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Unidade I- Aspectos Gerais do Direito Civil

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Unidade I: Aspectos Gerais do Direito Civil
Direito Civil Constitucional:
Conceito: “É a corrente metodológica que defende a necessidade de permanente releitura do Direito Civil à luz da Constituição.” – Anderson Schreiber.
Direito Civil como concretização da vontade do constituinte
Principais pilares constitucionais:
Principio da igualdade (Art. 5o, CAPUT, CF)
Igualdade formal: Conferir o mesmo tratamento à todas as pessoas; 
Igualdade material: Tratar as pessoas desigualmente na medida dos fatores que as desigualam.
Ex: Cotas; Vagas reservadas em concursos públicos para deficientes físicos – Dar prerrogativas para que atinja o equilíbrio, buscam reestabelecer o equilíbrio em situações de desigualdade social.
A Constituição Federal confere a igualdade material.
Ex: A mulher tem a prerrogativa de processar em seu próprio domicílio, exemplo de igualdade material porque a mulher se encontra faticamente em situação de desigualdade no âmbito do país inteiro. Esse exemplo é chamado de constitucionalidade transitório, pois ainda não se concretizou a igualdade, mas que um dia atingira.
Principio da solidariedade social: (Art. 3a, 1, CF):
Princípio que busca a consolidação de uma sociedade justa, solidária e livre. – O instrumento para se concretizar essa solidariedade social é o Direito Civil.
Ex: Pensão alimentícia - Se queremos uma sociedade solidária, isso pressupõe que um se coloque no lugar do outro, reconhecer que vive em grupo e que deve abrir mão da sua individualidade para a coletividade. A partir desse princípio os juízes passaram a estipular prazos para a pensão alimentícia: A ex-mulher que dependia do marido durante o casamento ou vice-versa durante um tempo recebe pensão (Ganhou o nome, pela jurisprudência, de alimentos transitórios) 
Princípio da dignidade da pessoa humana (Art. 1a, III CF):
“É um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida, constituindo-se em o mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar.” – Professor Alexandre de Moraes
Estabelece a proteção para uma pessoa apenas por ela ser pessoa. Diferente do Código Civil de 1916, na qual a preocupação era apenas o patrimônio, hoje há a necessidade de proteger a pessoa por ela ser o fim em si mesma, não o meio. 
Ex: Até a década de 70 não se admitia o divórcio, o filho fora do casamento era chamado de bastardo, não tinha direito a pensão, a ser registrado, a ter o sobrenome do pai. A preocupação do Estado era com o próprio Estado, o Estado forte é o que tem sociedade forte, sociedade forte é o que tem família forte e família forte é a que é constituída por meio do casamento.
Despatrimonialização e funcionalização dos institutos do Direito Civil:
Despatrimonialização:
Mudança de paradigmas no Direito Civil, ou seja, deixar de considerar o patrimônio como foco, preocupação, fim maior do Direito Civil. Sendo trocado para a proteção à pessoa por sua condição humana.
Funcionalização:
Atribuir funções sociais aos institutos do Direito Civil, funções estas interligadas à função maior: a função da Constituição Federal, que tem como finalidade promover a dignidade da pessoa humana.
Ex1: Propriedade – O que é seu deve ser assegurado, mas não deve ser tratado como bem maior, ou seja, tem que fazer uso da propriedade pois, ao fazê-la produzir estará desempenhando uma função social.
Ex2: Contrato – O Contrato, todo acordo entre duas ou mais pessoas seja ele verbalizado ou escrito, deve cumprir sua função social. O contrato deve agir como efetivo instrumento de circulação de riquezas.
Ex3: Família – Deixou de ser um fim em si mesmo e passou a ser um meio, um instrumento: antigamente a família era um fim em si mesmo, hoje a família é um meio para a busca da plenitude existencial, a preocupação migra do instituto família para o próprio ser humano. 
Princípios fundamentais do novo Código Civil:
Operabilidade: Utilização de medidas para tornar o código mais operacional. Mecanismos para tornar o Código mais fácil de ser manuseado.
1a medida – Adoção de um vocabulário mais preciso e técnico: supressão de expressões vulgares, e etc.
Ex: Código Civil de 1916, “loucos de todos os gêneros”; distinção de sociedade e associação (A associação não tem fim lucrativo e a sociedade tem). 
2a medida – Adoção de normas genéricas ou cláusulas gerais: cláusulas abertas que concedem maior atuação dos juízes
Ex: Art. 11a CC, o rol dos direitos da personalidade é exemplificativo.
Socialidade: Substituição do individualismo pela socialização das relações patrimoniais.
Ex: a própria função social da propriedade.
Eticidade: Introdução ao código de valores éticos, que vão permitir que o juiz considere a boa fé e a probidade (honestidade) de alguma das partes em uma relação jurídica
Ex: Art. 422CC – Deve-se observar a boa fé das partes “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.
 Ex2: Art. 113CC – “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.”
OBS: Código Civil de 1916 é patrimonialista e individualista por ser inspirado no Código francês (Código de Napoleão) com ideais liberais.

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