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23/07/2014 1 Vanessa Hauer Doutoranda PPG-GEN vanessa.hauer@yahoo.com AU07 Herança Poligênica Resumo Aula expositiva/participativa abordando os tópicos Herança poligênica; Tipos de herança poligênica: modelo aditivo; Mensuração da contribuição relativa de cada alelo e genótipo residual; Obtenção das proporções fenotípicas via binômio de Newton; Herdabilidade; Resolução e discussão de exercícios. 23/07/2014 2 FENÓTIPOFENÓTIPO AMBIENTEAMBIENTEGENÓTIPOGENÓTIPO Fenótipo vs. Genótipo Característica quantitativa (contínua) Característica qualitativa (descontínua) Características com padrão de herança mono ou digênica X Característica com padrão de herança poligênica 23/07/2014 3 Os sete traços que Mendel (1822-1884) observou em Pisum sativum Foram "redescobertas" por um grupo de cientistas, um alemão - K. Correns, um austríaco - E. Tschermak e outro neerlandês - H. de Vries. Herança Mendeliana Caracteres com padrão de herança mendeliano HerançaHerança mendelianamendeliana:: produzidaproduzida pelapela expressãoexpressão dede poucospoucos genesgenes formandoformando caracterescaracteres qualitativosqualitativos ouou descontínuosdescontínuos (discretos)(discretos).. ExEx.:.:SistemaSistema ABO,ABO, anemiaanemia falciforme,falciforme, fibrosefibrose cística,cística, fenilcetonúriafenilcetonúria.. 23/07/2014 4 Caracteres com padrão de herança poligênico Expressão de múltiplos genes + fatores ambientais Expressão de múltiplos genes + fatores ambientais CaracteresCaracteres quantitativos/contínuosquantitativos/contínuos �� EstesEstes sãosão mensuráveis!!!!mensuráveis!!!! ExEx.:.: MelhoramentoMelhoramento genéticogenético nana agropecuáriaagropecuária ...... ExEx.:.: CaracterísticasCaracterísticas complexascomplexas emem seresseres humanoshumanos �� hhipertensãoipertensão arterial,arterial, obesidade,obesidade, distúrbiosdistúrbios dede personalidadepersonalidade...... Obs.: Qual a importância do melhoramento através da produção de transgênicos? Caracteres com padrão de herança poligênico ApresentamApresentam elevadaelevada influênciainfluência ambientalambiental podendopodendo gerargerar variaçãovariação fenotípicafenotípica emem indivíduosindivíduos comcom mesmamesma constituiçãoconstituição genética!!!genética!!! ExEx.:.: GêmeosGêmeos monozigóticosmonozigóticos........ 23/07/2014 5 Padrão de herança mendeliana x poligênica • Quanto maior o número de genes, mais contínua é a variação fenotípica – CURVA NORMAL Ação dos genes na herança poligênica • Efeito aditivo � maior poder de predição fenotípica (plantas autógamas� homozigose) • Efeito de dominância � vigor do híbrido (heterozigotos mais produtivos) • Efeito de epistasia� quando um gene mascara o efeito de outro 23/07/2014 6 Efeito aditivo Nesta interação os genes tem expressão independente e cada um contribui de forma aditiva para a formação do fenótipo. Ex.: Altura de uma planta � 3 genes autossômicos de loci independentes, cada gene com efeito aditivo A/a B/b C/c Efeito do alelo A = B = C = 10 cm Contribuição Relativa de cada Alelo (CRA) Indivíduo aabbcc = 5 cm Genótipo Residual Como determinar Contribuição Relativa de cada Alelo? TAMANHO MÁXIMO TAMANHO MÍNIMO CRA NÚMERO TOTAL DE ALELOS 23/07/2014 7 Efeito aditivo Ex.: Altura de uma planta � 3 genes autossômicos de loci independentes, cada gene com efeito aditivo A/a B/b C/c CRA = 10cm e genótipo residual = 5 cm Genótipo AABBCC = (6x10) + 5 = 65 cm ?? Quais seriam os fenótipos dos indivíduos AaBbCc, AABbcc e aaBBCc?? 3 alelos efetivos em cada genótipo, logo ... (3x10)+5=35 cm O fenótipo será o mesmo para todos os indivíduos. Agora como determinar as proporções fenotípicas da geração F2 (obtida do cruzamento de heterozigotos) quando lidamos com muitos genes com efeito aditivo? Probabilidade.... Probabilidade.... Binômio de Newton Binômio de Newton Triângulo de PascalTriângulo de Pascal 23/07/2014 8 �1 gene – 1:2:1 � 2 genes – 1:4:6:4:1 Quando usar o Binômio de Newton? • Cruzamento entre indivíduos heterozigotos obedece um padrão constante nas proporções fenotípicas resultantes • Coeficientes do binominais obtidos pela expansão da fórmula: (p+q)n , onde n = nº genes x 2 2n=24=164 genótipos a cada 16 pertencerão a esta classe fenotípica. Triângulo de Pascal 23/07/2014 9 Ex.: O 2º do termo do último binômio para 3 genes: 6p5q Significa que em F2 é esperado 6 indivíduos com mesmo fenótipo em cada 64. Os genótipos deverão conter 5 alelos contribuindo (p5) e 1 alelo não contribuindo para a formação do fenótipo. AABBcC,AAbBCC, aABBCC, AABBCc, AABbCC ou AaBBCC Binômio de Newton e Triângulo de Pascal • (p+q)n-----------------------------------------------------------------------------1-----2n=soma dos coeficientes • (p+q)2= p2+2pq+q2 ----------------------------------------------------- 1:2:1 -------------------- 22=4 • (p+q)3= p3+3p2q +3pq2+q3 -------------------------------------------- 1:3:3:1 -------------------- 23=8 • (p+q)4= p4+4p3q+6p2q2+4pq3+q4 ---------------------------------- 1:4:6:4:1 ----------------- 24=16 • (p+q)5= p5+5p4q+10p3q2+10p2q3+5pq4+q5 -------------------1:5:10:10:5:1 -------------- 25=32 • (p+q)6= p6+6p5q+15p4q2+20p3q3+15p2q4+6pq5+q6 ---- 1:6:15:20:15:6:1 ------------- 26=64 (6 x 5)/2 = 15 (15 x 2)/5 = 6 Dominância Sobredominância (+/-) Genes com alelos dominantes controlando a expressão do caráter. A_=2 aa=1 (P1) aabb x AABB (P2) 4 8 B_=6 bb=3 (F1) AaBb 8 Genótipo homozigoto e heterozigoto tem valor fenotípico igual. Genes com alelos sobredominates controlando a expressão do caráter. Aa=5 aa=1 (P1) aabb x AABB (P2) AA=2 4 8 Bb=8 bb=3 (F1) AaBb BB=6 13 Genótipo heterozigoto tem valor fenotípico superior ou inferior aos homozigotos. 23/07/2014 10 Experimento de Wilhem Johannsen (1903-1909), biólogo dinamarquês • Estudou a variação no peso de sementes de Phaseolus vulgaris (autógama) � seleção disruptiva • Definiu ‘Linhagens puras” e cruzando parentais observou... P) AABBCCDD X aabbccdd F1) AaBbCcDd Variação fenotípica reduzida Explicada pela influência de fatores ambientais Experimento de Nilsson-Ehle (1908), sueco • Estudou a variação na cor dos grãos de trigo Considerando herança mendelina: P) AA x aa F1) Aa F2) 1 AA: 2 Aa: 1 aa 23/07/2014 11 Mas este era o caso de um padrão de herança poligênico: P) AABBCC x aabbcc F1) AaBbCc F2) 7 classes fenotípicas Obs.: Cada par de gene com padrão de herança mendeliano!!! Experimento de Nilsson-Ehle (1908), sueco Experimento de Edward M. East (1916) , norte-americano • Estudou a variação no tamanho da corola em flores de Nicotiana longiflora. • Variação � ambiente + vários genes 23/07/2014 12 A previsão de fenótipos com base em genótipos Características com padrão de herança mendeliana é mais simples! Ex.: Medição da atividade enzimática da fenilalanina hidroxilase � mutação genética � PKU Mas como prever o fenótipo com base no GENÓTIPO + AMBIENTE para características com padrão de herança poligênico? Média: valor representativo do centro de distribuição do valor típico. Variância: valor representativo da distribuição dos dados. Desvio padrão: valor da variação em torno da média. Parâmetros estatísticos utilizados para a análise de características quantitativas 23/07/2014 13 Decomposição da variação fenotípica (Vf) • Variação fenotípica = Variação genética +Variação ambiental (environment) Vf = Vg + Ve • Variação genotípica = Variação genética aditiva + dominância + epistasia Vg = Va + Vd + Vi • Variação genotípica aditiva: maior poder de predição fenotípica!!! Estudo da variação fenotípicaem modelos: Decomposição da variação fenotípica (Vf) Ex.: Análise da variância no tempo de maturação do trigo 1. Isolamento das linhagens puras ou parentais � variância da linhagem A = 1,92 � variância da linhagem B = 2,05 2. Linhagem A x B � F1 com variância = 2,88 3. F1 x F1 � F2 com variância = 14,26 Para a característica analisada nesta população, quanto da variação fenotípica se deve a variação genética e quanto se deve a variação ambiental? 23/07/2014 14 Estudo da variação fenotípica em modelos: Decomposição da variação fenotípica (Vf) Ex.: Análise da variância no tempo de maturação do trigo 1. Isolamento das linhagens puras ou parentais � variância da linhagem A = 1,92 � variância da linhagem B = 2,05 2. Linhagem A x B � F1 com variância = 2,88 3. F1 x F1 � F2 com variância = 14,26 Para a característica analisada nesta população, quanto da variação fenotípica se deve a variação genética e quanto se deve a variação ambiental? RESOLUÇÃO: Va, Vb e Vf1 � variação do ambiente (Ve), então: (Va+Vb+Vf1)/3=Ve Vf2 � variação do ambiente (Ve) e variação genética (Vg), então Vf2= Vg+Ve, Assim: Vf=Vg+Ve Vg=Vf-Ve Vg=Vf2-[(Va+Vb+Vf1)/3] Vg=14,26-[(1,92+2,05+2,88)/3] Vg=11,98 Assim, a maior parte no tempo de maturação se deve a diferenças genéticas entre os indivíduos (Vg=11,98). A influência genética em relação a um determinado caráter é analisado através de outro parâmetro: HERDABILIDADEHERDABILIDADE 23/07/2014 15 h2 = 1, traço totalmente genético h2=0,traço totalmente ambiental HERDABILIDADE HERDABILIDADE -- hh22 • Proporcão da variância fenotípica de uma população que é atribuível a diferanças genéticas. • Reflete as contribuições relativas das diferenças genéticas e ambientais para a variância observada em uma característica no sentido amplo: hno sentido amplo: h2 2 = = VgVg//VfVf no sentido restrito hno sentido restrito h2 2 = = VaVa//VfVfHerdabilidadeHerdabilidade • Estudos com humanos � uso de gêmeos para analisar quanto de uma característica é influenciada pela variação genética. HERDABILIDADE HERDABILIDADE -- hh22 23/07/2014 16 23/07/2014 17 BREVE RESUMO DO QUE VIMOS! Vimos o que é a herança poligênica (características contínuas) e a mendeliana (características descontínuas). Vimos como funciona o modelo aditivo de herança poligênica: determinamos o genótipo residual, calculamos CRA e as proporções fenotípicas via Binômio de Newton. Vimos que a variação fenotípica pode ser decomposta: Vf = Vg+ Ve e com isso pode ser calculado a herdabilidade: h2= Vg/a/ Vf 23/07/2014 18 Referências BEIGUELMAN, B. A Interpretação Genética da Variabilidade Humana. Ribeirão Preto:SBG, 152p., 2008. BESPALHOK, F. J. C.; GUERRA, E. P.; OLIVEIRA, R. Noções de Genética Quantitativa. Disponível em: ww.bespa.agrarias.ufpr.br., p.11-18.Acesso em: 14 de julho de 2014. GRIFFITHS, A.J.F. et al. Introdução à Genética. Ed. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2002. PIERCE, B.A. Genética: Um Enfoque Conceitual. Ed. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2004. SNUSTAD, D.P.; SIMMONS, M.J. Fundamentos de Genética. Ed. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 3ª Ed., 2004.
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