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semiótica introdução 1 Contexto histórico Charles Sanders Peirce O texto das linguagens e dos signos é extremamente antigo, desde o mundo grego que existe a preocupação com os problemas da linguagem. Entretanto, a semiótica se consolidou como ciência dos signos, da significação e da cultura, no século XX. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce Hoje a semiótica apresenta diversas correntes e entre essas várias correntes o Design escolheu a semiótica de Charles Sanders Peirce (1839 - 1914) como objeto de estudo. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce A semiótica de Peirce não se apresenta como uma ciência especial ou especializada, como são a física, química, biologia, sociologia, economia e etc, que se possuem um objeto de estudo delimitado e suas teorias possibilitam a extração de ferramentas empíricas para serem utilizadas em pesquisas aplicadas. Ela também não se apresenta como uma ciência especial ou especializada como se apresenta a linguística ou outras correntes da ”semiótica que partem de bases linguísticas’. Semiótica - introdução Contexto histórico Contexto histórico Semiótica - introdução Charles Sanders Peirce (1839 – 1914) Charles Sanders Peirce A semiótica de Peirce é uma das disciplinas que compõe uma ampla arquitetura filosófica concebida como ciência com um caráter extremamente geral e abstrato. Ela é um dos membros da tríade das ciências normativas: estética, ética e lógica ou semiótica. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce A obra de Peirce é muito extensa e complexa, ele foi um grande gênio polímata em diversas ciências, em especial a matemática, física, astronomia, química, linguística, psicologia, história, lógica e filosofia. Seu talento o destinava para a lógica, mais propriamente a lógica da ciência. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce Sua busca nos mais diversos campos das ciências era pelo conhecimento dos métodos e dos fundamentos lógicos subjacentes a eles. Esta é a chave de sua semiótica, pensada como uma lógica em um sentido extremamente amplo. Seus manuscritos, que deixou de publicar, renderiam 90 mil páginas. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce A semiótica faz parte da ampla arquitetura filosófica de Peirce, que é alicerçada na fenomenologia, uma quase-ciência que investiga os modos como aprendemos qualquer coisa que aparece à nossa mente, qualquer coisa de qualquer tipo, coisas tão simples quanto um cheiro, uma formação de núvens no céu, o rúido da vuda, uma imagem em uma revista, etc. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce A fenomenologia fornece as fundações para as três ciências normativas: estética, ética e lógica (ou semiótica). Estas por sua vez, fornecem as fundações para a metafísica. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce Todas as 3 são disciplinas abstratas e gerais que não se confundem com ciências práticas. São chamadas de normativas porque elas tem por função estudar ideias, valores e normas. Semiótica - introdução Contexto histórico Charles Sanders Peirce Que ideias guiam nossos sentimentos? Responder isto é tarefa da estética Que ideias orientam nossa conduta? Responder isto é tarefa da ética Que ideias e normas conduzem nosso pensamento? Responder isto é tarefa da lógica Semiótica - introdução Contexto histórico Design e Semiótica Requisitos, no Design O designer deve incorporar à sua prática profissional e à sua investigação científica outras áreas que tratam de questões aplicáveis ao design. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Buscar uma solução formal esteticamente agradável foi uma preocupação que acompanhou o Design desde seus primeiros passos para o aprimoramento do produto industrial. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Nas primeiras décadas do século XX, o funcionalismo foi um princípio de Design proposto por correntes de países extremamente relevantes para o contexto (em especial a Alemanha). Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Segundo os preceitos deste princípio, deve-se assumir a especificidade da linguagem formal própria à tecnologia industrial, tomá-la até como manifesto ideológico, ajustar a configuração formal do produto ao seu modo de funcionamento. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Isto, além de outras características, proporcionaram avanços e atributos positivos na metodologia projetual, determinando elevação na qualidade resultante do projeto de Design. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Após a II Guerra Mundial, com a consolidação da ergonomia, outro paradigma do Design surge, somando-se ao funcionalismo: a adequação do produto ao usuário. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Nas últimas décadas do século passado, a importância da significação ganhou relevância no desenvolvimento de projeto de sistemas de uso e nos sistemas de informação. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design A partir deste cenário, não é mais o bastante que um design seja formalmente agradável, seja funcional e proveja uma boa interface. É obrigatório, também, que os designs portem a mensagem adequada, que eles “digam” o que se pretende para quem interessa saber. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design O produto carrega expressões das instancias de elaboração e de produção: cultura e tecnologia. Ao entrar em circulação, além de portas tais expressões, passa a ser um elemento de comunicação – não apenas por portar informações objetivas, mas passando a ser suporte também de mensagens do usuário para si próprio e para seus pares. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Ou seja, ele “diz” àquele que o usa, ao que o contempla – e também por meio dele os indivíduos se articulam. “Diga-me o que usas que te direi quem és”. Assim, o produto, além das funções prática, estética e de uso, possui função significativa, difundindo valores e características culturais no contexto oque é inserido. Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Obs.: O termo produto é utilizado para indicar o resultado de um projeto de design, seja um eletrodoméstico, um cartaz, uma joia, embalagem, site, etc... Semiótica - introdução Design e Semiótica Requisitos, no Design Neste cenário, então, a Semiótica ilumina o processo de construção de um sistema de significação. A partir deste quadro teórico, pode-se identificar as variáveis envolvidas nessa dinâmica. Assim, o produto de design é tratado como portador de representações, participante de um processo de comunicação. Semiótica - introdução Design e Semiótica Design e comunicação A existência de um produto decorre da possibilidade de abordagem de um problema, dos meios disponíveis, das restrições presentes e das metas visadas. Semiótica - introdução Design e Semiótica Design e comunicação O designer, com sua competência, seus valores e suas possibilidades, atua como articulador com um setor produtivo em que atua, tomador de seu serviço. Assim, da ligação do designer com o setor produtivo no qual trabalha resulta a solução projetual. Semiótica - introdução Design e Semiótica Design e comunicação Esse polo de origem é o que denominamos neste trabalho Gerador. Nele se dá o planejamento, o projeto e a produção. Dele parte um elemento comunicacional. Semiótica - introdução Design e Semiótica Design e comunicação Na configuração do produto se mostram os atributos que constituem a sua possibilidade de comunicação, a sua “cara”. O produto diz de si próprio: suas qualidades e características, o seu modo de produção, o que serve, para quem se dirige. Semiótica - introdução Design e Semiótica Para que serve a Semiótica no Design? Com a evolução do Design e a ampliação de seu papel, o seu caráterestratégico adquire crescente força. Além do papel do Design na manutenção da produção e da circulação de produtos e serviços – o seu vetor econômico – é relevante a sua contribuição na elevação da qualidade de vida individual e social: o vetor social do Design. Semiótica - introdução Design e Semiótica Para que serve a Semiótica no Design? Desta forma, os designers devem estar atentos à relação comunicativa estabelecida entre o produto e o seu destinatário. A Semiótica aplicada ao projeto introduz aportes para resolver as questões decorrentes da preocupação da comunicação do produto do design. Semiótica - introdução Design e Semiótica Para que serve a Semiótica no Design? Essa teoria fornece base teórica para os designers resolverem as questões comunicacionais e de significação e tratar do processo de geração de sentido do produto – a sua semiose. Semiótica - introdução Design e Semiótica 33 Para que serve a Semiótica no Design? Na medida em que o Objeto tende a se revelar por meio de seus signos, a semiose seria, então o processo que abre a possibilidade contínua de futura restauração desse Objeto. Semiótica - introdução Design e Semiótica 34 Para que serve a Semiótica no Design? Além do mais, a semiótica aponta parâmetros específicos de design para avaliação. São também indicadores de um bom design o conforto, a segurança, a identificação e a significação proporcionados pelo produto ao seu destinatário. Semiótica - introdução Design e Semiótica 35 Por que não é habitual o uso de Semiótica no Projeto de Design? Além de outros fatores, podemos apontar algumas razões para a palavra semiótica ainda não ser frequente no vocabulário dos designers: a falta de aprofundamento teórico nos cursos de design; a deficiente fundamentação teórica de profissionais em design; ... Semiótica - introdução Design e Semiótica 36 Por que não é habitual o uso de Semiótica no Projeto de Design? ... a percepção da profissão pelos próprios designers; a superficialidade da sua atuação (em especial como busca de “embelezamento de coisas”); falta de consolidação de critérios de design para a avaliação do produto, muitas vezes considerado segundo pontos de vista de outras áreas, como o marketing. Semiótica - introdução Design e Semiótica 37 Elementos e aplicação da Semiótica 38 Elementos da Semiótica Semiótica, do grego semeion (signo), é a teoria geral do signos. Peirce define signo como algo que representa alguma coisa para alguém. Sendo assim, é inerente à constituição do signo o seu caráter de representação, de se fazer presente, de estar em lugar de algo, de não ser o próprio algo. Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 39 Elementos da Semiótica O signo tem papel de mediador entre algo ausente e um intérprete presente. Pela articulação dos signos se dá a construção do sentido. Os signos se organizam em códigos, constituindo sistemas de linguagem. Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 40 Elementos da Semiótica Estes sistemas formam a base de toda e qualquer forma de comunicação. A principal utilidade da semiótica é possibilidade a descrição e a análise da dimensão representativa (estruturação sígnica) de Objetos, processos ou fenômenos em várias áreas do conhecimento humano. Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 41 Elementos da Semiótica “... quando dizemos linguagem, queremos nos referir a uma gama incrivelmente intrincada de formas sociais de comunicação e de significação que inclui a linguagem verbal articulada, mas absorve também, inclusive, a linguagem dos surdos-mudos, o sistema codificado da moda, da colunaria e tantos outros. ... Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 42 Elementos da Semiótica ... Enfim: todos os sistemas de produção de sentido aos quais o desenvolvimento dos meios de reprodução de linguagem propiciam hoje uma enorme difusão” Santaella (2001) Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 43 Elementos da Semiótica A linguagem é a base de toda e qualquer forma de comunicação. Podemos categorizar as linguagens segundo a natureza dos códigos nelas empregados: Linguagem verbal – formada por palavras orais ou escritas Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 44 Elementos da Semiótica Linguagem não verbal – formada por elementos imagéticos, gestos, sons, movimentos, etc... Linguagem sincrética – formado por códigos de naturezas distintas. E é a categoria em que se enquadra a maioria da produção em design. Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 45 Elementos da Semiótica A semiótica, assim, permite a compreensão do jogo complexo de relações que se estabelecem numa semiose. Ao ordenar esse conjunto de relações, podemos antever algumas das suas significações e seu desempenho no mundo das linguagens. Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 46 Elementos da Semiótica É nesse processo que os dados da realidade podem ganhar o status de informação e conhecimento. A partir disso a semiótica olha para o Objeto apresentado e seus possíveis significados. Semiótica - introdução Elementos e aplicação da Semiótica 47 semiótica introdução 48
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