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TECNOLOGIA DOS MATERIAIS Prof. Carlos Augusto Serna Giraldo Unirb - 2017.1 • Conceitos fundamentais • Células Unitárias • Estruturas Cristalinas dos Metais • Cálculos de massa Específica • Polimorfismo e Alotropia • Sistemas Cristalinos • Coordenadas dos Pontos • Direções Cristalográficas • Planos Cristalográficos • Densidade Linear e Planar • Estruturas Cristalinas compactas • Monocristais • Materiais Policristalinos • Anisotropia • Difração de Raios-X: Determinação de Estruturas Cristalinas • Sólidos Não-Cristalinos R O TE IR O D A A U LA ESTRUTURAS CRISTALINAS Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Materiais Cristalinos e Não-Cristalinos A ESTRUTURA DOS SÓLIDOS CRISTALINOS • Por que estudar…? • As propriedades de alguns materiais estão diretamente relacionadas a sua estrutura cristalina. • Exemplo: o magnésio e o berílio puros e sem deformação são mais frágeis que o ouro e a prata puros e sem deformação, que possuem uma outra estrutura cristalina….. Disposição dos átomos num material em diferentes estados Estruturas Cristalinas Compactas Estruturas Cristalinas Compactas Estruturas Cristalinas Compactas Sólidos cristalinos e amorfos Segundo a distribuição espacial dos átomos, moléculas ou íons, os sólidos podem ser classificados em: – Cristalinos: compostos por átomos, moléculas ou íons arranjados de uma forma periódica em três dimensões. As posições ocupadas seguem uma ordenação que se repete para grandes distâncias atômicas (de longo Alcance). – Amorfos: compostos por átomos, moléculas ou íons que não apresentam uma ordenação de longo alcance. Podem apresentar ordenação de curto alcance. Conceitos Fundamentais ● No material cristalino existe uma ordem de longo alcance, tal que, na solidificação, os átomos vão se posicionar em um padrão tridimensional repetitivo, no qual cada átomo esta ligado a seus átomos vizinhos mais próximos. Estrutura Cristalina Modelo atômico de esfera rígida. Os átomos são considerado como esferas sólidas com diâmetro bem definido. As esferas se tocam umas a outras. É a maneira segundo o qual os átomos, íons ou moléculas estão espacialmente arranjados. Rede Cristalina • Arranjo tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos. • Consideraremos inicialmente a estrutura cristalina comumente encontrada nos metais. Célula Unitária • Arranjo tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos. • É a unidade estrutural básica, ou bloco construtivo da estrutura cristalina, e define a estrutura cristalina em virtude de sua geometria e das posições dos átomos no seu interior. Reticulado cristalino Nos materiais cristalinos, denomina-se estrutura cristalina à maneira como átomos, moléculas ou íons se encontram espacialmente arranjados. Modelo de esferas rígidas: os átomos ou íons são representados como esferas de diâmetro fixo. Reticulado: conjunto de pontos, que podem corresponder a átomos ou grupos de átomos, que se repetem no espaço tridimensional com uma dada periodicidade. Célula unitária: é o menor agrupamento de átomos representativo de uma determinada estrutura cristalina específica. Estruturas Cristalinas dos Metais • A ligação atômica nesse grupo de materiais é metálica. Estruturas Cristalinas dos Metais A Estrutura Cristalina Cúbica de Faces Centradas (CFC) Cada átomo em um vértice é compartilhado por oito células unitárias: - Cada célula unitária tem 4 átomos inteiros Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrada (CCC) Número de coordenação e Fator de Empacotamento Atômico (FEA) • Número de coordenação: é o número de vizinhos mais próximos ou átomos em contato. • Fator de Empacotamento Atômico (FEA): é a soma dos volumes das esferas de todos os átomos no interior de uma célula unitária dividida pelo volume da célula unitária Número de coordenação • Número de coordenação: é o número de vizinhos mais próximos ou átomos em contato. • Para a estrutura cúbica simples o número de coordenação é 6: – 4 no mesmo plano + 1 no plano de baixo + 1 no plano de cima Número de coordenação Estruturas CCC e CFC Para a estrutura CCC o número de coordenação é 8. Para a estrutura CFC o número de coordenação é 12: 6 no mesmo plano, 4 no plano de baixo e 4 no plano de cima. Número de coordenação Estrutura HC Para a estrutura HC o número de coordenação é 12. Número de coordenação e Fator de Empacotamento Atômico (FEA) Calcule: a) o fator de empacotamento para um metal CFC b) O fator de empacotamento atômico para o NaCl. Número de coordenação e Fator de Empacotamento Atômico (FEA) - Volume para uma esfera: 4/3pR3 - A estrutura CFC possui 4 átomos - O volume da célula unitária: V = a3 = (4R/√2)3 = 16R3√2 Número de coordenação e Fator de Empacotamento Atômico (FEA) a) FEA = (4 x 4/3pR3/3) = 16/3pR3(2√2) = 0,74 a3 3x64R3 b) Raio atômico (r) Na = 0,98 nm Raio atômico Cl (R) = 1,81 nm FEA = 4 x 4/3pr3 + 4 x 4pR3 = 16/3p (0,983 + 1,813) = 0,67 (2r + 2R)3 3 x 8 (0,98 + 1,81)3 Calcule o fator de empacotamento do MgO, que tem a estrutura do NaCl. Dados: raio atômico (r) Mg = 0,078 nm raio atômico do O (R) = 0,132 nm Volume total da célula unitária = a3 = (2r + 2R)3 FEA = 4 x 4pr3 + 4 x 4pR3 = 16p (0,0783 + 0,1323) = 0,0465 = 0,627 (2r + 2R)3 3 x 8 (0,078 + 0,132)3 0,0741 Estrutura Cristalina Hexagonal Compacta (HC) As fases superior e inferior são compostas por seis átomos formando hexágonos regulares e que estão ao redor de um único átomo central. Um plano localizado entre os planos superior e inferior contribui com três átomos por célula unitária. Seis átomos estão contidos em cada célula unitária: - 1/6 de cada um dos 12 átomos localizados nos vértices das faces superior e inferior - ½ de cada um dos átomos no centro das fases superior e inferior - 3 átomos interiores do plano intermediário. Estrutura Cristalina Hexagonal Compacta (HC) Estrutura Hexagonal compacta (HC) Rede de Bravais: hexagonal Átomos/ célula unitária: 1 + 4 x (1/6) + 4 x (1/12) = 2 2 x 3 = 6 Metais típicos: Cd, Be, Mg, Zn e Zr Relação entre tamanho da célula unitária e raio atômico ESTRUTURAS CRISTALINAS HEXAGONAL Notar que é formado um tetraedro regular, unindo-se os centros das esferas ESTRUTURAS CRISTALINAS HEXAGONAL • Mostre que a ração c/a ideal é de 1,633, para a estrutura cristalina HC. Fator de Empacotamento Atômico CS : 52% do espaço estaria ocupado pelos átomos. CCC : 68% do espaço estaria ocupado pelos átomos. CFC e HC : 74% do espaço estaria ocupado pelos átomos Cálculos de Massa Específica • Um conhecimento da estrutura cristalina de um sólido metálico permite o cálculo de sua massa especifica teórica através da relação: Cálculos de Massa Específica - Exemplo O cobre tem uma estrutura CFC e um raio atômico de 1,278 Å. Calcule a sua densidade. Para a estrutura CFC: = (4 átomos) x (63,5 g/mol) = 8,89 g/cm3 (2x (1,278) √2)3) x 6,023X1023 átomos/mol) A diferencia com o valor teórico de densidade é atribuída a quantidade de casas decimais utilizadas para o raio atômico do cobre. Problema Calcule o raio de um átomo do irídio, dado que o Ir possui uma estrutura cristalina CFC, uma massa especifica de 22,4 g/cm3 e um peso atômico de 192,2 g/mol. Polimorfismo (Alotropia) Dois cristais são polimorfos quando, embora tenham estruturas cristalinas diferentes, apresentam a mesma composição. Exemplo: o ferro. A possibilidade de fazer tratamento térmico no aço e, modificar assim suas propriedades. O que é um Sistema Cristalino? É estabelecido um sistema de coordenados x, y e z, que tem sua origem localizada em um dos vértices da célula unitária. A geometria da célula unitária é definida em termo de seis parâmetros de rede: os comprimentos das arestas a, b, c e os ângulos entre os eixos (a, b, g). Existem somente sete diferentes combinações dos parâmetros de rede. Cada uma dessas combinações constitui um sistema cristalino. • Próxima aula Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Foram estabelecidas convenções de identificação onde três números são usados para designar a localização de pontos, as direções e os planos. A base para a determinação dos valores dos índices é a célula unitária. Representação de PONTOS no espaço Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Como especificamos um ponto no plano de Coordenadas? Localização do ponto P (q r s ) Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Representação dos pontos em uma célula CCC Representação de PONTOS no espaço Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Exemplo: Liste as coordenadas dos pontos, tanto para os átomos de zinco, como para os átomos de enxofre, em uma célula unitária da estrutura cristalina da blenda de zinco Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Todos os vértices e todas as posições nas faces da célula cúbica são ocupadas por átomo de enxofre, enquanto que os átomos de Zn preenchem posições tetraédricas no interior do cubo. Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Todos os vértices e todas as posições nas faces da célula cúbica são ocupadas por átomo de enxofre, enquanto que os átomos de Zn preenchem posições tetraédricas no interior do cubo. Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Todos os vértices e todas as posições nas faces da célula cúbica são ocupadas por átomo de enxofre, enquanto que os átomos de Zn preenchem posições tetraédricas no interior do cubo. S: 0 0 0; 1 0 0; 0 1 0; 1 1 0, ½ ½ 0 ½ 0 ½; 0 ½ ½; 1 ½ ½, ½ 1 ½ 0 0 1; 1 1 0; ½ ½ 1; 0 1 1; 1 1 1 Zn: ¼ ¼ ¼; ¼ ¼ ¾; ¼ ¾ ¾, ¾ ¾ ¼ Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Uma Direções Cristalográfica é definida como uma linha entre dois pontos ou um vetor. Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Uma Direções Cristalográfica é definida como uma linha entre dois pontos ou um vetor. Índices de Miller: direções cristalográficas Direção cristalográfica: vetor que une dois pontos da rede Cristalina. Procedimento para determinação dos índices de Miller de uma direção cristalográfica: – transladar o “vetor direção” de maneira que ele passe pela origem do sistema de coordenadas. – determinar a projeção do vetor em cada um dos três eixos de coordenadas. Essas projeções devem ser medidas em termos dos parâmetros de rede (a,b,c) – multiplicar ou dividir esses três números por um fator comum, tal que os três números resultantes sejam os menores inteiros possíveis. – representar a direção escrevendo os três números entre colchetes: [u v w]. Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Direções Cristalográficas: exemplo Direções [1 0 0 ], [1 1 0 ] e [1 1 1] no interior de uma célula unitária. Se a Direções [1 0 0 ], [1 1 0 ] e [1 1 1] no interior de uma célula unitária subtração der negativa, coloca-se uma barra sobre o número. Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Direções Cristalográficas: exemplo Índices de Miller: direções cristalográficas Desenhe uma célula unitária ortorrômbica e no interior dessa célula represente uma direção Índices de Miller: direções cristalográficas Determine os índices para as direções mostradas na seguinte célula unitária cúbica Índices de Miller: Planos Cristalográficos Determinação dos índices de Miller de um plano cristalográfico: – determinar os interceptos do plano com os eixos do sistema de coordenadas em termos dos parâmetros de rede a, b e c. Se o plano passar pela origem, transladar o plano para uma nova posição no sistema de coordenadas. – obter os recíprocos desses três interceptos Se o plano for paralelo a um dos eixos, considera-se o intercepto infinito e o seu recíproco Zero. – representar na forma ( h k l ) Nota : às vezes é necessário multiplicar os três números resultantes por um fator comum para assim obter três índices inteiros. Direções cristalográficas: exemplo Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Direções Cristalográficas em cristais hexagonais Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Planos Cristalográficos Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Planos Cristalográficos Pontos, Direções e Planos Cristalográficos • Determinar os índices de Miller para os planos mostrados na seguinte célula unitária Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Arranjos Atômicos Pontos, Direções e Planos Cristalográficos Arranjos Atômicos Densidade Linear e Planar Estruturas Cristalinas Compactas Estruturas Cristalinas e Não- cristalinas • Monocristais Estruturas Cristalinas e Não- cristalinas • Materiais Policristalinos Estruturas Cristalinas e Não- cristalinas Anisotropia: Os valores das propriedades medidas apresentam valores diferentes na estrutura cristalina. Exemplos: Módulo de Elasticidade, condutividade Elétrica, Índice de Refração. Isotropia: Os valores das propriedades medidas são independentes das direções da estrutura cristalina. Difração de Raios X: Determinação de Estruturas Cristalinas Difração de Raios X: Determinação de Estruturas Cristalinas • Difração de raios-X e lei de Bragg Difração de Raios X: Determinação de Estruturas Cristalinas • Técnicas de Difração Problemas Determine o ângulo de difração esperado para a reflexão de primeira ordem do conjunto de planos (113) da platina, com estrutura CFC, quando é empregada uma radiação monocromatica com comprimento de onda de 0,1542 nm. Problema O metal rubídio possui uma estrutura cristalina CCC. Se o ângulo de difração para o conjunto de planos (321) ocorre me 27,00° (reflexão de primeira ordem) quando é usada uma radiação X monocromatica com comprimento de onda de 0,0711 nm, calcule a) o espaçamento interplanar para esse conjunto de planos; b) o raio atômico para o átomo de rubídio. PRÓXIMA AULA • IMPERFEIÇÕES NOS SÓLIDOS • Defeitos pontuais • Imperfeições diversas • Análises microscópicas • DIFUSÃO • Mecanismos de difusão • Difusão em regime estacionário• Difusão em regime não estacionário • Fatores que influenciam a difusão BIBLIOGRAFIA CALLISTER JUNIOR, William D. Ciência e engenharia de materiais: uma Introdução. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. VAN VACK, Lawrence. Princípios de ciências dos materiais. São Paulo: Edgard Blucher, 2011. ASKELAND, Donald R; PHULÉ, Pradeep. Ciência e engenharia dos materiais. São Paulo: Cengage Learning, 2014. SHACKELFORD, James. Ciência dos materiais. 6a Edição. São Paulo: Pearson, 2008.
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