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Caderno Direito Constitucional II - Carlos Rátis

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AULA 04/08
Direito Constitucional II – Carlos Rátis
Bibliografia:
- Curso de Direito Constitucional; DA CUNHA, Dirley.
- Curso de Direito Constitucional, SILVA NETO, Manoel Jorge.
- Curso de Direito Constitucional; MENDES, Gilmar.
Avaliações:
- 04 Fichamentos (2,0)
- Prova I (9,0) 22/09
- Prova II (9,0) 10/11
Federalismo
A experiência norte-americana
O direito constitucional estadunidense foi a principal influência para os movimentos federalista no Brasil. Tanto que Ruy Barbosa ao pensar na estrutura política-administrativa brasileira, se baseou na constituição norte-americana de 1776.
A obra ‘’O Federalista’’, escrita por um grupo de pessoas, quem traz as bases para a adoção do federalismo nos Estados Unidos. Essa obra discute a necessidade de adoção do federalismo em uma época que seu país era dividido em 13 ex-colônias, com a justificativa que ao formar uma única federação, ao invés de 13, tornaria mais difícil que uma tentativa da Inglaterra de tornar os EUA colônia novamente se sucedesse.
Houve a chamada movimentação do federalismo centrípeta, pois foi um movimento de fora para dentro, e houve também o movimento dual, que é a concepção da existência da união e dos estados membros. O que não é de atribuição da união é atribuído aos estados membros, sendo que jamais a união deve interferir naquilo atribuído aos estados membros e vice-versa.
Devido a isso os estados membros possuem grande autonomia, mesmo com a existência da união. 
A transição da Constituição de 1824 para 1891
A constituição de 1824 traduzia um estado unitário formado por províncias, nas quais os governadores eram nomeados pelo imperador.
Porém em 1891, com a nova constituição, inaugurada após a proclamação da república, essas províncias passam para a condição de Estado membro. 
O federalismo nacional foi um movimento centrifuga dual. No estado unitário se submetiam ao império, ao estado central. No Federalismo, no entanto, não existe hierarquia de posições, isso respeitando claro as competências da constituição.
Devido ao histórico de movimento centrifuga dual, diferentemente do que ocorre nos EUA, os estados membros do Brasil não possuem toda uma legislação e constituições próprias, mas apenas algumas poucas mudanças em relação a legislação da União.
Importante observar que atualmente o federalismo brasileiro é de 3 voltas e não mais dual, pois os municípios agora também são considerados entes federativos.
Características dos entes federativos brasileiros
Os entes federativos para serem considerados como tais devem possuir autonomia administrativa, legislativa, funcional e orçamentária.
Os entes federativos são autônomos, inclusive os municípios, mas NÃO soberanos. Soberano é apenas o Estado brasileiro.
Determinados autores emitem opiniões próprias pessoais que não condizem com a CF. de 1988, julgando por diversos motivos que municípios não são entes federativos, apesar de até mesmo o STF considerar o mesmo um ente federal.
Essa autonomia orçamentária é alvo de muitas críticas, pois na prática não ocorre, principalmente pelo fato dos municípios receberem muito menos recursos decorrentes de tributos do que a união, dependendo de repasses.
Artigos 18 e 19 do CF/88
De acordo com o Art. 18 §1º Brasília é a capital federal do Estado brasileiro.
O Distrito Federal tem como simples finalidade envolver a capital Brasília, e exerce a chamada autonomia mitigada. Como a autonomia é mitigada, existe gerencia da união sobre a DF. Consequentemente, sua legislação é atípica, baseada em leis distritais. Essas leis distritais são em parte uma Constituição Estadual e em parte Leis Orgânicas Municipais.
Com base no Art. 32 da CF de 1988, a Lei Orgânica do DF seguirá o mesmo processo legislativo das leis orgânicas municipais. Qual seja a lei, deverá ser votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias, observando a aprovação por 2/3 da câmara legislativa
De acordo com o Art. 18 §2º territórios integram a União. Porem atualmente não existem mais territórios no Brasil e seguindo a constituição é impossível que os Estados se desintegrem e formem territórios futuramente.
Os estados membros podem mudar sua estrutura política administrativa independente da união, mediante requisitos estabelecidos no §3º do Art.18, que são: aprovação da maioria da população através de plebiscito, e do Congresso Nacional por lei complementar.
Aula 11/08
Continuação – Organização Político-Administrativa do Estado Brasileiro
Municípios – Art.18, §4º combinado com o art. 30 de CF/88.
- Até o ano de 1996, a constituição exigia apenas 2 requisitos para mudança organizacional ou criação de município: lei estadual e plebiscito com a população diretamente interessada. Devido a esses poucos requisitos, houve uma criação desenfreada de municípios.
- Surge com a emenda nº 15/96 mais dois requisitos para criação de municípios: lei complementar fundamental estabelecendo prazo para criação de município e estudo de viabilidade municipal (estudo elaborado com base no estatuto da cidade para verificar o preenchimento de condições para manutenção do município).
- Mesmo com a nova emenda, a criação de municípios continuou.
- O STF acabou que por discutir essas condições. Não proferiu uma decisão que retroagisse até municípios já criados, porem deu um prazo para o congresso criar uma nova emenda que melhor organizasse esse sistema.
- Através de emenda 57/2008, que complementa a emenda 15/96, os municípios que foram criados até dezembro de 2006 serão convalidados desde que tenham sidos obedecidos os requisitos estabelecidos na legislação estadual vigente à época de sua instituição. É como se até dezembro de 2006 o parâmetro de criação de Municípios fosse a legislação estadual e não a Constituição Federal. 
Competências dos entes federativos
Competência Legislativa - competência para criar leis.
 Competência Programática - competência para criar normas
Competência exclusiva (art. 21 da CF/88): aquela exercida apenas pela União, sua atribuição não pode ser delegada; esse artigo trata de competência programática. Seus incisos tratam de verbos/ações.
Competência privativa (art. 22 da CF/88): exercida primordialmente pela União, mas que poderá ser delegada aos estados membros mediante lei complementar; esse artigo trata de competência legislativa. Seus incisos tratam de assuntos/disciplinas.
Competência comum (art. 23 da CF): exercida por todos os entes federativos ao mesmo tempo na adoção de políticas públicas exigidas pelo art. 23. Trata-se de competência programática. Logo, os incisos do art. 23 são verbos.
Competência concorrente (art. 24 da CF): aquela de caráter legislativo que deve ser exercida por todos os entes federativos, sendo que a União deverá criar as normas gerais que serão observadas pelos demais entes federativos de âmbito nacional. Os estados exercerão a competência suplementar naquilo que lhe for pertinente e por sua vez os municípios também deverão exercer a competência suplementar do que couber. Competência legislativa.
Competência legislativa plena (art.24 §3º da CF): Na hipótese de a união não criar lei federal sobre normas gerais, os estados membros exercerão a competência legislativa plena. Ex: IPVA, até hoje não existe lei complementar federal sobre o IPVA, cada estado membro vem legislando sobre o assunto. Entretanto, na hipótese da união vier a criar a lei federal em caráter posterior, ela suspendera a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário. Competência legislativa.
Competencia residual: exercida pelos Estados.
Competência residual tributária: exercida pela União, legitimando-a na criação dos impostos residuais, com base no art. 154 §1º da CF.
AULA 28/08
Daniel Sarmento – A crise do neoconstitucionalismo
Oscar Vilhena Vieria – Supremocracia FICHAMENTO PARA 08/09
Poder Judiciário (Arts. 92 ao 126 da CF/88)
Ativismo judicial, neoconstitucionalismo, crise entre os poderes e o papel do STF
PoderJudiciário e a EC nº 45/2004
Comentários aos principais artigos do capítulo relativo ao PJ
Art. 92
Poder Judiciário (Arts. 92 a 126/CF88)
O Capítulo referente ao Poder Judiciário é extenso, reflexo de uma Constituição analítica que é a CF/88
Indicação de Leitura: Comentários à Reforma do Poder Judiciário (Carlos Rátis e Dirley da Cunha Jr.)
Ativismo judicial, neoconstitucionalismo, crise entre os poderes e o papel do STF
	Após a Segunda Guerra, houve a chamada revolução copernicana do Direito Público. Até meados do século XX, os sistemas jurídicos viviam num legicentrismo, a Constituição sendo interpretada à luz dos códigos. Os próprios cursos jurídicos atribuíam uma prevalência do estudo dos Códigos em detrimento da Constituição. O Código Civil de 1916, por exemplo, era a fonte de interpretação da Legislação Constitucional. 
	Após a II Guerra, com o próprio Tribunal de Cassação Penal Italiano, há uma mudança de paradigma, com as normas constitucionais assumindo a mais alta hierarquia nos ordenamentos. Da mesma forma que o Sol é o centro do nosso sistema solar, a Constituição assume o centro dos sistemas jurídicos.
	Essa mudança de paradigma na interpretação da Constituição motivou o nascimento do Neoconstitucionalismo. O Neoconstitucionalismo acaba por imprimir força normativa aos princípios constitucionais, já que, até então, os princípios eram normas dispositivas, só sendo observadas eventualmente. Como normas abstratas eles não eram devidamente reforçados nas decisões judiciais. Desrespeitar princípios, naquele contexto, não trazia consequências negativas, visto que a Constituição ocupava uma posição subsidiária em relação aos códigos e às leis em geral. 
	Por muito tempo se concebeu uma hierarquia inexistente entre as normas regras e normas princípios, com as primeiras assumido uma posição superior em relação aos últimos. Uma renovação dos estudos levou aos princípios a uma posição superior às regras. 
	Ainda hoje novos contornos e nuances são atribuídos à relação entre princípios e regras. Atualmente os princípios fundam as regras. Não podemos, no entanto, menosprezar as regras em face aos princípios. Há, hoje em dia, uma banalização principiológica que vem ganhando densidade em torno do Novo Constitucionalismo. Não é pelo fato de os princípios terem alcançado um novo status com o neoconstitucionalismo, que deveríamos recebe-los como normas hierarquicamente superiores às regras. As regras não podem ser afastadas em face a um discurso principiológico. 
	Não podemos permitir também a criação de uma república judiciária, onde o Poder Judiciário se arvora e ultrapassa as competências do legislativo, declarando quase tudo inconstitucional, baseando-se na hierarquia superior dos princípios em relação às regras. O discurso principiológico não pode esvaziar a força das regras constitucionais. 
	A doutrina contemporânea (Marcello Neves, Luigi Ferrajoli) chama atenção a um constitucionalismo principiológico hipertrofiado. O Poder Judiciário é o que tem se utilizado do discurso principiológico com fim de afastar regras, criando insegurança jurídica. 
	A corrupção e falta de credibilidade do legislativo, também coopera com a hipertrofia do judiciário, que em face da ineficiência/vícios/inépcia do legislativo passa a criar lei a partir dos princípios constitucionais. Estamos criando um jurisdicional. No nosso estado em crise de representatividade e de credibilidade, o Poder Judiciário torna-se o poder que está mais próximo (no sentido emocional) da sociedade do que os outros poderes. Tornam-se os salvadores da pátria. 
	Atualmente, no Brasil, o Poder Judiciário, na figura do STF, acaba por direcionar o rumo do país sem qualquer consulta ou legitimação popular. O constitucionalismo principiológico desenfreado, que a doutrina tem tentado criticar, deve ser reduzido para que o legislativo, legítimo representante do povo, seja o poder que regule de fato a vida em sociedade. 
	A invocação exaustiva e sem a devida densidade dos princípios, como por exemplo o da Dignidade da Pessoa Humana, é utilizada para afastar a aplicação de regras, tanto constitucionais ou infraconstitucionais, causando insegurança jurídica. 
	Devemos abandonar a hierarquia dos princípios e assumir uma heterarquia entre princípios e normas. A forma como tem sido feita gera insegurança jurídica, o desrespeito ao equilíbrio dos poderes e a criação de uma república judiciária, um verdadeiro estado jurisdicional. 
Link com o procedimentalismo de Harbermas e o substancialismo de Alexy – Filosofia do Direito. 
Daniel Sarmento – A crise do neoconstitucionalismo
Oscar Vilhena Vieria – Supremocracia
	O STF vem se deparando com processos onde há uma flagrante confusão na atuação, no seu papel,/ em relação, principalmente, ao poder legislativo. Em 2016 o STF declarou inconstitucional uma lei cearense que tratava sobre festividades que envolviam vaquejadas. De imediato o Congresso aprovou, meses depois, Lei Federal permitindo a realização de atividades desse tipo. Mais ainda, o Congresso aprovou a EC 96/2016 permitindo a realização dessa atividade. No mesmo dia, ofereceu-se um ADI, com um pedido de medida cautelar, com o relator Dias Toffoli. Ele considerou que a medida cautelar não deveria ser aprovada antes das audiências. 
	Esse ativismo judicial do STF é muito denunciado como uma corrente antipositivista. O Ativismo Judicial busca, em verdade, a adoção pelo Poder Judiciário de providências para concretizar a Constituição. O Ativismo Ideal é aquele em que os juízes agem no sentido de concretizar a Constituição e os Direitos Fundamentais. 
	O judiciário não deve ser concebido como órgão que dá a última palavra. Na verdade, O Supremo, profere decisões que vão se traduzir num consenso provisório. 
Poder Judiciário (Arts. 92 a 126)
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.   
CNJ: Exerce um papel de correição, não possuindo função jurisdicional. O papel do CNJ é de fiscalizar a atuação do poder judiciário. 
O CNJ surgiu com a EC 45/04 com a função de fortalecer as corregedorias do Poder Judiciário, que não deixaram de existir. 
As decisões do CNJ não podem vir a substituir os demais órgãos do PJ. Há uma crítica, hoje, que o CNJ não tem capacidade de realizar uma correição do STF. 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
Ainda não foi editado o Estatuto da Magistratura pelo STF. Existe hoje uma Lei Orgânica da Magistratura, diploma anterior à CF/88 mas que foi recepcionado em parte. O CNJ tem suprido esse papel editando resoluções que servem para organizar o exercício da função, mas de maneia insuficiente.
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
O Processo de preenchimento das vagas do Poder Judiciário brasileiro sempre foi realizada de maneira muito criticada. Cada Estado fazia concursos de maneira individual, criando uma confusão de modelos. Com a EC nº 45/04,ficou estabelecido que para “o ingresso na carreira, os bacharéis deveriam apresentar 3 anos de atividade jurídica”. O legislador atrelou o tempo à uma atividade profissional.
O fator de descriminação tempo, não pode, por si só, ser utilizado para tratar os desiguais na medida da sua desigualdade. 
Exemplo: Dois candidatos recém-formados. Um sofre um acidente e fica 5 anos em coma. Ambos se inscrevem em determinado concurso que exigem apenas o elemento tempo como exercício indispensável para exercício da atividade. O candidato que ficou em coma não acumulou experiência, mas poderia passar no concurso assim como o outro. O estabelecimento de requisitos dogmáticos, objetivos, racionais para o recrutamento dos recursos humanos da administração pública levou ao requerimento de que o tempo deve estar atrelada a uma atividade jurídica. O lapso se inicia da colação de grau. A expressão 3 anos alia-se a atividade profissional.
A atividade jurídica diz respeito a uma atividade que tenha pertinência com o conhecimento do bacharel em Direito. Deve haver a demonstração de conhecimento técnico relativo à atividade exercida. 
Exemplo: Bacharel em Direito que não poderia exercer a advocacia por ser integrante dos quadros das forças armadas como assessor jurídico. Embora não estivesse atuando como advogado ou analista judiciário, ele poderia comprovar a atividade jurídica através de um relatório que discriminasse as atividades desenvolvidas.
O inciso primeiro foi alterado para trazer homogeneidade nos concursos da magistratura. O requisito mínimo de 3 anos de atividade jurídica foi atrelado à necessidade de atividade jurídica para que os candidatos partam de uma posição isonômica. 
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
Não se pode confundir entrância com instância. Entrância corresponde a uma unidade administrativa estabelecida pelas leis de organização do poder judiciário. Cada ordem do poder judiciário organizará as entrâncias a partir de critérios objetivos, tais como: 
Demanda
População
Outros
Uma instância corresponde a grau de jurisdição. Nas instâncias podem ser encontradas várias entrâncias. Da entrância final é que haverá a ascensão do magistrado para o tribunal. Existem promoções verticais e horizontais. Mesmo para a promoção de entrâncias em entrâncias é estabelecida uma ordem pelo texto constitucional:
1º - Antiguidade
2º - Merecimento 
O merecimento possui critérios objetivos: Produtividade, presteza e segurança.
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;                                (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A alínea c veio a apaziguar os ânimos do tribunal e estabelecer critérios objetivos para a promoção por merecimento. Presteza tem relação à preparação técnica, uma produção adequada. 
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;                               (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;                             (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Essa alínea define que os magistrados que estão na entrância final, e que inscreveram-se para a lista da entrância final, mas tem uma grande quantidade de processos para despachar, não serão promovidos. Da mesma maneira, serão observadas situações de magistrados que retiveram autos dos processos consigo mesmos. 
III- o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;                                   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Promoção entre instâncias segue o mesmo critério das promoções entre entrâncias.
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;                                (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A estabilidade dos magistrados e membros do MP adquire-se após o prazo de 2 anos. Não só o tempo, no entanto, os magistrados devem passar por cursos de formação e aperfeiçoamento. 
Os cursos são relevantes já que põem novos magistrados em contato com profissionais que já estão atuando na área a mais tempo. 
 
Aula 01/09
Poder Judiciário – Continuação
Art.93, incisos V e seguintes – tratam o subsidio que deve ser auferido aos membros do judiciário. Visam estabelecer um teto máximo para fins de remuneração dos membros do judiciário em face ao princípio da simetria, assim os Estados acabarão por acompanhar o teto.
‘’  o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) ’’.
O servidor público vem a perceber os salários como os vencimentos que acabam por abranger diversas parcelas, e a palavra subsidio trata-se de uma parcela única para abranger todos os valores referentes ao salário.
Já o inciso VI fala sobre a aposentadoria.
O inciso VII busca aproximar o magistrado do jurisdicionado. A regra constitucional destaca que o magistrado deve residir na comarca em que trabalha, a não ser que possua autorização. Isso é feito para aproximar o juiz do cidadão, e evitar que casos de o juiz faltar ao trabalho devido a distância entre moradia e local de trabalho ocorram.
‘’o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ’’.
Com base no art. 95 da CF, as garantias constitucionais inerentes a carreira da magistratura são: A) vitaliciedade; B) inamovibilidade; C) irredutibilidade de subsídios. Por sua vez, será vedado ao magistrado: A) exercer outro cargo salvo a atividade do magistério; B) receber a qualquer título custas ou participação em processo; C) dedicar-se a atividade político-partidária; D) receber a qualquer título contribuições de pessoas físicas ou jurídicas; E) a quarentena.
O inciso VII trata da perde de cargo de magistrado, que só pode ser feito por decisão administrativa, sendo que ele só pode ser, no máximo, aposentado compulsoriamente. Esse direito de aposentadoria só e perdido se remoção for feita mediante processo penal, e após transitado em julgado. Isso é ineficiente, pois dificilmente um processo transita em julgado até o final da vida, assim mesmo que o magistrado seja criminoso, ele continua recebendo aposentadoria. Essa impossibilidade de efetiva demissão e remoção de benefíciostraduz o princípio da vitaliciedade.
Já o servidor público pode ser demitido por processo administrativo, pois o mesmo só traduz o princípio da estabilidade.
A inamovibilidade busca proteger a independência na atividade do magistrado, sendo que ele só pode ser removido compulsoriamente de onde exerce atividade se tratar de interesse público.
‘’ o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ’’.
Inciso IX informa dois princípios expressos imprescindíveis para o Estado constitucional democrático: princípio da motivação e o princípio da publicidade.
O princípio da motivação exige a justificativa da decisão, explicando as razões que fundamentam a decisão, sob pena de nulidade.
O princípio da publicidade define a publicação de julgamentos e suas fundamentações. Sofre contenções mediante objeto de decisão. 
 ‘’ todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ‘’.
Inciso XII vem para exterminar as chamadas férias coletivas dos tribunais, definindo a atividade jurisdicional como ininterrupta.
‘’ a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ‘’.
Inciso XIII vem como uma tentativa de definir o número de magistrados necessários para cumprir a efetiva demanda, a depender do local e sua população.
‘’ o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ‘’.
Inciso XIV tem como finalidade a descentralização das atividades administrativas do poder judiciário.
‘’ os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ’’.
Inciso XV busca acabar com a concentração de processos que não são distribuídos nos diversos tribunais, para evitar a demora na marcação de audiência de processos já judiciados.
‘’ a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) ‘’.
Artigo 94 - fala sobre o Quinto Constitucional. Determina que um quinto dos tribunais será ocupado ora por membros da advocacia, ora por membros do ministério público. É criticado pela interferência do executivo, pois é o governador e presidente quem escolhem os membros dentre aqueles da lista sêxtupla de acordo com critério pessoal. Outros apoiem pelo fato de antes de chegar a decisão do executivo, há um filtro posto pela OAB (também criticado por metodologia baseada em aspectos superficiais) para definir os nomes dentre os quais o executivo vai escolher, e também por representar os chamados pesos e contrapesos, ao conferir a outro poder (executivo) participação. 
‘’Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes ’’. 
AULA 08/09
Continuação P. Judiciário
Artigo 95 (garantias e vedações): ‘’Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I -  exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; ’’.
Esta vedação visa assegurar dedicação máxima do magistrado em relação a sua atividade jurisdicional, exercendo apenas uma atividade em relação ao magistrado.
  II -  ‘’ receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; ’’
Magistrado não pode se beneficiar em face a qualquer valor em processo que faz parte.
 III – ‘’ dedicar-se a atividade político-partidária; ‘’
Jurisprudência entende que magistrado so pode participar de vida político-partidária deixando o cargo, até mesmo que para apenas se candidatar. Isso é feito que não haja qualquer vínculo partidário que possa influenciar em disputa de interesses. A discussão ocorre, pois, algum argumentam na possibilidade do magistrado apenas se afastar, e não deixar o cargo, para exercer atividade partidária.
 IV – ‘’ receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; ‘’
Inciso IV vem para abranger outras situações, impedindo que o magistrado possa ser beneficiado e isso influencie suas futuras decisões, com o mesmo usando de critérios pessoas para decisão final.
V -  ‘’exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. ‘’
Quarenta traduz-se no lapso temporal de três anos para inibir a captação indevida de clientela por parte de ex-membros do poder judiciário e do ministério público. Isso vem para evitar que esse ex-membro exerça advocacia no tribunal que fazia parte, para que ele não se aproveita do influenciar que pode exercer nos processos. Porém na pratica acontece que, indiretamente, esses ex-membros advogam, sendo assim uma concorrência desleal. *QUARENTENA NÃO SE APLICA A MINISTROS.
Art. 97.  ‘’somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. ‘’ 
Brasil adota o controle de constitucionalidade misto, pois sofremos influencia tanto do modelo difuso norte-americano quanto do controle abstrato importado das ideias de Kelsen. No controle difuso, tem de haver maioria absoluta, já no STF tem de ser apenas maioria. Modulação de efeitos de uma lei no, entretanto, necessita de 2/3 dos votos dos membros.
‘’Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. ‘’
Essa sabatina feita pelo senado acaba sendo mais um momento de elogio aos títulos e feitos dos candidatos. O nosso modelo é importado no norte-americano por Ruy Barbosa, de ministros vitalício sem um prazo de mandato determinado. 
Porém, a história do STF revela que essa gerência do executivo nas escolhas dos ministros sempre foi ponto de pauta. Tanto que existem várias PEC’s para que haja uma abertura para indicação dos nomes que serão sabatinados, assim a decisão não caberá apenas ao Presidente, que não precisa justificar em nada a sua escolha. Existem outras PEC’s que discordam do fator vitalício, a favor que exista um prazo definido para exercimento do cargo.
Art. 102. ‘’. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: ... ‘’
Embora ocorrido a emenda 45, que teve como objetivo diminuir o número de competências do STF, houve uma frustação, pois o STF acumula diversas competências de um tribunal ordinário, pois acaba por julgar matérias de outras instancias de tribunais superiores, afastando-o do seu papel típico de julgar matérias constitucionais.
Art. 103- ‘’A. O Supremo Tribunal Federalpoderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). ‘’
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
As súmulas são enunciados elaborados por tribunais que devem ser observados em futuros julgamentos em todos os tribunais. As súmulas vinculantes são feitas para não abranger o poder legislativo, pois elas irradiam as funções atípicas do legislativo. Assim o poder legislativo não pode estar amordaçado de tal sorte a ser impedido de legislar contra tal súmula.
As sumulas podem ser canceladas ou revisadas. A edição de súmula vinculante cabe ao ministro do supremo e as pessoas que realizam o controle da constitucionalidade abstrato-concentrado (presidente e procurador do Estado), e além dessas pessoas a lei chama a atenção que também podem vir a suscitar que os próprios tribunais podem encaminhar essa discussão. É legitimado também para propor a discussão da súmula vinculante os municípios em caráter incidental nos processos em que seja parte.
O coro necessário para edição de súmula vinculante é de 2/3. Além disso, os assuntos passiveis de edição, de acordo com o parágrafo I artigo 103 traços A da CF, são sobre matéria em que haja controvérsia atual entre os órgãos do poder judiciário ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
Em caso de desrespeito a súmula vinculante ou em face a sua indevida aplicação caberá reclamação constitucional junto ao supremo para anular a decisão administrativa ou caçar a decisão judicial.
Art. 103-B. ‘’O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: ... ’’
Foi uma criação da emenda 45. Os órgãos judiciários se apresentam como órgãos de fiscalização, as corregedorias. Dessa maneira, o CNJ seria uma espécie de corregedoria da corregedoria. Dessa maneira, em primeira instancia seria a denúncia para as corregedorias próprias, mas estas não estavam dando conta e assim o CNJ seria uma espécie de ‘’ajuda’’.
A escolha dos conselheiros do CNJ é feita pelos próprios órgãos do judiciários, ministério público e sociedade civil. O CNJ é um órgão heterogêneo, com membros de diversas carreiras.
O papel do CNJ é de zelar pela legalidade dos atos administrativos, praticados por membros do órgão judiciário e seus auxiliares 
Início dos Assuntos da Segunda Prova
AULA 29/09
PROCESSO LEGISLATIVO (arts. 59 ao 69 da CF/88) 
 Ciência legislativa é uma disciplina que visa preparar técnicos na elaboração da legislação. Não é profundamente discutida. Tanto que não é raro a ocorrência de falhas técnicas no dispositivo legislativo brasileiro.
 Concursos relacionados ao emprego de funcionários responsáveis pela elaboração da legislação, como maneira de rebater essa falta de cursos técnicos, exige uma série de requisitos tais quais relacionas a experiência, para que melhor sejam selecionados estes responsáveis por elaborar o texto normativo.
 O processo legislativo ordinário é divido em três etapas: iniciativa, constitutiva e complementar.
 INICIATIVA: fase do envio; encaminhamento. Em relação a primeira etapa temos as seguintes modalidades: 
 - Comum (regra geral, encontrada no art.61 do texto constitucional. Nossos representantes dão início a projeto de lei, sendo que a primeira etapa pode ser tanto na câmara quanto no senado. Comum pois qualquer parlamentar pode dar início ao projeto).
‘’Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinários cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição ‘’.
 - Privativa (legislador constituinte/texto normativo estabelece pessoas especificas para proceder com envio do projeto de lei. Ex: art.61 §1º).
‘’§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - Fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - Disponham sobre: ...’’
- Concorrente (essa hipótese diz respeito a seguinte situação: texto constitucional estabelece legitimados que concorrem entre sí a iniciativa, ou seja, conjuntamente elaborariam essa iniciativa. Ex: art.60)
‘‘Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - De um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - Do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. ’’.
 - Popular (permite que o exercício da soberania popular seja efetivado. Possibilidade de democracia participativa, onde eleitorado nacional pode apresentar projeto de lei para Câmara dos Deputados. Ex: art. 61 §2º).
‘’§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. ’’.
 CONSTITUTIVA: fase de discussão, deliberação, aprovação e sanção da norma. Haverá participação na fase constitutiva não só do poder legislativo, mas também do poder executivo na construção da norma. Ex: arts. 64,65 e 66:
‘’Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. ’’. 
‘’Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora. ’’.
‘’Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. ... ’’.
 - Veto: presidente tem prazo de 15 dia uteis para vetar projeto, no todo ou em parte. Se o prazo for ultrapassado sem manifestação do poder executivo, haverá a chamada sanção tácita (aquiescência – concordância em face à expiração do prazo sem manifestação). Se o presidente vier a vetar projeto de lei. Se ele não vetar projeto de lei manifestamente inconstitucional, não será alvo de denúncia de 
 - Veto parcial: exige que seja declarada inconstitucional a integralidade de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea,diferentemente da técnica utilizada pelo STF no sentido de declarar apenas uma palavra, se for o caso. Essa técnica de esvaziar uma palavra não é permitida para o executivo.
Lei complementar e ordinária se diferenciam em relação a reserva de matéria (lei complementar trata de matérias especificas da Constituição e ordinária trata de matéria residual não expressa em lei complementar) e coro de aprovação - arts.69 e 47 - devido a generalidade da lei complementar. Daí surge a pergunta, é possível lei ordinária revogar complementar? Sim, se congresso aprovar lei complementar com matéria não deveria ser tratada pelo mesmo.
‘’Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. ’’.
‘’Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. ’’. *MAIORIA SIMPLES.
 COMPLEMENTAR: se não for devidamente ultrapassada, norma é nula. Dividida em promulgação e publicação.
 - Promulgação: reconhecimento de validade da norma, feita pelo executivo. Em caso de recusa dos governadores, prefeitos, etc. em promulgar norma, cabe ao presidente do senado faze-lo.
 - Publicação: Após a publicação da norma no diário oficial, ela passa a ter eficácia jurídica e irradiar efeitos. Controle repressivo de constitucionalidade dá-se quando norma for objeto de publicação.
Medidas provisórias
Histórico: na ditadura militar já havia a gênese não democrática das medidas provisórias, os Decretos Leis.
Decretos Leis revogavam leis, até mesmo leis complementares. No período da redemocratização, em 88, as Medidas Provisórias surgem no art. 62, e eram influenciados por esses decretos leis. Descrição de medidas provisórias era discreta, com apenas um parágrafo. 
No entanto em 2001, essas MPs sofrem alteração por meio da E.C nº32, estabelecendo série de processos e requisitos referentes a mesma.
Natureza jurídica: os requisitos necessários mantidos para alteração de MP foram os da relevância e da urgência. Importante lembrar que MPs possuem força de lei.
Desde de 88, existe um uso inconsequente de MPs, tornando o Brasil um pais norteado basicamente pela edição das mesmas. Isso acentua a crise entre os poderes, onde Executivo acaba que por legislar também, devido ao excesso de edições das mesmas.
MP é um ato normativo excepcional que deve preencher necessariamente os requisitos de relevância e urgência, ou do contrário, caberá o controle de constitucionalidade, caberá uma ADI. O supremo já declarou algumas MPs inconstitucionais.
ANTES DA E.C. nº 32 – conversão em lei tinha prazo de 30 dias; reedições eram ilimitadas (contribuía para produção desenfreada de MPs); não estabelecia reserva de matéria; efeitos ‘’ex tunc’’ em face a rejeição da conversão em lei.	
Absurdos que aconteciam eram mantidos através de reedições, pois era mais prático realizar pequenas alterações ao invés de anular MPs antigas e elaborar novas. Ainda, MPs eram mantidas por anos através dessas reedições.
DEPOIS DA E.C nº 32 – conversão em lei tem agora prazo de 60 dias, sendo que esse prazo pode ser revogado mais uma vez; não existe possibilidade de reedição; há reserva de matéria – art.62 §1º-; haverá retroatividade ou não de acordo com a posição do congresso nacional.
Congresso que decide nesses 60 dias se a lei atingira situações anteriores a conversão da MP em lei.
Excesso de MPs impede que ocorra um controle de constitucionalidade efetivo que atinja a todas os assuntos.
AULA 13/10
Comissão Parlamentares de Inquérito 
Art. 58, §3º da CF/88 – Lei nº 1579/52
‘’Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.’’
Art. 58 – Ilustra o papel das comissões como um todo, que possuem relevância na condução do sistema democrático. As comissões presentes no art.58, pelo princípio da simetria, se remetem ao âmbito municipal, estadual e federal e são as mais diversas, dentre as quais se encontram as Comissões Parlamentares de Inquérito prevista no §3º.
CPIs - As Comissões Parlamentares de Inquérito servem para discutir, ouvir depoimentos e tomar informações diretamente a respeito de um assunto, com base no interesse público. Em outras palavras, serve para investigar e analisar indícios de corrupção no governo, para examinar irregularidades, etc. A CPI é conduzida pelo poder Legislativo. 
- Uma CPI pode ser criada pelo Senado e Câmara, em conjunto ou separadamente, e assim como as PECs se dá mediante requisito de pelo menos 1/3 dos seus membros. Apuração deve ser feita acerca de um fato determinado e prazo certo. Por fim, resultados são encaminhados ao Ministério Público. 
- Importante lembrar que, devido ao art.129 da CF, o papel do M.P independe do resultado das CPIs. Ministério público poderá instaurar inquéritos civis próprios, notificando as pessoas devidas o que aconteceu, e se for o caso requerer ação judicial.
- Mesmo que as conclusões de uma CPI sejam que determinado gestor não cometeu infração, o M.P ainda assim pode requerer ação devido a conclusão próprias distintas da CPI.
- Uma CPI dispõe de poderes de investigação semelhantes a uma autoridade judicial, como por exemplo requisitar informações e documentos sigilosos. Todavia, a comissão não tem poderes idênticos aos magistrados, pois não podem efetuar prisões, quebra de sigilo telefônico ou ordenar busca domiciliar.
- Presidente de uma CPI pode requerer medida cautelar perante acusado em caso de cometimento de infração penal, como previsto na Lei 1579/52.
- Atualmente existe uma enxurrada de habeas corpus preventivos postos pelos investigados nas CPIs, porque ele já vai para uma decisão chamada salvo conduto devido ao cometimento de infrações penais prevista na lei 1579/52.
Processo de impeachment e o Poder Legislativo
Natureza dos crimes de responsabilidade: Crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas cometidas pelo Presidente da República que atentam a organização do Estado e governo. Tanto que a nomeação crime é indevida.
Sob os crimes de responsabilidade temos o art.85 da CF (anuncia condutas de maneira não taxativa e é complementado pela lei 1079/50).
‘’Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. ’’
Fases do Processo de Impeachment: o processo de impeachment é previsto no Art. 86 da CF. Se dá no Poder Legislativo, e é ultrapassado na Câmara e no Senado. Pode ser deflagrado por qualquer cidadão, e tem como objetivo não prender o denunciado, mas afastá-lo do atual cargo e impedir o mesmo de ocupar qualquer outro cargo eletivo durante um período de 8 anos (essa sanção proibitória de 8 anos não ocorre literalmente em todos os casos, como é visto no caso de Dilma, em que essa sançãofoi fatiada).
- Dividido em duas fases: 1ª Fase – Câmara dos deputados – Tribunal de Pronúncia – 2/3 dos votos da casa; 2ª Fase – Senado – Tribunal de Pronúncia e posteriormente Tribunal de julgamento – no de Pronúncia maioria simples e no de Julgamento 2/3 dos votos da casa.
- Cláusula de Irresponsabilidade Relativa do Presidente: O presidente da república é blindado, possuindo proteção diferenciada, sendo que só pode responder por infrações, até mesmo as do âmbito penal, relacionadas a sua atividade como presidente. O objetivo dessa cláusula é assegurar a governabilidade. 
‘’Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. ’’
Aula de 20.10.2017 - Direito Constitucional II
Ler a PEC com a CF e fazer Anotações
Há uma tendência nas Democracias Presidencialistas do mundo em converterem-se em Sistemas Parlamentaristas de Governo. No Brasil, desde no ano passado tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional que visa instituir o parlamentarismo no Brasil. 
Essa PEC inspira-se nos modelos francês de português para fazer a sua proposta de implantação do modelo de parlamentarismo no Brasil. Nesse modelo, o presidente funcionaria como um Chefe de Estado e o primeiro-ministro assumiria muitas das funções que hoje são atribuídas ao Presidente. 
Fichamento: O Código da Vida – Saulo Ramos (2Capítulo relativo ao Processo de Impeachment de Collor) – 03/11/17
	Essa PEC tem sido chamada de ação de Poder Constituinte diferido. A mudança do sistema de governo vai implicar apenas na mudança dos artigos de que trata o poder executivo, ou o Texto Constitucional terá que passar por uma mudança mais profunda, em razão da mudança de cultura institucional que se dará?
	O nosso sistema, tanto legislativo como executivo, tem inspiração direta com o modelo norte-americano. A relação que tem o Presidente da República com os Secretários de Estado deve atender os princípios constitucionais de eficiência, eficácia e atingimento de metas (Administração Pública). Os ministros de Estado, atualmente, infelizmente só precisam ser maiores de 21 anos, o que é inaceitável diante da necessidade de gabarito e conhecimento técnico (requisitos racionais e objetivos) para desempenho de suas funções. 
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
O processo de recrutamento de ministros de Estado que consta no Texto Constitucional é considerado obsoleto. Pelo mundo, esses servidores devem apresentar requisitos específicos para trabalhar nas pastas da Administração Pública. No Brasil, a nomeação ainda serve para satisfazer os interesses das coligações políticas. Por vezes, não há qualquer compatibilidade com a história profissional do ministro com a pasta que ele assume. 
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Suas funções são referendar os atos praticados pelo chefe do Executivo dentro das suas respectivas pastas. Há responsabilização dos ministros de Estado nos atos praticados junto ao Presidente da República. Por isso mesmo podem sofrer processos por infração político-administrativa ou penal (co-responsabilização).
Há uma discricionariedade na nomeação e na exoneração dos Ministros de Estado: São de livre nomeação do chefe do Poder Executivo. Não há necessidade de justificativa para sua nomeação ou exoneração. Essa matéria é muito discutida em Direito Constitucional visto que, via de regra, os atos da Administração Pública têm que ser fundamentados. Essa discricionariedade tem base no fato de serem considerados cargos de confiança. 
Atualmente, busca-se que o Congresso Nacional venha reformar a Constituição para adotar critérios objetivos para a admissão e exoneração de Ministros: lotar os cargos com profissionais capacitados para o exercício das funções. Busca-se uma reforma seguindo o Direito Comparado. Os Ministros e Secretários são os líderes de suas pastas. Se houver uma má condução, há um efeito que reverbera em cadeia sobre a Pasta ou Secretaria.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.                         
Competências do Presidente da República (Art. 84, CF/88)
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
Esse rol de competências não é taxativo, mas sim exemplificativo.
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
O Presidente tem discricionariedade para escolher seus Ministros de Estado. Não cabe controle jurisdicional desses atos, visto que são políticos, a fim de manter a governabilidade. O Poder Judiciário não pode interferir numa reserva de competência do Poder Executivo. 
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
O Presidente também pode exercer, privativamente, nos casos previstos na Constituição, a iniciativa do Processo Legislativo.
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
Aspecto Importante: A partir de 88 o instituto do Decreto-Lei foi banido. Era um instrumento normativo utilizado pelo chefe do executivo para legislar. Tinham a capacidade de revogar leis e leis complementares. As Medidas Provisórias vieram para substituir, no processo democrático, o decreto-lei. 
O Chefe do Executivo pode, tipicamente, expedir Decretos. Os Decretos são atos normativos secundários, já que devem respeitar o princípio da legalidade. Têm papel regulamentador: delineia e regulamenta o que está na lei, sem criação ou inovação. O seu campo normativo é imposto pela lei, pelo Legislativo. No Inciso VI a CF, no entanto, consagrou matérias que podem ser objeto de decreto, no bojo das grande gama de competências atribuídas ao Presidente.
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
 VI - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da lei;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:                           (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;                            (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;                         (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Em especial, o Inciso VI, alínea b, é muito criticado, sendo chamado de Decreto Regulamentador Autônomo. Isso se deve ao fatode a Constituição ter equiparado a alínea b a uma lei. Só quem pode criar cargos na Adm. Pública é a lei. Consequentemente, só quem poderia vir a extinguir cargos seria a lei. A ideia seria de economicidade, de enxugamento da máquina pública. Nesse caso o presidente estaria, constitucionalmente, exercendo uma competência que seria de reserva do legislativo. 
Não há que se confundir Decreto com Decreto Legislativo. Decretos Legislativos são atos normativos típicos dos órgãos legislativos (CN, Assembleias e Câmaras). É a forma como se manifesta o Legislativo no seu ambiente interno. É através de tais decretos que o Congresso promove as suas distinções. 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Também é atribuição do (Super)Poder Executivo atuar na esfera internacional e diplomática. São funções típicas de Chefe de Estado, realizadas pessoalmente ou por delegação: representar o Estado Brasileiro no âmbito internacional. 
As etapas de celebração de tratados e convenções passa tanto pelos Poderes Legislativo e Executivo. É até mesmo o Executivo que geralmente inicia as tratativas e conversas com outras nações e com órgãos internacionais. A norma internacional para ser aceita no ordenamento nacional deve ser objeto de referendo pelo Legislativo. 
Indicação de Leitura – Minha Formação (Joaquim Nabuco)
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
	Estado de Defesa e Estado de Sítio
	Estado de Defesa (Art. 136)
	Estado de Sítio (Art. 137 a 139)
	Semelhanças
Limite Circunstancial ao Poder Reformador
Instaurado por Decreto Presidencial
Ouvida do Conselho da República e da Defesa Nacional
	
Idem
Idem
Idem
	Diferenças
Autonomia para Expedir o Decreto - Efeito Imediato
Pode ser decretado para preservar a Ordem Pública ou a Paz Social, ameaçadas por instabilidade institucional, ou calamidade de grandes proporções da natureza, em locais restritos e determinados
30 dias, prorrogável uma única vez.
Direitos Fundamentais Restringidos, já prescritos na CF
	
Solicitação ao Legislativo para Expedir o Decreto
Matérias
Após Estado de Defesa
Instabilidade de âmbito nacional
Declaração de guerra/resposta a agressão armada estrangeira
 
Tem prazo de 30 dias, mas pode ser renovado indefinidamente até que seja resolvido a situação que o motivou. Em caso de Guerra ou Agressão Armada, até que seja resolvida. 
Outros Direitos Fundamentais, além dos que já estão previstos na CF poderão sofrer restrição. Se for para as hipóteses a e b, deve observar a CF 
Nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais esses dois estados se encontram nas modalidades de Estado de Urgência e de Emergência e Calamidade.
Esses Estados (Defesa e Sítio) servem de limitação circunstancial ao Poder Reformador. Durante a vigência do Decreto, a Constituição não poderá sofre alteração. Somente após o término desses períodos é que o Texto Constitucional pode sofre alteração. 
Além disso, antes de o Presidente decretar o Estado de Defesa e Sítio, ele deve ouvir os Conselhos da República e da Defesa Nacional. Não está vinculado ao parecer desses conselhos. 
Estado de Defesa (Art. 136)
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
São pensados para casos excepcionalíssimos. A diferença entre o local e o nacional está no bom-senso. O escopo do Estado de Defesa é manter a ordem em decorrência de uma grande instabilidade institucional ou de uma catástrofe natural. 
Alguns direitos fundamentais, já descritos na própria, CF poderão sofrer restrições. São restrições admitidas com o intuito de proteger o próprio cidadão.
Se o Congresso, posteriormente, rejeitar o decreto do Presidente, deverá fazê-lo por maioria absoluta. Assim como uma MP, que produz efeitos imediatamente, também o Estado de Defesa só se submete a um controle superior por parte do Congresso.
Estado de Sítio (Art. 137 a 139)
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusadosou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. (QUESTÃO DE CONCURSO).
O Estado de Sítio será para situações mais profundas e complexas. O Presidente primeiro solicita autorização pelo Congresso para expedir o Decreto, que autorizará ou não através de Decreto-Legislativo. No Decreto-Legislativo, o Congresso estabelece os limites do Decreto do Presidente. O Congresso Nacional não será fechado. 
________
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;                            (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
 XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Aula de 27.10.17 – Direito Constitucional II
Continuação – Poder Executivo
Art. 85 e 86 da CF/88
Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50)
Câmara dos Deputados – Fase Pré-processual (2/3)
Senado Fedeal
Tribunal de Pronúncia (22 Senadores) – Maioria Simples
Tribunal de Julgamento (2/3)
Etapas do Processo de Impeachment à luz da ADPF 378
Arts. 85 e 86 da CF/88
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
A ADPF 378 foi interposta após o Impeachment da Presidente da República, a fim de arguir o descumprimento da Constituição durante o procedimento de Impedimento da Presidente Dilma. O motivo do controle abstrato ser a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) é ter a lei que disciplina os Crimes de Responsabilidade um diploma legal editando antes da Constituição Federal de 1988, Lei 1.079/50. 
Crimes de Responsabilidade
A Doutrina chama atenção para o fato de as infrações serem político-administrativas e não crimes no sentido estrito do termo. Por serem infrações político-administrativas, as sanções aplicáveis são políticas e não penais. As sanções para membros do executivo que incorrem em crimes de responsabilidade são, com base na Lei 1.079/50, afastamento do cargo e inelegibilidade por 8 anos. 
Atenção!!! A natureza dos crimes de responsabilidade é de natureza política e não penal.
Processo de Impeachment
A Lei 1.079/50 deixa claro que o denunciante será o cidadão, qualquer um. Não há um rol de legitimados específicos, mas sim a legitimidade geral para que qualquer um ofereça, na Câmara dos Deputados, a denúncia, tendo única condição a de estar em exercício regular de seus direitos políticos. 
A denúncia primeiro é apresentada na Câmara dos Deputados. No processo da Presidente Dilma, houve um esvaziamento das funções da Câmara. Antes, a Câmara fazia o papel de um Tribunal de Pronúncia, o que foi completamente desvirtuado no referido processo, como constatado nos Autos da ADPF 378.
O Art. 85 da CF, de maneira enumerativa (não taxativa) arrola alguns dos crimes de responsabilidade em que pode incorrer o Presidente da República. São eles:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.Esse artigo é típica norma de eficácia limitada, exigindo um regramento específico, no caso a Lei 1.079/50. 
Após o ingresso da denúncia na Câmara, o presidente da Câmara, aceita ou não a denúncia. É prerrogativa do Presidente da Câmara arquivar a denúncia e não dar início ao processo. O próprio regimento da Câmara, juntamente à Lei 1.079/50 define a criação de uma Comissão com até 65 membros que definirá a admissibilidade e envio ao plenário do processo. 
Na ADPF 378 foi discutido se Eduardo Cunha poderia ou não ter admitido processo de impeachment. Por ter, ele mesmo, recebido diversos processos, questionou-se a sua legitimidade para admitir o processo da presidente Dilma. O supremo entendeu que os princípios que regem o processos penais não são os mesmos que regem um processo político-administrativo. 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
A grande questão que levou ao Ministro Barroso a pensar a relevância da Câmara na admissão ou não do processo de Impeachment. A admissibilidade do processo de impeachment é um marco muito importante para o país, já que levará a suspensão do Presidente das suas funções. O Texto Constitucional e a Doutrina Majoritário corroboram a tese de que a Câmara é que faz o papel de Tribunal de Pronúncia. 
O Supremo, no entanto, derrubou esse entendimento, ao votar o Ministro Barroso, e os que o seguiram, que a Câmara dos Deputados atua numa fase pré-processual. O voto, invocando o art. 47 da Lei 1.079/50, foi no sentido de que, ultrapassada essa fase, com a decisão pela admissibilidade, o processo vai ao Senado para que este dê início ao processo. 
Art. 47. O parecer será submetido a uma só discussão, e a votação nominal considerando-se aprovado se reunir a maioria simples de votos.
No Senado há duas fases Pronúncia e Julgamento. Na fase de pronúncia, a decisão é tomada por maioria simples (22 Senadores). No processo de Impeachment da Presidente Dilma, o Senado é quem admitiu na fase de pronúncia. Na fase de Julgamento houve um fatiamento: Primeiro o Senado decidiu pelo afastamento e, após a decisão pela inabilitação eleitoral. Não há, no entanto, base legislativa ou doutrinária, para tal decisão. 
Infrações Penais Cometidas por um Chefe do Executivo – Cláusula de Irresponsabilidade Relativa do Presidente da República
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
Essa cláusula é aplicada tão somente ao Chefe do Executivo da União. Também não diz respeito à imunidade material. Encontra-se no §4º do Art. 86:
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
O Presidente da República só responderá, enquanto no cargo, por infrações penais pertinentes ao cargo. Qualquer denúncia que venha a ser apresentada por infrações não pertinentes à função, serão processadas somente após o término do mandato. Não se busca proteger a pessoa do presidente, mas sim a instituição Presidência da República. 
Rito do Processo Penal do Presidente da República
Enquanto o Processo de Impeachment é julgado pelo legislativo, em função atípica, no Processo Penal, o STF tem competência para processar e julgar. No caso das denúncias ao Presidente Temer, a Câmara já as rejeitou por duas vezes.
Diferentemente do Processo de Impeachment, não houve mudança em considerar que a Câmara exerce o papel de Tribunal de Pronúncia (por 2/3) e o STF (e não o Senado) realiza um novo juízo de admissibilidade e após isso um julgamento (Tribunal de Pronúncia e de Julgamento, simultaneamente). O Supremo pode, ao receber a denúncia/queixa, rejeitar a admissibilidade e arquivar o processo. 
Qual será a sanção? (Art. 86, §3º)
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
Respeito aos princípios da Presunção de Inocência e ao Devido Processo Legal. 
Sendo o Presidente condenado, no Processo Penal, há a perda do cargo. Ao ser condenado, haverá a suspensão dos seus direitos políticos, como uma das consequências. 
Poder Executivo – Continuação (Arts. 76 a 83 da CF/88) – Comparativo com a PEC 
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
O entendimento do TSE quanto aos votos brancos e nulos é de que não interferem nos resultados. 
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Foi alterado pela EC 16/97. O texto originário não permitia a recondução e o mandato era de cinco anos. No fim do mandado de FHC a CF/88 foi alterada para que o mandato fosse para 4 anos com uma

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