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02 Cristais e Processos de Cristalização

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará
4. Cristalografia
	Os minerais possuem estrutura interna ordenada que é característica dos “sólidos cristalinos”. Quando as condições de crescimento dos minerais são favoráveis, eles podem ser limitados por superfícies planas, lisas e limitantes, denominadas de faces, e assumem formas geométricas regulares usualmente conhecidas como “cristais”. No entanto, o termo “cristal” é usado na Mineralogia para descrever “qualquer sólido com uma estrutura interna ordenada independente de possuir ou não faces externas”. Como o desenvolvimento de faces não é freqüente durante o crescimento de cristais, sua ausência não muda as propriedades fundamentais de um cristal, sendo assim, a utilização do termo “cristal” com este sentido é compreensivo. Então, podemos considerar a seguinte definição para cristal:
Cristal é um sólido homogêneo que possui ordem interna tridimensional em toda sua extensão. 
O termo “cristalino” é usado para denotar o arranjo ordenado de átomos na estrutura de um cristal. O estudo dos sólidos cristalinos e dos princípios que governam seu crescimento, a forma externa e a estrutura interna é denominado de Cristalografia. Apesar de a Cristalografia ter surgido como um ramo da Mineralogia, hoje ela tornou-se uma ciência a parte relacionada não somente com minerais, mas com todos os materiais cristalinos.
	Os cristais dos minerais ou de outras substâncias cristalinas podem ser classificados quanto ao desenvolvimento de faces em:
Euédricos –	cristais que apresentam faces bem formadas ou perfeitas.
Subédricos – 	cristais que apresentam faces imperfeitamente desenvolvidas.
Anédricos –	cristais que não apresentam faces.
As substâncias cristalinas podem ser classificadas quanto à natureza cristalina ou cristalinidade em:
Macrocristalinas – substâncias cuja natureza cristalina é determinada a olho nu, ou seja, sem o auxílio de instrumentos óticos.
Microcristalinas – substâncias que ocorrem como agregados finamente granulados que sua natureza cristalina somente pode ser determinada com o auxílio de um microscópio.
Criptocristalinas – substâncias na forma de agregados cristalinos tão finamente divididos que os cristais não podem ser individualizados com microscópio, mas podem ser detectados pela técnica de difração de raios-X.
As substâncias que não apresentam estrutura interna ordenada são denominadas de Substâncias Amorfas. As substâncias amorfas de ocorrência natural recebem a denominação de Mineralóides (opala, obsidiana, garnierita, etc).
4.1 - Processos de Cristalização dos Minerais
A origem de um mineral está condicionada aos “ingredientes químicos” e às condições físicas (temperatura e pressão) reinantes no seu ambiente de formação. Assim sendo, minerais originados no interior da Terra são geralmente diferentes daqueles formados na sua superfície. Um mineral pode se formar de diferentes maneiras, por exemplo, a partir de uma solução, de um material em estado de fusão ou de um vapor. Os átomos nesses estados de desordem têm uma distribuição aleatória, mas com mudanças de temperatura, pressão e concentração eles podem agrupar se em um arranjo ordenado característico do estado cristalino. O processo de cristalização tem início com a formação de um núcleo, um diminuto cristal que funciona como uma “semente”, ao qual o material vai aderindo, com o conseqüente crescimento do cristal.
Cristalização a partir de uma Massa em Fusão:
A formação de cristais a partir de uma massa em fusão ocorre durante a formação de minerais das rochas ígneas pelo resfriamento e cristalização do magma de acordo com as temperaturas de cristalização de cada mineral. Quando o magma se resfria, os vários íons são atraídos uns para os outros, formando os núcleos cristalinos dos diferentes minerais e a cristalização progride com a adição de mais íons, nas mesmas proporções, para formar os cristais dos minerais das rochas ígneas. Exemplos: anfibólios, feldspatos, ilmenita, micas, olivina, piroxênios e quartzo. 
Cristalização a partir de uma Solução:
Este processo ocorre quando os íons presentes em uma solução atingem o estado de saturação (pela evaporação do solvente e pela diminuição da temperatura e pressão) e precipitam, agrupando-se e constituindo gradualmente sólidos cristalinos, ou seja, cristais dos minerais de rochas sedimentares químicas. Exemplos: aragonita, barita, calcita, dolomita e gipso.
Cristalização a partir de um Vapor:
Trata-se de um processo de cristalização menos comum do que os outros, porém, os princípios que estão na base da cristalização são os mesmos. Os átomos ou moléculas dissociados, mediante o resfriamento do gás, unem-se cada vez mais, até precipitarem e formarem sólidos com estrutura cristalina ordenada. Exemplos: enxofre, gelo e pirita.
Cristalização a partir de Minerais preexistentes:
Este processo ocorre quando os cristais dos minerais de qualquer tipo de rocha são colocados em condições de pressão e temperatura elevadas e a ação de fluídos quimicamente ativos, em profundidade, diferente das condições em que foram formados, sofre um rearranjo cristalino passando a constituírem cristais maiores ou de diferentes espécies minerais. Este processo é conhecido geologicamente como Metamorfismo e origina os cristais de rochas metamórficas. Exemplos: andaluzita, cianita, clorita, mica e talco.
Mineralogia
Prof. Mário Vasconcelos

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