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O positivismo é considerado a primeira escola de Criminologia

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O positivismo é considerado a primeira escola de Criminologia. Com a Revolução 
Industrial no século XIX, o desenvolvimento do capitalismo e das ciências naturais,
bem como o aumento da criminalidade, nasce o estudo científico do crime e, principalmente, do criminoso.
Lombroso criou a escola positivista criminológica. Ele foi o médico que desenvolveu a teoria do “criminoso nato”, segundo a qual uma parte dos criminosos já nascia com uma espécie de disfunção patológica que o levaria, invariavelmente à prática do crime. Para ele, o criminoso era um subtipo humano, degenerado e atávico.
Para Lombroso, esta disfunção se exteriorizava na aparência e no comportamento do sujeito, que podiam ser estudadas para que se pudesse identificar o criminoso pela sua aparência. Assim, ele estudou as vísceras dos criminosos, crânio, linguagem, tatuagens, letra, comportamento etc. Para ele, as penas deveriam ser por tempo indeterminado para os corrigíveis e perpétuas se incorrigíveis.
Clique aqui para ver um exemplo de estudo de Cesare Lombroso.
Enrico Ferri foi o advogado e político responsável pelas críticas à “escola clássica”, expressão criada por ele para denominar aqueles que não eram adeptos das ideias positivistas. Ele defendia que outros elementos poderiam determinar a prática do crime, não só o biológico, mas também fatores individuais (raça, sexo), sociais (família, religião) e físicos (clima, temperatura). Criou a teoria dos “substitutivos penais”. Ferri entendia que a ordem social burguesa tinha que ser defendida a todo custo, inclusive com o sacrifício dos direitos individuais, o que ele chamava de teoria do relógio quebrado.
É a defesa de que crimes leves devem ser severamente punidos 
para se inibir crimes mais graves.
Rafael Garófalo era magistrado e criou o conceito de “delito natural”, sendo o crime uma ofensa feita à parte mais comum do senso moral formada pelos sentimentos de piedade e probidade (justiça). Dessa forma, o crime seria condutas nocivas em qualquer sociedade.
Constata-se que o positivismo foi uma teoria extremamente racista que auxiliou a legitimar políticas imperialistas na Àfrica, políticas criminais repressivas, e a solidificação, posteriormente, do próprio nazismo. Os 3 defendiam a prisão perpétua, Rafael Garófolo e Enrico Ferri, a pena de morte para os irrecuperáveis
Positivismo no Brasil
Como os estudos positivistas tinham como objeto o criminoso, o melhor e mais seguro local para encontrá-los seria na cadeia.
Mas, lá chegando, que parcela da população era encontrada em maior número? Os negros.
Assim, essa teoria ajudou a concretizar a imagem do negro como marginal, conferindo o aval da ciência de que a raça negra era inferior e voltada para o crime, reforçando o estereótipo do criminoso.
Com o amparo científico possibilitando a identificação do criminoso pela sua aparência, o Direito Penal se vê legitimado a punir condutas que
exteriorizem esta “periculosidade”, modelando-se a um “Direito Penal do autor”. Ou seja, pune-se pelo que o sujeito é, e não pelo que ele fez,
sendo o crime um sintoma de um “estado do autor”.
Um exemplo disso é a criminalização da capoeira na primeira República. Tal prática era constituída pela reunião de “negros vadios que, pela aglomeração, aproveitavam-se para praticar pequenos furtos”.
Ainda presente nos dias de hoje, a análise da personalidade do réu é usada para o cálculo e definição de pena, assim como seus antecedentes, culpabilidade e sua conduta social (Art. 59 do CP).
Isso vai de encontro a um “Direito Penal do fato”, mais compatível com um Estado democrático de direito, que pune o sujeito pelo fato praticado, e não pelo que ele é.

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