência. A potência absorvida pela carga, é: L 2Rip A corrente i é dada por: LTh Th RR V i Então, L 2 LTh Th R RR V p (5.2) Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.5. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA Da equação 5.2, pode-se trançar o seguinte gráfico mostrado na figura 5.16. L 2 LTh Th R RR V p (5.2) Figura 5.16 – Potência entregue a carga em função de RL. Máxima Transferência de Potência – ocorre quando resistência da carga é igual à resistência de Thévenin vista pela carga (RL = RTh). Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.5. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA Matematicamente, 0 L dR dp 0 L 2 LTh Th L R RR V dR d 0 2 4 LTh LThL 2 LTh2 Th RR RRRRR V 0222 2 LThL 2 LLTh 2 Th RRRRRRR 0 2 L 2 Th RR LTh RR Para LTh RR , tem-se, Th 2 Th 4R V p Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.5. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA Exemplo 5.7 – Calcule o valor de RL para a máxima transferência de potência no circuito da figura 5.17. Encontre a potência máxima. Figura 5.17 – Exemplo 5.7. Resposta: 9 ; 13,44 W. Cap. 05 - Teoremas de circuitos 5.5. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA Exemplo 5.8 – Para o circuitoda figura 5.18, determine o valor de R tal que a máxima potência transferida para a carga seja 3 mW. Figura 5.18 – Exemplo 5.8. Resposta: 1 k. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA Notas de Aulas CIRCUITOS ELÉTRICOS I Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia Prof. Claudomiro Fábio de Oliveira Barbosa cfob@ufpa.br. Belém – Pará Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Noções Básicas O capacitor é um elemento de circuito que armazena energia (“carga”) em seu campo elétrico (utilizados em equipamentos eletrônicos e em sistemas elétricos de potência). Um capacitor (figura 6.1) é constituído por duas placas condutoras separadas por um ou dielétrico, como o ar, a cerâmica, papel ou mica. Figura 6.1 – Capacitor típico. Quando inicialmente se conecta uma fonte de tensão v ao capacitor (figura 6.2), a fonte deposita uma carga q positiva em uma placa e na outra uma carga – q. Diz-se, então, que o capacitor está armazenando energia. Figura 6.2 – Capacitor com uma tensão v aplicada. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES O total de carga armazenado será dado por: Cvq (6.1) onde: C – é uma constante de proporcionalidade denominada de capacitância, cuja unidade é coulomb por volt (C/V), ou farads (F), homenagem ao físico inglês Michael Faraday. Apesar da capacitância ser a razão da carga q da placa pela tensão v (equação 6.1), ela não depende das mesmas, mas sim das dimensões físicas do capacitor. Por exemplo, para um capacitor de placas paralelas, tem-se: d A C (6.2) onde: A – área da superfície da placa (m2); d – distância entre as placas (m); - permissividade do material dielétrico (F/m). Embora a equação 6.2 represente a capacitância de um capacitor de placas paralelas, em geral, a A (quanto maior A, maior C), a d (quanto menor d, maior C) e a (quanto maior , maior C) são os fatores que determinam o valor da capacitância. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Noções Básicas A figura 6.3 mostra alguns capacitores existentes e os símbolos utilizados em circuitos. (a) Capacitor de poliéster. (b) Capacitor de cerâmica. (c) Capacitores eletrolíticos. (d) Trimer. (e) Capacitor fixo. (f) Capacitor variável. Figura 6.3 – Alguns tipos capacitores e símbolos (convenção do sinal passivo). Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Energia Armazenada num Capacitor Sabendo que a corrente é dt dq i , e que a carga é Cvq , então a corrente em um capacitor será: Cv dt d i dt dv Ci (6.3) Capacitores que satisfazem a eq. 6.3 são ditos capacitores lineares (relação tensão-corrente - reta). Arrumando e integrando os dois lados da equação 6.3, o t ot tvdti C v 1 (6.4) onde: otv é a tensão no capacitor no tempo to (memória do capacitor – a tensão depende da corrente anterior) Sabendo que vi dt dw p e considerando que o capacitor está descarregado em t = , a energia armazenada é dada por: 2 2 1 Cvw (6.5) Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Propriedades importantes do capacitor 1 – Um capacitor é um circuito aberto para corrente contínua (tensão não varia = não há corrente). No entanto, o capacitor quando conectado a uma bateria irá carregar até atingir o valor da bateria. 2 – A tensão em um capacitor não pode variar abruptamente (figura 6.4) – fisicamente impossível (corrente infinita). (a) Permitida. (b) Não permitida. Figura 6.4 – Tensão em um capacitor. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Propriedades importantes do capacitor 3 – Um capacitor ideal não dissipa energia (retira potência do circuito = armazena energia em seu campo; libera a energia armazenada = fornece potência ao circuito). 4 – Um capacitor real possui uma resistência tão alta quanto 100 M em seu modelo conforme figura 6.5. Tal resistência pode ser desprezada na maioria das aplicações práticas. Figura 6.5 – Modelo de um capacitor real. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Exemplo 6.1 – Se um capacitor de 10 F é conectado a uma fonte de tensão com )2000(50)( tsentv V, determine a corrente do capacitor. Resposta: )2000cos( t A. Exemplo 6.2 – Em condições c.c., determine a energia armazenada nos capacitores da figura 6.6. Figura 6.6 – Exemplo 6.2. Resposta: 405 J, 90 J. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Capacitores em paralelo Considere o circuito mostrado na figura 6.7. Figura 6.7 – Circuito com capacitores ligados em paralelo. Sabendo que Niiiii ...321 (LKC) e dt dv Ci kk , tem-se: NCCCCC ...321eq (6.6) A capacitância equivalente de N capacitores em paralelo é a soma das capacitâncias individuais. Capacitores em paralelo ↔ Resistores em série Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Capacitores em série Considere o circuito mostrado na figura 6.8. Figura 6.8 – Circuito com capacitores ligados em série. Sabendo que Nvvvvv ...321 (LKT) e t ot ok k k tvdtti C v )()( 1 , tem-se: NCCCCC 1 ... 1111 321eq (6.7) A capacitância equivalente de N capacitores em série é o recíproco da soma dos recíprocos das capacitâncias individuais. Capacitores em série ↔ Resistores em paralelo. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.1. CAPACITORES Exemplo 6.3 – Calcule a tensão em cada um dos capacitores da figura 6.9. Utilize o conceito de capacitância equivalente para auxiliar na resolução. Figura 6.9 – Exemplo 6.3. Resposta: v1 = v2 = 30 V; v3 = 10 V; v4 = 20 V. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Noções Básicas O indutor é um elemento de circuito elétrico que armazena energia no seu campo magnético (utilizados em equipamentos eletrônicos e em sistemas elétricos de potência). Um condutor de corrente elétrica possui propriedade indutivas, podendo ser visto como um indutor. Na prática, para melhorar o efeito indutivo, um indutor típico (figura 6.10) é normalmente constituído na forma de uma solenóide. Figura 6.10 – Forma típica de um indutor. Ao passar uma corrente por um indutor, a tensão no mesmo será diretamente proporcional a taxa de variação dessa corrente (equação 6.8). dt di Lv (6.8) onde: L – é uma constante de proporcionalidade denominada de indutância, cuja unidade é volt- segundo por ampère, ou henry (H), homenagem ao inventor americano Joseph Henry. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Noções Básicas Indutância – é a propriedade na qual o indutor apresenta uma oposição à variação de corrente que passa por ele. A indutância dos indutores depende de suas dimensões físicas e de sua construção. Por exemplo, para um indutor “solenóide” da figura 6.11 a equação 6.9 o modela. l AN L 2 (6.9) onde: N – número de voltas; l – comprimento (m); A – área da seção transversal (m2); – permeabilidade do núcleo (H/m). Figura 6.11 –Forma típica de um indutor. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Noções Básicas A figura 6.12 mostra alguns indutores existentes e os símbolos utilizados em circuitos. (a) Indutor solenóide. (b) Indutor toroidal. (c) Indutor em pastilha. (d) Núcleo de ar. (e) Núcleo de ferro. (f) Núcleo variável. Figura 6.12 – Alguns tipos de indutores e símbolos (convenção do sinal passivo). Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Energia Armazenada num Indutor A equação dt di Lv apresenta a relação tensão-corrente em um indutor. Os indutores no qual a indutância não varia com a corrente são ditos indutores lineares (relação tensão- corrente uma reta). Arrumando e, em seguida, integrando os dois lados da relação supracitada, )( 1 o t ot tidtv L i (6.10) onde: oti é a corrente no capacitor no tempo to. Sabendo que vi dt dw p e considerando que o indutor está descarregado em t = , a energia armazenada é dada por: 2 2 i L w (6.11) Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Propriedades importantes do indutor 1 – Um indutor é um curto-circuito para corrente contínua (corrente não varia = tensão nula). 2 – A corrente que atravessa um indutor não pode variar instantaneamente (figura 6.13) – fisicamente impossível (tensão infinita). (a) Permitida. (b) Não permitida. Figura 6.13 – Corrente em um indutor. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Propriedades importantes do indutor 3 – Um indutor ideal não dissipa energia (retira potência do circuito = armazena energia em seu campo magnético; libera a energia armazenada = fornece potência ao circuito). 4 – Um indutor real (não-ideal) possui certa resistência (resistência de enrolamento Rw), dada ao material condutor do qual ele é feito (figura 6.14). Logo, o indutor real armazena como dissipa energia. Todavia, como Rw é pequena, a mesma pode ser ignorada. O indutor não-ideal também possui uma capacitância de enrolamento Cw devido ao acoplamento capacitivo entre as espiras. Cw é pequeno, logo pode ser também ignorada, exceto para altas frequências. Figura 6.14 – Modelo de um indutor real. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Exemplo 6.4 – A tensão terminal de um indutor de 2 H é )1(10)( ttv V. Determine a corrente que passa por ele em t = 4 s e a energia armazenada em 0 < t ≤ 4 s. Considere i(0) = 2 A. Resposta: 18 A; 320 J. Exemplo 6.5 – Considere o circuito da figura 6.15. Em condições c.c., calcule i, vC, iL, e a energia armazenada no capacitor e no indutor. Figura 6.15 – Exemplo 6.5. Resposta: i = iL = 2 A; vC = 10 V; wC = 50 J; wL = 4 J. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Indutores em série Considere o circuito mostrado na figura 6.16. Figura 6.16 – Circuito com indutores ligados em série. Sabendo que Nvvvvv ...321 (LKT) e que dt di Lv kk , tem-se: NLLLLL ...321eq (6.12) A indutância equivalente de N indutores em série é a soma das indutâncias individuais. Indutores em série ↔ Resistores em série. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Indutores em paralelo Considere o circuito mostrado na figura 6.17. Figura 6.17 – Circuito com indutores ligados em paralelo. Sabendo que Niiiii ...321 (LKC) e que t ot ok k k tidttv L i )()( 1 , tem-se: NLLLLL 1 ... 1111 321eq (6.13) A indutância equivalente de N indutores em paralelo é o recíproco da soma dos recíprocos das indutâncias individuais. Indutores em paralelo ↔ Resistores em paralelo. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Exemplo 6.6 – Calcule a indutância equivalente para o circuito indutivo em escada da figura 6.18. Figura 6.18 – Exemplo 6.6. Resposta: 25 mH. Cap. 06 - Elementos armazenadores de energia 6.2. INDUTORES Tabela 6.1 – Características importantes dos elementos básicos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA Notas de Aulas CIRCUITOS ELÉTRICOS I Cap. 07 - Circuitos de 1ª. ordem Prof. Claudomiro Fábio de Oliveira Barbosa cfob@ufpa.br. Belém – Pará Cap. 07 - Circuitos de 1ª. ordem 7.1. CONTEXTUALIZAÇÃO Visto as principais características dos resistores, dos capacitores e dos indutores, pode- se agora analisar os circuitos compostos por tais elementos nas mais diversas formas de combinações. A preocupação aqui é examinar os circuitos com um resistor e um capacitor e os circuitos com um resistor e um indutor. Estes circuitos são chamados, respectivamente, por circuitos RC e RL. Para a análise, aplicam-se as Leis de Kirchhoff, conforme visto para os circuitos puramente resistivos, tendo como diferença a obtenção de equações diferenciais (resolução mais complexa) ao invés de equações algébricas. Devido a isso, esses circuitos (RC e RL) são chamados de circuitos de primeira ordem. Um circuito de primeira ordem caracteriza-se por uma equação diferencial de primeira ordem. Cap. 07 - Circuitos de 1ª. ordem 7.1. CONTEXTUALIZAÇÃO Como comentado anteriormente, há dois tipos de circuitos de primeira ordem: circuitos RC e circuitos RL. Existem duas formas de excitar estes circuitos: 1ª. Circuitos sem fonte (neste caso sem fontes independentes, pois podem existir fontes dependentes no circuito) – Considera-se que a energia está armazenada inicialmente no elemento capacitivo ou indutivo, sendo dissipada nos resistores. Esta forma também é chamada de condições iniciais dos elementos armazenadores de energia. 2ª. Circuitos com fonte – neste momento as fontes independentes consideradas na análise serão do tipo c.c. Os dois tipos de circuitos de primeira ordem mais as duas formas de excitação proporcionam quatro situações possíveis, as quais serão apresentadas a seguir. Cap. 07 - Circuitos de 1ª. ordem 7.2. CIRCUITO RC SEM FONTE Um circuito RC sem fonte é o resultado da desconexão repentina de uma fonte c.c. que o alimentava, quando, então, a energia armazenada no capacitor é liberada para o resistor. Considere o circuito mostrado na figura 7.1, Figura 7.1 – Circuito RC sem fonte. Para obter a resposta deste circuito v(t), considera-se t = 0 e o capacitor inicialmente carregado. Então, em t = 0 oVv )0( (7.1) Com uma energia armazenada de 22 2 1 )0()( 2 1 )( oCVwtCvtw (7.2) Cap. 07 - Circuitos de 1ª. ordem 7.2. CIRCUITO RC SEM FONTE Figura 7.1 – Circuito RC sem fonte. Aplicando a LKC ao nó superior, 0 RC ii (7.3) Sabendo que dt dv CiC e R v iR , tem-se 0 R v dt dv C ou 0 RC v dt dv (equação diferencial 1ª. ordem) (7.4) dt RCv dv 1 (7.5) Integrando os dois lados da equação 7.5 A RC t v lnln ( Aln - constante de integração) RC t A v ln (7.6) Cap. 07 - Circuitos de 1ª. ordem 7.2. CIRCUITO RC SEM FONTE Figura 7.1 –
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