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Fazenda Pública – Aula 01 – Execuções Especiais – Parte 2 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 Fazenda Pública – Aula 01 – Execuções Especiais – Parte 2 
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Sumário 
 
1. Cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública ................................................ 3 
1.1 Aspectos gerais do cumprimento de sentença de obrigação de pagar quantia 
certa contra a Fazenda Pública ................................................................................................... 3 
1.2 A defesa da Fazenda Pública (art. 535 do NCPC) ...................................................... 4 
1.3 Cumprimento provisório da sentença contra a Fazenda Pública ......................... 7 
1.4 Regime dos créditos de natureza alimentícia ........................................................... 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fazenda Pública – Aula 01 – Execuções Especiais – Parte 2 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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1. Cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública 
1.1 Aspectos gerais do cumprimento de sentença de obrigação de pagar quantia 
certa contra a Fazenda Pública 
Não apresentado embargos (no caso de título extrajudicial) ou impugnação (no caso 
de título judicial), ou se forem rejeitados, segue-se a sistemática de precatórios. O juiz 
esgota suas atividades requisitando a expedição dos precatórios para o Presidente do 
Tribunal, detentor da competência administrativa para o seu processamento. 
Por sua vez, o Presidente do Tribunal a que está vinculado o juiz requisita às 
autoridades administrativas a inclusão do pagamento do precatório no orçamento. 
➢ Como funciona esta inscrição? 
A Constituição diz o seguinte: 
Art. 100, § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de 
verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em 
julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o 
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados 
monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). 
 
Assim, o precatório inscrito até 1o de julho deve ser pago até o final do exercício 
financeiro seguinte. Exemplo: se inscreveu o precatório até 07/2015, será pago até 12/2016, 
com correção monetária1. Caso não seja pago até 12/2016, além da correção monetária, 
incidirão juros. 
Atente-se a um parágrafo específico do art. 100 da CRFB, exemplo típico de 
dispositivo que deve ser memorizado, pois cai constantemente nas provas de concursos 
públicos: 
Art. 100, § 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do 
montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze 
por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o 
restante em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de 
mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de 
Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor 
do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa 
judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo 
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016). 
 
Vale esclarecer que o dispositivo em comento permite o pagamento de 15% dos 
precatórios com o valor muito alto (superior a 15% do montante dos outros precatórios 
 
1 Sempre haverá correção monetária, pois o dinheiro perde o valor. 
 Fazenda Pública – Aula 01 – Execuções Especiais – Parte 2 
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apresentados até 1o de julho)2, até o final do exercício seguinte (seguindo a regra geral dos 
precatórios) e o restante será dividido em cinco parcelas, pagas nos cinco exercícios 
subsequentes. 
Evidentemente, como a quantia restante, fracionada em cinco prestações, será paga 
após o exercício financeiro subsequente à inscrição do precatório, destoando da regra geral, 
o valor será acrescido, além da correção monetária, também dos juros correspondentes. 
Pela mesma norma, é possível a realização de um acordo direto da Fazenda Pública 
com o credor, de modo que ele receba o valor, desde que não haja uma redução superior a 
40% da quantia devida. Por exemplo, caso o indivíduo tenha um crédito de R$ 1.000.000,00, 
pode negociar para receber R$ 600.000,00, mas nunca poderá aceitar R$ 500.000,00, pois 
isto implicaria em renunciar 50% do valor devido, portanto, acima dos 40% limitado pela 
Constituição. 
 
1.2 A defesa da Fazenda Pública (art. 535 do NCPC) 
A defesa da Fazenda Pública encontra-se disciplinada pelo Novo CPC da seguinte 
forma: 
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por 
carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias3 e nos 
próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, 
compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado 
da sentença. 
§ 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. 
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia 
superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que 
entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. 
§ 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada: 
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em 
favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal; 
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado 
para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de2 Ou seja, se um precatório específico for maior do que 15% do montante dos demais precatórios apresentados 
até 1o de julho. 
3 Vale lembrar que com o advento do Novo CPC os prazos são contados sempre em dias úteis. 
 Fazenda Pública – Aula 01 – Execuções Especiais – Parte 2 
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2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de 
banco oficial mais próxima da residência do exequente. 
§ 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, 
desde logo, objeto de cumprimento. 
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também 
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato 
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em 
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal 
Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de 
constitucionalidade concentrado ou difuso. 
§ 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser 
modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica. 
§ 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5o deve ter sido proferida antes 
do trânsito em julgado da decisão exequenda. 
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em julgado da decisão 
exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da 
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
Percebe-se que, em se tratando de cumprimento de sentença, o meio de defesa é a 
impugnação, um incidente dentro dos próprios autos, haja vista não se constituir em ação 
autônoma processada em autos apartados, ou seja, esta impugnação vai seguir nos mesmos 
autos em que houve o processo de conhecimento. O professor lembra que o prazo é de 30 
dias úteis. 
➢ Este prazo é contado em dobro para a Fazenda Pública? 
 Não. Este é um prazo especificamente criado para a Fazenda Pública. Toda vez que o 
prazo criado é próprio de um ente (Fazenda Pública, MP, Assistidos pela Defensoria Pública) 
que, em geral, usufrui de prazo duplicado, não se conta em dobro esse prazo. 
Esta intimação deve ser feita por carga, remessa ou meio eletrônico. No caso de 
carga, o prazo é contado a partir do dia seguinte que foi realizada. Na remessa, o prazo 
começa a ser contabilizado no dia subsequente ao recebimento. 
Como visto, no caso da remessa, o prazo começa do dia posterior a efetivação da 
remessa e não depois do ciente do advogado. Este tema já foi discutido pelo STJ no ED no 
RHC 43.374/PA, sendo jurisprudência pacífica no sentido de que a ciência do representante 
da Fazenda Pública não vale de nada, o importante é a data do recebimento. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EM HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA 
E DO ADOLESCENTE. INTEMPESTIVIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO 
CONHECIDOS. 1. Segundo jurisprudência desta Corte Superior, a contagem do prazo 
recursal para o Ministério Público inicia-se no dia da remessa dos autos com vista, ou, se 
as datas não coincidirem, do recebimento destes por servidor do órgão, e não a partir do 
dia em que o representante ministerial manifesta, por escrito, sua ciência do teor da 
decisão. 2. Considerando que a intimação ocorreu no dia 31/03/2014 (segunda-feira) e a 
 Fazenda Pública – Aula 01 – Execuções Especiais – Parte 2 
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petição ora em exame restou protocolada somente em 03/04/2014, escoou-se o prazo 
legal de 02 (dois) dias para a oposição dos aclaratórios. 3. Embargos de declaração não 
conhecidos. (STJ. QUINTA TURMA, MIN LAURITA VAZ, J. 22/04/2014, PUBL. DJE 
30/04/2014). 
 
Outra observação importante é que a impugnação apresentada pela Fazenda Pública 
possui efeito suspensivo automático. Já se sabe que não existe penhora ou expropriação de 
bens da Fazenda Pública, assim, a expedição do precatório ou do RPV vai depender da 
definitividade da discussão na execução. 
Ademais, não se aplica a Fazenda Pública a multa pelo não pagamento no prazo de 
15 dias, pois a Fazenda Pública não pode pagar. Repise-se que, no cumprimento de 
sentença, a Fazenda Pública não é intimada para pagar, mas é intimada para se defender. 
Caso ela não apresente defesa, ou se esta defesa for rejeitada, segue-se a sistemática do 
precatório ou do RPV. 
Justamente por esta sistemática depender da definitividade da defesa da Fazenda 
Pública, o efeito suspensivo desta defesa é algo automático e independe de qualquer 
penhora, até porque não há penhora na execução contra Fazenda Pública. Logo, é 
necessário o trânsito em julgado afastando-se qualquer discussão acerca do valor em 
execução. 
Uma outra observação é que esta impugnação pode ser parcial, de modo que a 
Fazenda Pública só assuma parte do valor executado. Neste cenário, é possível seguir a 
sistemática de precatório e RPV parcial, cumprindo uma obrigação que se tornou definitiva e 
prosseguindo com a discussão da parte controversa. 
O professor chama atenção para que isto não se confunda com execução provisória, 
pois a impugnação parcial torna definitiva a parte não impugnada, sendo possível seguir uma 
execução definitiva, já adotando a sistemática de precatórios, quanto à parcela que é 
incontroversa. 
Outrossim, não se deve confundir a impugnação parcial com o fracionamento de 
precatório, ou com precatório complementar e suplementar, todos vedados pela legislação. 
Outro ponto importante é que a impugnação pode ser liminarmente rejeitada quando for 
intempestiva ou quando não envolver as matérias que podem ser objeto de impugnação. Há 
também a rejeição liminar quando o executado alega excesso de execução, mas não declara 
o valor que entende correto (art. 535, § 2º do NCPC). 
➢ O que a Fazenda Pública pode alegar em sua defesa? Ela tem um caminho amplo ou 
limitado? 
Desde o Código de 1973 e também no Código atual, a impugnação é um meio de 
defesa limitado, em razão de já haver um título executivo judicial, o que significa que já 
houve uma etapa de conhecimento, onde já se debateu diversos temas. Por esta razão, não 
é possível voltar a discutir questões já tratadas na fase de conhecimento. 
 Fazenda Pública – Aula 01 – Execuções Especiais – Parte 2 
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Pode ser objeto de defesa: 
I - falta ou nulidade da citação, caso a Fazenda Pública tenha sido revel na fase de 
conhecimento. É a chamada querela nullitatis. Caso a Fazenda Pública, faça-se presente no 
processo, mesmo não tendo sido regularmente citada, supre-se a necessidade de citação, 
por isso é que na apresentação desta matéria de defesa deve ter ocorrido a revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação, por algum motivo, por 
exemplo, a prescrição; 
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções, lembrando ser 
importante especificar o valor que reputa excessivo; 
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, 
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em 
julgado da sentença. É clausula geral de fechamento. 
Desse modo, não pode ser anterior ao trânsito em julgado porque não é possível 
rediscutir algo que foi tratado no processo de conhecimento e já transitou em julgado. Logo, 
somente podem ser alegadas causas extintivas ou modificativas da obrigação se forem 
posteriores ao trânsito em julgado. 
É interessante atentar que o § 2o do art. 535 do NCPC, põe termo em uma discussão 
jurisprudencial sobre a necessidade ou não da Fazenda Pública indicar o valor exorbitante 
quando alegava excesso de execução. Na nova lei processual está explícito que a Fazenda 
Pública deverá declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição 
liminar da impugnação. 
 
1.3 Cumprimento provisório da sentença contra a Fazenda Pública 
É cediço que nos casos de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa, a execução 
segue o regime geral. Cogite-se que em uma questão dissertativa de concurso público surge 
a seguinte pergunta: 
➢ É possível o cumprimento provisório de sentença contra a Fazenda Pública? 
Recomenda-se expor logo de início que o cumprimento de sentença contra a Fazenda 
Pública pode envolver a obrigação de pagar, fazer, não fazer ou entregar coisa. Em relação 
as obrigações de fazer, não fazer ou entregar coisa, não há grandes peculiaridades, aplica-se 
o regramento geral do Novo CPC e é permitido o cumprimento provisório. 
A grande dificuldade de se reconhecer o cumprimento provisório da obrigação de 
pagar é que este cumprimento provisório conduziria à burla do sistema de precatórios, 
porque se há uma ordem cronológica, o cumprimento provisório poderia gerar uma burla 
em razão do seu pagamento imediato, quando na verdade é preciso aguardar uma fila de 
ordem cronológica. 
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Voltando à questão, existem duas correntes: 
A 1a corrente entende que não é possível a execução provisória da obrigação de 
pagar contra a Fazenda Pública, pois o art. 100 da Constituição exige o trânsito em julgado. 
A 2 a corrente, encampada pelo professor Freddie Didier, é minoritária. Segundo ela, 
é possível o cumprimento provisório adiantando-se todos os atos próprios da execução, 
inclusive a impugnação. Deste modo, o cumprimento provisório seguiria até a etapa de 
expedição do precatório, momento no qual seria paralisado até a expedição do precatório 
com valor definitivo. 
Para fins de concurso, adota-se a primeira corrente, desde que a pergunta esteja 
relacionada com a obrigação de pagar. Atente-se, portanto, que não é possível falar de uma 
impossibilidade de execução provisória geral. 
 
1.4 Regime dos créditos de natureza alimentícia 
A Constituição estabeleceu uma preferência do pagamento dos precatórios que 
envolvam créditos de natureza alimentícia. Diante disso, muitas afirmações foram feitas no 
sentido de que os créditos de natureza alimentícia não se sujeitariam ao regime cronológico 
de precatórios. Isso é falso. 
Os créditos de natureza alimentícia não deixam de ser precatórios, entretanto, há 
uma fila própria para eles, o que não significa que inexista uma ordenação cronológica. É 
como imaginar uma fila preferencial para o caixa de banco. 
Observe-se que o STJ chegou a editar a súmula 144: 
Súmula 144 - Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados 
os precatórios da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa 
 
Entende-se que os créditos de natureza alimentícia possuem uma ordem cronológica, 
mas ela é diversa daquela imposta aos outros precatórios. Eles seguem uma cronologia 
própria, consoante decisão do STF4. 
 
4 EMENTA: SERVIDOR PÚBLICO. PENSÃO POR MORTE. VALOR CORRESPONDENTE À TOTALIDADE DOS 
VENCIMENTOS OU PROVENTOS DO SERVIDOR FALECIDO, ART. 40, § 5º, DA CONSTITUIÇÃO. APLICABILIDADE. O 
Supremo Tribunal Federal já assentou que a referida norma constitucional não depende de legislação 
infraconstitucional por ser auto-aplicável e que a expressão "até o limite estabelecido em lei" refere-se aos tetos 
impostos aos proventos e vencimentos dos servidores (art. 37, inciso XI, CF). Precedentes. DÉBITOS JUDICIAIS DE 
NATUREZA ALIMENTAR. PAGAMENTO PELA FAZENDA PÚBLICA. NECESSIDADE DE PRECATÓRIO. ART. 100 DA CF. 
Pacífica é a orientação que se formou neste Tribunal a partir da decisão proferida na ADI 47 (DJ 14.10.94), onde 
se estabeleceu, em face do art. 100 da CF., a necessidade de expedição de precatório, mesmo para o 
pagamento de débitos judiciais de caráter alimentar, devidos pela Fazenda Pública. Recursos extraordinários 
conhecidos e providos. (RE 222435, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 
17/03/1998, DJ 06-11-1998) 
 
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O próprio STF já possui entendimento sumulado. Vejamos: 
SÚMULA 655 - A exceção prevista no art. 100, caput, da Constituição, em favor dos 
créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a 
isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de 
condenações de outra natureza.

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