História do Direito AULA 2 Pré história arcaico hamurabi hindu

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HISTÓRIA DO DIREITO
Prof. Dr. Erivaldo Cavalcanti
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Objeto da História do Direito é o homem e seus institutos jurídicos, portanto, o estudo da história se concentra no ser humano e na sucessão temporal dos seus atos no aspecto jurídico
A palavra Direito vem de dis (muito) + rectum (reto, justo, certo, ereto), ou seja, a palavra direito se origina do sentido do justo, do que tem justiça.
Os direitos dos povos equivalem precisamente ao seu tempo e se explicam no espaço de sua gestação.
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Desse modo, a história do direito é pesquisa e estuda o significado dos processos de alteração das estruturas jurídicas, penetrando e convivendo com as naturais modificações de ordem política, econômica e cultural de uma sociedade ao longo do tempo.
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 A PRÉ-HISTÓRIA DO DIREITO
Autralopithecus (+/- 3.000.000 anos)
Homo Habilis (2.000.000 – Primeiras ferramentas de pedra lascada);
Homo Erectus (+/- 5000.000 - Primeiras utilizações do fogo);
Homem de Neanderthal (+/- 300.000 - Primeiros hominídeos a enterrar seus mortos; início da religião; convivência com o homem moderno).
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Homo sapiens (+/- 150.000 anos) - linguagem, ferramentas mais sofisticadas, arcos e flecha, lançadeiras.
Homo sapiens sapiens - Subespécie do Homo sapiens (+/- 40.000 anos) - Pinturas rupestres, sofisticação da linguagem simbólica, aprimoramento das técnicas de caça e ferramentaria etc.
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DIVISÕES DA PRÉ-HISTÓRIA
Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (paleo= antigo; litos= pedra): Do surgimento dos hominídeos (Homo Habilis) até 10.000 a.C; Os hominídeos e os homens modernos viviam em bandos; eram nômades, sua economia baseava-se na caça e na coleta (frutos, raízes, vegetais etc.).
Neolítico ou Idade da Pedra Polida (neo =novo; litos = pedra): Foi de 10.000 até 5.000 anos a.C.; Descoberta da Agricultura e da Domesticação dos Animais. Início da Sedentarização. OBS: A Agricultura e a Pecuária são conhecidas como Revolução do Neolítico.
Idade dos Metais: De 5.000 a 4.000 a.C.; Metais: Cobre (Idade do Cobre); Bronze (Idade do Bronze) e Ferro (Idade do Ferro).
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Para a História do Direito, os povos que viveram no passado e sua ligação com a sociedade que a produziu em seus aspectos políticos, sociais, econômicos e jurídicos são fundamentais para se entender o direito atual.
O direito arcaico pode ser interpretado a partir da compreensão do tipo de sociedade que em geral, era base geradora do sistema jurídico na pré-história e fundamenta-se no princípio do parentesco, nos laços de sangue e nas práticas de convívio familiar de um mesmo grupo social, unido por crenças e tradições.
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POVOS ÁGRAFOS
Os Povos ágrafos vão desde os homens da Caverna de 3.000 a. C, passando pelos índios brasileiros com a chegada das naus de Cabral, até os dias atuais, como por exemplo, as tribos que ainda hoje vivem na floresta amazônica.
Todas as comunidades humanas que existiram ou existem no mundo produziram ou produzem direito, através das suas lideranças (o mais forte, o guerreiro, o conquistador, o líder religioso, o mais astuto, o ancião) ou seus colegiados (conselhos, assembleias, dietas).
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CARACTERÍSTICAS DOS POVOS ÁGRAFOS:
São abstratos – as regras são decoradas e passadas de pessoa a pessoa;
São numerosos – cada comunidade tem seu próprio costume e vive isolada no espaço, e muitas vezes, no tempo;
São relativamente diversificados – essa distância de tempo e espaço faz com que cada comunidade possa ter mais semelhança ou maior distância uma com a outra;
São impregnados de religiosidade – os fenômenos são explicados, em sua maioria, por fatores religiosos, entre estes o direito;
São direitos em nascimento – a diferença entre o que é jurídico e o que não é torna-se difícil e ao mesmo tempo alguns possuem mais “direitos” que outros.
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FONTES DO DIREITO DOS POVOS ÁGRAFOS
As fontes do direito são “tudo aquilo que é utilizado como base ou ‘inspiração’ para elaboração de regras ou códigos”:
Costumes - Em grande maioria derivavam da tradição, da autoridade dos xamãs e dos líderes tribais. 
Poder imposto pelas elites - Xamãs, guerreiros, pajés etc.
Precedentes judiciais- Os julgadores tendiam a, voluntária ou involuntariamente, aplicar soluções já utilizadas anteriormente (origem da jurisprudência).
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AS PRIMEIRAS LEIS ESCRITAS
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As primeiras leis escritas que se tem notícias (2.111 a. C) surgiram no Crescente fértil (Iraque, Irã e seus vizinhos) através da escrita cuneiforme.
O Crescente abrange as áreas da Mesopotâmia e do Levante (os territórios ou partes dos territórios de Palestina, Israel, Jordânia, Líbano, Síria e Chipre), delimitado ao sul pelo deserto da Síria e ao norte o Planalto da Anatólia. 
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Mesopotâmios : Sumérios, Assírios, Acadianos e Babilônios.
Suméria: Código de Ur-Nammu (mais antigo código, 2111 a 2094 a.C, é atribuído ao fundador da 3ª dinastia de Ur); Código de Eshunna (c. 1930 a.c).
Babilônia: Código de Hamurabi, que possui 282 artigos, que dispõem sobre direito penal, processual, civil, constitucional, do consumidor, do trabalho, etc. Ele provavelmente foi escrito no período de 1792 a 1750 a.C e foi atribuído ao rei Babilônio Hamurabi.
 
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CÓDIGO DE HAMURABI
Para boa parte das fontes históricas, o código de Hamurabi teria sido promulgado aproximadamente em 1694 aC., e contem dispositivos a respeito de todos os aspectos da vida da sociedade babilônica, isto é: comércio, família, propriedade, herança, adoção e escravidão, sendo os direitos acompanhados da respectiva punição, porém, variando de acordo com a categoria social do infrator e da vítima.
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ALGUNS ARTIGOS QUE CONSTAM NO CÓDIGO DE HAMURABI
Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então aquele que enganou deve ser condenado à morte.
Se alguém arrancar o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho.
Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o osso.
Se alguém arrombar uma casa, ele deverá ser condenado à morte na frente do local do arrombamento e ser enterrado.
Somente a mulher comete crime de adultério, o homem no máximo era cúmplice.
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PRÓLOGO DO CÓDIGO DE HAMURABI
“As justas leis que Hamurabi, o sábio rei, estabeleceu e com as quais deu base estável ao governo ... Eu sou o governador guardião ... Em meu seio trago o povo das terras de Sumer e Acad, em minha sabedoria eu os refreio, para que o forte não oprima o fraco e para que seja feita justiça à viúva e ao órfão. Que cada homem oprimido compareça diante de mim, como rei que sou da justiça. Deixai-o ler a inscrição do meu monumento. Deixai-o atentar nas minhas ponderadas palavras. E possa o meu monumento iluminá-lo quanto à causa que traz, e possa ele compreender o seu caso. Possa ele folgar o coração exclamando: "Hamurabi é na verdade como um pai para o seu povo, estabeleceu a prosperidade para sempre e deu um governo puro à terra. Quando os deuses de Uruk e Nippur deram-me a governar as terras de Sumer e Acad, e confiaram a mim este cetro, eu abri o canal. Hammurabi-nukhush-nish (Hamurabi-a-abundância-do-povo) que traz água copiosa para as terras de Sumer e Acad. Suas margens de ambos os lados eu as transformei em campos de cultura; amontoei montes de grãos, provi todas as terras de água que não falha. O povo disperso se reuniu; dei-lhe pastagens em abundância e o estabeleci em pacíficas moradias".”
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PRÓLOGO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL 1988
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos,sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
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CÓDIGO DE MANU
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CÓDIGO DE MANU
Sua data de promulgação situa-se aproximadamente entre os anos de 1300 a 800 a. C. e foi redigido de forma poética: as regras são expostas em versos, 
Não é um Código. É uma coletânea de normas que abrange os vários aspectos da sociedade, e aborda os mais variados assuntos e preceitos,
Foi no Código de Manu que surgiram a primeira menção escrita às castas,
Define-se casta como um grupo social hereditário que determinam sua profissão, hábitos alimentares, vestuário, onde as pessoas só podem casar-se com pessoas do próprio grupo, entre outras coisas.
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AS CASTAS
Brâmanes: formada por sacerdotes, magos, religiosos e filósofos - as pessoas encarregadas de realizar os sacrifícios e rituais sagrados. Segundo o hinduísmo, teriam nascido da boca do deus Brahma, considerado a representação da força criadora do Universo.
Xátrias: A segunda casta de maior prestígio era a dos guerreiros, que reunia pessoas com atribuições judiciárias, policiais e militares. A casta incluía ainda reis, nobres, autoridades civis, senhores feudais e responsáveis pelo poder político e militar. Segundo o hinduísmo, teriam nascido do braço direito do deus Brahma.
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Vaixás: Entre eles estavam os artesãos, criadores de gado, camponeses e mercadores. O hinduísmo afirmava que teriam nascido das coxas do deus Brahma.
Sudras: A casta inferior era formada por servos, trabalhadores braçais e empregados domésticos. Os hinduístas acreditavam que os sudras teriam nascido dos pés do deus Brahma.
Párias: Abaixo das castas e fora dessa pirâmide social, os párias, dalits ou "intocáveis" faziam trabalhos tidos como indignos. Entre esses "sem-casta" estavam limpadores de fossas sanitárias, coveiros e carniceiros. Os hinduístas acreditavam que os "intocáveis" não teriam nascido do deus Brahma e, por isso, deviam ser discriminados.
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ALGUNS PRECEITOS DO LIVRO DE MANU
Descreve o pedido das leis compiladas dirigido a Manu; a criação do mundo; a hierarquia celeste e humana; a divisão do tempo; o alternar-se da vida e da morte, em cada ser criado; e, a explicação das regras para que possam ser difundidas.
Determina os deveres dos reis que devem ter como objetivo proteger com justiça todos aqueles que estão submetidos ao seu poder. O código dita regras de diplomacia para os embaixadores do rei e a guerra. 
Contêm normas de direito substancial e processual, como também as normas de organização judiciária. A justiça vem do rei, que deve decidir pessoalmente as controvérsias.