Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisioterapia B rasil - V olum e 7 - N úm ero 1 - Janeiro / Fevereiro de 2 0 0 6 Janeiro / Fevereiro de 2006 Fi sio ter ap iaB r a s i l An o 7 - n o 1 www.atlanticaeditora.com.br ISSN 1518-9740 Traumato • Mastectomia e amplitude de movimento do ombro • Risco de trombose venosa profunda • Osteoartrite do joelho e fortalecimento do quadríceps Ultra-som • Conformidade e manutenção dos equipamentos Infecção • Agentes patogênicos em eletrodos de borracha • Staphylococcus aureus em serviços de fisioterapia Respiratório • Mobilidade torácica durante a gestação • Amplitude tóraco-abdominal em indivíduos jovens • Fisioterapia e bipap pós cirurgia cardíaca !Capa.indd 1!Capa.indd 1 1/2/2006 18:21:021/2/2006 18:21:02 Fisioterapia B rasil - V olum e 7 - N úm ero 2 - M arço / A bril de 2 0 0 6 Março / Abril de 2006 Fi sio ter ap iaB r a s i l An o 7 - n o 2 www.atlanticaeditora.com.br ISSN 1518-9740 Traumato • Instabilidade patelofemoral • Alongamento músculos isquiotibiais Anatomia • Síndrome do piriforme Lombalgia • Lombalgia e gestação • Isostretching e lombalgia crônica • Quebec Back Pain Disability Scale Respiratório • EMG em portadores de distrofinopatias Ultra-som • Interação com os tecidos biológicos !Capa.indd 1!Capa.indd 1 7/4/2006 13:47:097/4/2006 13:47:09 Fisioterapia B rasil - V olum e 7 - N úm ero 3 - M aio / Junho de 2 0 0 6 Maio / Junho de 2006 Fi sio ter ap iaB r a s i l An o 7 - n o 3 www.atlanticaeditora.com.br ISSN 1518-9740 Cardiorespiratório • Lupus eritematoso sistêmico • Capacidade vital em crianças • Força muscular respiratória em idosos Traumato-ortopedia • Lesões músculo-esqueléticas e ginástica rítmica • Alongamento e força dos isquiotibiais Sáude da mulher • Fisioterapia na sala de parto Paralisia cerebral • Fisioterapia em crianças com paralisia cerebral • Estimulação elétrica neuromuscular na paralisia espástica !Capa.indd 1!Capa.indd 1 3/7/2006 19:05:263/7/2006 19:05:26 Fisioterapia B rasil - V olum e 7 - N úm ero 4 - Julho / A gosto de 2 0 0 6 Julho / Agosto de 2006 Fi sio ter ap iaB r a s i l An o 7 - n o 4 www.atlanticaeditora.com.br ISSN 1518-9740 Postura • Lombalgia em motoristas de ônibus • Postura sentada da criança escolar • Sintomas osteomusculares em professores Saúde da mulher • Força muscular do períneo • Fatores de risco da incontinência urinária Hidroterapia • Temperatura, freqüência cardíaca e pressão arterial Esporte • Treinamento respiratório em atletas de natação !Capa.indd 1!Capa.indd 1 30/8/2006 19:30:3030/8/2006 19:30:30 Fisioterapia B rasil - V olum e 7 - N úm ero 5 - S etem bro / O utubro de 2 0 0 6 Setembro / Outubro de 2006 Fi sio ter ap iaB r a s i l An o 7 - n o 5 www.atlanticaeditora.com.br ISSN 1518-9740 Paralisia cerebral • Equoterapia e encefalopatia espástica • Estimulação elétrica neuromuscular em paralisia cerebral • Estilo de vida e paralisia cerebral Traumato • Lesões músculo-esquelético por arma de fogo • Flexão do joelho e alongamento do fêmur pelo método de Ilizarov Gravidez • Adaptações fisiológicas do período gestacional Ergonomia • Fisioterapia preventiva na avaliação ergonômica de um escritório Profissão • Há preferência pelo sexo do fisioterapeuta para a terapia? !Capa.indd 1!Capa.indd 1 14/11/2006 16:55:3514/11/2006 16:55:35 Fisioterapia B rasil - V olum e 7 - N úm ero 6 - N ovem bro / D ezem bro de 2 0 0 6 Novembro / Dezembro de 2006 Fi sio ter ap iaB r a s i l An o 7 - n o 6 www.atlanticaeditora.com.br ISSN 1518-9740 Fisiologia • Força de preensão e lateralidade em crianças Ergonomia • Análise qualitativa da postura estática • Condição Ergonômica dos postos de trabalhos • Intervenção da fisioterapia em funcionários de indústria têxtil Dermato • Vacuoterapia no fibro edema gelóide Acupuntura • Acupuntura para pacientes com hérnia de disco lombar • Acupuntura na reabilitação da terceira idade !Capa.indd 1!Capa.indd 1 15/1/2007 17:51:1015/1/2007 17:51:10 Fisioterapia Brasil (vol.7, nº1 janeiro/fevereiro 2006 - 1~80) EDITORIAL Seis anos de revista e muito trabalho pela frente, Jean-Louis Peytavin ................................................................................................... 3 ASSOCIAÇÃO Criação da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher - ABRAFISM, Cristine Homsi Jorge Ferreira ................................................................................................................................................................................ 4 ARTIGOS ORIGINAIS Mobilidade torácica e pressões respiratórias máximas durante a gestação, Fátima Caromano, Eliane Sayuri, Cláudia Marchetti Vieira da Cruz, Juliana Monteiro Candeloro, Juliana Schulze Burti, Luciana Zazyki de Andrade ............................................................................................................................................. 5 Efeitos fi siológicos da fi sioterapia respiratória convencional associada à aplicação de BiPAP no pós-operatório de cirurgia cardíaca, Kamilla Tays Marrara, Aline Marques Franco, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, Fernanda Negrini, Sérgio Luzzi ...................................................................... 8 Ocorrência de bioagentes patogênicos nos eletrodos utilizados na Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea nos serviços de fi sioterapia da Baixada Fluminense RJ, José Tadeu Madeira de Oliveira, Antônio Neres Norberg, Fábio dos Santos Borges, Glória Maria Moraes Vianna da Rosa, Ingrid Jardim de Azeredo Souza, Rafael Jardim de Azeredo Souza, Ailton da Silva Gonçalves, Betânia Martins Alhan de Oliveira, Fabiano Sanches Guerra ......................................................................... 14 Risco de trombose venosa profunda em pacientes traumato–ortopédicos hospitalizados, Luciano Pereira de Oliveira, Vagner Wilian Batista e Sá .................................................................................................................................. 18 Ocorrência de Staphylococcus aureus em fi sioterapeutas que atuam em clínicas e hospitais de Governador Valadares MG, Daniel de Assis Santos, Mariane Cândida Medeiros Oliveira, Liliane Lisboa Oliveira, Ludmila Reis Milardi, Sabrina Ferreira Almeida, Lígia Jordão Valentim, Bartira Pereira Neves, Mario Antonio Baraúna, Ruiz Angelo Ventura da Silva ........................................................................................... 22 Medida da amplitude tóraco-abdominal como método de avaliação dos movimentos do tórax e abdome em indivíduos jovens saudáveis, Audrey Borghi-Silva, Renata Gonçalves Mendes, Elisabeth Santos Silva, Higia L. Paulucci, Paula C. Picchi, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo ................................................................. 25 Análise da amplitude de movimento do ombro de mulheres mastectomizadas submetidas a um programa de exercícios e alongamentos musculares, Ana Cristina da Nóbrega Marinho, Alexsandro Alcantara de Macedo ........................................................................................................................................................................ 30 Comparação dos lasers diodo 904 nm e 670 nm na viabilidade do retalho cutâneo randômico isquêmico em ratos, Lívia Ribeiro de Assis, Alexandre Marcio Marcolino, Carlos Eduardo Pinfi ldi, Rodrigo Paschoal Prado, Fábio Lourencin, Lydia MasakoFerreira ................................................................... 36 Comportamento do lactato sanguíneo de pacientes com síndrome isquêmica aguda nas 48 horas de internação na unidade coronariana submetidos à reabilitação cardíaca fase I, Cintia Godinho Junqueira, Regina Roque da Glória, Sílvia Mesquita, Miguel Houri Neto ....................................................................... 40 Correlação entre estresse e dor em pilotos de helicópteros do Grupamento de Radio Patrulha Aérea da Polícia Militar na cidade de São Paulo, Kelly Cristina Diniz, Tabajara de Oliveira Gonzalez, João Pedro Arantes, Emílio Luiz Santana Panhosa, Cezar Gallettii Júnior ........................................... 44 REVISÕES Fatores que interferem na reabilitação protética de idosos amputados de membros inferiores, Júnea Mara Gonçalves Moraes, Daniele Sirineu Pereira, Gisele de Cássia Gomes, Leani Souza Máximo Pereira ................................. 49 O exercício físico e a regeneração muscular, Fabiana Elisa Toressan Faria, Viviane Balisardo Minamoto ..................................... 55 Importância da conformidade dos equipamentos de ultra-som terapêutico com a NBR-IEC 1689, Elton Antônio Valentini, Carlos Dias Maciel, Nivaldo Antonio Parizotto ................................................................................................... 59 Osteogenese imperfeita – características clínicas, moleculares e tratamento, Gabriela Pinheiro Rebouças Martins, Marcus Vinicius Amaral, Henrique Douglas Melo Coutinho ....................................................... 66 ESTUDOS DE CASO Distrofi a muscular intermediária entre Duchenne e Becker, Elaine Maria Bueno da Silva, Thaís Helena Brunheroto Nucci, Cristina Iwabe, Maria da Graça Baldo Deloroso ................................................................................... 69 Benefícios de um programa de fortalecimento excêntrico do quadríceps no tratamento da osteoartrite de joelho, Andressa Souza Milagres, Igor Magalhães e Souza, Johnathan O. Coura Pereira, Roger Duarte da Paz, Flávia Maria Campos de Abreu .................................................................................................................................... 73 NORMAS DE PUBLICAÇÃO ................................................................................................................................................................... 79 EVENTOS .......................................................................................................................................................................................................... 80 Fisioterapia_v7n1.indb 1Fisioterapia_v7n1.indb 1 1/2/2006 18:46:331/2/2006 18:46:33 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20062 © ATMC - Atlântica Editora Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante. I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. w w w . a t l a n t i c a e d i t o r a . c o m . b r Ilustração da capa: Músculos do pescoso, ilustração de G. Devy, Traité d’anatomie humaine de Leon Testut, Paris, 1904. Rio de Janeiro Rua da Lapa, 180/1103 20021-180 – Rio de Janeiro – RJ Tel./Fax: (21) 2221-4164 / 2517-2749 E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br www.atlanticaeditora.com.br São Paulo Praça Ramos Azevedo, 206/1910 01037-010 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3362-2097 Recife Monica Pedrosa Miranda Rua Dona Rita de Souza, 212 52061-480 – Recife – PE Tel.: (81) 3444-2083 / 9204-0346 E-mail: atlanticarecife@terra.com.br Assinaturas 6 números ao ano: Brasil - 1 ano: R$ 156,00 América Latina - 1 ano: US$ 160,00 Europa - 1 ano: € 150,00 Editor executivo Dr. Jean-Louis Peytavin jeanlouis@atlanticaeditora.com.br Editores associados Dr. André Luís Santos Silva Drª. Tiene Deccache Colaboradoras da Redação Ingrid Haig Guillermina Arias Direção de arte Cristiana Ribas cristiana@atlanticaeditora.com.br Publicidade e marketing René Caldeira Delpy Jr. rene@atlanticaeditora.com.br Atendimento ao assinante Edilaine Silva atlantica@atlanticaeditora.com.br Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço por correio ou por e-mail aos cuidados de Jean-Louis Peytavin Rua da Lapa, 180/1103 20021-180 – Rio de Janeiro – RJ jeanlouis@atlanticaeditora.com.br Fisioterapia Brasil www.fisioterapiabrasil.com.br Revista Indexada na LILACS - Literatura Latino- americana e do Caribe em Ciências da Saúde Editor científico Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ – Rio de Janeiro) Conselho científico Prof. Dr. Dirceu Costa (UFSCAR – São Paulo) Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim (Univ.Tuiuti – Paraná) Profa. Dra. Fátima Aparecida Caromano (USP – São Paulo) Prof. Dr. Guillermo Scaglione (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina) Prof. Dr. Hugo Izarn (Univ. Nacional Gral de San Martin – Argentina) Prof. Dr. José Rubens Rebelatto (UFSCAR – São Paulo) Prof. Dr. LC Cameron (UNIRIO – Rio de Janeiro) Profa. Dra. Margareta Nordin (Univ. de New-York – NYU – Estados Unidos) Prof. Dr. Mario Antônio Baraúna (Univ. do Triângulo Mineiro – UNIT – Minas Gerais) Profa. Dra. Neide Gomes Lucena (Univ. Fed. da Paraíba – UFPB – João Pessoa) Profº Dr. Nivaldo Antonio Parizotto (UFSCAR – São Paulo) Prof. Dr. Norberto Peña (Univ. Federal da Bahia – UFBA – Bahia) Prof. Dr. Roberto Sotto (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina) Profa Dra Tania de Fátima Salvini (UFSCAR – São Paulo) Grupo de assessores Dr. Antonio Neme Khoury (HGI – Rio de Janeiro) Dr. Carlos Alberto Caetano de Azeredo (Rio de Janeiro) Dra. Claudia Bahia (FAFIS/IAENE – Salvador) Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro) Profa. Dra. Elaine Guirro (Unimep – São Paulo) Dr. Farley Campos (UCB – Rio de Janeiro) Profa Hélia Pinheiro Rodrigues Corrêa (UCB – Rio de Janeiro) Dr. Hélio Pio (Rio de Janeiro) Prof. Dr. João Santos Pereira (UERJ – Rio de Janeiro) Dra. Lisiane Fabris (UNESC – Santa Catarina) Dr. Jorge Tamaki (PUC – Paraná) Dra. Marisa Moraes Regenga (São Paulo) Dra. Luci Fabiane Scheffer Moraes (Univ. do Sul de Santa Catarina) Dr. Nilton Petrone (Univ. Estácio de Sá – Rio de Janeiro) Dr. Paulo Henrique Eufrásio de Oliveira (UNIRB – Bahia) Dr. Paulo Eraldo C. do Vale (UNICID – São Paulo) Dr. Philippe E. Souchard (Instituto Philippe Souchard) Profa. Solange Canavarro Ferreira (UNESA – HFAG – Rio de Janeiro) Fisioterapia_v7n1.indb 2Fisioterapia_v7n1.indb 2 1/2/2006 18:49:391/2/2006 18:49:39 3Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006 Editorial Seis anos de revista e muito trabalho pela frente Jean-Louis Peytavin, editor A sua revista Fisioterapia Brasil entra no sétimo ano de existência, com mais de 400 artigos já publicados, e mais de 1000 artigos na lista de espera. Não há dia que não recebemos artigos e agradecemos por sua confi ança e pela qualidade, cada vez melhor, dos trabalhos enviados. Diante desta enorme produção dos fisioterapeutas brasileiros, vamos tentar, com a sua ajuda, desenvolver os nossos serviços. Em primeiro lugar, estamos aumentando a cada ano o número de páginas, para publicar cada vez mais artigos. São quase 500 páginas por ano, e em breve 600 e mais. Estamos tambémmelhorando o procedimento de avaliação dos traba- lhos, com os mais renomados professores das universidades brasileiras. Temos de agradecer aqui a todos os membros do conselho científi co da revista que não poupam o seu tempo para redigir pareceres documentados e de grande interesse para os autores. Refi ro-me em particular a José Rubens Rebelatto, Dirceu Costa e Tânia de Fátima Salvini, da Ufscar, a Fátima Caromano, da USP, sem esquecer Esperidião Elias Aquim do Paraná, ou ainda nosso amigo Mario Antônio Baraúna de Uberlândia, nem todos os revisores anônimos que nos ajudam a construir uma revista que seja o espelho da pesquisa em fi sioterapia. Nosso objetivo é publicar o melhor da produção e criar ferramentas úteis para a consulta e pesquisa. Por isso, estamos reformando o nosso site, para apresentar, de uma maneira efi ciente, os artigos, os autores e os temas. Está demorando um pouco, mas estará pronto em breve. Todos os assinantes receberão uma senha para consultar à vontade os arquivos da revista e dos congressos. Não se desesperem se o seu artigo não está ainda publi- cado, estamos trabalhando para enviar uma resposta a todos. Do seu lado, ajudem-nos respeitando as normas de publica- ção e diminuindo o comprimento dos artigos: quanto mais curtos, mais têm chances de serem publicados rapidamente, e também mais chances têm de serem lidos... Estamos também preparando outras publicações e edi- ções, para utilizar o melhor possível o material que recebe- mos, com o objetivo de criar pouco a pouco uma verdadeira enciclopédia da fi sioterapia nacional. Com a sua ajuda e suas assinaturas, conseguimos construir, em seis anos, uma revista independente, hoje indispensável. Temos ainda muito trabalho pela frente, para torná-la uma revista de nível internacional e representativa da variedade dos temas de pesquisa da fi sioterapia, que cresce, a cada ano, na área das ciências da saúde. Mas acreditamos que não vamos esperar mais seis anos para chegar lá. Fisioterapia_v7n1.indb 3Fisioterapia_v7n1.indb 3 1/2/2006 18:49:391/2/2006 18:49:39 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20064 Associação Criação da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM) Profa. Dra. Cristine Homsi Jorge Ferreira Presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher A saúde das mulheres é um importante indicador da saúde de uma nação. Isso porque, historicamente, têm sido atribuídos às mulheres os cuidados com os demais membros da família, e porque estas representam o maior contingente de cuidadoras formais na área da saúde. Além disso, as mul- heres necessitam de cuidados especifi camente voltados à sua saúde reprodutiva, que devem incluir desde a possibilidade de escolher e utilizar um método contraceptivo, até uma as- sistência multiprofi ssional de qualidade na gestação, parto, puerpério e climatério. Essas são algumas das razões que justifi cam a necessidade de programas específi cos de saúde da mulher. Nesse sentido, diversos esforços mundiais têm sido empreendidos para melhorar os indicadores de saúde da mulher, envolvendo também a fi sioterapia. Um exemplo im- portante é a International Organization of Physical Therapy in Women’ s Health (IOPTWH), um subgrupo da World Confederation of Physical Therapy (WCPT) que tem como objetivos difundir e incentivar a prática clínica e a pesquisa em fi sioterapia na saúde da mulher, além de incentivar a criação de outros grupos no mundo. No Brasil, fi sioterapeutas de todo o país reunidos em assembléia que ocorreu no XVI Congresso Brasileiro de Fisioterapia em São Paulo, no dia 07/10/2005, criaram a Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM). O encontro começou com o discurso da se- cretária geral da WCPT, Dra. Brenda Myers, que falou sobre a importância das associações para o crescimento da fi sioterapia. Os principais objetivos desta nova associação foram declara- dos na sua criação e são: encorajar a promoção à Saúde da Mulher; promover a cooperação entre os fi sioterapeutas que trabalham na área de Saúde da Mulher; encorajar a melhora na assistência fi sioterapêutica prestada em Saúde da Mulher; contribuir para defi nir o papel da fi sioterapia em Saúde da Mulher no âmbito público e privado; facilitar o aprimoramento da prática fi sioterapêutica em Saúde da Mulher através da troca de informações em âmbito nacional e internacional; difundir o papel da fi sioterapia em Saúde da Mulher junto aos fi siotera- peutas, outros profi ssionais da área da saúde e comunidade leiga através da promoção de fóruns, debates, campanhas, simpósios e congressos; encorajar a pesquisa científi ca e co- laborar para o desenvolvimento de novos conhecimentos na área de Saúde da Mulher; colaborar para ampliação e preser- vação do mercado de trabalho do fi sioterapeuta na área de Saúde da Mulher; buscar apoio e cooperação com associações nacionais e internacionais que tenham objetivos semelhantes, e ainda incentivar a criação de uma especialidade na área de fi sioterapia, em Saúde da Mulher. Esses objetivos só serão concretizados se houver uma participação crescente dos fi sioterapeutas que atuam na área de Saúde da Mulher na vida associativa. A diretoria da ABRAFISM, eleita por unanimidade, agradece a confi ança e está extremamente motivada a trabalhar para que os fi siotera- peutas possam ocupar o seu espaço e contribuir, com suas habilidades e competências, para uma melhor qualidade de vida e saúde das mulheres brasileiras. Diretoria da ABRAFISM Presidente: Cristine Homsi Jorge Ferreira (SP) Vice-presidente: Elza Baracho (MG) Secretária Geral: Andréa Marques (SP) Diretora Científi ca: Adriana Moreno (SP) Diretora de Defesa Profi ssional: Elaine Caldeira Guirro (SP) Diretora Tesoureira: Maria Cristina Cortes Carneiro Meirelles (SP) Diretora de Comunicação: Pollyana Dórea (BA) Diretora Cultural: Telma Chiarapa (MS) Conselheira Consultiva: Débora Bevilaqua Grossi (SP) Para informar-se sobre como se tornar um membro da ABRAFISM, envie e-mail para abrafi sm@yahoo.com.br Fisioterapia_v7n1.indb 4Fisioterapia_v7n1.indb 4 1/2/2006 18:49:401/2/2006 18:49:40 5Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006 Mobilidade torácica e pressões respiratórias máximas durante a gestação Thoracic mobility and maximum breathing pressures during the pregnancy Fátima Caromano, D.Sc.*, Eliane Sayuri**, Cláudia Marchetti Vieira da Cruz**, Juliana Monteiro Candeloro**, Juliana Schulze Burti***, Luciana Zazyki de Andrade*** *Profa. Dra. do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP, Laboratório de Fisioterapia e Reatividade Comportamental do Curso de Fisioterapia da USP (LaFi-ReaCom) **Fisioterapeuta e Pesquisadora Voluntária do LaFi – ReaCom, ***Graduanda do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP Resumo A fi sioterapia atua no preparo físico/funcional da mulher durante o período gestacional e na recuperação pós-parto. Parte essencial das intervenções fi sioterapêuticas inclui a reeducação respiratória, que deve ser adaptada para as diferentes fases deste período. Com o objetivo em compreender melhor as alterações funcionais respiratórias decorrentes da gestação, este estudo analisou as pressões inspiratória e expiratória máximas e toracometria num grupo de 200 mulheres, sendo 150 gestantes divididas em três gru- pos, 50 no primeiro trimestre de gestação, 50 no segundo trimestre e 50 no terceiro trimestre de gestação, sendo que 50 mulheres não gestantes formaram o grupo controle. Encontrou-se que a diminui- ção da mobilidade torácica e das pressões respiratórias ocorre a partir do primeiro trimestre, aumentando com o desenvolver da gravidez e é dependente dos reajustes hormonais e das adaptações biomecânicas. Palavras-chave: gestação,respiração, avaliação e fi sioterapia. Artigo original Abstract Physical therapy prepares pregnants during pregnancy and after delivery. A essential part of the physical therapy interventions includes the respiratory reeducation that have to be adapted to the different phases of this period. Aiming a better comprehension of the respiratory changes that occurs during pregnancy, the objective of this study was to analyse maximal inspiratory and expiratory pressures in a group of 200 women. In this group 150 women were pregnant and 50 not pregnant. In the pregnant group, 50 were in the fi rst trimester, 50 in the second and 50 in the third trimester. It was found that decrease of the thoracic mobility and breathing pressures starts from the fi rst trimester, increases with the develop- ment of the pregnancy and is dependent of hormonal readjustment and biomechanical adaptations. Key-words: pregnancy, breathing, evaluation, physical therapy. Recebido 10 de maio de 2004; aceito 15 de dezembro de 2005. Endereço para correspondência: Profa. Dra. Fátima Caromano Curso de Fisioterapia da USP, Laboratório de Fisioterapia e Reatividade Comportamental, Rua Cipotânea, 51 Cidade Universitária da USP 05360-000 São Paulo SP, E-mail: fcaromano@uol.com.br. Introdução A gravidez provoca grandes mudanças no organismo a fi m de prepará-lo para implantar, formar e desenvolver uma nova vida durante a gestação. No primeiro trimestre ocor- rem diversas alterações endócrinas, sendo que o elemento básico para tais alterações é a placenta, que sintetiza vários hormônios com funções próprias durante a gestação, como a gonadotropina coriônica (HCG), a somatotropina placen- tária, a tireotropina placentária, os estrógenos, a progesterona e os andrógenos. A tireóide, o pâncreas, a supra-renal e a hipófi se também têm suas atividades aumentadas nesta fase, alterando o metabolismo materno e, desta forma, fazendo com que coração, rins e pulmões trabalhem de forma mais intensa [1]. Quanto às alterações cardiopulmonares, o aumento da progesterona, particularmente, provoca uma diminuição na tensão alveolar, podendo haver congestão tissular e hiper- secreção no trato respiratório superior, além de diminuição na pressão diastólica logo no início da gestação, devido à Fisioterapia_v7n1.indb 5Fisioterapia_v7n1.indb 5 1/2/2006 18:49:411/2/2006 18:49:41 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20066 diminuição na resistência vascular periférica. Como há um aumento de 15 a 20% no consumo de oxigênio, somado a um estado natural de hiperventilação (pela maior necessidade de O2 na gestação e pela sensibilização do centro respiratório na medula pela progesterona), o trabalho respiratório aumenta, podendo-se observar dispnéia durante exercícios leves logo nas primeiras semanas. Ocorrem alterações biomecânicas na função dos arcos costais (estimuladas por hormônios) que precedem o crescimento uterino, observado pelo aumento progressivo do ângulo subcostal, que desloca as costelas para cima e para fora e pelo aumento dos diâmetros torácicos ân- tero-posterior e transverso em cerca de dois a três centímetros cada (a circunferência torácica total aumenta de 5 a 7 cm). Devido às alterações na posição das costelas o diafragma ele- va-se aproximadamente quatro centímetros. Curiosamente, a freqüência respiratória não se altera, mas ocorre um aumento da incursão da respiração; o volume corrente e a ventilação por minuto aumentam, mas a capacidade pulmonar não se altera ou diminui [2]. No segundo trimestre, o crescimento do bebê que se alimenta pela placenta prevalece. Ocorre um aumento na atividade da tireóide materna, o que eleva ainda mais o me- tabolismo e a prolactina produzida pela hipófi se dobra de quantidade. Pode continuar ocorrendo dispnéia pela inade- quação entre a demanda e a resposta ventilatória e podem surgir palpitações quando a gestante faz exercícios físicos de baixa a moderada intensidade, já que sua freqüência cardíaca de repouso apresenta uma média de 15 batimentos por minuto a mais que a da mulher não grávida [3]. No terceiro trimestre a expansão do útero impede a descida total do diafragma durante a inspiração, sendo que, perto do parto, este músculo pode elevar-se até quatro centímetros ou mais. A pressão que o feto faz para cima pode deslocar as cos- telas, aumentando o perímetro costal inferior da mãe de 10 a 15 cm e aumentando o ângulo subcostal. Nessa fase da gestação a excursão respiratória fi ca limitada nas bases dos pulmões e torna- se mais ativa no ápice e na região medial, o que aumenta ainda mais a difi culdade de respirar no fi nal da gravidez [2]. A relaxina torna as articulações costocondrais mais móveis, tornando mais comum a ocorrência de dores, con- tusões e até rompimentos [4]. Durante toda a gestação as glândulas mamárias são estimuladas pelos hormônios de forma a aumentar seu volume, adaptando-se para o período de lactação. Esse aumento no volume da mama por um au- mento da massa, causa uma resistência à mobilidade na parte superior anterior do tórax, difi cultando ainda mais as inspira- ções, principalmente na postura de decúbito dorsal [5]. Do ponto de vista biomecânico, ocorre um aumento da base de sustentação para compensar o deslocamento cor- poral anterior provocado pelo útero aumentado. A maioria das grávidas refere dores nas costas e pode-se observar um aumento na lordose lombar [4]. Esta adaptação modifi ca o posicionamento das inserções dos pilares posteriores do músculo diafragma, diminuindo sua efi ciência biomecânica. Há aumento na volemia e, em conseqüência, na pré-carga cardíaca devido ao aumento da freqüência cardíaca e ao au- mento no condicionamento das fi bras cardíacas em resposta aos estrógenos, visando melhorar a irrigação uterina [6]. As paratireóides da mãe passam a fi car maiores e mais funcionantes nesse período para suprir as necessidades fetais de cálcio. A prolactina dobra de quantidade novamente e as concentrações de HCG e progesterona caem quando se aproxima o período do parto para que possam ocorrer as con- trações uterinas e a conseqüente expulsão do feto [1]. Quando se iniciam as contrações há um refl exo neuroendócrino que, via medula e hipotálamo, leva à liberação de ocitocina que auxilia na dilatação para o parto (por meio das contrações) e na con- tração das células mioepiteliais em volta das aréolas mamárias para que haja ejeção do leite para a amamentação [5]. Verifi ca-se que, desde a concepção, ocorrem mudanças fi siológicas e biomecânicas que alteram a função respiratória da gestante, não existindo na literatura índices que quanti- fi quem os efeitos das alterações nas pressões inspiratória e expiratória na mobilidade do tórax. Objetivo Frente ao colocado, este estudo se propõe a avaliar a mobilidade torácica em três fases gestacionais, utilizando a mensuração da toracometria e das medidas das pressões respiratórias máximas. Material e métodos Foram selecionadas 200 mulheres, com biotipos semel- hantes e faixa etária entre 18-25 anos. As participantes foram divididas em quatro grupos: 50 não grávidas (controle – NG), 50 gestantes na primeira quinzena do terceiro mês de gesta- ção (grupo 1 – G1), 50 mulheres na primeira quinzena do sexto mês de gestação (grupo 2 – G2) e 50 participantes na primeira quinzena do nono mês de gestação (grupo3 – G3). Para a mensuração da toracometria, foram utilizados um manuvacuômetro e fi ta métrica. As participantes foram gestantes que eram acompanhadas no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, sendo que todas deveriam ser saudáveis, sem nenhuma complicação, estarem na primeira gestação, com biotipo e faixa etária semelhantes. Todas foram convidadas e assinaramum termo de consentimento pós-informado sobre o estudo. As gestantes e as mulheres do grupo controle foram sub- metidas a mensurações de toracometria utilizando a técnica de cirtometria dirigida [7], quando foram coletadas medidas de três regiões: axilar, processo xifóide e últimos arcos costais, durante bipedestação. As mulheres eram orientadas a expirar profundamente, e o fi sioterapeuta realizava a primeira medida, depois faziam a inspiração profunda para a realização da Fisioterapia_v7n1.indb 6Fisioterapia_v7n1.indb 6 1/2/2006 18:49:411/2/2006 18:49:41 7Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006 segunda medida. Em seguida calculava-se a diferença entre as duas medidas. O procedimento era repetido três vezes, utilizando-se para o estudo a maior das três medidas. Em seguida, realizava-se as medidas das pressões inspiratória e expiratória máximas, com as mulheres em postura sentada, por meio de manovacuômetro. Também foram coletadas três medidas em cada teste e, para efeito de estudo, utilizou-se a maior das três medidas. Entre cada coleta de medida foi feito um intervalo de três minutos para repouso. Foi realizada análise estatística descritiva e teste t de Student. Resultados e discussão Não foi encontrada diferença estatisticamente signifi cativa (p < 0,005) na idade e altura entre os quatro grupos e, como esperado, encontrou-se diferença signifi cativa de peso entre os grupos – em função do ganho de peso durante a gestação. Os dados mostram que os grupos estudados eram semelhantes quanto à idade, altura e peso no grupo NG (Tabela I). Tabela I - Valores das médias de idade, peso e altura nos quatro grupos estudados. Grupo Idade Peso Altura Não gestante - NG 23,5 ± 1,9 52,6 ± 3,9 1,57 ± 0,02 Grupo 1 22,9 ± 2,1 53,1 ± 5,0 1,57 ± 0,03 Grupo 2 23,1 ± 1,2 61,7 ± 7,8 1,55 ± 0,05 Grupo 3 23,3 ±1,8 63,2 ± 5,3 1,56 ± 0,03 Verifi cou-se que a mobilidade torácica, nos três segmentos avaliados e as pressões inspiratória e expiratória máximas di- minuíram de forma signifi cativa (p < 0,005) entre os grupos NG e G1, G1 e G2 e, G2 e G3, demonstrando uma sobre- carga orgânica que se inicia no primeiro trimestre, decorrente principalmente das alterações hormonais e cardiocirculatórias e, que se acentuam com o desenvolvimento do feto e con- seqüente compressão biomecânica do coração e pulmões associada com a mudança dos ângulos de origem e inserção dos músculos respiratórios (Tabela II e III). Tabela II - Valores das médias da PIMáx (pressão inspiratória máxima) e PEMáx (pressão expiratória máxima) nos quatro grupos estudados. Grupos Pressão Inspi- Pressão Expi- ratória Máxima ratória Máxima Não gestante - NG -81,2 ± 15,1 +80,9 ± 23,9 Grupo 1 - G1 -54,6 ± 12,6 +52,7 ± 13,6 Grupo 2 - G2 -41,7 ± 9,3 +47,6 ± 11,0 Grupo 3 - G3 -33,9 ± 10,9 +41,5 ± 12,4 Pode-se observar na Tabela II que a alteração mais signifi - cativa nas pressões respiratórias máximas ocorre no primeiro trimestre de gestação, desfazendo o mito de que a gestante vai apresentar maior difi culdade para respirar somente no fi nal da gravidez, em função da compressão do diafragma desencadeada pelo crescimento do feto. Também é interessante observar que a pressão inspiratória máxima é a medida que diminui de forma mais acentuada, o que explica a difi culdade para respirar durante a realização de pequenos a médios esforços no fi nal da gestação. Tabela III - Valores das médias das diferenças das cirtometrias em inspi- ração profunda e expiração profunda. Grupos Axilar Xifóidea Abdominal Não gestante - NG 8,1 ± 0,5 6,9 ± 0,8 1,2 ± 1,2 Grupo 1 - G1 6,2 ± 0,8 5,3 ± 0,3 0,7 ± 0,3 Grupo 2 - G2 5,4 ± 1,3 4,8 ± 1,1 0,5 ± 0,9 Grupo 3 - G3 5,1 ± 2,0 4,5 ± 1,8 0,3 ± 1,2 Como pode ser observado na Tabela III, a mobilidade torácica da população estudada era predominantemente axilar. A diminuição da expansibilidade diminuiu em aproxi- madamente um terço nas regiões axilar e xifóide, quando comparamos os quatro grupos e, chama a atenção o fato da mobilidade dos últimos arcos costais, no grupo G3, ser um quarto do valor encontrado no grupo NG, demonstrando o efeito biomecânico que ocorre em função da expansão do volume abdominal em direção à caixa torácica. Conclusão Os achados são compatíveis com as informações sobre as modifi cações impostas à gestante pelas alterações orgânicas que ocorrem a partir do primeiro trimestre. Desta forma, os programas de atividade física a serem elaborados para esta população devem considerar os exercícios compatíveis com a sobrecarga imposta, a possibilidade de execução de movimen- tos compensatórios durante o período de gestação, especial- mente de musculatura respiratória, o treinamento das posturas de repouso e o controle voluntário da respiração, dentro do padrão respiratório mais funcional para a gestante. Referências 1. Peixoto S. Pré-Natal. 2 ed. São Paulo: Manole; 1981. 2. Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos – Fundamentos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Manole; 1998. 3. Polden M, Mantle J. Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. 7 ed. São Paulo: Livraria Santos; 1997. 4. Tedesco JJA. A grávida. Suas indagações e as duvidas do ob- stetra. São Paulo: Atheneu; 2000. 5. Martins JAP. Manual de obstetrícia. 1 Fisiologia. São Paulo: EDUSP; 1982. 6. Guyton e Hall. Fisiologia humana e o mecanismo das doenças. 6 ed. São Paulo: Guanabara Koogan; 2000. 7. Caromano FA, Durigon OFS, Landaburu C, Pardo MS. Es- tudo comparativo de duas técnicas de avaliação da mobilidade torácica em mulheres jovens e idosas saudáveis. Fisioter Bras 2003;4(5):349-52. Fisioterapia_v7n1.indb 7Fisioterapia_v7n1.indb 7 1/2/2006 18:49:421/2/2006 18:49:42 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20068 Ocorrência de bioagentes patogênicos nos eletrodos utilizados na Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea nos serviços de fi sioterapia da Baixada Fluminense RJ Occurrence of pathogenic bioagents on electrodes used in Transcutaneous Nerve Stimulation in physical therapy services in Baixada Fluminense RJ José Tadeu Madeira de Oliveira, M.Sc.*, Antônio Neres Norberg, D.Sc.*, Fábio dos Santos Borges, M.Sc.*, Glória Maria Moraes Vianna da Rosa, M.Sc.*, Ingrid Jardim de Azeredo Souza**, Rafael Jardim de Azeredo Souza***, Ailton da Silva Gonçalves****, Betânia Martins Alhan de Oliveira*****, Fabiano Sanches Guerra****** *Docentes da Universidade Iguaçu, **Docente da Universidade Iguaçu, Especialista em Fisioterapia Cinética Funcional, ***Docente da Universidade Iguaçu, Especialista em Fisioterapia Cinética Funcional, ****Farmacêutico graduado pela Universidade Iguaçu, *****Farmacêutica graduada pela Universidade Iguaçu, Especialista em Parasitologia, ******Iniciação científi ca da Universidade Iguaçu Resumo A Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) é uma corrente de baixa intensidade, onde o contato entre o eletrodo e a pele são mecanismos indispensáveis da técnica terapêutica. Os eletrodos são constituídos de borracha siliconizada, acoplados à superfície cutânea com o uso de um gel eletricamente condutivo. Esses eletrodos de tamanho e marcas diversifi cadas, utilizados em pacientes, foram submetidos à fricção longitudinal com o auxílio de um suabe, em um tempo máximo de duas horas e foram semeados em meio de cultura Brewer e Sabouraud. O crescimento obtido foi repicado para meios de cultura Agar-sangue, Agar-hipertônico- manitol e meio seletivo para Pseudomonas e Staphylococcus. As colônias foram identifi cadas por caracteres culturais e provas bioquímicas de identifi cação, através de sistema BioMerieux Vitek. O crescimento fúngico foi identifi cado por caracteres morfológicos, culturais, pro- vas bioquímicas e morfológicas quando necessárias. Os resultados demonstraram 59,5 % de positividade nas amostras avaliadaspara a presença de agentes fúngicos e bacterianos. Sugere-se uma neces- sidade de prevenção da transmissão de bioagentes por contato, e melhoria na qualidade do atendimento em fi sioterapia. Palavras-chave: bioagentes patogênicos, eletrodos. Artigo original Abstract The transcutaneous Nerve Stimulation (TNS) is a low intensity current where contact between electrode and skin are indispensable mechanisms of therapy. The electrodes are made of silicone rubber coupling to cutaneous surface using a electrically conductive gel. These electrodes of size and mark diversifi ed used in patients, were submitted to longitudinal friction with support of a swab, in maximum time of two hours and were seed in Brewer and Sabouraud medium. The growth obtained was transplanted to Agar-blood media, Agar-hipertonic-manitol and selective medium to Pseudomonas and Staphylococcus. The colonies were identifi ed by characters of culture and biochemical proof of identifi cation through the BioMerieux Vitek system. The fungal growth was identifi ed by morphological characters, cultural, biochemical and morfological proof when necessary. The results showed 59,5 % of positivity in evaluated samples for the presence of fungal and bacterium agents. Its suggested necessity of preventing bioagents transmission by contact and advance in attendance quality in physical therapy. Key-words: Pathogenic bioagents, electrodes. Artigo recebido em 3 de agosto de 2004; aceito em 15 de dezembro de 2005. Endereço para correspondência: José Tadeu Madeira de Oliveira, Av. Mirandela, 1354 casa 02 Centro 26520-099 Nilópolis RJ, Tel: (21) 3761- 7152/9614-8940, E-mail: tadeumadeira@bol.com.br Introdução Durante séculos, a estimulação elétrica vem sendo utilizada para o alívio da dor. Na Grécia, enguias elétricas foram utilizadas pelos antigos egípcios no tratamento de lesões e dores de cabeça [1]. Em Roma, um escravo de nome Antero, emancipado pelo Imperador Tibério, pas- seava às margens do rio Tibre, tropeçou em um peixe elétrico e curou-se de sua crise de gota. Fatos históricos relataram outras situações. William Gilbert, no século XVI Fisioterapia_v7n1.indb 8Fisioterapia_v7n1.indb 8 1/2/2006 18:49:431/2/2006 18:49:43 9Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006 considerado pai da eletroterapia moderna, Joham Jottob Krugger, em 1744, e Jean Louis Jalbert também utilizaram a eletricidade como recursos terapêuticos e novos adventos impulsionaram a eletroterapia como conhecimento cientí- fi co. O reconhecimento da eletroterapia como recurso oriundo da eletricidade estática e a corrente galvânica que surgiu após a Revolução Francesa mostram a evolução deste procedimento terapêutico [2]. Na década de 60, após a publicação da Teoria da Compor- ta por Melzack & Wall em 1965, os aparelhos de estimulação elétrica passaram a ser utilizados no controle da dor [2]. A Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) é uma corrente de baixa intensidade onde o contato entre o eletrodo e a pele são mecanismos indispensáveis na técnica terapêutica. Esses dados foram ratifi cados por Kitchen & Basin [3]. Os eletrodos são constituídos de borracha siliconizada com impregnação de carbono. Tais eletrodos são reutilizáveis, geralmente acoplados à superfície cutânea com o uso de um gel eletricamente condutivo. Existem outros tipos de eletrodos disponíveis, porém Nolan relatou que os eletrodos de borracha-silicone são mais efi cazes e economicamente viáveis [4]. Jadassohn [5] observou uma reação eczematosa em pacien- te medicado com iodofórmio, utilizado como cicatrizante. Alguns dias após, já com a melhora do quadro clínico, o autor reaplicou iodofórmio no tegumento do paciente, obtendo intensa reação eczematosa. No V Congresso Alemão de Der- matologia, Jadassohn comunicou sua observação, relatou que os agentes externos, chamados de contactantes representam uma grande fonte de contaminação. Andrade et al. [6] relataram que o meio hospitalar, incluin- do o ar, a água e as superfícies inanimadas que cercam o pa- ciente, guardam íntima relação com as infecções hospitalares, podendo proporcionar focos de contato e de transmissão. Apesar das principais causas de infecção hospitalar estarem relacionadas com a susceptibilidade do doente à infecção e com os métodos de diagnóstico e terapêuticos, não se pode deixar de considerar os aspectos de assepsia e de higiene do ambiente hospitalar. Muitos recursos para se evitar a ocorrência do problema vêm sendo utilizados. O Center for Disease Control [7] referiu que as organizações de saúde têm desenvolvido normas de assepsia e higiene hospitalar. Schaefer [8] ratifi cou que essas normas são universais porque devem ser aplicadas a todos os doentes, em todos os tipos de tratamentos e para todos os instrumentos e equipamentos. Os protocolos propostos atribuem ênfase especial às barreiras de proteção contra os microrganismos. Segundo Russo et al. [9], a crescente incidência de doenças transmissíveis conduz à necessidade de uma cons- cientização sobre os riscos reais de contaminação das mais diversifi cadas formas terapêuticas, dentre elas em especial a fi sioterapia. Sabe-se que, em termos de fi sioterapia, pouco se conhe- ce sobre os aspectos microbiológicos que envolvem esta atividade, fato que despertou receio e apreensão sobre o mecanismo de se identifi car focos de contato e de trans- missão de agentes patogênicos, dentre elas os causadores de dermatite de contato, com registros em outros países, evidenciando-se a necessidade de reconhecer a situação para estabelecermos uma abordagem mais específi ca com resultados mais concretos. Material e métodos Foram coletadas 24 amostras para pesquisa nos serviços de fi sioterapia, situados na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, no período de maio a julho de 2002. A análise dos materiais foi realizada no laboratório de micro- biologia e imunologia do programa de mestrado em ciências biológicas da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Iguaçu. Os eletrodos condutores de eletro- estimulação, de tamanho e marcas diversifi cadas utilizados em pacientes, foram submetidos à fricção longitudinal na superfície horizontal com o auxílio de um suabe embebido em solução salina (cloreto de sódio 0,9 %). No tempo máximo de duas horas após a coleta foram semeadas em meio de cultura de Brewer e Sabouraud. O meio de Brewer foi incubado em estufa a 37º C por 24 horas. O crescimento obtido foi repicado para meios de cultura Agar-sangue, Agar-hipertônico-manitol e meio seletivo para os gêneros Pseudomonas e Staphylococcus. As colônias desenvolvidas foram identifi cadas por caracteres culturais e provas bioquímicas de identifi cação, através do sistema BioMerieux Vitek. O crescimento fúngico no meio de Sabouraud foi identifi cado por caracteres morfológicos, culturais e provas bioquímicas quando necessárias. Resultados Das 24 amostras dos eletrodos de borracha siliconizada carbonizada de eletroestimulação analisadas, 59,5 % apresen- taram a ocorrência de agentes bacterianos e/ou agentes fún- gicos, nos serviços de fi sioterapia por municípios pesquisados na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Encontrou-se uma freqüência mais elevada para os bioagentes fúngicos (42,5 %), enquanto que os bacterianos apresentaram 17,0 % (Tabela I). De acordo com a ocorrência de agentes bacterianos nos eletrodos de eletroestimulação, foi encontrada uma freqüência igualmente distribuída entre Pseudomonas aeruginosa e Staphylo- coccus aureus (Tabela II). Na ocorrência de agentes fúngicos, houve uma freqüência bem distribuída de acordo com a seguinte ordem: Alternaria spp. 4,25 %, Aspergillus spp. 8,5 %, Cladosporium spp. 4,25 %, Candida albicans 8,5 %, Penicillium spp. 8,5 %,Nigrospora spp. 4,25 %, Sporothrix spp. 4,25 % (Tabela III). Fisioterapia_v7n1.indb 9Fisioterapia_v7n1.indb 9 1/2/2006 18:49:441/2/2006 18:49:44 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200610 Tabela I - Distribuição de bioagentes bacterianos e fúngicos em 24 amostras coletadas nos eletrodos de eletroestimulação, utilizados nos serviços de fi sioterapia por municípios pesquisados. Municípios Agentes Agentes Totais bacterianos fúngicos Nº (%) Nº (%) Nº (%) Belford Roxo 00 00 02 8,5 02 8,5 Mesquita 02 8,5 04 17,0 06 25,5 Nova Iguaçu 01 4,25 00 00 01 4,25 Japerí 01 4,25 02 8,5 03 12,75 Queimados 00 00 02 8,5 02 8,5 São João de Meriti 00 00 00 00 00 00 Totais 04 17,0 10 42,5 14 59,5 Tabela II - Ocorrência de agentes bacterianos por gênero e espécies em 24 amostras coletadas nos eletrodos de eletroestimulação, utilizados nos serviços de fi sioterapia. Gênero e especies Nº (%) Pseudomonas aeruginosa 02 8,5 Staphylococcus aureus 02 8,5 Totais 04 17,0 Tabela III - Ocorrência de agentes fúngicos por gênero e espécies em 24 amostras coletadas nos eletrodos de Eletroestimulação, utilizados nos serviços de fi sioterapia pesquisados. Gênero e especies Nº Amostras + (%) Alternaria spp 01 4,25 Aspergillus spp 02 8,5 Candida albicans 02 8,5 Cladosporium spp 01 4,25 Nigrospora spp 01 4,25 Penicillium spp 02 8,5 Sporothrix schenckii 01 4,25 Totais 10 42,5 Discussão Lima et al. [10] relataram que grande parte das infecções cutâneas é causada por fungos e bactérias, estando estas isoladas ou em conjunto. Enfatiza-se a possibilidade da ocorrência de infecção hospitalar, não somente pela existência de bioagentes patogênicos, mas pela suscetibilidade do indivíduo à infecção independente dos aspectos de limpeza do ambiente e respectivos equipamentos. Schaefer [8] relatou a importância das normas universais de assepsia, desinfecção e esterilização para todos os pacientes, instrumentos e equipamentos como forma de controle de infecção e biossegurança, chamando-nos a atenção para a realização de um estudo mais específi co voltado à fi sioterapia. Santos [11] corroborou com Rey [12], quando disse que a alta umidade entre diversos segmentos corporais suporta a atividade e o crescimento de grande quantidade de bactérias, fungos e leveduras. Em nossos estudos, das 24 amostras dos eletrodos de borracha siliconizada carbonizada de eletroes- timulação analisadas, houve uma freqüência de 59,5 % de agentes bacterianos e/ou fúngicos, confi rmando a necessidade de conscientização dos profi ssionais de fi sioterapia sobre os riscos de contaminação por microrganismos. Silva [13] defi niu que a infecção implica a colonização de células, tecidos ou ca- vidades corporais do hospedeiro, enquanto que a colonização indica a presença do microrganismo sem causar doença. Diaz & Rojas [14] alertaram para o fato de que todas as super- fícies, principalmente as horizontais, devem ser limpas, pois a força de gravidade facilita a produção e proliferação de microrganismos veiculadores de contaminação e infecção. Rey [12] relatou que a pele apresenta uma microbiota, com predomínio de espécies do gênero Staphylococcus aureus, além de bacilos gram-negativos, representados principalmente por enterobactérias. A freqüência de positividade nos eletrodos de eletroestimulação em nosso estudo para agentes bacterianos apresentou-se menor que para agentes fúngicos (17,0 % e 42,5 %, respectivamente). Com relação aos agentes bacterianos, foi encontrada uma freqüência igualmente distribuída entre Pseudomonas aeruginosa (50 %) e Staphylococcus aureus. Adams et al. [15], Levy et al. [16], Santos et al. [17], Santos et al. [18] e Gould [19] ratifi caram que o Staphylococcus aureus, enquanto um dos membros patogênicos da microbiota do homem, é encontrado em inúmeras partes do corpo, como fossas nasais, mãos, garganta, intestino, e princi- palmente pele e mucosas. O mesmo foi descrito por Zaits et al. [20] quanto aos elementos fúngicos, citando a candidose como ubíqua e a Candida albicans como integrante desta microbiota. E este microorganismo pode ser transmitido de pessoa para pessoa, através do contato direto ou indireto [21,22]. Morrinson et al. [23], Hosking et al. [24], Jantunem et al. [25], Verscharaegen et al. [26], Wald et al. [27] evidenciaram que as infecções por Aspergillus representam a segunda causa mais comum de infecção por fungos em pacientes. Cahill [328], ao realizar biópsias de pele com aspergilose cutânea por Aspergillus niger, confi rmou sua patogenia colocando a pele contaminada como transmissor e a água como veicula- dora do patógeno, o que ratifi ca a possibilidade de as placas eletrocondutoras serem mediadoras destes patógenos com a pele. Enquanto que Austwich & Longbottom [29] se referiram a uma outra espécie, o Aspergillus fumigatus, como sendo de importância clínica nas infecções e alergias. Nossos estudos apontaram para uma freqüência bem distribuída de agentes fúngicos na seguinte ordem: Alternaria spp. 4,5 %, Aspergillus spp. 8,5 %, Candida albicans 8,5 %, Penicillium spp. 8,5 %, Cladosporium spp. 4,25 %, Nigrospora spp. 4,25 % e Sporothrix spp. 4,25 %. Frampton [1] alertou sobre a irritação cutânea durante a aplicação prolongada, fazendo-se necessária a lim- peza da área a serem aplicados os eletrodos a fi m de evitar essas irritações. Fisioterapia_v7n1.indb 10Fisioterapia_v7n1.indb 10 1/2/2006 18:49:451/2/2006 18:49:45 11Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006 Frampton [1] ratifi cou que a resposta alérgica aos eletrodos, à fi ta adesiva, ou ao gel representam o principal problema à aplicação do TENS. A Organização Mundial de Saúde (OMS/ WHO) considera as parasitoses como elementos de máxima im- portância nas ciências da Saúde. Baseados nessas informações, Madeira-Oliveira et al. [30] relataram a relevância da inclusão da disciplina de parasitologia na formação acadêmica de fi siotera- pia, da qual pouco se conhece sobre os aspectos microbiológicos que envolvem a prática terapêutica. O resultado da pesquisa aponta para a necessidade de um protocolo de assepsia efi caz destes eletrodos, nos serviços de fi sioterapia, promovendo o bem estar físico e a integridade dos pacientes. Conclusão Registra-se na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, nos serviços de fi sioterapia, a ocorrência de bioagentes patogê- nicos nos eletrodos de borracha siliconizada com impregnação de carbono, utilizados na eletroanalgesia transcutânea. Entre as amostras analisadas, 59,5 % conferiram posi- tividade de patógenos com predominância dos elementos fúngicos em 42,5 % e bacterianos em 17 %. Levanta-se a suposição de que a freqüência de microrga- nismos patogênicos nos eletrodos associados a microbiota cutânea do homem, baixa do sistema imune e técnica ina- dequada de aplicação promovam a ocorrência de possíveis doenças dermatológicas. Considerando-se a análise dos resultados, relata-se a ne- cessidade da realização de técnica asséptica na região cutânea de aplicação da eletroanalgesia no homem e nos eletrodos. Faz-se necessário um cuidado preventivo e de biossegurança no que se refere à prática fi sioterapêutica em relação a bioagen- tes patogênicos. É preciso, também, que se dê continuidade na pesquisa com fundamentação na investigação dos bioagentes patogênicos na abordagem fi sioterapêutica, identifi cando procedi- mentos apropriados para desinfecção dos eletrodos e da pele. Referências 1. Frampton VM. Pain control with the aid of transcutaneous nerve stimulation. Physiotherapy 1982;68(3):77-81. 2. Leitão A, Leitão V. Clínica de reabilitação. 1a ed. São Paulo: Atheneu; 1995. p.313-4. 3. Kitchen S, Basin S. Eletroterapia de Clayton. 10a ed. São Paulo: Manole; 1998. p.350. 4. Nolan MF. Conducticve differencesin electrodes used with transcutaneous electrical nerve stimulation devices. Phys Ther 1991;71:746-51. 5. Jadassohn J. [1985]. Tur Kenntnis Der Medikamentosen Derma- tosen. Verhandeugen. Deutchen Dermatigishen Gereleschaet. Finster Congrees. Graz Wien: W Braunmiller; 1896. p.106. 6. Andrade D, Angerami ELS, Padovani CR. Condição microbi- ológica dos leitos hospitalares antes e depois de sua limpeza. Rev Saúde Pública 2000;34(2):163-9. 7. Center For Disease Control. Measles on a college Campus – Ohio. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 1990;39(1):29. 8. Schaefer MB. The new CDC surgical water recommendations: why they should be implemented and what they require. Com- pend Contin Educ Dent 1996;17(6):612-20. 9. Russo EMA, Carvalho RC, Lorenzo JL, Garone Netto N, Car- doso MV, Grossi E. Avaliação da intensidade de contaminação de pontas de seringa tríplice. Pesqui Odontol Bras 2000;14(3). 10. Lima EO, Chaves LM., Oliveira, NMC. Isolamento de derma- tófi tos geofílicos da região litorânea de João Pessoa - Paraíba - Brasil. An Bras Dermatol 1999;74(2):127-32. 11. Santos BMO. Estudo longitudinal sobre portador são de Staphylococcus aureus em alunos de um curso de auxiliar de enfermagem. Rev Soc Bras Med Trop 1999;4(32):41-4. 12. Rey L. Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde. São Paulo: Guanabara Koogan 1999; p.825. 13. Silva CHPM. Bacteriologia: texto ilustrado. Rio de Janeiro: Eventos; 1999. p.53. 14. Diaz CAA, Rojas FJC. Processo de limpieza en el hospital. Todo Hosp 1996;126:49-53. 15. Adams BC, Marrie TTJ. Hand carriage of aerobic gram-negative rods may not be transient. J Hyg 1982;89:33-46. 16. Levy CE, Costa JC, Lama J, Furlan MLS, Toloy RC, Pasti MJ, Takeda E. Papel epidemiológico das mãos nas infecções hos- pitalares. Rev Soc Bras Med Trop 1988;21:89. 17. Santos BMO, Aguillar OM, Takakura MS. Colonização si- multânea de Staphylococcus aureus na cavidade nasal e mãos de portadores sãos de um hospital escola. Rev Microbiol 1990;21:309-14. 18. Santos BMO, Scochi CGS, Garcia E, Souza MT. Prevalência de portadores sãos de Staphylococcus aureus em pessoal de enfermagem de unidades pediátricas de um hospital geral escola. Parte I. Rev Paul Hosp 1990;83:24-9. 19. Gould D. Nurses’ hands as vectors of hospital-acquired infec- tion: a review. J Adv Nurs 1991;16:1216-25. 20. Zaitz C, Campbell I, Marques SA, Ruiz LRB, Souza VM. Compên- dio de micologia médica. São Paulo: MEDSI; 1998. p. 82. 21. Davis BD, Dulbecco R, Eisen HN, Ginsberg HS, Wood WB. Relações hospedeiro-parasita nas doenças bacterianas. In: Davis BD, Dulbecco R, Eisen HN, Ginsberg HS, Wood WB (eds). Microbiology. São Paulo: Edart; 1973. p. 9-54. 22. Rouquayrol MZ, Veras FMF. Doenças transmissíveis e modos de transmissão. In: Rouquayrol MZ (ed). Epidemiologia e saúde. 4a ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 1994. p. 217-68. 23. Morrinson VA, Haake RJ, Weisdorf DJ. Non-Candida fungal infections after bone marrow transplantation: risk factors and outcome. Am J Med 1994;96:497-503. 24. Hosking M, Macdonald N, Cornel G. Liposomal amphotericin B for postoperative Aspergillus fumigatus endocarditis. Ann Thorac Surg 1995;19:859-60. 25. Jantunen E, Ruutu P, Niskanen L, Volin L, Parkkali T, Koukila- Kahkola P, Ruutu T. Incidence and risk factors for invasive fungal infections in allogeneic BMT recipients. Bone Marrow Transplant 1997;19(8):801-8. 26. Verschraegen CF, Van Besien KW, Dignani C, Hester JP, Ander- son BS, Anaissie E. Invasive Aspergillus sinusitis during bone marrow transplantation. Scand J Infect Dis 1997;29:436-8. 27. Wald A, Leisenring W, Van Burik J, Bowden RA. Epidemiology of Aspergillus infections in a large cohort of patients undergoing bone marrow transplantation. J Infect Dis 1997;175:1459-66. 28. Cahill KM, Mofty AM, Kawaguchi TP. Primary cutaneous Aspergillosis. Arch Dermatol 1967;96:545-7. 29. Austwick PKC, Longbottom JL. Medically important Aspergil- lus species. In: Lennette EH, Balows A, Hausler Jr WJ, Truant JP. Manual of clinical microbiology. 3a ed. Washington: American Society for Microbiology; 1980; p.55-8. 30. Madeira-Oliveira JT, Machado RO, Werneck JGE, Mata LJF. Sugestão para inclusão da disciplina ou conhecimento de para- sitologia no currículo pleno da graduação em fi sioterapia. 52a Reunião da SBPC. Universidade de Brasília, DF; 2000. Fisioterapia_v7n1.indb 11Fisioterapia_v7n1.indb 11 1/2/2006 18:49:461/2/2006 18:49:46 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200612 Efeitos fi siológicos da fi sioterapia respiratória convencional associada à aplicação de BiPAP no pós-operatório de cirurgia cardíaca Physiological effects of the conventional respiratory physical therapy associated to BiPAP in post cardiac surgery Kamilla Tays Marrara*, Aline Marques Franco*, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, D.Sc.**, Fernanda Negrini, M.Sc.***, Sérgio Luzzi**** *Graduandas do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, **Professora do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, ***Professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, ****Médico cirurgião da equipe de cirurgia cardíaca da Santa Casa de Misericórdia de Araraquara Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações da função pulmonar pela Força Muscular Respiratória (FMR-PImax e PEmax), Capacidade Vital (CV), Freqüência Respiratória (FR) e Oxigenação (SpO2) do pré-operatório ao 1º pós-operatório (PO) e deste à pré-alta; e verifi car a efi cácia da Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC) associada à Ventilação não-invasiva (BiPAP) no PO de cirurgia cardíaca. Incluiu-se 27 pacientes, 12 tratados com FRC associada à BiPAP (Grupo1-G1) e 15 com FRC (Grupo2- G2), com avaliação das variáveis citadas no pré-operatório, 1ºPO, 3ºPO e pré-alta. Para a análise utilizou-se Friedman ANOVA e Mann-Whitney (p ≤ 0,05). Quanto a FMR, apenas G1 aumentou signifi cativamente do 1ºPO para pré-alta, e os valores de PImax apresentaram-se signifi cativamente maiores que G2. Em ambos os grupos, a CV aumentou signifi cativamente do 1º para o 3ºPO, mas apenas G1 mostrou valores da pré-alta próximos ao pré-operatório. A oxigenação aumentou do 3ºPO à pré-alta para ambos, mas apenas o G1 aproximou-se dos valores do pré-operatório. Quanto à FR, apenas o G1 reduziu signifi cativamente no PO. A FRC associada à BiPAP mostrou-se mais efi ciente do que a FRC isolada, no aumento da FMR, CV e oxigenação, e na reversão da FR, apesar dos valores não terem sido recuperados completamente até a pré-alta. Palavras-chave: ventilação não-invasiva, cirurgia cardíaca, fi sioterapia respiratória, função pulmonar. Artigo original Abstract The aim of this study was to evaluate the pulmonary function alterations by the Respiratory Muscular Force (RMF- MIP and MEP), Vital Capacity (VC), Breathing Frequency (BF) and Oxigenation (SpO2) from the Pre-operation to the 1st post-operation (PO) and from that one to the pre-discharge; and to verify the effi ciency of the Conventional Respiratory Physical Therapy (CRP) associated to the Non-invasive ventilation (BiPAP) in the cardiac surgery PO. 27 patients were included; 12 of them were treated with FRC associated to the BiPAP (Group 1-G1) and 15 with FRC (Group 2-G2). These patients were evaluated in the pre-operation ,1st PO, 3rd PO and pre-discharge as for the mentioned variables. To the analysis were used Friedman ANOVA and Mann-Whitney (p ≤ 0,05). As for the RMF, only G1 increased signifi cantly from the fi rst PO to the pre-discharge, and the values of MIP were signifi cantly bigger than G2. In both groups, the VC increased signifi cantly from the 1st to the 3rd PO, but only G1 presented pre-discharge values near to the pre-operation. The oxigenation increased from the 3rdPO to the pre-discharge for both, but only the G1 came near to the pre- operation values. As for RF, only the G1 decreased signifi cantly in the PO. In conclusion, the CRF associated to the BiPAP seemed be more effi cient than the isolated CRF, in the RMF increasing, VC and oxigenation, and in the RF reversion, despite of the values have not been completely recuperated until the pre-discharge. Key-words: non-invasive ventilation, cardiac surgery, respiratory physical therapy, pulmonary function. Artigo recebido em 4 de junho de 2004; aceito em 15 de janeiro de 2006. Endereço para correspondência: Kamilla Tays Marrara, Av. Filomeno Rispoli, 179 Parque Santa Marta 13564-200 São Carlos SP, Tel.: (16) 33762559, E-mail: kamillatm@bol.com.br Introdução A cirurgia cardíaca predispõe a alterações sistêmicas que demandam cuidados específi cos no Pós-Operatório (PO) [1]. Dentre essas alterações destacam-se o tempo de Circulação Extra-Corpórea (CEC), uso de anestésicos, dor pós-operatória, medo, presença de fatores de risco, entre outros, sendo comum ocorrer mudanças no padrão respira- Fisioterapia_v7n1.indb 12Fisioterapia_v7n1.indb 12 1/2/2006 18:49:471/2/2006 18:49:47 13Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006 tório, incoordenação muscular e diminuição na complacência pulmonar devido às alterações nas propriedades mecânicas do pulmão e da parede torácica. A anestesia está associada a efeitos deletérios sobre a função pulmonar, sendo que a alteração do padrão respiratório, que se torna superfi cial, e a disfunção diafragmática causam a hipoventilação alveolar, redução da resposta ventilatória e hipoxemia. As alterações fi siológicas e mecânicas somam-se para diminuir a função pulmonar e a Força Muscular Respiratória (FMR), de maneira a comprometer a recuperação do paciente no PO de cirurgia cardíaca, pois a manutenção adequada da FMR é essencial para a ventilação pulmonar e para a facilita- ção da desobstrução das vias aéreas [2]. A anormalidade na mecânica pulmonar após cirurgia cardíaca é caracterizada por um padrão restritivo com redução da Capacidade Vital (CV) e da Capacidade Residual Funcional (CRF) [3]. A CV está geralmente reduzida a aproximadamente 40% dos valores pré- operatórios, durante um período de no mínimo dez a quatorze dias [4,5]. Para prevenção e tratamento dessas complicações pós-operatórias, a Fisioterapia Respiratória Convencional (FRC) tem sido amplamente utilizada, demonstrando ser tão efi ciente quanto outras técnicas de expansão pulmonar, recuperando a função pulmonar. Os pacientes que receberam FRC associada à Ventilação Não-Invasiva (VNI) por dois níveis de pressão positiva (BiPAP) [6], também apresentaram diminuição signifi cativa da incidência dessas complicações, em comparação aos pacientes que não realizaram qualquer abordagem fi sioterapêutica [7-9]. O uso da VNI reduz o trabalho respiratório e aumenta a complacência do sistema respiratório por reverter microatelectasias do pulmão e, tanto o padrão respiratório restritivo, como a hipoxemia não podem ser prevenidos, mas modifi cados [10], sem mudança nos índi- ces de FMR [9,11], não dependendo do esforço do paciente para gerar inspirações profundas. Sendo assim, apresenta uma vantagem em relação a outros métodos, principalmente em PO imediato, no qual o paciente é pouco cooperativo ou incapaz de realizar inspiração máxima, promovendo aumento dos valores de volumes e capacidades pulmonares [12]. É também verifi cado que a utilização de VNI, por pelo menos dois a três dias após a cirurgia, leva a efeitos benéfi cos na função pulmonar e índices de oxigenação [7]. Tendo em vista o número de complicações que ocorrem no PO de cirurgia cardíaca e os efeitos benéfi cos da FRC associada à BiPAP constatados na literatura, justifi ca-se a realização deste estudo, contribuindo com maior número de trabalhos científi cos que fundamentem a associação desta técnica de ventilação como forma de reversão das compli- cações pós-operatórias. Os objetivos deste estudo foram avaliar as alterações da função pulmonar do pré-operatório para o 1º PO e verifi car a evolução das medidas de FMR, CV, Freqüência Respiratória (FR) e Oxigenação (SpO2) no 1º PO até a pré-alta, verifi cando a efi cácia da aplicação de BiPAP na diminuição das alterações da mecânica pulmonar frente ao ato cirúrgico. Material e métodos Foram avaliados 40 pacientes, com idade média de 58,1 ± 9,06 anos, submetidos a cirurgia cardíaca eletiva de revascu- larização do miocárdio com incisão mediana e CEC realizada no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Araraquara, dos quais 13 não concluíram o protocolo de tratamento devido a instabilidade hemodinâmica, arritmias não-controladas e de- sistência do tratamento no PO. Todos os pacientes assinaram um Termo de Consentimento mediante orientações sobre o protocolo proposto, em atendimento à resolução 196/96 do CNS, e este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário de Araraquara. Foram excluídos os pacientes submetidos a cirurgia de emergência, baixo nível de compreensão e idade inferior a 50 anos. Os pacientes foram selecionados e agrupados randomi- camente em dois grupos, compondo um Grupo 1 (G1) com 12 pacientes, tratado com FRC associada a aplicações de BiPAP (duas vezes ao dia, com duração de 30 minutos cada aplicação), e Grupo 2 (G2) com 15 pacientes, tratado com FRC, duas vezes ao dia. As avaliações foram realizadas no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e pré-alta, sendo que no pré-operatório os pacientes receberam informações sobre os procedimentos cirúrgicos e fi sioterapêuticos a serem executados nos diferentes períodos de sua recuperação (período de internação), sendo todos sub- metidos a uma avaliação clínica na qual constavam os dados pessoais, antropométricos, diagnóstico médico, antecedentes pessoais, dados relacionados à cirurgia, além de medidas es- pecífi cas como: FMR (PImax e PEmax), CV, FR e SpO2. A FMR foi obtida com um manovacuômetro da marca Ger-Ar escalonado em cmH2O, segundo metodologia pro- posta por Black&Hyatt [13]. Para a realização da manobra o paciente foi instruído a realizar um esforço inspiratório máximo após expiração completa para a mensuração da Pressão Inspiratória Máxima (PImax). Da mesma forma, o paciente foi instruído a realizar um esforço expiratório máximo ao fi nal de uma inspiração máxima para a mensura- ção da Pressão Expiratória Máxima (PEmax). Para a obtenção da CV utilizou-se um Ventilômetro de Wright da marca Omedha, e o paciente foi instruído a inspirar profundamente e expirar lentamente, através de um bucal, até soltar todo ar, utilizando clipe nasal. A FR foi mensurada pelos movimentos da caixa torácica durante os ciclos respi- ratórios realizados em um minuto. A SpO2 foi obtida de forma não invasiva através do oxí- metro de pulso portátil 1001 acoplado a um dos dedos do paciente, indicador ou anular, sendo verifi cado sem utilização de máscara de oxigênio e antes da aplicação de BiPAP. Essas medidas específi cas foram obtidas de forma pa- dronizada pelo mesmo examinador, com o paciente sentado de forma confortável. Após a realização da cirurgia cardíaca, os pacientes receberam o tratamento proposto de acordo com o seu grupo, sendo que a FRC constava de exercícios Fisioterapia_v7n1.indb 13Fisioterapia_v7n1.indb 13 1/2/2006 18:49:481/2/2006 18:49:48 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200614 Figura 1 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PImáx no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p < 0,01. respiratórios diafragmáticos associados à movimentação ativa e/ou ativo-assistida nos membros superiores, mobilização de membros inferiores, manobras desobstrutivas, auxílio da tosse e técnicas reexpansivas.A aplicação de BiPAP foi utilizada na modalidade espontânea, ciclada em dois níveis de pressão positiva, com um nível pressórico durante a inspiração (IPAP) de 8 a 12 cmH2O e um nível pressórico durante a expiração (EPAP) de 4 a 6 cmH2O. Para cada variável estudada foi realizado o cálculo das Médias e dos Desvios Padrões e aplicada a análise de Friedman ANOVA (p ≤ 0,05) entre as situações, e a análise Mann-Whitney para comparação dos grupos quanto ao Índice de Ganho do 1º PO à pré-alta ( =((Pré-alta – 1ºPO)/1ºPO*100) ). Resultados A Tabela I mostra as características antropométricas, demográfi cas, clínicas e cirúrgicas dos pacientes envolvidos neste estudo para G1 e G2. As fi guras 1, 2, 3 e 4 ilustram o comportamento dos valores de FMR (PImax e PEmax), onde se pode constatar uma queda signifi cativa entre o pré- operatório e o 1º PO tanto para G1 como para G2. Apenas para o G1 (FRC + BiPAP) houve aumento signifi cativo dos valores do 1º PO para pré-alta, sendo este aumento observado a partir do 3º PO. Quando comparado o Índice de Ganho, em percentual, do 1º PO para pré-alta hospitalar, nos diferentes protocolos utilizados, observou-se que o G1 apresentou valores de PImax signifi cativamente maiores do que os do G2, sendo que para PEmáx, o Índice de Ganho entre os grupos não se mostrou signifi cativo. No que se refere a CV, as fi guras 5 e 6 demonstram os re- sultados obtidos entre as fases pré-operatório e pré-alta, sendo observado, do pré-operatório para 1º PO, diminuição signifi cativa dos valores, tanto para G1 como para G2, e um aumento signifi - cativo de 1º para 3º PO, mas apenas o grupo tratado com FRC associada à BiPAP mostrou valores de pré-alta próximos aos de pré-operatório. Quando comparados G1 e G2, quanto ao Índice de Ganho de 1º PO para pré-alta hospitalar, foi observado que não houve diferença signifi cativa entre eles. Tabela I - Características antropométricas, clínicas e cirúrgicas em média e desvio padrão dos pacientes estudados. Variáveis G1 G2 Idade (anos) 58,7 ± 8,5 57,7 ± 9,76 Sexo 11 homens / 1 mulher 11 homens / 4 mulheres Peso (kg) 76,6 ± 14 67,00 ± 11,3 Altura (m) 1,70 ± 0,11 1,64 ± 0,07 Índice de massa corpórea 24,22 25,00 Tempo total de cirurgia (horas) 3,08 ± 0,6 2,95 ± 0,65 Tempo de perfusão (min) 71,75 ± 10,96 77,81 ± 26,35 Figura 2 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PImáx no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p < 0,01. Figura 3 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PEmáx no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p < 0,01. Fisioterapia_v7n1.indb 14Fisioterapia_v7n1.indb 14 1/2/2006 18:49:491/2/2006 18:49:49 15Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006 Figura 6 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável CV no pré- operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p < 0,01. Figura 4 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PEmáx no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p < 0,01. Figura 5 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável CV no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. **p<0,01. Figura 7 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável SpO2 no pré- operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p < 0,01. Em relação à oxigenação, verifi cou-se redução signifi cativa dos valores de pré-operatório à 1º PO para ambos os grupos, assim como um aumento também signifi cativo de 3º PO à pré-alta, mas apenas os resultados do grupo tratado com FRC associada à BiPAP aproximaram-se dos valores do pré- operatório, como pode ser verifi cado nas fi guras 7 e 8. No que se refere ao Índice de Ganho, em percentual, para SpO2 entre G1 e G2, do 1º PO para pré-alta, não foi observada alteração signifi cativa. Quanto à FR, não foram observados valores signifi cativos entre as situações de pré-operatório à pré-alta, tanto para G1 como G2, mas em relação ao Índice de Ganho do 1º PO para pré-alta, comparando-se ambos os grupos, verifi cou-se redução signifi cativa dos valores no grupo tratado com FRC associada à BiPAP, em comparação ao grupo tratado com FRC isolada, como pode ser verifi cado na Tabela II. Figura 8 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável SpO2 no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p < 0,01. Fisioterapia_v7n1.indb 15Fisioterapia_v7n1.indb 15 1/2/2006 18:49:501/2/2006 18:49:50 Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200616 Tabela II - Pressão Inspiratória Máxima e Freqüência Respiratória média, Delta de PImáx e da FR do 1º PO à Pré-alta para G1 e G2. PImáx média FR média ∆PImáx ∆FR 1º PO Pré-alta 1º PO Pré-alta G1 28,4 ± 14,8 55,6 ± 27,7 21,2 ± 4,9 18,1 ± 3,0 48,4 ± 15,4* -11,9 ± 16,6* G2 39,2 ± 12,7 42,4 ± 16,8 20 ± 3,1 21,5 ± 2,6 -2,37 ± 43,4 14,9 ± 21,5 Valores expressos em Média e Desvio Padrão; PImáx média no 1º PO e pré-alta de cirurgia cardíaca, em cmH2O; FR média no 1º PO e pré-alta de cirurgia cardíaca, em rpm; ∆PImáx = Delta de PImáx ((Pré-alta – 1º PO)/1º PO * 100); e ∆FR = Delta de FR; *p < 0,05-Mann-Whitney. Discussão Este estudo investigou os efeitos da cirurgia cardíaca associada à CEC, com relação à função pulmonar em pacientes submetidos a rotina de FRC associada à BiPAP e FRC isolada. Com relação a FMR, observou-se que a cirurgia cardíaca associada à CEC produz prejuízos sobre a mecânica respiratória, reduzindo, assim, a capacidade dos músculos inspiratórios e expiratórios em gerar tensão sufi ciente para vencer o trabalho imposto, por desvantagem mecânica ou por dor pós-operatória. Têm sido constatados valores menores de PImáx e PEmáx em relação aos valores pré-operatórios nos pacientes em PO de cirurgia cardíaca [14], estando esta diminuição relacionada ao trauma que os músculos respiratórios são submetidos durante esse procedi- mento cirúrgico e ao aparecimento de alta taxa de complica- ções pulmonares [15] e, apesar desses valores aumentarem com o passar dos dias da recuperação, não retornam aos valores pré-operatórios até oito semanas após a ocorrência da cirurgia [1,2,16]. Neste estudo verifi cou-se que, mesmo com uma redução dos valores de FMR (PImáx e PEmáx) do pré-operatório para o 1º PO, para ambas as variáveis, apenas o G1 (FRC associada a BiPAP) apresentou aumento do 1º PO à pré-alta hospitalar. Quanto à CV, em alguns estudos, como o de Matte et al. [17], quando se associou aplicação de BiPAP à FRC, obser- vou-se aumento dos valores desta variável, assim como os apresentados neste estudo, sendo que os valores de pré-alta aproximaram-se dos verifi cados no pré-operatório. A uti- lização de BiPAP leva a um menor trabalho da musculatura respiratória e aumento dos valores de volumes e capacidades pulmonares, não necessitando do esforço do paciente para gerar inspirações profundas [12]. Em relação à oxigenação, os resultados apresentados por Ferreira et al. [7], Matte et al. [17] e Ingwersen et al. [18] demonstraram melhora dos valores de SpO2 com a utiliza- ção de FRC associada à BiPAP, assim como os resultados apresentados por Joris et al. [19] em PO de gastroplastia, sendo que este resultado também pôde ser verifi cado neste estudo, observando-se que os valores da pré-alta mostraram- se bem próximos dos valores do pré-operatório. Sugerindo que o aumento da Oxigenação deveu-se ao aumento da Pressão Parcial de Oxigênio (PaO2), da relação V/Q, da relação PaO2/FiO2, diminuição do shunt pulmonar e da diferença alvéolo-arterial, apesar destas variáveis não terem sido estudadas. No que se refere a FR observada neste estudo, verifi cou-se menores valores para o grupo tratado com FRC associado à BiPAP quando comparado ao grupo tratado apenas com FRC na pré-alta hospitalar, estando de
Compartilhar