Buscar

DIREITO CONSTITUCIONAL

Prévia do material em texto

DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
Prof. Cristiano Lopes 
 
 
 
w
w
w
.c
o
n
c
u
rs
e
ir
o
2
4
h
o
ra
s.
c
o
m
.b
r 
 
w
w
w
.c
o
n
c
u
rs
e
ir
o
2
4
h
o
ra
s.
c
o
m
.b
r 
Aula 
01 
 
Aula 
01 
Aula 
01 
 
Aula 
01 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 2|43 
AULA INAUGURAL 
 
SOBRE O CURSO ..................................................................................................................................................................... 4 
SOBRE A BANCA ..................................................................................................................................................................... 5 
SOBRE O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................. 6 
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO................................................................................................................................................. 7 
1. 1. CONCEITO E CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO ................................................................................................................ 8 
1.2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ............................................................................................................................ 10 
1.2.1. QUANTO À ORIGEM: PROMULGADAS OU OUTORGADAS .......................................................................................... 10 
1.2.2. QUANTO À FORMA: ESCRITA OU NÃO-ESCRITA ......................................................................................................... 10 
1.2.3. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: DOGMÁTICA OU HISTÓRICA ......................................................................... 11 
1.2.4. QUANTO À EXTENSÃO: ANALÍTICA OU SINTÉTICA ...................................................................................................... 11 
1.2.5. QUANTO AO CONTEÚDO: MATERIAL OU FORMAL ..................................................................................................... 11 
1.2.6. QUANTO À ESTABILIDADE OU POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO: IMUTÁVEL, RÍGIDA, FLEXÍVEL OU SEMIRRÍGIDA ....... 12 
1.3. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ....................................................................................................... 14 
1.3.1. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA ....................................................................................................... 15 
1.3.2. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA .................................................................................................. 15 
1.3.3. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA ................................................................................................. 16 
1.4. PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO .......................................................................... 17 
1.4.1. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO ............................................................................................................... 18 
1.4.2. PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR ........................................................................................................................... 18 
1.4.3. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA OU MÁXIMA EFETIVIDADE ................................................................................................ 18 
1.4.4. PRINCÍPIO DA JUSTEZA OU CONFORMIDADE FUNCIONAL .......................................................................................... 19 
1.4.5. PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO ................................................................................. 19 
1.4.6. PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA ............................................................................................................................ 19 
1.4.7. PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO À LUZ DA CONSTITUIÇÃO ......................................................................................... 19 
1.5. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO .................................................................................................................................... 20 
1.6. PREÂMBULO E ATOS DE DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS .................................................................... 20 
2. PODER CONSTITUINTE ..................................................................................................................................................... 21 
2.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (PCO) .................................................................................................................... 22 
2.2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO (PCD) ....................................................................................................................... 23 
2.2.1. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR ...................................................................................................... 24 
2.2.2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE ........................................................................................................ 24 
2.2.3. PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR .............................................................................................................. 25 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 3|43 
3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................................................................ 28 
3.1. DOS FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ....................................................................................... 28 
3.2. DA TRIPARTIÇÃO DOS PODERES .................................................................................................................................... 29 
3.3. DOS OBJETIVOS DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ............................................................................................... 29 
3.4. DOS PRINCÍPIOS DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ADOTADOS NA ORDEM INTERNACIONAL. ............................ 30 
4. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................................................ 31 
5. QUESTÕES COM GABARITO.............................................................................................................................................. 38 
 
 
 
 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 4|43 
Olá, concurseiros de todo o Brasil! 
É uma imensa satisfação atender ao convite da coordenação do site C24h para 
ministrar o curso de Direito Constitucional para o cargo de Técnico Administrativo do 
Tribunal Regional Eleitoral do Acre. Eu me chamo Cristiano Lopes, sou advogado e 
professor Direito Constitucional e Direitos Humanos, autor de obras relacionadas a 
concurso público e OAB pela Ed. Saraiva, doutorando em Ciência Política pela 
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre em Direito pela Universidade 
Católica de Pernambuco (UNICAP) e especialista em Direito Penal e Processual pela Escola 
Superior de Advocacia do Estado de Pernambuco (ESA/PE). 
Sobre o curso 
Esse curso será na modalidade pré-edital e realizadas as devidas adaptações por 
ocasião da publicação do edital do certame. Vamos contemplar a forma mais ampla,porém direcionada, de abordagem do conteúdo teórico. 
Uma das vantagens dos cursos em .pdf é ser prático, com abordagem objetiva, clara 
e específica aos tópicos do edital. Assim será nosso curso! Não devemos passar 
superficialmente na matéria, pois isso pode ser suficiente para acertar algumas questões, 
no entanto, em uma questão mais elaborada, você pode cair. 
Nosso curso será ESQUEMATIZADO da seguinte maneira: 
 
 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 5|43 
Abrangeremos, de modo aprofundado, os aspectos mais relevantes de cada tópico 
do conteúdo exigido. As questões servirão também de revisão, pois iremos dispor, aula 
após aula, questões de assuntos de aulas anteriores. 
Tudo o que for posto aqui, por mais aprofundado que pareça, é necessário 
para o entendimento completo da disciplina. 
Por tudo que foi exposto, este curso será completo. É direcionado a você que está 
iniciando os estudos, bem como àqueles que desejam aprofundar os conhecimentos na 
disciplina. E mais, ele foi elaborado visando sua única fonte de estudos, ou seja, basta 
apenas esse material para adquirir o conhecimento necessário para sua prova. 
Sobre a banca 
A banca AOCP - Assessoria em Organização de Concursos Públicos Ltda é uma 
banca pequena, mas confiável, com 10 anos de experiência em organizações de concursos 
municipais, estaduais e federais, estando sua sede localizada na cidade de Maringá-PR. 
Uma de suas vantagens é a prontidão as respostas dos recursos e o fato de a 
empresa nunca ter se envolvido em nenhum escândalo na área de concursos. A AOCP 
tem uma semelhança muito grande com a Fundação Carlos Chagas (FCC) na cobrança 
de suas questões; assim, vamos utilizar muitas questões dessa banca, além de outras que 
seguem o mesmo estilo de cobrança da organizadora AOCP. 
Bem, pessoal, sabemos que quanto mais difíceis são os concursos, maior a 
necessidade de nos prepararmos, tomando por base, obviamente, excelentes materiais. 
E o material PDF, professor, é suficiente? 
Nem sempre! E a lógica é simples de compreender. Os alunos, infelizmente, prezam 
materiais mais resumidos, sintéticos, direto ao ponto. E, dentro de uma lógica empresarial, 
os Professores acabam traduzindo no PDF a tendência (passada) das ilustres 
organizadoras, com materiais objetivos, pragmáticos. 
No entanto, o bom do PDF é não ter limitação de folhas. Nós, Professores, podemos 
avançar por doutrina, jurisprudência, questões de fixação. O problema é que as aulas ficam 
um pouco cansativas, e até enfadonhas. Mas é um mal necessário, em se tratando de um 
concurso tão concorrido como esse. Portanto, vamos realizar aprofundamentos teóricos 
apenas no estritamente necessário à sua prova. 
Então, amigos(as), nosso propósito é encurtar o seu caminho da aprovação! 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 6|43 
Sobre o Conteúdo 
Esse curso abordará, de forma detalhada, a seguinte EMENTA: 
DIREITO CONSTITUCIONAL: Constituição: Conceito; Classificação; 
Aplicabilidades das normas constitucionais; Poder Constituinte. Princípios 
Fundamentais. Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos Direitos e Deveres 
Individuais e Coletivos; Remédios Constitucionais; Dos Direitos Sociais; Da 
Nacionalidade e Dos Direitos Políticos. Da organização do Estado: Da 
organização Político Administrativa; Da União; Dos Estados Federados; Dos 
Municípios; Do Distrito Federal e dos Territórios. Da Administração Pública: 
Disposições Gerais e Dos Servidores Públicos. Da Organização dos Poderes: Do 
Poder Legislativo; Do Poder Executivo; Do Poder Judiciário. Das Funções 
Essenciais à Justiça. 
Vamos em frente, certos de que a vitória chegará para todos aqueles que 
perseverarem. Tenham fé! 
Forte abraço a todos! 
Cristiano Lopes 
CRONOGRAMA DAS AULAS 
AULA DATA CONTEÚDO 
01 04/05/15 Constituição: Conceito; Classificação; Aplicabilidades das 
normas constitucionais; Poder Constituinte; Princípios 
Fundamentais. 
02 11/05/15 Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos Direitos e 
Deveres Individuais e Coletivos. 
03 18/05/15 Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Remédios 
Constitucionais. 
04 25/05/15 Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos Direitos 
Sociais; Da Nacionalidade e Dos Direitos Políticos. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 7|43 
05 01/06/15 Da organização do Estado: Da organização Político 
Administrativa; Da União; Dos Estados Federados; Dos 
Municípios; Do Distrito Federal e dos Territórios. 
06 08/06/15 Da Administração Pública: Disposições Gerais e Dos 
Servidores Públicos. 
07 15/06/15 Da Organização dos Poderes: Do Poder Legislativo. 
08 22/06/15 Da Organização dos Poderes: Do Poder Executivo. 
09 29/06/15 Da Organização dos Poderes: Do Poder Judiciário. 
10 06/07/15 Das Funções Essenciais à Justiça. 
AULA 1 – CONSTITUIÇÃO: CONCEITO; CLASSIFICAÇÃO; APLICABILIDADES DAS NORMAS 
CONSTITUCIONAIS; PODER CONSTITUINTE; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
Direito Constitucional é a ciência que propicia o conhecimento da organização 
fundamental do Estado. Ou seja, refere-se à estruturação do poder político, seus 
contornos jurídicos e limites de atuação (direitos humanos fundamentais e controle de 
constitucionalidade). 
Segundo José Afonso da Silva o Direito Constitucional “configura-se como Direito 
Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, 
à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da 
estrutura política”. 
Em outras palavras, o Direito Constitucional busca interpretar as normas 
fundamentais do Estado, a sua organização e estruturação política, bem como os limites 
de atuação e os princípios fundamentais que o norteiam; e justamente por isso é tratado 
dentro do ramo de Direito Público. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 8|43 
1. 1. Conceito e concepções de Constituição 
Começamos esse tópico com a seguinte pergunta: o que se entende por 
Constituição? 
A Constituição é a norma de maior hierarquia em um ordenamento jurídico, que 
organiza, estrutura e constitui o Estado e os direitos e garantias individuais. É a lei 
fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do povo. É ela que 
determina a organização político-jurídica do Estado, dispondo sobre a sua forma, os 
órgãos que o integram e as competências destes e, finalmente, a aquisição e o exercício 
do poder. Cabe também a ela estabelecer as limitações ao poder do Estado e enumerar 
os direitos e garantias fundamentais. 
A concepção de constituição ideal foi preconizada por J. J. Canotilho. Trata-se de 
constituição de caráter liberal, que apresenta os seguintes elementos: 
 Deve ser escrita; 
 Deve conter um sistema de direitos fundamentais individuais (liberdades negativas); 
 Deve conter a definição e o reconhecimento do princípio da separação dos poderes; 
 Deve adotar um sistema democrático formal. 
Note que todos esses elementos estão intrinsecamente relacionados à limitação do 
poder coercitivo do Estado. Cabe destacar, por estar relacionado ao conceito de 
constituição ideal, o que dispõe o art. 16, da Declaração Universal dos Direitos do 
Homem e do Cidadão: “Toda sociedade na qual não está assegurada a garantia dosdireitos nem determinada a separação de poderes, não tem constituição.” 
A doutrina não é pacífica quanto à definição do conceito de constituição, podendo 
este ser analisado a partir de diversas concepções. Isso porque o Direito não pode ser 
estudado isoladamente de outras ciências sociais, como Sociologia e Politica, por exemplo 
É certo que o Direito Constitucional se desenvolve interrelacionado a outras ciências, 
principalmente a sociologia, a filosofia e a política. Em virtude disso, existem diversos 
sentidos para se conceituar a Constituição: 
 Sentido sociológico de constituição – Desenvolvido por Ferdinand Lassalle. Ele 
defende que uma Constituição só seria legítima se representasse a vontade popular, 
refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não aconteça, a 
Constituição não passaria de uma ‘folha de papel’. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 9|43 
 Sentido político de constituição – Desenvolvido por Carl Schmitt. Ele conceitua 
Constituição como a decisão política fundamental. Segundo Schmitt, a validade 
de uma Constituição não se apoia na justiça de suas normas, mas na decisão política 
que lhe dá existência. 
 Sentido jurídico de constituição – Desenvolvido por Hans Kelsen. Para ele, a 
Constituição estaria no mundo do dever ser, e não no mundo do ser, 
caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais. 
A Constituição seria, assim, um sistema de normas jurídicas. Segundo Kelsen, a 
Constituição é considerada como norma pura, sem qualquer consideração de 
cunho sociológico, político ou filosófico. Em consequência, a validade da norma é 
completamente independente de sua aceitação pelo sistema de valores sociais 
vigentes em uma comunidade. 
 Sentido culturalista de constituição – Desenvolvido por J.H. Meirelles Teixeira. 
Para ele, a Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e 
que sobre ela pode influir. A concepção culturalista levaria ao conceito de 
Constituição Total, por apresentar na sua complexidade intrínseca, aspectos 
econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos. 
QUESTÃO 01 (FCC / DPE-SP – 2006) O termo "Constituição" comporta uma série de significados 
e sentidos. Assinale a alternativa que associa corretamente frase, autor e sentido. 
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história uma 
constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político. 
b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta 
decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido 
político. 
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto grau na forma 
de documento solene e que somente pode ser alterada observando-se certas prescrições 
especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico. 
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais do poder que 
naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que 
exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido 
sociológico. 
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar globalmente o 
político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito constitucional que vincula o 
legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 10|43 
Comentários: A letra A está incorreta. É Lassalle, e não Schmitt, quem entende que no Estado coexistem 
duas Constituições: uma real, efetiva, e outra que consiste apenas numa “folha de papel”. Trata-se do 
sentido sociológico de Constituição. A letra B está incorreta. Essa é a visão de Schmitt (e não de Lassalle!), 
que preconiza o sentido político de Constituição. A letra C está incorreta. Trata-se do sentido jurídico de 
Constituição, preconizado por Kelsen. A letra E está incorreta. Trata-se de uma análise política do sentido 
de Constituição. O gabarito é a letra D. 
 
 
1.2. Classificação das Constituições 
Não há uniformidade entre os doutrinadores quanto a Classificação das 
Constituições. No entanto, dentre as classificações existentes, as mais recorrentes em 
concursos públicos são: a) quanto à origem; b) quanto à forma; c) quanto ao modo de 
elaboração; d) quanto à extensão; e) quanto ao conteúdo; f) quanto à estabilidade. 
1.2.1. Quanto à origem: Promulgadas ou Outorgadas 
 Promulgada (democráticas ou populares) – É a constituição de origem popular, 
decorrente do fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita 
diretamente pelo povo, para exercer legitimamente o Poder Constituinte. São 
promulgadas as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
 Outorgada – É a Constituição elaborada e estabelecida sem a participação do povo. 
Trata-se daquela impostas, de maneira unilateral, pelo governante. Não tendo 
origem democrática. São outorgadas as Constituições brasileiras de1824, 1937, 
1967/69. 
1.2.2. Quanto à forma: Escrita ou Não-Escrita 
 Escrita (instrumental) – É a Constituição codificada e sistematizada num único 
texto. Formada por um conjunto de regras organizadas em um único documento. 
Por exemplo, a atual Constituição brasileira. 
 Não-Escrita (consuetudinária ou costumeira) – Formada por textos esparsos e se 
baseia nos usos, costumes, jurisprudência. O Exemplo clássico apresentado pela 
doutrina é a Constituição inglesa. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 11|43 
1.2.3. Quanto ao modo de elaboração: Dogmática ou Histórica 
 Dogmática – É a Constituição elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza 
os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes 
no momento. As Constituições Dogmáticas serão sempre escritas. Pode-se citar a 
atual Constituição brasileira. 
 Histórica – É aquela que resulta da lenta formação histórica, das tradições de uma 
sociedade, de um longo processo de evolução dos valores de um povo, em 
determinada sociedade, resultando em regras escritas e não escritas. As regras 
escritas serão leis e as não escritas usos e costumes. 
1.2.4. Quanto à extensão: Analítica ou Sintética 
 Analítica – É aquela que aborda todos os assuntos considerados como 
fundamentais pelo povo, através de seu representante. Descrevem às minúcias. É 
muito extensa, havendo necessidade de maiores modificações para atender às 
mutações sociais. Normalmente, trazem regras que deveriam estar na legislação 
infraconstitucional. Por exemplo, a atual Constituição brasileira. 
 Sintética – É aquela que traz apenas os princípios fundamentais e estruturais do 
Estado. É muito enxuta e duradoura, pois os princípios estruturais são interpretados 
e adequados aos novos anseios da sociedade, pela atividade da Suprema Corte. Por 
exemplo, a atual americana, que dura mais de 200 anos. 
1.2.5. Quanto ao conteúdo: Material ou Formal 
 Formal – É a Constituição que elege como critério definidor das normas 
constitucionais o processo de formação e não a natureza do conteúdo de suas 
normas. É aquela cujas normas possuem a natureza constitucional pelo simples fato 
de estarem prevista no texto escrito da Constituição, uma vez que o seu conteúdo 
não está relacionado ou não possui relevância para o estabelecimento da 
organização básica do Estado. 
Material – É a Constituição (ou o conteúdo constitucional) que é composta por 
princípios e regras que têm como objeto os direitos fundamentais, a estruturação 
do Estado e a organização dos Poderes. 
ATENÇÃO: Segundo Pedro Lenza, cabe observar (e este tema ainda não está fechado) “que, com a 
introdução do § 3o no art. 5o, pela EC n. 45/2004, passamos a ter uma espécie de conceito misto, já́ que 
a nova regra só́ confere a natureza de emenda constitucional (norma formalmente constitucional) aos 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 12|43 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos (matéria), desde que observadas as 
formalidades de aprovação (forma)”. 
1.2.6. Quanto à estabilidade ou possibilidade de alteração: 
Imutável, Rígida, Flexível ou Semirrígida 
 Imutável – São aquela inalteráveis em virtude de terem sido criadas para reger de 
forma perpetua a vida de uma sociedade, constituindo-se em verdadeiras relíquias 
históricas. 
 Rígida – São aquelas Constituições que exigem, em relação às normas 
infraconstitucionais, para a sua alteração um processo legislativo mais complexo, 
mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não 
constitucionais. Por exemplo, a atual Constituição brasileira. 
ATENÇÃO: Da rigidez constitucional decorre o princípio da supremacia da Constituição. É que, em 
virtude da necessidade de processo legislativo especial para que uma norma seja inserida no texto 
constitucional, fica claro, por consequência lógica, que as normas constitucionais estão em patamar 
hierárquico superior ao das demais normas do ordenamento jurídico. Assim, as normas que forem 
incompatíveis com a Constituição serão consideradas inconstitucionais. Tal fiscalização de validade das 
leis é realizada por meio do denominado “controle de constitucionalidade”, que tem como 
pressuposto a rigidez constitucional. 
 Flexível – É a Constituição que pode ser modificada livremente pelo constituinte 
derivado, utilizando-se do mesmo processo de elaboração das leis ordinárias, pois 
não possuem processo legislativo mais rigoroso em comparação às normas 
infraconstitucionais. 
 Semirrígida (Semi-flexível) – É aquela que o mesmo dispositivo Constitucional 
pode ser modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma 
esteja para ser alterada. Para Nathalia Masson, neste tipo de Constituição, “alguns 
artigos do texto(os que abrigam os preceitos mais importantes) compõe a parte 
rígida, de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento 
diferenciado e rigoroso, enquanto os demais (que compõe a parte flexível se 
alteram seguindo processo menos complexo, menos dificultoso)”.1 
 
1 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Salvador: Jus podivm, 2013, p. 35. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 13|43 
Assim, podemos concluir que a CRFB/88 é promulgada (democrática), escrita, 
dogmática, analítica, formal e rígida. 
QUESTÃO 02 . (FCC / TRF 4a Região - 2004) No que diz respeito à classificação das constituições, 
considerando- se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho de uma Assembleia 
Nacional Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua 
elaboração, sendo que outras são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, 
através de imposição do poder na época. Nesses casos, tais constituições são denominadas, 
respectivamente, 
a) Analíticas e sintéticas. 
b) Outorgadas e históricas. 
c) Históricas e dogmáticas. 
d) Promulgadas e outorgadas. 
e) Dogmáticas e promulgadas. 
Comentários: O enunciado trata da classificação das Constituições quanto à origem. No 
primeiro caso, em que estas derivam de uma assembleia composta por representantes do 
povo, tem-se as constituições promulgadas, democráticas. No segundo caso, em que são 
elaboradas sem a participação popular, tem-se as outorgadas. O gabarito é a letra D. 
 
QUESTÃO 03 (FCC / TCE-MG - 2007) No que se refere à classificação das constituições, é certo 
que as promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada época, 
sem a participação popular, tendo natureza imutável. 
Comentários: As constituições promulgadas contam, sim, com a participação popular. Questão 
incorreta. 
 
QUESTÃO 04 (FCC / TCE-AM - 2007) Considerando os vários critérios utilizados para classificar 
as constituições, elas podem ser classificadas quanto à forma, em escritas e não-escritas. 
Comentários: As constituições podem ser classificadas, quanto à forma, em escritas e não-
escritas. Questão correta. 
 
QUESTÃO 05 (FCC / ARCE - 2006) Dispunha a Constituição brasileira de 1824, em seu artigo 
178: "É só́ Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes 
Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional 
pode ser alterado sem as formalidades referidas [em procedimento descrito nos artigos 174 a 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 14|43 
177 da Constituição], pelas Legislaturas ordinárias.” [grafia atualizada]. O dispositivo acima 
transcrito evidencia que a Constituição do Império, quanto à estabilidade de suas normas, era: 
a) Outorgada, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é democrática. 
b) Semirrígida, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é rígida. 
c) Histórica, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é dogmática. 
d) Sintética, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é analítica. 
e) Flexível, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é super-rígida. 
Comentários: Considerando que o procedimento de alteração de parte das normas da 
Constituição de 1824 era semelhante ao das leis ordinárias, enquanto a outra parte era 
submetida a processo mais dificultoso, em caso de alteração, tem-se que ela era semirrígida. 
Já́ a CF/88, é rígida, pois só́ pode ser modificada por procedimento mais dificultoso do que 
aqueles pelos quais se modificam as demais leis. Portanto, a letra B é o gabarito da questão. 
1.3. Aplicabilidade das Normas Constitucionais 
Algumas normas constitucionais possuem todos os elementos para serem 
aplicadas, imediatamente, a partir da edição da Constituição; em outros a aplicabilidades 
depende de norma posterior, e em outras a norma constitucional poderá ser aplicada, mas 
de forma restrita. 
Existem diversas classificações das normas constitucionais quanto à eficácia e à 
aplicabilidade. No Brasil, a mais conhecida, e também utilizada pelo Supremo Tribunal 
Federal (Mandado de Injunção n. 438-2/GO, RT 723/231), é a seguinte classificação 
elaborada por José Afonso da Silva: a) normas constitucionais de eficácia plena, b) 
normas constitucionais de eficácia contida e c) normas constitucionais de eficácia 
limitada. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 15|43 
 
1.3.1. Normas constitucionais de eficácia plena 
A normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que preenchem todos os 
requisitos necessários para que surtam eficácia total. Estas normas têm aplicabilidade 
imediata, pois estão aptas a produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação 
da Constituição; direta, pois não dependendo de normainfraconstitucional 
regulamentadora para produção de seus efeitos e integral, porque já produzem seus 
integrais efeitos, sem sofrer quais restrições ou limitações. Por exemplo, os arts. 2º, 19, 
20, 21, 22 e 69, todos da CRFB/88. 
1.3.2. Normas constitucionais de eficácia contida 
A normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que, embora tenha eficácia 
imediata, podem ter sua aplicabilidade reduzida ou restringida por uma norma 
infraconstitucional e/ou outros atos do Poder Público. Trata-se de normas as quais o 
constituinte dotou de todos os elementos necessários à produção de efeitos concretos, 
sem prejuízo, porém, de regras de contenção ou de reserva de lei restritiva que lhes 
restrinjam parte da eficácia inicial. 
Estas normas têm aplicabilidade imediata, pois estão aptas a produzir efeitos 
imediatamente, com a simples promulgação da Constituição e direta, pois não 
dependendo de norma infraconstitucional regulamentadora para produção de seus 
efeitos, mas, possivelmente, não-integral, por não produzem seus integrais efeitos, já que 
estão sujeitas à restrições ou limitações. Por exemplo: o art. 5º, XIII, da Constituição 
assegura a liberdade de exercício “de qualquer trabalho, ofício ou profissão”, desde que 
“atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. O que explica a 
APLICABILIDADE DAS 
NORMAS 
CONSTITUCIONAIS
Normas Constitucionais de 
eficácia plena
São auto-aplicáveis (não 
dependem de lei) e não 
podem se reduzidas. Ex.: 
CRFB/88, art. 2°.
Normas Constitucionais de 
eficácia contida
São auto-aplicáveis e podem 
ter sua eficácia reduzida pelo 
legislador infraconstitucional. 
Ex.: OAB; CRFB/88, art. 37, I.
Normas Constitucionais de 
eficácia limitada
Não são auto-aplicáveis, 
dependendo de ato 
infraconstitucional posterior 
para inteira aplicabilidade. Ex.: 
CRFB/88, art. 224.
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 16|43 
constitucionalidade da aprovação em Exame de Ordem como condição ao exercício da 
profissão de advogado (art. 8º, IV, da Lei n. 8.906/94), enquanto a ausência de lei restritiva 
torna possível o exercício de outras profissões sem necessidade de testes semelhantes de 
proficiência. 
1.3.3. Normas constitucionais de eficácia limitada 
As normas constitucionais de eficácia limitada são normas que, por si sós, não 
reúnem as condições suficientes para que sejam imediatamente exigíveis. Só produzem 
seus pleno efeitos depois da exigida regulamentação, já que é imprescindível a edição, 
posterior, de lei ou de atos administrativos. Possuem eficácia limitada, como o próprio 
nome diz, pois precisam da intermediação do legislador ou da Administração Pública. 
Todavia, como já decidiu o STF, “em linha de princípio e sempre que possível”, têm “a 
imediata eficácia negativa de revogar as regras preexistentes que sejam contrárias”, 
pelo que também podem ser utilizadas como normas interpretativas e como parâmetro 
para controlar a constitucionalidade de normas infraconstitucionais (ADInMC 2.381/RS). 
Estas normas tem aplicabilidade medita indireta, mediata e reduzida, porque 
somente incidem totalmente sobre esses interesses, apos uma normatividade ulterior que 
lhes desenvolva a aplicabilidade. 
As normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade mediata subdividem-
se em: Normas constitucionais de princípio institutivo e Normas de princípio 
programático. As normas constitucionais de princípio institutivo (princípio orgânico ou 
organizativo) são normas pelas quais o legislador constituinte esquematiza a estruturação 
e as atribuições de órgãos, entidades ou institutos, deixando para o legislador ordinário a 
tarefa de traçar a disciplina mais detalhada a respeito. Exemplos: arts. 20, § 2º; 33; 88; 107; 
131 e 224, da CRFB/88. Já as normas de princípio programático são normas nas quais o 
constituinte se limita a traçar princípios e diretrizes de atuação do Poder Público. 
Exemplos: arts. 3º; 7º, XX; 196 e 205, da CRFB/88. 
ATENÇÃO: As normas definidoras de Direito e Garantias Fundamentais tem aplicabilidade imediata, 
conforme estabelece o § 1º do art. 5º da CRFB/88. 
QUESTÃO 06 (FCC / TRT-PR - 2013) O inciso XIII do artigo 5o da Constituição Federal brasileira 
estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder-se-á 
habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 17|43 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos são, 
respectivamente, exemplos de norma constitucional de eficácia: 
a) Plena e limitada. 
b) Plena e contida. 
c) Limitada e contida. 
d) Contida e plena. 
e) Contida e limitada. 
Comentários: No primeiro caso, a lei poderá́ restringir a liberdade de exercício do trabalho, 
ofício ou profissão, por meio de exigência de cumprimento de determinadas qualificações 
profissionais. Trata-se, portanto, de norma de eficácia contida. No segundo, o direito é 
plenamente exercitável desde logo, sem qualquer exigência de lei para tanto. Tem-se uma 
norma de eficácia plena. A letra D é o gabarito da questão. 
 
QUESTÃO 07 (FCC / TRT 18a Região - 2013) Analise o Art. 2°, da Constituição Federal de 
1988:0São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. Trata- se de norma de eficácia: 
a) Plena 
b) Contida 
c) Limitada 
d) Programática 
e) Exaurida 
Comentários: Trata-se de norma de eficácia plena, com produção de efeitos imediatos, 
independentemente de regulamentação. A letra A é o gabarito. 
1.4. Princípios Instrumentais de Interpretação da Constituição 
Os princípios constitucionais, segundo Luís Roberto Barroso, “são o conjunto de 
normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. 
Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo 
constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui”. 
Os princípios de interpretação constitucional têm como finalidade possibilitar ao 
intérprete o entendimento e o significado das normas de acordo com a nossa Constituição 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 18|43 
Federal. a doutrina estabelece alguns Princípios Instrumentais de Interpretação e que 
podem ser assim esquematizados: 
1.4.1. Princípio da Unidade da Constituição 
As normas constitucionais devem ser consideradas não como normas isoladas, mas 
como preceitos integrados num sistema interno unitário de regras e princípios. 
Como lembra Canotilho: “O princípio da unidade da Constituição ganha relevo 
autônomo como princípio interpretativo quando com ele se quer significar que o Direito 
Constitucional deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias, 
antagonismos) entre as suas normas e, sobretudo, entre os princípios jurídicos-políticos 
constitucionalmente estruturantes. Como ‘ponto de orientação’, ‘guia de discussão’ e 
‘factor hermenêutico de decisão’ o princípio da unidade obriga o intérprete a considerar 
a Constituição na sua globalidade e procurar harmonizar os espaços de tensão [...] 
existentes entre as normas constitucionais a concretizar. Daí que o intérprete deva sempre 
considerar as normasconstitucionais, não como normas isoladas e dispersas, mas sim 
como preceitos integrados num sistema interno unitário de normas e princípios”. 
Consoante o princípio da unidade da constituição, as normas constitucionais 
devem ser analisadas de forma integrada e não isoladamente, de forma a evitar as 
contradições aparentemente existentes. 
1.4.2. Princípio do Efeito Integrador 
O princípio do efeito integrador é originário do princípio da unidade da 
Constituição. Pretende que ao solucionar questões jurídico-constitucionais, deva-se dar 
prioridade às interpretações que favoreçam a integração política e social e possibilitem o 
reforço da unidade política, posto que essa é uma das finalidades primordiais da 
Constituição. 
1.4.3. Princípio da Eficiência ou Máxima Efetividade 
O princípio da máxima efetividade das normas constitucionais (ou princípio da 
Máxima Efetividade) consiste em atribuir na interpretação das normas oriundas da 
Constituição o sentido de extrair sua máxima abrangência e alcance, utilizando todas as 
suas potencialidades. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 19|43 
Segundo Inocêncio Mártires, “o cânone hermenêutico-constitucional da máxima 
efetividade orienta os aplicadores da lei maior para que interpretem as suas normas em 
ordem a otimizar-lhes a eficácia, mas sem alterar o seu conteúdo”. 
Cumpre destacar que esse princípio é utilizado com maior incidência no âmbito dos 
direitos fundamentais, embora devesse ser aplicado a todas as normas constitucionais. 
1.4.4. Princípio da Justeza ou Conformidade Funcional 
Conforme os ensinamentos de Marcelo Novelino, esse princípio “atua no sentido 
de impedir que os órgãos encarregados da interpretação da Constituição, sobretudo 
o Tribunal Constitucional, cheguem a um resultado contrário ao esquema 
organizatório-funcional estabelecido por ela”. 
De outra maneira, pode-se afirmar que tal princípio aduz que não pode o intérprete 
da Constituição Federal, isto é, o Supremo Tribunal Federal, alterar a repartição de funções 
determinada pelo próprio Texto Constitucional. 
1.4.5. Princípio da Concordância Prática ou Harmonização 
Por esse princípio pode-se entender que na ocasião em que houver um conflito 
entre bens e valores protegidos pela Constituição Federal, a solução que deve prevalecer 
é aquela que propicie a realização de todos eles, impedindo que um seja totalmente 
desprezado em relação a outro. 
1.4.6. Princípio da Força Normativa 
Tal princípio foi desenvolvido por Konrad Hesse, o qual declarava que toda norma 
presente no Texto Constitucional deve possuir o mínimo de eficácia, sob pena de tornar-
se “letra morta em papel”. 
Assim, o princípio da força normativa reporta-se à total efetividade das normas 
previstas na Carta Magna. 
1.4.7. Princípio da interpretação à luz da Constituição 
Neste sentido, a interpretação conforme à Constituição “só é utilizável quando a 
norma impugnada admite, dentre as várias interpretações possíveis, uma que a 
compatibilize com a Carta Magna, e não quando o sentido da norma é unívoco”. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 20|43 
Nas palavras de Gilmar Ferreira Mendes, “oportunidade para interpretação 
conforme à Constituição existe sempre que determinada disposição legal oferece 
diferentes possibilidades de interpretação, sendo algumas delas incompatíveis com a 
própria Constituição”. 
1.5. Elementos da Constituição 
Para José Afonso da Silva, as constituições possuem diversos elementos. Os da 
Constituição de 1988 são divididos da seguinte maneira: 
a) Elementos orgânicos – são aqueles que estabelecem os próprios órgãos e a estrutura 
do Estado. Exemplos: normas do Título III da CRFB/88 – Da Organização dos Poderes e do 
Sistema de Governo; Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança 
Pública); Título VI (Da Tributação e do Orçamento); 
b) Elementos limitativos – são as normas que compõem o elenco dos direitos e garantias 
fundamentais, limitando a atuação do Estado. Exemplos: Título II (Dos Direitos e Garantias 
Fundamentais) da Constituição de 1988, com exceção do Capítulo II (Dos Direitos Sociais) 
e Título VIII (Da Ordem Social). 
c) Elementos socioideológicos – são as normas que representam o compromisso da 
Constituição entre o Estado individualista e o Estado Social, intervencionista. Exemplos: 
Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais); Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira); 
e Título VIII (Da Ordem Social). 
d) Elementos de estabilização constitucional – são as normas que asseguram a 
supremacia da Constituição. Preveem instrumentos de preservação da ordem e 
mecanismo para situações de crise. Exemplos: arts. 102 e 103 (controle de 
constitucionalidade); arts. 34-36 (intervenção nos Estados e Municípios); art. 60 (emendas 
constitucionais); Título V (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas). 
e) Elementos formais de aplicabilidade – que estabelecem as regras de aplicação das 
normas constitucionais. Exemplos: o preâmbulo e o art. 5º, § 1º – “As normas definidoras 
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”. 
1.6. Preâmbulo e Atos de Disposições Constitucionais Transitórias 
Para o STF, o preâmbulo da CRFB/1988 não se situa no âmbito do Direito, mas no 
domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte. Em consequência, ele 
não possui relevância jurídica, não sendo norma central da Constituição. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 21|43 
ATENÇÃO: No julgamento da ADI n° 2.076/AC, o STF decidiu que o preâmbulo não tem força normativa 
e que não é norma de repetição obrigatória pelas Constituições Estaduais. Assim, não se exige que as 
Constituições Estaduais invoquem a proteção de Deus. 
O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, contrário do que 
acontece com o preâmbulo, é norma constitucional e contém regras para garantir a uma 
transição harmônica entre o regime constitucional anterior (1969) e o atual regime (1988). 
Sendo assim, só pode ser alterado pela via da emenda constitucional. 
QUESTÃO 08 (FCC / TCE-PI – 2014) O Preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no 
domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte e não apresentando, 
portanto, força normativa, nem criando direitos ou obrigações. 
Comentários: É isso mesmo. O preâmbulo não é norma jurídica; ele está, na verdade, no 
domínio da política. Portanto, não tem força normativa e não cria direitos e obrigações. Serve, 
apenas, como elemento de interpretação do texto constitucional. Questão correta. 
 
QUESTÃO 09 (FCC / TCE-PI – 2014) O ADCT, ou Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, não tem natureza de norma constitucional, tratando-se de mera regra de 
transição, interpretativa e paradigmática. 
Comentários: O ADCT, ao contrário do que afirma o enunciado, tem natureza jurídica e, 
portanto, elenca normas constitucionais, as quais, inclusive, podem servir como parâmetro para 
o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos. Questão errada. 
 
2. PODER CONSTITUINTE 
Pode ser conceituado como o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição, 
mediante a supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. 
A teoria do poder constituinte foi desenvolvida pelo abade francês Emmanuel 
Joseph Sieyès na obra “O que é o terceiro Estado?” que defendia a tesede que o 
primeiro Estado era ocupado pelo Clero, o segundo, pela Nobreza e o terceiro, pela 
Burguesia. O manifesto serviu para a distinção entre poder constituinte e poder 
constituído. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 22|43 
A CRFB/88, em seu art. 1º, diz que todo o poder emana do povo. Dessa forma, 
concluímos que a titularidade de qualquer poder é do povo. Entretanto quem exerce o 
poder normalmente não é povo, e sim, seus representantes. 
O poder constituinte é gênero do qual são espécies o Poder Constituinte Originário (PCO) 
e o Poder Constituinte Derivado (PCD), conforme esquema abaixo: 
 
2.1. Poder Constituinte Originário (PCO) 
Para Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “é o poder de criar uma Constituição, 
quando o Estado é novo (poder constituinte originário histórico), ou quando uma 
Constituição é substituída por outra, em um Estado já existente”. 
Ele não é temporário, sendo comumente chamado de poder latente e permanente. 
Segundo Gilmar Mendes, Inocêncio Coelho e Paulo Branco, ele está apto para se 
manifestar a qualquer momento. Podem-se enumerar as seguintes características: 
 Inicial – instaura uma nova ordem jurídica, rompendo com a ordem jurídica 
anterior; 
 Autônomo – pois a nova Constituição será estruturada de acordo com a 
determinação dos que exercem o poder constituinte. 
 Incondicionado – não tem de submeter-se a qualquer forma preestabelecida para 
sua elaboração; 
PODER 
CONSTITUINTE
Poder constituinte 
originário
Poder de criar uma 
nova constituição
Poder constituinte 
derivado
Reformador
Emendas 
Constitucionais 
(CF, art. 60)
Revisor
Revisão
(ADCT, art. 3º)
Decorrente ou 
Poder Constituinte 
Estadual
Institucionalizador
(cria a Constituição 
Estadual)
Reforma a 
Constituição 
Estadual
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 23|43 
 Ilimitado juridicamente – ele não tem de respeitar os limites postos na 
Constituição anterior ou normas preexistentes. Costuma-se dizer que ele “pode 
tudo”. 
Cumpre destacar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no 
sentido de não admitir, em sede de fiscalização normativa abstrata, o exame de 
constitucionalidade de uma norma constitucional originária (RTJ 163/872-873, Rel. Min. 
MOREIRA ALVES). 
2.2. Poder Constituinte Derivado (PCD) 
O Poder Constituinte Derivado, também chamado Instituído, Reformador ou 
de segundo grau, é um poder secundário, pois é instituído pelo Poder Constituinte 
Originário, para modificar a Constituição, adequando-se às transformações da 
realidade. É o próprio constituinte originário, portanto, que estabelece como a 
Constituição será alterada. 
Conforme ensinado pelo Constitucionalista Paulo Bonavides: “O Poder de reforma 
constitucional exercitado pelo poder constituinte derivado é por sua natureza jurídica 
mesma um poder limitado, contido num quadro de limitações explícitas e implícitas, 
decorrentes da Constituição, a cujos princípios se sujeita, em seu exercício, o órgão 
revisor.” 
Ao contrário do Poder Constituinte Originário, o Poder Constituinte Derivado é 
derivado, subordinado, condicionado e limitado: 
 Derivado – pois não inicia uma nova constituição, sendo capaz apenas de alterar 
aquela existente. 
 Subordinado – pois se subordina a ordem constitucional vigente; 
 Condicionado – fica condicionada a observância das normas constitucionais 
originárias; 
 Limitado – Encontra limites no texto constitucional podendo dispor sobre qualquer 
assunto, a qualquer tempo, sem observar um rito legislativo formal. 
O Poder Constituinte Derivado divide-se em três espécies: decorrente, revisor e 
reformador. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 24|43 
2.2.1. Poder Constituinte Derivado Reformador 
O Poder Constituinte Derivado Reformador tem a função de modificar as normas 
constitucionais por meio de emendas. As limitações impostas a este poder estão 
consagradas no artigo 60 da CRFB/88. 
a) Limitações procedimentais ou formais: referem-se aos órgãos competentes e aos 
procedimentos a serem observados na alteração do texto constitucional. Conforme o art. 
60, da CRFB/88, a Constituição poderá ser emendada mediante proposta: de um terço, no 
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente 
da República ou de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Além 
disso, a Proposta de Emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos 
dos respectivos membros. 
b) Limitações circunstanciais: são limitações consubstanciadas em normas aplicáveis a 
situações excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre manifestação do poder 
derivado reformador possa estar ameaçada. Assim, de acordo com o art. 60, § 1º da 
CRFB/88, a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de 
estado de defesa ou de estado de sítio. 
c) Limitações materiais: impedem a supressão de determinados conteúdos consagrados 
no texto constitucional. São as denominadas cláusulas pétreas. Conforme art. 60, § 4º da 
CRFB/88, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma 
federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes 
e os direitos e garantias individuais. 
2.2.2. Poder Constituinte Derivado Decorrente 
O Poder Constituinte Derivado Decorrente também obra do Poder Constituinte 
Originário. É a possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia 
político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas 
constituições estaduais, sempre respeitando os princípios da Constituição Federal, nos 
termos do art. 11 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) e art. 25 da 
CRFB/88. 
Conforme estabelecido no art. 11 do ADCT, que assim dispôs: “Cada Assembleia 
Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 25|43 
um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. 
Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no 
prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e 
votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual. 
Com vistas exclusivamente ao concurso público de Executivo Público, 
estabeleceremos que o poder constituinte derivado decorrente é aquele conferido apenas 
às Assembleias Legislativas dos Estados e a Câmara Legislativa do Distrito Federal para 
elaborar as suas respectivas Constituições Estaduais e Lei Orgânica, observados os 
princípios da Constituição Federal. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: 
“Antes de adentrar no mérito da questão aqui debatida, anoto que, muito embora não 
tenha o constituinte incluído o Distrito Federal no art. 125, § 2º, que atribui competência 
aos Tribunais de Justiça dos Estados para instituir a representação de 
inconstitucionalidade em face das constituições estaduais, a Lei Orgânica do DistritoFederal apresenta, no dizer da doutrina, a natureza de verdadeira Constituição local, ante 
a autonomia política, administrativa e financeira que a Carta confere a tal ente federado. 
Por essa razão, entendo que se mostrava cabível a propositura da ação direta de 
inconstitucionalidade pelo MPDFT no caso em exame" (RE 577.025, voto do Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, j. 11.12.2008, Plenário, DJE de 06.03.2009). 
Este poder, portanto, não foi estendido aos Municípios que, ao elaborarem a Lei 
Orgânica, deverão observar a Constituição Federal e a Constituição Estadual respectiva. 
Por essa razão, ato local questionado em face da lei orgânica municipal enseja controle 
de legalidade, e não de constitucionalidade. 
2.2.3. Poder Constituinte Derivado Revisor 
O Poder Constituinte Derivado Revisor, assim como o Reformador e o Decorrente, 
é fruto do trabalho de criação do originário, estando, portanto, a ele vinculado. É, assim, 
um poder condicionado e limitado. 
Assim, o art. 3.º do ADCT estabeleceu que a revisão constitucional seria realizada 5 
(cinco) anos contados da promulgação da CRFB/88, pelo voto da maioria absoluta de 
seus membros, em sessão unicameral. 
Como fácil de perceber, o poder constituinte derivado revisor pode manifestar-se 
uma única vez, observados os termos estabelecidos pelo poder constituinte originário, 
uma vez que a norma autorizadora teve a sua eficácia exaurida e sua aplicabilidade 
esgotada com a edição de 6 (seis) Emendas Constitucionais de Revisão, publicadas no 
DOU de 2.3.94 e no DOU de 9.6.94. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 26|43 
Cumpre destacar, as principais diferenças entre a as Emendas Constitucionais (EC) 
e as Emendas Constitucionais de revisão (ECR), no quarto a seguir: 
 Emendas Constitucionais Emendas Constitucionais de revisão 
Poder Poder Constituinte Derivado 
Reformador 
Poder Constituinte Derivado Revisor 
Fundamento CRFB/88, art. 60 ADCT, art. 3º 
Votação Câmara dos Deputados e Senado 
Federal, separadamente 
Congresso Nacional, em sessão unicameral 
(Câmara dos Deputados e Senado Federal, 
conjuntamente) 
Turnos 2 (dois) turnos em cada casa do 
Congresso Nacional 
Turno único 
Quórum 3/5 dos membros Maioria absoluta 
Mutação constitucional 
A Constituição não é uma norma imutável. Ao contrário, vinculada que é a uma 
sociedade dinâmica em suas relações e em suas escolhas políticas, adapta-se às mudanças 
que lhe sucedem na sociedade. 
Uadi Lammêgo Bulos, por sua vez, entende por “mutação constitucional o processo 
informal de mudança da Constituição, por meio do qual são atribuídos novos sentidos, 
conteúdos até então não ressaltados à letra da Lex Legum, quer através da interpretação, 
em suas diversas modalidades e métodos, quer por intermédio da construção 
(construction), bem como dos usos e costumes constitucionais”. 
Veja a seguinte decisão do Supremo Tribunal Federal: “Tendo em vista que o STF, 
modificando sua jurisprudência, assentou a competência dos Tribunais de Justiça 
estaduais para julgar habeas corpus contra ato de turmas recursais dos juizados especiais, 
impõe-se a imediata remessa dos autos à respectiva Corte local para reinício do 
julgamento da causa, ficando sem efeito os votos já́ proferidos. Mesmo tratando-se de 
alteração de competência por efeito de mutação constitucional (nova interpretação à CF), 
e não propriamente de alteração no texto da Lei Fundamental, o fato é que se tem, na 
espécie, hipótese de competência absoluta (em razão do grau de jurisdição), que não se 
prorroga. Questão de ordem que se resolve pela remessa dos autos ao TJDFT, para reinicio 
do julgamento do feito.” (HC 86.009-QO, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29-8-2006, 
Primeira Turma, DJ de 27-4-2007.) 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 27|43 
Efeitos da nova constituição 
A força exercida pelo Poder Originário sobre as normas anteriores acaba por gerar 
alguns efeitos. Tais efeitos são chamados fenômenos do Poder Constituinte, e são eles: 
Recepção, Repristinação e Desconstitucionalização. 
 Recepção é um processo abreviado de criação de normas jurídicas, pelo qual a nova 
Constituição adota normas infraconstitucionais já existentes, se com ela 
compatíveis, dando-lhes validade e evitando o trabalho de se elaborar toda a 
legislação infraconstitucional novamente. 
 Repristinação é a restauração de lei revogada, por esse fenômeno, quando 
instituída uma nova Constituição, as normas revogadas pela antiga Constituição 
voltariam a viger. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por 
ter a lei revogadora perdido a vigência. A repristinação só é admitida se for 
expressa. 
 Desconstitucionalização ocorre quando da promulgação de uma Constituição, 
esta pode determinar que as normas da constituição anterior, desde que 
compatíveis com a nova ordem jurídica, permaneçam em vigência, mas com status 
de norma infraconstitucional, sob a forma de lei ordinária. No Brasil, prevalece a 
ideia de que para haver a desconstitucionalização necessitaria de previsão expressa 
na nova Constituição. 
 
QUESTÃO 10 (FCC / TCE-RO - 2010) O Poder Constituinte Reformador, no Brasil, é fundamento 
de validade para que os Estados- Membros da Federação promulguem Constituições próprias 
com a aprovação das respectivas Assembleias Legislativas. 
Comentários: O fundamento para que os Estados-membros elaborem suas próprias 
Constituições é o poder constituinte derivado decorrente. Questão incorreta. 
 
QUESTÃO 11 (FCC / TRE-RS - 2010) Em matéria de Poder Constituinte analise: 
I. O poder que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente atribui aos estados-
membros para se auto organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições. 
II. O poder que tem como característica, dentre outras, a de ser ilimitado, autônomo e 
incondicionado. 
Esses poderes dizem respeito, respectivamente, às espécies de poder constituinte: 
a) decorrente e originário. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 28|43 
b) derivado e reformador. 
c) reformador e revisor . 
d) originário e revisor . 
e) decorrente e derivado. 
Comentários: O item I traz o conceito de poder constituinte derivado decorrente, enquanto o 
II traduz o conceito de poder constituinte originário. A letra A é o gabarito da questão. 
 
3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
Princípios Fundamentais é o termo referente a um conjunto de dispositivos 
contidos na CRFB/88 destinados a estabelecer as bases políticas, sociais, 
administrativas e jurídicas da República Federativa do Brasil. São as noções que dão 
a razão da existência e manutenção do Estado brasileiro. São aqueles que sistematizam a 
Constituição escrita, de modo a promover a sua compreensão e a tornar mínimo as 
aparentes controvérsias existentes no texto constitucional. Isto porque, para a observação 
da lógica inteireza do ordenamento jurídico, esses princípios operam servindo de critérios 
de interpretação das normas constitucionais na medida em que estabelecem valores 
considerados essenciais pelo legislador constituinte. 
Para Gomes Canotilho, constituem-se dos princípios definidores da forma de 
Estado, dos princípios definidores da estrutura do Estado, dos princípios estruturantes do 
regime político e dos princípios caracterizadores da forma de governo e da organização 
políticaem geral. 
Tais princípios apresentam-se entre os artigos 1º ao 4º, encampando uma gama 
substancial de definições e objetivos a serem respeitados, mantidos e alcançados dentro 
de todo 
3.1. Dos Fundamentos da República Federativa do Brasil 
Conforme estabelece o art. 1o da CRFB/88, a República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 a soberania; 
 a cidadania; 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 29|43 
 a dignidade da pessoa humana; 
 os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 o pluralismo político. 
No art. 1o da CRFB/88 está fixado a forma de Estado, que é a federação, bem como 
a forma de governo, que é a republicana, na expressão “República Federativa”, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios (entes federativos). 
3.2. Da Tripartição dos Poderes 
O art. 2o da Constituição Federal do Brasil consagra o princípio da tripartição dos 
poderes, consistente em distinguir as três funções que são atribuídas a três órgãos 
independentes e harmônicos entre si, que são, exatamente, os Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário. 
Extrai-se da expressão “independentes e harmônicos” a teoria dos freios e 
contrapesos, segundo a qual cada Poder teria autonomia para exercer sua função, mas 
seria controlado pelos outros poderes. Isso serviria para evitar que houvesse exagero no 
exercício de poder por qualquer um dos Poderes. 
3.3. Dos Objetivos da Republica Federativa do Brasil 
O art. 3o da Constituição estabelece os objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil, vejamos: 
 a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; 
 a garantia do desenvolvimento nacional; 
 a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades 
sociais e regionais; 
 a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Trata-se de norma de forte conteúdo programático, e que podemos classificar, no 
que respeita à estrutura normativa, como elemento normativo sócio-ideológico. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 30|43 
3.4. Dos princípios da Republica Federativa do Brasil adotados na 
Ordem internacional. 
No que diz respeito às relações internacionais, o artigo 4o da Constituição Federal 
estabelece que a República Federativa do Brasil rege-se pelos seguintes princípios básicos: 
 independência nacional; 
 prevalência dos direitos humanos; 
 autodeterminação dos povos; 
 não-intervenção; 
 igualdade entre os estados; 
 defesa da paz; 
 solução pacífica dos conflitos; 
 repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
 concessão e asilo político. 
Determina, ademais, no seu parágrafo único, que a República Federativa do Brasil 
buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, 
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
Paulo Mascarenhas observa que em relação ao disposto no parágrafo único, “o 
Brasil tem buscado, através do Mercosul, a integração com os demais países latino-
americanos, por ora nos aspectos econômico, cultural e social, como um grande passo 
para que, em um futuro não muito distante, essa integração aconteça também no aspecto 
político, nos moldes da europeia, como um mercado e uma moeda únicos, resguardada a 
independência política de cada um dos países integrantes”. 
 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 31|43 
4. QUESTÕES COMENTADAS 
QUESTÃO 01 1. (FCC: TRT - 16ª REGIÃO (MA) – Analista Judiciário - Área Judiciária, 2009) A 
doutrina constitucional tem classificado a nossa atual Constituição Federal (1988) como escrita, 
legal, 
a) formal, pragmática, outorgada, semirrígida e sintética. 
b) material, pragmática, promulgada, flexível e sintética. 
c) formal, dogmática, promulgada, rígida e analítica. 
d) substancial, pragmática, promulgada, semirrígida e analítica. 
e) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética. 
COMENTÁRIOS: A Constituição Brasileira é: FORMAL - será aquela que elege como critério o processo 
de sua formação e não o conteúdo de suas normas. ANALÍTICAS - aquelas que abordam todos os assuntos 
que os representantes do povo entenderem fundamentais. DOGMÁTICAS - sempre escritas, 
consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do Estado. PROMULGADA - também chamada de 
DEMOCRÁTICA, VOTADA ou POPULAR, é aquela constituição fruto do trabalho de uma Assembleia 
Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para em nome dele, atuar, nascendo, portanto, da 
deliberação da representação legítima popular. RÍGIDAS - aquelas que exigem para a sua alteração, um 
processo legislativo mais árduo, mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas 
não constitucionais. A alternativa “C” está correta. 
 
QUESTÃO 02 (FCC: MPE-CE - Promotor de Justiça, 2011) A invocação à proteção de Deus, 
constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente, 
a) é inconstitucional. 
b) é ilícita. 
c) não tem força normativa. 
d) não foi recepcionada pelo texto constitucional. 
e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais. 
COMENTÁRIO: Segundo entendimento do Supremo tribunal Federal, a “Invocação da proteção de Deus: 
não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa 
(ADI 2076). Neste sentido, o preâmbulo não tem relevância jurídica, não tem força normativa, servindo, 
apenas, como norte interpretativo das normas constitucionais. Por essas características, à invocação a 
divindade não é de reprodução obrigatória nos preâmbulos das Constituições estaduais e leis orgânicas 
do DF e dos Municípios. A alternativa “C” está correta. 
 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 32|43 
QUESTÃO 03 (FCC: DPE-SP: Defensor Público, 2009) “A Constituição tem compromisso com a 
efetivação de seu núcleo básico (direitos fundamentais), o que somente pode ser pensado a 
partir do desenvolvimento de programas estatais, de ações, que demandam uma perspectiva 
não teórica, mas sim concreta e pragmática e que passe pelo compromisso do intérprete com 
as premissas do constitucionalismo contemporâneo.” 
Este enunciado diz respeito à 
a) implementação de políticas públicas e ao neoconstitucionalismo. 
b) desconstitucionalização dos direitos sociais e à interpretação aberta da sociedade de 
Häberle. 
c) petrificação dos direitos sociais e à interpretação literal de Savigny. 
d) ilegitimidade do controle jurisdicional e ao ativismo judicial em direitos sociais. 
e) constituição reguladora de Juhmann e ao método hermenêutico clássico. 
COMENTÁRIO: O neoconstitucionalismo tem por finalidade, dentro da atual realidade, buscar a eficácia 
da Constituição, deixando o seu texto de ter um caráter meramente retórico e passando a ser mais efetivo, 
principalmente diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais. Correta a alternativa “A”. 
 
QUESTÃO 04 (FCC: TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário) A dignidade da pessoa humana, no 
âmbito da Constituição Brasileira de 1988,deve ser entendida como : 
a) uma exemplificação do princípio de cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade reconhecida pela Constituição. 
b) um direito individual garantido somente aos brasileiros natos. 
c) uma decorrência do princípio constitucional da soberania do Estado Brasileiro. 
d) um direito social decorrente de convenção internacional ratificada pelo Estado Brasileiro. 
e) um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito da República Federativa do Brasil. 
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 1º da CRFB/88, a República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em estado Democrático de Direito 
e tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. A alternativa “E” está correta. 
 
QUESTÃO 05 (FCC: Prefeitura de Recife – PE / Procurador, 2014) Entre os princípios que regem, 
segundo a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil nas suas relações 
internacionais, encontram-se os seguintes: 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 33|43 
a) defesa da paz, soberania nacional, não-intervenção e repúdio a todas as formas de 
tratamento desumano ou degradante. 
b) autodeterminação dos povos, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade 
e promoção do bem-estar e da justiça social. 
c) defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, não-intervenção e repúdio ao terrorismo e ao 
racismo. 
d) soberania nacional, proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, não 
intervenção e solução pacífica dos conflitos. 
e) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, proteção do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, promoção do bem-estar e da justiça social. 
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 4º da CRFB/88, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos 
direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - 
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. A alternativa 
“C” está correta. 
 
QUESTÃO 06 (FCC: TRT - 5ª Região (BA) Prova: Técnico Judiciário, 2013) Um desembargador 
do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região - TRT/BA, no seu discurso de posse, explicou 
que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
um de seus fundamentos a 
 a) independência nacional. 
b) prevalência dos direitos humanos. 
c) igualdade entre os Estados. 
d) defesa da paz. 
e) dignidade da pessoa humana. 
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 1º da CRFB/88, a República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em estado Democrático de Direito 
e tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. A alternativa “E” está correta. 
 
QUESTÃO 07 (FCC: TST - Analista Judiciário – Taquigrafia) Dentre os objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil NÃO se inclui 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 34|43 
a) construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
b) garantir o desenvolvimento nacional. 
c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. 
d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. 
e) promover o pluralismo político. 
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 3º da CRFB/88, constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento 
nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - 
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação. Alternativa “E”. 
 
QUESTÃO 08 (FCC: PGE-BA - Assistente de Procuradoria) As características de ser inicial, 
autônomo e incondicionado são próprias 
a) da forma de Estado. 
b) da Constituição Federal. 
c) da supremacia da Constituição. 
d) dos direitos fundamentais. 
e) do poder constituinte. 
COMENTÁRIO: Didaticamente, podemos apresentar as seguintes características do Poder Constituinte 
Originário: 
“a) É Inicial, porque inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior (...) 
b) É Autônomo, porque só ao seu exercente cabe fixar os termos em que a nova Constituição será 
estabelecida e qual o Direito deverá ser implantado. 
c) É Ilimitado, porque é soberano e não sofre qualquer limitação prévia do Direito, exatamente pelo fato 
de que a este preexiste. Chame-se a atenção para o fato de que a doutrina moderna vem rejeitando esta 
compreensão (...). 
d) É Incondicionado, porque não se sujeita a nenhum processo ou procedimento prefixado para a sua 
manifestação. Pode agir livremente, sem condições ou formas pré-estabelecidas. Não está condicionado 
a nenhuma fórmula prefixada (...). 
e) É Permanente, pois não se exaure com a elaboração da Constituição. Ele continua presente, em estado 
de hibernação, podendo a qualquer momento ser ativado pela vontade sempre soberana do seu titular” 
(CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Salvador: JusPODIVM, 2009, pp. 243-
245). A alternativa “E” está correta. 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ACRE – PRÉ EDITAL 
Direito Constitucional – Aula Inaugural 
 
 
Prof. Cristiano Lopes www.concurseiro24horas.com.br 35|43 
 
QUESTÃO 09 (FCC : TRT - 18ª Região (GO) - Técnico Judiciário, 2013) Analise o art. 2° , da 
Constituição Federal de 1988: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Trata- se de norma de eficácia 
a) plena. 
b) contida. 
c) limitada. 
d) programática. 
e) exaurida. 
COMENTÁRIO: Norma de Eficácia Plenas são normas dotadas de aplicabilidade imediata, completas, 
claras que já possuem todos os elementos essenciais que permitem a sua incidência. Ex.: Art. 2°, da 
CRFB/88. A alternativa “A” está correta. 
 
QUESTÃO 10 (FCC: TRE-PB - Analista Judiciário)As normas de eficácia contida são caracterizadas 
por 
a) não produzirem efeito de auto-aplicabilidade e imperatividade jurídica. 
b) somente produzirem efeito após a edição de norma que a complemente. 
c) estarem condicionadas, para a sua eficácia, de regulamentação posterior e futura. 
d) produzirem efeito imediatamente, muito embora possam ter tais efeitos restringidos por 
normas infraconstitucionais. 
e) se inviabilizarem quanto a sua aplicabilidade, na hipótese da edição de lei ordinária posterior. 
COMENTÁRIO: As Normas Constitucionais de Eficácia Contida são aquelas em que o legislador 
constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à 
atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, nos termos que a lei 
estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nela enunciados. A alternativa “D” está correta. 
 
QUESTÃO 11 (FCC/TRF 3a Região

Continue navegando