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Fichamento Sobre “A TEORIA DA CONSTITUIÇÃO NA OBRA DE CARL SCHMITT”

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FACULDADE DOS GUARARAPES –UNIFG 
BACHARELADO EM DIREITO – TURMA 1NA 
 
 
 
 
 
 
FICHAMENTO 
 
 
EVERALDO VINICIUS AGUIAR MORAIS 
 
 
GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
 
 
 
JABOATÃO DOS GUARARAPES - PE / 2018.1 
 
 
 
 
 
Fichamento acerca do artigo: “A TEORIA DA CONSTITUIÇÃO NA OBRA DE 
CARL SCHMITT” 
 
 
“Sua obra constitui um vasto trabalho dissertativo e criativo acerca de pontos e 
estruturas jurídicas, filosóficas, éticas e culturais, tendo produzido efeitos concretos 
tanto no campo da construção quanto no da compreensão acerca daquilo que é o 
direito.”(p. 292). 
 
“Há diferença entre a ideia material de Constituição e o conceito formal de constituição, 
o qual a coloca, neste último caso, como um mero sistema de normas, sem 
obrigatoriedade de consonância com a realidade do povo e sem obrigatoriedade de ser 
ideal.”(p 295). 
 
Sua problemática é acerca das terminologias “Constituição e constituição”, sendo essas 
diferentes visto que no seu estudo é tratado como “conceito formal” e “conceito 
material” e o “conceito formal” é um “mero sistemas de normas” o que claramente é 
moldável com o tempo e reivindicações populares. 
 
“De forma comparativa, se traçar um paralelo com a teoria normativista elaborada por 
Hans Kelsen, verificar-se-á que ideia de constituição como lei de mais elevado grau 
(norma) não passaria, nos moldes schmittianos, de uma ideia relativa da Constituição.” 
(p 295). 
 
Visto que essa norma é elaborada para representar uma sociedade e moldar seu 
comportamento, assim como meio de frear a liberdade dos cidadãos, à medida que essa 
não se adequa às necessidades sociais, a mesma pode ser deposta. 
 
“a constituição através de sua maneira de ser, poderia se chegar a três concepções: 
a) a constituição representa a situação de unidade política e ordenação social de um 
determinado Estado. A constituição diz o que o Estado, já organizado, é. 
b) a constituição é a ordem normativa de um Estado, ou seja, diz a forma de governo e o 
estatuto da sociedade organizada jurídica e normativamente. A constituição aponta 
como o Estado deve-ser e 
c) a constituição é o devir histórico e contínuo de um Estado, isto é, algo em constante 
mutação.”(p 295- 296). 
 
“Como ponto último dessa questão está, pois, a Constituição, que é esse agrupamento 
primeiro entre pessoas que se reconhecem consoante um referencial (amigos) e que, 
através da força, decidem como a vida será ordenada. Em outras palavras, sendo 
 
vitoriosas, essas pessoas constituirão um mundo político segundo aquilo que decidiram 
– a decisão que os permitiu ser se torna, assim, a decisão política fundamental.”(p 297). 
 
Como por exemplo, no final da Ditadura Militar e com a redemocratização do Brasil 
novos presidentes foram eleitos e no governo de ​José Sarney uma Assembléia 
Constituinte foi instaurada a fim de consolidar os interesses de um Estado Democrático 
de Direito, evidenciando assim que um grupo decide e organiza como será a vida em 
sociedade no Estado. 
 
 
“Desta forma, o conceito de Constituição é aquele que captura seus elementos em um 
lugar além do texto constitucional, qual seja, a efetiva organização de um povo sob uma 
vontade unitária, anteriormente decidida e vitoriosa na relação (de guerra) 
amigo-inimigo. Por derradeiro, a relativização do conceito de Constituição, ao seu 
tempo, é aquele que fica estritamente vinculado a características formais (SCHMITT, 
2008, p. 37), ou seja, algo que compreende unicamente aqueles dispositivos convertidos 
em leis constitucionais e que nivela todas as regras, independente do conteúdo, como 
hierarquicamente inferiores à Constituição.”(p 298). 
 
“A rigor, é preciso que vários fatores sejam conjugados para que se tenha aquilo que na 
tradição constitucional ocidental comumente se conhece por constituição escrita, tais 
como (i) documentação; (ii)poder competente; (iii) demonstração de conteúdo; (iv) 
possuir estabilidade (o que implica também em dificuldade de modificação) e (v) existir 
um procedimento de elaboração material (ser convencionada, pactuada, jurada, etc.)”(p 
298-299). 
 
“Dentro desse contexto é que estão os elementos que ligam as duas constituições: são os 
elementos de estabilidade que marcam a ponte entre a Constituição e a constituição 
formal, pois compõem o núcleo único que representa a vontade unitária do povo.”(p 
299). 
 
Sendo assim a população exerce um papel muito importante acerca das normas gerais 
que regerão seu país, pois se essas não forem de encontro com o seus interesses perde-se 
o sentido. 
 
“Por isso, a constituição em sentido positivo pressupõe um ato do poder constituinte, o 
qual existe pela decisão de um povo em construir um sistema de direito (SCHMITT, 
2008, p. 45). Desta forma, a constituição não é algo que se dá a si mesma, como uma 
autorização ao seu existir, mas algo que é dado por unidade política concreta e efetiva 
(SCHMITT, 2008, p. 46).”(p 299-300). 
 
 
“A decisão primeira – bem como os dispositivos constitucionais que refletem – são mais 
que a constituição positivada e que as leis. São, antes, as decisões fundamentais, 
políticas e concretas. Por essa razão é que teoria do direito pensada por Carl Schmitt a 
partir da teoria da Constituição é chamada de decisionista: o direito só existe por uma 
decisão que o permitiu existir, independente do que foi decidido ou da maneira pela 
qual ele venha a se materializar.” (p 300). 
 
“o texto da lei constitucional não poderá sofrer ataques reiterados e, tampouco, ser 
vilipendiado ou ter sua vigência negada pelos poderes constituídos. Visto por outro 
ângulo, a constituição não poderá ser modificada pelo Poder Legislativo, Executivo ou 
Judiciário. Por essa razão, quando da obra “O Guardião da Constituição”, Schmitt 
dissertou sobre a necessidade de um Poder “Neutro” que, a exemplo do que foi o Poder 
Moderador na constituição brasileira de 1824, estaria acima de todos os outros poderes e 
serviria para a defesa da decisão política fundamental.”(p 301). 
 
Esse fragmento de texto é de suma importância, haja vista que mesmo que exista uma 
subordinação de Constituição e constituição, essa não pode sofrer alterações e deve ser 
protegida. 
 
“Outra importante demarcação feita na teoria pensada por Carl Schmitt é a necessidade 
de compreensão do que significa Lei Fundamental, haja vista que somente desta forma 
se poderá compreender o que é o direito constitucional na obra estudada. Lei 
Fundamental, segundo Schmitt, pode ser compreendida segundo nove acepções, 
observe-se: 
a) todas as leis ou disposições que aparentam ser de singular importância política a 
pessoas ou grupos politicamente influentes em um momento dado; 
b) uma norma absolutamente inviolável, que não pode ser reformada ou 
transgredida/transposta; 
c) toda norma relativamente invulnerável, que somente pode ser reformada e transposta 
em hipóteses rígidas (processo dificultoso); 
d) o último princípio da unidade política e da ordenação de conjunto; 
e) qualquer princípio da organização estatal (direito fundamentais, divisão dos poderes, 
princípio monárquico, o chamado princípio representativo); 
f) a norma última para um sistema de imputações normativas. Nesse sentido, destaca-se 
o caráter normativo da lei fundamental, na qual se acentua sua característica de lei; 
g) toda regulação orgânica de competência e procedimento para as atividades estatais 
politicamente mais importantes. Dentro de uma Federação, trata-se da delimitação dos 
direitos desta em relação aos direitos dos demais entes federativos; 
h) toda limitação normativa das faculdades ou atividades do poder estatal; e 
i) a constituição em sentido positivo.”(p 302-303). 
 
 
“Aliás, é justamente por força dessas categorias que Schmitt diz ser a Constituição um 
elementoposterior ao pacto social. O poder constituinte, portanto, demanda uma 
unidade de poder, ou seja, que a pluralidade de sujeitos (potencialmente constituintes) 
acordem na existência de um só poder constituinte (SCHMITT, 2006, p. 86).”(p 303). 
 
“Em síntese, a constituição e a lei, aos olhos da teoria decisionista, não são somente os 
instrumentos estatais para intervenção ou limitação da vida, mas um meio pelo qual será 
executada a vontade soberana, ou seja, são formas jurídico-normativas de parte da 
Constituição Material. Em outras palavras, a constituição, as leis e o direito demarcam o 
limite e estabelecem o que formalmente se pode fazer (SCHMITT, 2006, p. 160-161), 
mas junto a eles reside, silenciosamente, a decisão que os permite existir.”(p 306). 
 
Este artigo é rico em informação e esclarecedor, pois ele trata de forma sistemática e 
didática assuntos de suma importância no ordenamento jurídico, e todo estudante de 
Direito deve ter esse conhecimento fixado para futuras indagações. Portanto a 
Constituição que é material segundo Schmitt deve exercer na sociedade uma força 
maior e a constituição formal deve estabelecer as normas propostas pelos cidadãos no 
cenário normativo.

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