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RECICLAGEM DE LIXO NA ESCOLA: Uma proposta de educação ambiental 
Rosesândela dos Santos Almeida¹
RESUMO
Atividades voltadas à Educação ambiental são imprescindíveis no contexto escolar. Porém, muitas vezes estas atividades são mal executadas em sala de aula, uma vez que as mesmas não são realizadas constantemente e, quase sempre, não visam despertar uma visão de valores sociais do aluno, comprometendo assim a formação do sujeito capaz de preservar e conservar o meio ambiente. Nesse sentido, este trabalho apresenta a importância da educação ambiental, que deve ser promovido no âmbito educacional. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, por meio de pesquisas realizadas por vários autores que abordam a temática aqui enfatizada, na qual constatou-se a relevância da consciência ecológica para que permita ao aluno perceber-se inserido no meio ambiente e melhore sua qualidade de vida. Desta forma, este estudo destaca o papel da escola no que tange a ampliação da formação de pessoas críticas, capazes de interpretar o seu contexto social, cultural e ambiental e de apontar caminhos alternativos de ações para superação das problemáticas ambientais do dia a dia, pois a instituição de ensino, como entidade formadora, só conseguirá realizar tal função quando proporcionar atividades teóricas e práticas de conscientização da importância de cuidar e preservar o meio ambiente. 
PALAVRAS-CHAVE: Lixo. Escola. Reciclagem. Educação Ambiental. 
ABSTRACT
Activities focused on environmental education are essential in the school context. However, these activities are often poorly performed in the classroom, since they are not constantly carried out and, almost always, do not aim to awaken a vision of the student's social values, thus compromising the formation of the subject capable of preserving and conserving the environment. In this sense, this work presents the importance of environmental education, which should be promoted in the educational field. In order to do so, a bibliographical research was carried out, through researches carried out by several authors that approach the theme emphasized here, in which the relevance of the ecological awareness was verified so that the student perceives himself inserted in the environment and improves its quality Of life. In this way, this study emphasizes the school's role in expanding the formation of critical people, capable of interpreting their social, cultural and environmental context and of pointing out alternative ways of actions to overcome the environmental problems of everyday life, since The educational institution, as a training entity, will only be able to perform such function when providing theoretical and practical activities to raise awareness of the importance of caring for and preserving the environment.
KEYWORDS: Garbage. School. Recycling. Environmental education
1 INTRODUÇÃO
	À medida que aumenta a capacidade do ser humano de intervir na natureza para satisfação de necessidades e desejos, surgem questões e conflitos quanto ao uso do espaço e recursos em função da tecnologia disponível. Assim, o crescimento urbano, demográfico e industrial, associado ao consumismo inconsequente, fez aumentar consideravelmente, a quantidade de lixo produzido pela humanidade. 
Nesse sentido, um dos grandes desafios atuais, inclusive da escola, é buscar alternativas possíveis de serem aplicadas para minimizar os impactos provocados pelo lixo, entre elas fortalecer o ensino da Educação Ambiental. Haja vista que os cuidados com o planeta devem ser uma preocupação de profissionais de todas as esferas, em especial aos educadores, que trabalham diariamente e diretamente com os alunos, no sentido de reeducar ambientalmente os cidadãos.
No entanto, apesar de saber-se da importância que a Educação ambiental representa na formação do indivíduo, ainda perdura no contexto escolar um ensino que não possibilita a prática desta atividade tão importante para o educando e quando esta acontece ainda é feita esporadicamente, o que distancia o aluno do hábito de um sujeito consciente com o meio em que vive. 
Em decorrência desta problemática, este projeto tem como finalidade criar possibilidades que venham minimizar os impactos socioambientais provocados pelo acumulo de lixo na escola e consequentemente no espaço extraescolar, fazendo com que os alunos adquiram conhecimento dos tipos de lixo, sua classificação, reaproveitamento, coleta seletiva, reciclagem e destino final do mesmo. 
	Nessa perspectiva, este trabalho é uma ferramenta de intervenção, que ao ser desenvolvido, terá a função de conscientizar, bem como, influenciar na postura e comportamento da classe estudantil e funcionários da escola estadual “José Ribamar Teixeira”, localizada na zona urbana do município de Porto Grande, que serviu como lócus deste estudo, tendo como suporte teórico vários estudos que abordam a temática aqui enfatizada. 
2 O LIXO: UM PROBLEMA MUNDIAL
Denominamos lixo todo e qualquer tipo de material ou resíduo sólido descartável pelas atividades humanas, em casa, na escola, nas ruas ou nas indústrias. A geração do lixo está diretamente ligada ao que é produzido, consumido e descartado. Fazendo uma retrospectiva histórica, pode-se afirmar que foi a partir da Revolução Industrial que seu processo de produção acelerou, estimulando consideravelmente a extração de matéria prima para a manutenção das fábricas.
 Para ser mais objetivo, o lixo é tudo aquilo que ninguém quer, são chamados também de rejeitos e passam por um processo de exclusão, por parte das pessoas, mas não pode ser deixado em qualquer lugar deve ser colocado de forma adequada em sacos plásticos e latas de lixo. 
Nas últimas décadas, com o desenvolvimento técnico e científico substâncias sintéticas, como plásticos e borrachas, foram criadas em laboratórios especiais, sendo largamente empregadas em nosso cotidiano e levando um tempo longo para se degradar. Esses materiais vão se acumulando com o tempo e provocando sérios impactos ambientais.
O lixo pode ser de diferentes naturezas, mas todos os tipos necessitam de cuidados especiais, de modo que sejam minimizadas suas consequências. Podem ser classificados como domiciliar (orgânicos, inorgânicos e tóxicos), comercial, industrial, hospitalar, público, entulho, radioativo (atômico), além de espacial (satélites, foguetes) que não retornaram a terra e não estão mais em funcionamento.
No Brasil o problema do lixo ainda é muito grande e um dos fatores que contribui para a poluição do solo são os lixões que se encontram em diversas localidades. 
Os aterros sanitários em muitos países desenvolvidos já existem para isso exigem-se planejamentos administrativos, investimento financeiro e um bom gerenciamento para que tudo funcionem de forma adequada, mais isso depende muito do poder público de cada região. Os autores Bizzo e Jordão destacam o seguinte
Por omissão do poder público, os lixões não são transformados em aterro sanitários, colocando em risco a saúde da população. E importante pressionar os governantes para suas responsabilidades ambientais. (BIZZO e JORDÃO, 2006, p 198)
A questão dos lixões traz muitos transtornos para a população, as pessoas que mais sofrem com isso são as que residem próximo a eles. As mesmas estão sujeitas a todo o tipo de doenças, e o aroma que exala é insuportável e tem a questão dos animais que se juntam nesses lugares para se alimentar com os restos de alimentos que ali se encontram. 
	Quanto ao terreno onde são formados esses lixões, geralmente ficam perto de rios ou dentro das cidades, os governantes tentam afastá-los dos moradores destinando terrenos bem distantes, mas algumas pessoas não têm noção do perigo e teimam em construir suas casas bem perto dos mesmos. 
Mudar esse conceito, e ver o lixo contendo materiais que podem ser reaproveitados, é uma questão de atitude, é só separá-lo do que pode ser útil. Para isso acontecer precisa-se de um sistema de reciclagem e, onde não tem, deve-se procurar outrosmeios de reduzir a quantidade de lixo produzido, fazendo uma revisão de seus hábitos de consumo. 
	O filósofo Edgar Morin, aponta a necessidade de se promover a Educação Ambiental como primeiro passo a ser dado, quando se deseja mobilizar pessoas para ações relativas à Ética e à Cidadania Ambiental. Na década de 80, a educação ambiental passou a ser um dos instrumentos da política nacional de meio ambiente, com a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, o Art. 225º diz: “Todos tem direito a um meio ambiente equilibrado, bem de uso comum ao povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as atuais e futuras gerações”. No mesmo documento destaca-se como função do poder público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
	No âmbito escolar, a educação ambiental vem sendo instrumento de preocupação das novas tendências curriculares. A esse respeito, o MEC, dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), propôs temáticas transversais que abrem espaço para se abordar o meio ambiente em todas as disciplinas do Ensino Fundamental. Objetivando promover um conhecimento capaz de educar e formar cidadãos conscientes de suas responsabilidades individuais e coletivas em relação à preservação e à conservação do ambiente global, e, assim, promover o que Morin denomina de “Cidadania Terrestre”.
3 RECICLAGEM
	A reciclagem do lixo é uma prática ainda não desenvolvida satisfatoriamente, mas pelo menos já está implantada em alguns setores industriais, Bizzo e Jordão (2003 p. 199) dão um exemplo “É o que acontece com grande parte das latas de alumínio, elas são recolhidas e derretidas para que novas latas sejam feitas”. Também tem o caso dos pneus velhos que são triturados e misturados aos asfaltos para servir de pavimentação de ruas. Para o meio ambiente a melhor solução é a reciclagem; reciclar um produto é evitar que ele vá para um lixão ou aterro sanitário, reaproveitar evita que matéria-prima seja extraída da natureza. 
Seria engano pensar que o processo de reciclagem não traz gastos, os produtos reciclados na maioria das vezes possuem custo maior do que um produto novo, mas é vantajoso e traz um grande benefício para o meio ambiente. Um grande passo para a reciclagem é estabelecer a coleta seletiva. 
4 COLETA SELETIVA
	
	A coleta seletiva é caracterizada pela separação dos materiais na fonte, pela população, cooperativas, sucateiros, beneficiadores ou recicladores que enviam a usina de triagem. A implantação da coleta seletiva provém principalmente da ação do desenvolvimento da reciclagem e da reutilização de uma parte do lixo que pode ser reaproveitado. 
A implantação do programa de coleta seletiva provém principalmente da educação ambiental que é a peça fundamental para o desenvolvimento de qualquer projeto. Esse sistema tem o objetivo de educar o cidadão para saber como cuidar do seu lixo e deve começar cedo, principalmente em escolas do Ensino Fundamental sem deixar de envolver a comunidade e principalmente o governo municipal.
5 REUTILIZAÇÃO DO LIXO
Pode-se reutilizar roupas, móveis, embalagens, garrafas plásticas, plásticos mudando a sua forma. Nas escolas professores e alunos utilizam materiais descartáveis para fazer trabalhos escolares.
Sabe-se o quanto é difícil mudar os hábitos já estabelecidos, mas para melhorar e colaborar com a saúde do planeta e com a nossa existência a mudança é a melhor solução. 
Os autores: Mano, Pacheco e Bonelli (2005, p 113) afirmam que “Para atingir o objetivo, é em geral adotada a filosofia comumente condensada sob a denominação 3R, que significa Reduzir, Reutilizar e Reciclar”. As pessoas tem que se conscientizar que a redução do lixo é uma das maneiras de colaborar com a sua própria saúde quanto menos lixo produzir melhores condições de vida para todos. 
Os fabricantes devem pensar na possibilidade do consumidor poder Reutilizar as embalagens dos produtos que consomem transformando em outras embalagens que podem ser utilizadas no dia a dia, algumas embalagens já são reaproveitáveis é o caso das garrafas pet, caixas de papelão, latas, potes de vidros, e outros, as pessoas podem preferir produtos que tenham refil. Geralmente pessoas da classe baixa aproveitam essas embalagens para armazenar mantimentos de seu consumo. 
6 LIXO PRODUZIDO NA ESCOLA
A escola é um ambiente onde se produz muito lixo, que são jogados principalmente pelos alunos, mesmo com a existência de lixeiras espalhadas pelo pátio. 
Direção, corpo técnico e professores, como mentores do processo educacional tem a função de orientar os alunos nestas questões, mostrando as consequências desse acúmulo de resíduos que eles distribuem dentro da escola. 
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) destaca.
Para o professor, a escola não é apenas lugar de reprodução de relações de trabalho alienados e alienante. É também lugar de possibilidade de construção de relações de autonomia, criação e recreação de seu próprio trabalho. (MMA, 2001, p. 30)
 
Sendo assim o educador não pode se prender só em ensinar e sim indicar caminhos que possibilitem ao educando criar suas próprias possibilidades e torne-se um ser crítico e consciente, dentro do mundo globalizado do qual está inserido. 
Segundo Barros 
Com a educação ambiental, o papel de alunos e professores é redimensionado, envolvendo uma relação dialógica em que ambos aprendem. Nessa situação, o conhecimento científico não é prescindível, mas tampouco tem maior valor que os saberes cotidiano trazidos por cada um. (BARROS, 2009, p.7)
	Os educadores conhecem o potencial de seus alunos não é difícil realizar ações que visem despertar no educando a concepção de que ele deve começar a mudar suas atitudes em relação à produção de lixo na escola, pois é de suma importância para a formação de cada indivíduo que ele terá consciência do que pode fazer para melhorar a limpeza no ambiente escolar. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação ambiental, como se sabe, é um instrumento eficaz de conscientização e de mudança de comportamento dentro e fora do ambiente escolar. Sendo assim, tendo tamanha relevância, faz-se importante despertar no educando o conhecimento da necessidade de cuidar do meio em que vive, seja na escola ou fora dela.
	Deste modo, a escola tem por obrigação proporcionar atividades constantes que estimulem bons hábitos de preservação do meio ambiente, bem como possibilitar ao aluno a oportunidade de ampliar as funções desta atividade, não a restringindo apenas a atividades esporádicas, em datas definidas e restritas, mas oportunizando ao discente a compreensão de que suas atitudes com o mundo em vivemos é que o mostrarão como um ser consciente - ou não - dos direitos e responsabilidades referentes à vida pessoal, coletiva e ambiental.
	Percebe-se, ainda, que vários fatores contribuem para que tenhamos alunos com pouca consciência da importância da preservação do meio ambiente, entre eles: aulas desconexas da realidade do aluno e falta de estímulo da família sobre o tema aqui exposto. 
	Portanto, vale ressaltar o papel indispensável da escola no processo de formação de pessoas com consciência ambiental, no sentido formal estruturar um comportamento ecologicamente correto que perpasse os muros da escola e cheguem à sociedade como um todo. 
REFERÊNCIAS
BARROS, Maria de Lurdes Teixeira. Educação ambiental no cotidiano da sala de aula: um percurso pelos anos iniciais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2009.
BIZZO, Nélio e JORDÃO, Marcelo. Ciências. São Paulo: Editora do Brasil, 2006.
MANO, Eloisa Bisosotto, PACHECO, Élen Beatriz Acordi Vasques, BONELLI Cláudia Maria Chagas. Meio ambiente, poluição e reciclagem. São Paulo: Blucher, 2005.
Ministério do Meio Ambiente – MMA. Educação ambiental: curso básico à distância: educação e educação ambiental II. Coordenação-Geral Ana Lúcia Tostes de Aquino Leite e Naná Mininni Medina. Brasília: MMA,2001.
RECICLAGEM E COLETA SELETIVA DO LIXO: desenvolvimento sustentável. Disponível em: www.tretapak.br. Acesso em 05 de julho de 2017, às 23 horas.
1 Graduada em

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