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Grazielle Motta Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
Fuso Neuromuscular e Órgão Tendinoso de Golgi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2013 
Grazielle Motta Rodrigues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fuso Neuromuscular e Órgão Tendinoso de Golgi 
 
 
Trabalho avaliativo 
Disciplina de Anatomia Humana 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
Professor Fernando Soares Camelier 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2013 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 04 
1 O SISTEMA NERVOSO CENTRAL 06 
2 O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 13 
3 OS MÚSCULOS E A CONTRAÇÃO MUSCULAR 15 
4 O ARCO REFLEXO 19 
5 SISTEMA MOTOR SOMÁTICO 21 
5.1 Fuso Neuromuscular 24 
5.2 Órgão Tendinoso De Golgi 29 
CONCLUSÃO 32 
REFERÊNCIAS 33
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nosso cérebro tem como função a execução de inúmeras funções, no entanto 
todas são secundárias àquela de movimentação do nosso corpo. Para a nossa 
movimentação é necessário que diversas estruturas do corpo trabalhem em conjunto, 
como o sistema nervoso central, sistema nervoso periférico, músculos e sistema motor 
somático. 
Para a contração muscular acontecer, e então, darmos início à movimentação do 
corpo, seja para se levantar um copo ou para uma longa caminhada, existe uma série de 
processos que ocorrem no nosso corpo, envolvendo diversos órgãos e estruturas. Dentre 
as estruturas importantes para a execução do movimento está o fuso neuromuscular, que 
trata-se de mecanorreceptores, agrupados como junções de fibras especializadas 
envoltas em uma cápsula, que possui inervações de neurônios motores e sensoriais. 
Outro mecanorreceptor importante, que será apresentado neste trabalho, é o 
Órgão Tendinoso de Golgi, estrutura músculo-tendínea que auxilia de forma 
imprescindível no controle do movimento. O órgão tendíneo de Golgi, associado ao 
fuso neuromuscular, forma uma complexa rede de informações motoras para o 
movimento, e consequentemente, nossa locomoção. 
No entanto, é necessário mais do que apenas mecanorreceptores para que haja a 
movimentação. Do sistema nervoso central, onde se encontram todas as estruturas 
neurais localizadas no crânio e coluna vertebral, partem neurônios motores α, β, e 
motoneurônios Ɣ, que inervam as fibras do fuso neuromuscular e desencadeiam a 
contração. No sistema nervoso periférico estão localizadas as fibras neurais que inervam 
os músculos, e realizam sinapses com as fibras. 
Os músculos são parte fundamental da nossa locomoção. O músculo estriado 
esquelético promove a contração muscular, permitindo o movimento voluntário. Este 
músculo possui inervações e mecanorreceptores que atuam tanto voluntariamente, a 
partir de um comando previamente desejado, como em uma ação involuntária, a partir 
de um arco reflexo, gerado a partir de uma memória sensorial. 
A partir de agora, será feito uma breve apresentação destes conceitos 
fundamentais de Anatomia Humana e Fisiologia para que possamos entender como os 
 
5 
 
mecanorreceptores fuso neuromuscular e órgão tendinoso de Golgi atuam no processo 
que desencadeia o movimento. 
 
 
6 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
Sistema Nervoso Central – SNC – é o termo que reúne todas as estruturas 
neurais localizadas no crânio e coluna vertebral. Para melhor compreensão, podemos 
dividi-lo em partes que obedecem a uma hierarquia ascendente de complexidade. Esta 
classificação pode ser descrita conforme Robert Lent, professor titular do Instituto de 
Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sintetizou em seu livro 
Cem Bilhões de Neurônios? Conceitos fundamentais de Neurociência no quadro abaixo. 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
Encéfalo 
Medula 
Espinal 
Cérebro Cerebelo Tronco Encefálico 
Telencéfalo 
Diencéfalo 
Córtex 
cerebelar 
Núcleos 
Profundos 
Mesencéfalo Ponte Bulbo Córtex 
Cerebral 
Núcleos 
da Base 
 
Tabela 1 - classificação hierárquica das grandes estruturas anatômicas 
 
Como podemos observar a Tabela 1, no topo desta hierarquia temos o Encéfalo, 
parte do sistema nervoso central situado no interior da caixa craniana. O encéfalo possui 
uma estrutura e superfície irregular, cheia de dobraduras e saliências, que permite 
reconhecer nele diversas subdivisões. O encéfalo tem funções complexas, estando 
responsável por toda função cognitiva e afetiva dos seres humanos, além de funções 
correspondentes do que os animais de outras espécies são capazes. A parte interna do 
encéfalo possui câmaras cheias com líquido cérebro espinal (LCE), denominados 
ventrículos. 
 
7 
 
 
Vista lateral do encéfalo 
Como é possível observar, também na tabela, o encéfalo se subdivide em três 
porções: cérebro, cerebelo e tronco encefálico. 
O cérebro representa a porção mais “externa”, com a superfície irregular, que se 
dá pela presença de sulcos e giros, que em seu conjunto delimitam os lobos cerebrais, 
que podem estar divididos precisamente, como no caso dos lobos temporal, parietal e 
frontal, ou não tão precisos, como o lobo parietoccipital ou o insular, que é um lobo 
profundo. A superfície é dividida em dois hemisférios cerebelares – hemisfério direito e 
hemisférios esquerdo (como na imagem abaixo), onde encontramos as delimitações dos 
lobos, é o córtex cerebral, região onde estão concentradas as funções neurais e psíquicas 
mais complexas. No interior do cérebro encontramos os Núcleos da Base o Diencéfalo, 
os quais não podem ser vistos da superfície, pois se tratam de estruturas profundas. 
 
Hemisférios Cerebrais, e ao centro a fissura longitudinal, que divide os dois hemisférios 
 
8 
 
 O cerebelo pode ser considerado um “cérebro em miniatura” uma vez que sua 
superfície é irregular também e possui sulcos e giros; no entanto, os sulcos do cerebelo 
são denominados fissuras e os giros de folhas. Semelhantemente ao cérebro, o cerebelo 
possui em sua interior os núcleos profundos, que não são possíveis de se visualizar em 
um exame de superfície. 
A terceira porção do encéfalo é o Tronco Encefálico é subdividida em três 
partes: o mesencéfalo, que é uma “continuidade” do diencéfalo, situada ao centro do 
cérebro; a ponte, estrutura intermediária do tronco encefálico; e o bulbo, que também é 
denominado medula oblonga, pois sua continuidade dá origem à Medula Espinal. É do 
tronco encefálico que surgem 10 dos 12 pares de nervos cranianos. 
 
Tronco e Cerebelo 
Ainda, ao lado do cérebro na hierarquia das grandes estruturas anatômicas, 
temos a medula espinal. A medula se estende desde a parte posterior do tronco 
encefálico até a altura das vértebras lombares e possui um formado cilíndrico, passando 
por entre os forames vertebrais, que a protegem. Suas funções são motoras e sensitivas, 
nas quais se destacam as funções relacionadas ao funcionamento imediato do corpo. 
 
9 
 
 
Vista lateral e posterior da medula espinal 
 Tanto o encéfalo quanto a medula são protegidos por estrutura denominadas 
meninges, que dão proteção contra choques mecânicos, por exemplo. São elas a dura-
máter (mais externa, espessa e resistente), a aracnoide (mais interna à dura-máter, que 
possui em seu interior o líquido cefalorraquidiano ou cérebro espinal, que forma um 
colchão liquido que envolve o sistema nervoso central) e a pia-máter (mais aderida às 
estruturas, que possui, entre outra funções, o papel de fornecer sustentação aos tecidos 
nervosos, que possuem uma textura mole). 
As estruturas apresentadas até agora são formadas por estruturas escuras e 
claras. As estruturas claras recebem a denominação de Substânciaou Matéria Branca, e 
possuem uma vasta concentração de fibras nervosas, que em sua maioria possuem um 
envoltório esbranquiçado gorduroso, que lhe confere esta aparência. Já as estruturas 
mais escuras recebem a denominação de Substância ou Matéria Cinzenta, a qual possui 
uma menor quantidade desse envoltório gorduroso, além de possuir corpos neuronais. 
No cérebro, possuímos a substância cinzenta no córtex, e a substância branca 
internamente. Entretanto, na medula ocorre o oposto, pois possuímos a substância 
branca no córtex medular, e a substância cinzenta internamente, numa região 
denominada córtex medular. 
 
10 
 
 
A substância branca fica localizada entre a substância cinzenta situada no córtex cerebral e nos núcleos 
da base (Imagem A). Na medula a substância cinzenta está localizada no H medular. 
 
Mas... E o que são os neurônios? 
 Os neurônios são as unidades morfofuncionais fundamentais do tecido nervoso, 
cuja função é receber, processar e enviar informações. Após o nascimento, em sua 
grande maioria, os neurônios não se reproduzem, e os que por programa natural ou 
trauma morrem, não serão substituídos. 
Os neurônios são células extremamente excitáveis que se comunicam entre si, ou 
com células musculares e escretoras, que produzem e veiculam sinais elétricos, que são 
capazes de codificar tudo que nosso organismo percebe do mundo exterior, como 
movimentos, percepção de localização, locomoção até mesmo interiormente, a partir da 
nossa atividade mental, operando em grandes conjuntos que formam circuitos ou redes 
neurais. 
Estas células, como todas as demais do nosso corpo, possuem uma membrana 
plasmática que envolve um citoplasma que contém diversas organelas necessárias para 
seu funcionamento, como o núcleo, onde se encontram as informações genéticas; 
mitocôndria, necessária para obtenção de energia; retículo endoplasmático, parte do 
metabolismo celular, entre outras organelas. No entanto, o que diferencia o neurônio das 
demais células é a morfologia adaptada para o processamento de informações. 
Existem neurônios com diferentes tipos morfológicos, onde o corpo neural (ou 
soma neural) apresenta grandes tipos de prolongamentos, os dendritos, que possibilitam 
aumentar a área de percepção das informações aferentes, que são as informações que o 
neurônio recebe. 
B 
 
11 
 
No entanto, o neurônio também emite informações para outras células de um 
circuito neural, ou seja, tem função também eferente, através de seu axônio. O axônio é 
a porção terminal do neurônio, onde está concentrada a saída de informações da célula, 
a muitos outros neurônios de um circuito, razão pela qual o axônio se ramifica 
profusamente na sua porção terminal. Na imagem abaixo, possível visualizar neurônios 
de diferentes tipos morfológicos, localizados em diferentes regiões do sistema nervoso. 
 
 
Psudounipolar (A), estrelado (B), de Purkinje (C), unipolar (D) e piramidal (E). 
 
Os axônios de neurônios semelhantes podem se associar em tratos ou feixes no 
Sistema Nervoso Central, ou Sistema Nervoso Periférico (que será apresentado adiante), 
que são verdadeiros cabos de comunicação, associados em regiões diferentes do corpo, 
cujo objetivo principal e essencial é conduzir sinais com a maior velocidade possível. 
A região de contato entre o dendrito de um neurônio e uma fibra nervosa (ou 
mais raramente outro axônio) é chamada de sinapse. A sinapse são os locais de 
transmissão do impulso entre as células pré-sinápticas (um neurônio) e pós-sinápticas 
(outro neurônio, célula muscular, ou célula glandular). É uma região especializada no 
processamento de informações pelo sistema nervoso, em que os sinais que chegam de 
um neurônio podem passar por alterações, podendo ser bloqueados totalmente ou 
parcialmente e ainda modificados. Podemos então inferir que a sinapse é o local onde o 
sistema nervoso não apenas recebe a informação, mas também a processa e transforma. 
As sinapses podem ser elétricas, em que a transmissão do impulso é muito mais rápida 
 
12 
 
ou podem ser químicas, que é a maneira mais comum de comunicação entre duas 
células nervosas. 
 Cada neurônio recebe milhares de sinapses, e esse grande número de 
informações pode ser combinado, gerando impulsos nervosos, principal atribuição do 
neurônio. 
 
 
 
13 
 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
 
O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é a porção do sistema nervoso situado fora 
do SNC, que conduz os impulsos nervosos do encéfalo para a medula espinal e da 
medula espinal para o encéfalo. 
Os nervos são os principais componentes do sistema nervoso periférico, e podem 
ser encontrados em todas as partes do corpo, onde uma de suas extremidades está 
conectada ao sistema nervoso central, e a outra à um órgão. Muito devido a isso, os 
primeiros anatomistas os consideravam como “cabos de conexão”. 
Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas 
reforçadas por tecido conjuntivo, que podem ser cranianos, caso saiam diretamente do 
encéfalo, ou espinais, no caso dos que saem da medula espinal; o calibre dos nervos se 
modifica ao longo da sua disposição, sendo maiores próximos ao sistema nervoso 
central, e mais finos nas suas terminações nos órgãos, pois as fibras nervosas se 
ramificam profusamente, terminando em estruturas microscópicas especializadas. Tanto 
os nervos cranianos quanto espinais podem estar veiculados tanto a informações 
sensitivas, quanto motoras, somáticas ou viscerais, podendo até mesmo serem mistos. 
 
Sistema Nervoso Periférico. Em A temos os Nervos Cranianos, em B nervos espinais e em C os nervos 
periféricos que se espalham pelo corpo 
 
14 
 
 Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo, num número total 
de 12 pares. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 emergem do tronco encefálico, e 
apenas o I e II pares emergem do telencéfalo e diencéfalo, respectivamente. São 
formados por componentes aferentes (que recebem a informações) e eferentes (que 
emitem informações). 
 Nervos espinais são aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são 
responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça. São 31 pares, 
correspondentes aos 31 segmentos medulares, separados em porção cervical, torácica, 
lombar, sacral e coccígea. Cada nervo espinal está ligado à medula espinal por uma raiz 
dorsal (posterior) e uma raiz ventral (anterior). Ao passar pelo forame intervertebral, 
cada nervo se divide em dois ramos principais: posterior e anterior. 
 Os ramos anteriores formam plexos, que são anastomoses de fibras nervosas dos 
ramos ventrais dos nervos espinhais, que dão origem aos nervos periféricos (exceto os 
nervos torácicos, que não formam plexos). 
 O sistema nervoso periférico também é formado por gânglios, uma massa de 
tecido biológico junto à um agrupamento de células nervosas situadas nas proximidades 
do sistema nervoso central ou próximos, e até mesmo dentro, das vísceras. 
 
 
15 
 
OS MÚSCULOS E A CONTRAÇÃO MUSCULAR 
 
Nosso corpo é formado por três tipos de tecido muscular: músculos liso, estriado 
cardíaco e estriado esquelético. 
Os músculos lisos estão localizados nas paredes dos vasos sanguíneos e das 
vísceras, assim como na derme da pele. Suas células não possuem estrias, por isso 
denominado músculo liso. O músculo liso está sob controle involuntário, sendo 
regulado pelo sistema nervoso autônomo, por hormônios e em condições fisiológicas 
locais. Por isso, o músculo liso também é denominado músculo involuntário. 
 
Representação do tecido muscular liso 
O músculo cardíaco é limitado ao coraçãoe às partes proximais das veias 
pulmonares, constituído de células alongadas e ramificadas, com estrias transversais e 
um ou dois núcleos centrais. O músculo cardíaco também é involuntário. 
 
Representação do tecido muscular estriado cardíaco 
 
16 
 
Os músculos estriados esqueléticos tem o início de sua formação ainda durante o 
desenvolvimento embrionário, onde várias centenas de mioblastos, precursores das 
fibras estriadas esqueléticas, alinham-se formando os miotúbulos. Os miotúbulos 
produzem citoplasma e componentes contrateis, chamados de miofibrilas, que são 
constituídas por conjuntos de microfilamentos, as proteínas responsáveis pela contração 
da célula. 
As fibras musculares esqueléticas são longas, cilíndricas, multinucleadas e 
estriadas, e sua força relativa depende diretamente de seu diâmetro, podendo variar de 
10 a 100 µm, (é possível exceder esse valor caso a fibra esteja hipertrofiada). Já a força 
do músculo como um todo, depende do número e espessura das fibras que ele contém. 
 
Representação esquemática do tecido muscular estriado esquelético 
A coloração das fibras depende de uma série de fatores, como diâmetro da fibra, 
da quantidade de mioglobina, do número de mitocôndrios, da extensão do retículo 
sarcoplasmático, da concentração de várias enzimas e da velocidade da contração. Mas, 
podem ser classificadas como Vermelhas, Brancas e Intermediárias. Um músculo como 
o bíceps, por exemplo, contém todos os três tipos de fibras musculares (vermelhas, 
brancas e intermediárias) em proporções relativamente constantes características para 
cada músculo. 
 
17 
 
 Os músculos estriados esqueléticos então envolvidos por envoltório, que são 
membranas de tecido conjuntivo que revestem as fibras, são estes o epimísio, perimísio 
e endomísio. Como estes elementos de tecido conjuntivo estão interligados, as forças 
contrateis exercidas pelas células musculares individualmente são transferidas para eles. 
Os tendões e as aponeuroses, que ligam o músculo ao osso e a outros tecidos, são 
contínuos com os envoltórios de tecido conjuntivo do músculo e, por isso, agem 
utilizando as forças contrateis para movimentos. 
 A maior parte das células musculares esqueléticas é constituída por centenas de 
miofibrilas cilíndricas de 1 a 2 µm de diâmetro, ao longo de toda a célula, alinhadas 
com precisão. Cada miofibrila contém cerca de 1.500 filamentos de miosina e de 3.000 
filamentos de actina, longas moléculas de proteínas polimerizadas, responsáveis pelas 
contrações reais musculares. Os feixes de actina e miosina estão dispostos em feixes 
paralelos e extremamente organizados, responsável pelas estrias transversais de bandas 
claras e escuras características do músculo. Os feixes de miosina são filamentos mais 
espessos e escuros, (são as Bandas A, anisotrópicas) e os feixes de actina são mais finos 
e claros (são as bandas I). Durante a contração muscular, as várias bandas transversais 
comportam-se de um modo característico. 
 
Esquematização da contração muscular 
 
18 
 
 A contração reduz o comprimento em repouso da fibra muscular e é 
desencadeado por impulsos nervosos, ocorrendo em etapas. Inicia-se com os potenciais 
de ação passando pelo nervo motor (que será apresentado adiante, neste trabalho), até as 
terminações nas fibras musculares, que recebem uma pequena quantidade do 
neurotransmissor acetilcolina, que age na área local da membrana da fibra muscular, 
para abrir múltiplos canais de cátion, “regulados pela acetilcolina”, por meio de 
moléculas de proteínas que flutuam na membrana. Essa abertura dos canais de cátion 
permitem a difusão de grande quantidades de íon sódio (Na
+
) para o lado interno das 
fibras musculares, despolarizando a região, que desencadeia o potencial de ação na 
membrana. 
 Esse potencial de ação se propaga por toda a membrana da fibra muscular, do 
mesmo modo como o potencial de ação passa pela membrana das fibras nervosas. O 
potencial, por sua vez despolariza a membrana muscular, induzindo o retículo 
sarcoplasmático (retículo endoplasmático da célula muscular) a liberar íons Ca
2+
 que 
havia armazenado nele. 
 
Esquematização da liberação dos íons de Ca
2+
 
 Os íons cálcio ativam as forças atrativas entre filamentos de actina e miosina, 
deslizando umas sobre as outras, promovendo a contração muscular. A contração 
muscular cessará no momento que os íons Ca
2+
 são bombeados de volta para o retículo 
sarcoplasmático. 
 Esse processo de contração é o que garante os movimentos voluntários e 
involuntários do nosso corpo. 
 
 
19 
 
ARCO REFLEXO 
 
O arco reflexo é a resposta imediata, voluntária ou não, de um estímulo sensorial 
externo ao nosso corpo, resultando em respostas simples, que se inicia com neurônios 
sensitivos que percebem o estímulo vindo de fora e o conduz através dos nervos 
sensitivos até o encéfalo. O arco reflexo é, portanto, todo o caminho que o impulso 
nervoso percorre, desde o músculo inervado até o sistema nervoso central. 
Um arco reflexo é constituído de um receptor, que reage ao estímulo; um 
condutor aferente que transmite os impulsos para um centro reflexo; o centro reflexo, 
local onde os estímulos recebidos dos receptores ou de outros centros podem modificar 
o efeito do estimulo recebido; condutor eferente, que conduz a resposta para o órgão 
efetor; e órgão efetor que produz a reação ou reações. 
 Quando espetamos o dedo, por exemplo, em uma agulha, a picada é detectada 
pelos receptores sensoriais que provocam um impulso nervoso, que através das sinapses 
conduz a mensagem à medula espinal, onde a resposta de que é necessário retirar o dedo 
do espinho é processada. O impulso chega até os músculos do braço, que reagem 
contraindo-se para que a mão seja afastada do espinho. Toda essa resposta ocorre em 
frações de segundos. Além de a medula enviar a mensagem para retirar a dedo do 
espinho, o encéfalo memoriza a ação, para prevenir que ocorra novamente. 
 
Esquematização do caminho que o impulso nervoso e arco reflexo realizam 
 Estas respostas ocorrem em várias situações, como piscar na presença de algum 
objeto perto dos olhos, contrair a perna devido a uma batida no joelho, espirrar e tossir. 
 
20 
 
 Os reflexos podem ser incondicionados e condicionados. Os reflexos 
incondicionados são inerentes ao indivíduo, presentes no corpo humano desde o 
nascimento, como por exemplo, a contração das pupilas na presença de luz intensa. Os 
reflexos condicionados são adquiridos com as ações memorizadas pelo nosso encéfalo. 
Os reflexos se revelam mais facilmente na forma de movimentos automáticos e 
estereotipados em resposta ao estimulo sensorial a que fomos acometidos e para que 
ocorra o arco reflexo são necessárias diversas estruturas do nosso corpo: o encéfalo, a 
medula espinal, os músculos esqueléticos e nervos, todos trabalhando em conjunto. 
 O Reflexo de Estiramento, também conhecido como reflexo profundo, reflexo 
tendineo ou miotático, que se inicia com um estímulo no receptor muscular gerando um 
potencial de ação que é transmitido pelos axônios das células dos gânglios dorsais que 
terminam no centro reflexo que fica localizado na medula espinal. Os neurônios 
motores α conduzem impulsos, ou potenciais de ação, que liberam acetilcolina que 
contrai o músculo. O músculo ao se contrair, relaxa os fusos musculares que deixam de 
ser estimulados. Este reflexo é chamado de reflexo de estiramento fásico. 
Esquematização do reflexo de estiramento 
O tônus muscular é o ajuste de controle dos neurônios motores gama que 
determinará o grau de semi-contração muscular; quando os fusos musculares são 
estimulados, geram potenciaisque além de produzirem o arco reflexo, também 
estimulam os neurônios motores gama. 
 
 
21 
 
SISTEMA MOTOR SOMÁTICO 
 
 O sistema motor é responsável pela geração dos movimentos do nosso corpo. 
Ele compreende o sistema nervoso autônomo e o sistema motor somático. O sistema 
nervoso autônomo é responsável pela atividade muscular involuntária (músculos liso e 
cardíaco) que regula a função visceral e faz a manutenção do meio interno. O sistema 
motor somático é o responsável pelo movimento voluntário do nosso corpo, através dos 
motoneurônios (neurônio motores), e pelos músculos esqueléticos. 
 O sistema motor somático envolve diversas estruturas e suas funções, através 
dos músculos esqueléticos, dos motoneurônios provenientes da medula e do encéfalo, as 
quais possuem a importante missão de promover a locomoção e a postura no corpo. 
A contração do músculo estriado esquelético se dá pelos neurônios motores ɑ 
inferiores, que estão localizados anteriormente na substância cinzenta da medula espinal 
e nos núcleos dos nervos cranianos do tronco encefálico, que mediam reflexos 
sensoriais e motores. Os neurônios motores são a parte final da comunicação entre o 
sistema nervoso central e o músculo estriado esquelético, responsável pelo movimento. 
Os neurônios motores α dão origem às fibras nervosas motoras grandes, com 
cerca de 14 micrômetros em seu diâmetro. Essas fibras ramificam-se inúmeras vezes 
após chegarem aos músculos, inervando grandes fibras musculares esqueléticas. O 
conjunto de fibras excitadas pelo neurônio motor alfa (que podem variar de 3 à centenas 
delas) recebe o nome de unidade motora. 
Junto aos neurônios motores α, estão os neurônios motores Ɣ, que promovem a 
contração muscular, e possuem aproximadamente metade do tamanho dos neurônios 
motores α. Os neurônios motores Ɣ transmitem impulsos por fibras nervosas motoras 
menos calibrosas, com cerca de 5 micrômetros de diâmetro, inervando pequenas fibras 
musculares esqueléticas especiais chamadas fibras interfusais, que constituem músculo 
estriado esquelético. 
 O controle do movimento inicia quando ocorre um circuito de impulsos nervosos 
local, dentro da matéria cinzenta da medula espinal. As células envolvidas são os 
neurônios motores inferiores e os neurônios dos circuitos locais de onde iniciará o 
 
22 
 
movimento. Esta junção realiza boa parte da coordenação entre diferentes grupos de 
músculos, essencial para a organização do movimento. 
Em seguida os neurônios do tronco encefálico do córtex cerebral, ou neurônios 
motores superiores, se projetam até o circuito de impulsos nervosos local, promovendo 
sinapses, que são essenciais para a iniciação do movimento voluntário. 
Estas estruturas que se fazem presentes no controle da motricidade são os 
mecanorreceptores. Os mecanorreceptores são receptores proprioceptivos, cuja 
principal função é o fornecimento de informações detalhadas e continuas acerca da 
posição dos membros e de outras partes do corpo no espaço, que ficam situados no 
interior dos músculos, tendões e cápsulas articulares. 
Os receptores musculares que fazem parte de músculos órgãos especializados 
são os fusos neuromusculares, estruturas capazes de detectar as variações de 
comprimento do músculo no qual estão situados. Quando o músculo aumenta de 
tamanho, existe um chamado potencial receptor de amplitude proporcional, que entra 
em ação com o músculo provocando seu relaxamento e com isso aumentando seu 
tamanho. 
Já os receptores tendinosos também são fibras aferentes, porém do grupo Ib, 
com um calibre e uma velocidade menores que do grupo Ia, fazem parte de miniórgãos 
situados em tendões de músculos especializados. Este receptor recebe o nome de órgão 
tendinoso de Golgi. 
A informação sensorial é integrada em todos os níveis do sistema nervoso, 
gerando respostas motoras, que se iniciam pela medula espinal, através destes 
mecanorreceptores. Os reflexos, que são relativamente simples, se estendem para o 
tronco cerebral de onde são encaminhadas para o prosencéfalo, onde as atividades 
musculares são controladas, através de reflexos voluntários. 
A contração muscular resulta das ações combinadas e individuais de unidades 
motoras e mecanorreceptores, estruturas originadas da junção de um axônio motor com 
uma fibra muscular. Os axônios apresentam em suas extremidades ramificações que 
tornam possível que um único nervo se ligue a várias fibras musculares. A maioria dos 
músculos contém unidades motoras de vários tamanhos e essas unidades motoras são 
recrutadas por ordem (em primeiro lugar a menor, seguindo em sequencia de tamanho 
 
23 
 
até a maior, por último). Este recrutamento ordenado explica por que é possível ter um 
controle mais preciso quando os músculos estão submetidos a uma carga (peso) leve do 
que quando estão sob uma carga mais pesada. 
A partir de agora, possuímos a base necessária para entendermos de forma 
simples e objetiva como ocorre o funcionamento, fisiologia e anatomia do fuso 
neuromuscular e órgão tendinoso de Golgi, mecanorreceptores importantes e 
fundamentais na motricidade do sistema motor somático. 
 
 
 
24 
 
FUSO NEUROMUSCULAR 
 
Os Fusos Neuromusculares ou Receptores Musculares são estruturas 
especializadas, no interior da maioria dos músculos esqueléticos. O fuso neuromuscular, 
também chamado de receptor de estiramento, é uma cápsula conjuntiva fibrosa que 
contém diversos tipos de fibras musculares esqueléticas especializadas (cada fuso 
neuromuscular é formado por 5 a 10 fibras musculares modificadas, extremamente finas 
e agrupadas), muito pequenas, alongadas e estreitas, denominadas fibras intrafuso, e 
está envolvido pelo espaço periaxial, que contém fluido. Cada fuso possui de 3 a 10 
milímetros de comprimento e suas extremidades ficam conectadas aos glicocálice das 
fibras adjascentes. 
As fibras intrafusais estão dispostas paralelamente ao longo das fibras 
musculares, capazes de detectar as variações de comprimento do músculo no qual estão 
situados, separados das fibras extrafusais (não pertencentes ao fuso neuromuscular, mas 
ao tecido como um todo) dispersas no tecido muscular. 
 
 
Fibras Musculares 
 
 
25 
 
As fibras intrafusais podem ser classificadas em dois grupos: as fibras da bolsa 
nuclear e as fibras da cadeia nuclear, estas apresentam um aspecto mais delgado e em 
maior número. Além disso, as fibras da bolsa nuclear possuem duas categorias distintas, 
as fibras estáticas e dinâmicas. Os núcleos de ambos os tipos de fibras localizam-se ao 
centro das células e suas miofibrilas estão localizadas em ambos os lados da região 
nuclear, o que influencia limitando a contração às regiões polares destas células 
fusiformes. 
Nas regiões centrais das fibras intrafusais não ocorre contração. Os núcleos das 
fibras do saco nuclear estão agrupados enquanto os núcleos das fibras da cadeia nuclear 
estão alinhados em uma única fileira. 
No interior de determinado fuso neuromuscular, uma única fibra nervosa Ia 
enrola-se espiralmente em torno da região nuclear das fibras intrafusais, formando as 
terminações sensitivas primárias (também chamadas de terminações sensitivas 
dinâmicas ou Ia). No entanto, algumas terminações nervosas sensitivas secundárias 
(também conhecidas por terminações nervosas sensitivas estáticas ou II) são formadas 
por fibras nervosas do grupo II, que se enrolam em torno de cada fibra de cadeia 
nuclear, assim como em torno das fibras estáticas do saco nuclear. 
 
 
Esquematização do fuso neuromuscular 
 
26 
 
 
As fibras intrafusais também se contraem sob o comando neural, para isso 
possuem uma inervação eferente decontrole motor, constituídas por um grupo 
específico de neurônios motores, denominados motoneurônio ɣ, além de motoneurônios 
ß, que inervam fibras extrafusais e intrafusais. Quando os motoneurônios ɣ e ß têm 
funções conjuntas, são denominadas neurônios fusimotores. 
 
 
Motoneurônio 
 
Os neurônios fusimotores ß são automáticos, inervando fibras intrafusais e 
extrafusais, e ambas contraem-se. Os neurônios fusimotores ɣ são seletivamente 
dedicados às fibras intrafusais, funcionando como reguladores da sensibilidade do fuso 
neuromuscular. 
Os axônios dos neurônios associados ao fuso neuromuscular são maiores, 
mielínicos e com maior velocidade de condução, pertencentes ao grupo Ia. O conjunto 
de axônios que inerva o músculo (fibras extrafusais) que contém o fuso estabelece 
sinapses com praticamente todos os neurônios motores ɑ. 
O axônio Ia e os neurônios motores, com os quais estabelece sinapses, formam o 
arco reflexo monossináptico miotático, que se trata a uma única sinapse que separa a 
 
27 
 
aferência sensorial primária do neurônio motor. Quando ocorre o estiramento do fuso 
muscular, como quando o músculo é submetido à uma força ou à um peso, a região 
equatorial sofre um estiramento e esse processo leva a uma despolarização dos terminais 
do axônio, levando o músculo a contrair-se e, consequentemente, diminuir seu tamanho. 
Esse fenômeno é exatamente o que ocorre quando um médico necessita testar o reflexo 
patelar dos nervos e músculos: quando o ele explora o arco reflexo por meio de 
pequenas batidas no tendão abaixo da patela, o músculo quadríceps da coxa contrai-se e 
em seu reflexo, estende a perna. Esse tipo de procedimento testa a integridade dos 
nervos e músculos dessa estrutura. 
Os neurônios motores ɑ inervam apenas as fibras extrafusais, que estão em 
maior número e formam a massa muscular, proporcionando o tônus ao músculo. Mas o 
fuso muscular também possui fibras intrafusais, que são fibras modificadas, dentro da 
cápsula do fuso. 
 
Fuso Neuromuscular 
 
É no fuso neuromuscular que se origina o sinal sensorial para o reflexo de 
estiramento, que imposto sobre o músculo, deforma as fibras musculares intrafusais que 
desencadeiam potenciais de ação. Isso acontece por que esses potenciais de ação ativam 
canais iônicos mecanicamente abertos nos axônios aferentes que estão enrolados aos 
fusos. 
 
28 
 
O controle neural da função muscular exige não somente a capacidade de induzir 
ou inibir a contração muscular, mas também a capacidade de monitorar o estado do 
músculo. Desta maneira, a maneira como ocorre a atividade dos neurônios motores ɣ dá 
ao sistema nervoso a capacidade de ajustar a sensibilidade do fuso muscular. 
Mas os fusos neuromusculares não são os únicos especializados em detectar 
alterações do estiramento muscular. O Órgão Tendinoso de Golgi (OTG), atua como um 
sensor de tensão, que monitora a tensão muscular ou a força de contração. 
 
 
 
29 
 
 ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI 
 
Os Órgãos Tendinosos de Golgi (OTG) são terminações nervosas aferentes 
situadas em cápsulas delgadas que possuem uma rede intrincada de fibras colágenas, 
medindo cerca de 0,1 milímetro de diâmetro e cerca de 1 milímetro de comprimento 
contendo receptores sensoriais localizados entre o músculo e o tendão, em uma região 
denominada junção miotendínea, e possui inervação de neurônios sensoriais 
pertencentes ao grupo de neurônios Ib, que são um pouco menores que os neurônios do 
grupo Ia, responsáveis pela inervação dos fusos musculares. 
 
 
Esquematização do OTG 
Enquanto os neurônios Ia estão dispostos em ordem de tamanho, de maneira 
paralela, os neurônios Ib estão dispostos em série. Essa disposição diferenciada entre os 
neurônios é que possibilita a distinção entre os tipos de informação que esses dois 
receptores irão encaminhar para a medula espinhal, que no caso do neurônio Ia é a 
informação de comprimento do músculo, ja no caso do neurônio Ib é a tensão que será 
exercida sobre o músculo. Sempre que há tensão no músculo, seja por uma contração 
ou por um alongamento, as fibras Ib disparam. 
Ao entrarem nestas cápsulas delgadas, os neurônios perdem sua bainha de 
mielina (células que envolvem o axônio formando inúmeras dobras e voltas em sua 
volta, com a função de acelerar a condução do impulso nervoso) e se ramificam, 
 
30 
 
enroscando-se no colágeno da cápsula. Quando ocorre o estiramento, ocorre uma 
compressão da transmissão sensorial, deixando-as ativas. 
O órgão tendinoso de Golgi fica inserido dentro dos tendões, onde as fibras 
colágenas são mais duras que as musculares. Devido a isso, as fibras musculares são 
responsáveis por grande parte do estiramento, fazendo com que ocorra uma deformação 
mecânica muito menor no órgão tendinoso de Golgi. O estiramento é transmitido para o 
órgão tendinoso de Golgi por fibras musculares e sua tração resultará na contração, de 
forma eficiente. 
O órgão tendinoso de Golgi pode receber de maneiras diferentes este estiramento 
e, consequentemente, gerar respostas diferenciadas. A resposta pode ser dinâmica, 
quando a tensão sobre o músculo aumenta de forma imediata gerando uma resposta à 
contração mais intensa. Ou a resposta pode ser estática, quando ocorre de forma tão 
rápida que em uma fração de segundo retoma seu estado inicial antes da contração. 
Essas respostas gradas pelo órgão tendinoso de Golgi possibilitam ao sistema 
nervoso obter informações sobre a tensão e seu grau em cada segmento do músculo à 
que seu tendão pertence. Com tudo é necessário que haja um impedimento do 
desenvolvimento de tensão demasiada no músculo. Para tal efeito, neurônios inibitórios 
(IN) (que exercem a função de neurônios antagonistas) inibem os neurônios motores 
que estão gerando forças excepcionalmente grandes. 
 
Esquematização do funcionamento do OTG quando submetido à estimulação das fibras 
eferentes ɑ simultâneo à estimulação da fibra aferente Ib 
 
31 
 
Ao ocorrer a contração do músculo, ele exerce forças de tensão sobre as fibras 
de colágeno, emparelhando-as e consequentemente comprimindo-as e ativando as 
terminações nervosas que estão dentro da cápsula. A velocidade com que ocorre a 
ativação está proporcionalmente relacionada com a intensidade com que a tensão é 
aplicada sobre o tendão. 
Quando um músculo é passivamente estirado, a maior parte da alteração do 
comprimento ocorre nas fibras musculares, devido ao fato de possuírem uma 
elasticidade muito maior que a dos tendões. Mas, quando esse músculo faz uma 
contração ativa, esta força exercida atua diretamente no tendão. O resultado é um 
aumento da sensibilidade da cotração muscular, que não ocorre no estiramento passivo. 
Estando submetido à estas condições, o órgão tendinoso de Golgi procura 
manter a força com uma intensidade de atuação sobre ele constante, a fim de evitar que 
ocorra uma fadiga muscular de forma muito rápida. 
 
 
32 
 
CONCLUSÃO 
 
As estruturas que aqui foram apresentadas são de extrema importância para que 
haja a movimentação e locomoção do corpo humano, além de possibilitarem o tônus 
muscular à este tecido. Segundo Augustine Purves, o sistema de fuso neuromuscular é 
considerado um sistema de retroalimentação que monitora e mantém o comprimento do 
tecido muscular, enquanto o órgão tendinoso de Golgi é um sistema de retroalimentação 
que mantém a força muscular. 
O objetivo neste trabalho foi introduzir, de forma sucinta, clara e objetiva as 
estruturas do nosso corpo, que são de extrema importância e estão correlacionados aos 
fatores da contração muscular, locomoção e postura do corpo humano, além de 
descrever a anatomiae fisiologia no funcionamento destas estruturas. 
 
 
33 
 
REFERÊNCIAS 
 
 Livro 
FITZPATRICK, David; PURVES , Dale. Neurociências. 4ª edição. Porto Alegre: 
Artmed, 2010. 
LENT, Robert. Cem bilhões de neurônios?: Conceitos fundamentais de 
neurociência. 2ª edição. São Paulo: Atheneu, 2010. 
BEAR, Mark F. Neurociências: Desvendando o sistema nervoso. 3ª edição, Porto 
Alegre, RS : Artmed, 2008. 
HANSEN, John T. Netter atlas de fisiologia humana. 1ª edição. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2009. 
GUYTON, Arthur C. Tratado de fisiologia médica. 12ª edição. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2011. 
GARTNER, Leslie P. Tratado de histologia em cores. 3ª edição. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2007. 
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa. Histologia básica: texto/atlas. 11ª edição. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
DRAKE, Richard L. Gray’s anatomia para estudantes. 2ª edição. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2010. 
 
 Revista 
TANEDA, Marco; POMPEU, José Eduardo. Fisiologia e importância do órgão 
tendinoso de Golgi no controle motor normal. Revista Neurociências. Volume14. 
Número 1. JAN/MAR, 2006.

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