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8/22/13 1 COSTA, Cris+na. Sociologia: Introdução à Ciência da Sociedade. 3ª. Ed.-‐ São Paulo: Ed. Moderna, 2005 I – Introdução Professora Maria Elisa Soares Rosa Conhecimento como caracterís<ca da humanidade • Regularidades que ordenam a vida em grupo dos animais – (homens ou demais espécies animais) (exemplos). – Diferenças em função das caracterís<cas e ambientes – No sen<do da preservação das espécies . • Sec. XIX Charles Darwin escreveu sobre a origem das espécies ou a evolução das espécies (1859) e 12 anos depois escreveu “A decendência do homem” incluindo os humanos no processo de evolução. Ele nos colocou na incomoda companhia de todos os outros animais e quando a ciência confirmou a teoria de Darwin, a solução foi nos colocar no topo da escala de evolução, como os mais evoluídos (teoria do evolucionismo). • Segundo Darwin a preservação das espécies animais e seu aprimoramento parecem ser o OBJETIVO DOS HÁBITOS DE VIDA: – Convivência (sociabilidade) – Reprodução (acasalamento) – Sobrevivência (defesa) 8/22/13 2 • Mas na verdade o homem é apenas uma das espécies de animais existente: – Ins+nto = desenvolve-‐se naturalmente, forma espontânea, dispensa o aprendizado.(ex. alimentar-‐se, respirar, enga<nhar); – Bagagem gené+ca = transmissão gené<ca entre pais e filhos. (ex. medo, prazer, frio); – Aprendizado = cultura, conhecimento formado por dificuldades impostas pelo meio ambiente ou por par<cularidades da própria espécies (ex. comer em horários regulares); • (lembrar: DETERMINISMO BIOLÓGICO e DETERMINISMO GEOGRÁFICO) • Dis<nção entre homens e demais espécies = ...lembrar: o homem é um animal que depende de aprendizado para adquirir determinado comportamento. – Homem X Demais espécies (exemplos: ninhada de gato cria cachorro X família nordes<na cria japonês) – Edward Tylor e o conceito de cultura Edward Tylor (1832-‐1917) • Ele escreveu em 1871 o livro Primi<ve Culture, onde afirmou que cultura é: – “é o todo complexo que inclui conhecimentos, crença, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.” – Com essa definição, Tylor abrangia todas as possibilidades de realização humana, marcando fortemente o caráter de aprendizagem em oposição à idéia de aquisição inata. 8/22/13 3 • OS SERES HUMANOS FAZEM PARTE DO GRUPO 5 GRANDES MACACOS: – orangotango, gorilas, chimpanzés, bonobos e humanos. • O DNA humano é diferente do DNA do chimpanzé em apenas 1,6 % ou seja, somos 98,4% idên+cos (mais do que o elefante asiá<co e o elefante africano). • A origem do Homo sapiens, como todas as espécies animais, encontra-‐se hoje em dia explicada pela teoria da evolução das espécies. Assim, a origem da vida no planeta foi a mesma para todos e cada espécie se diversificou e traçou a sua história. • Mas o que nos diferencia dos demais seres? Somos diferentes dos demais animais pois só nós temos uma CULTURA tão sofis<cada= é a capacidade de simbolização, criação de ferramentas, linguagem e comunicação, regras de solidariedade, sociabilidade e convivência. • A cultura não é exclusiva do homem, mas o nível de complexidade alcançada pelo homem sim, é exclusivo dele: SOMOS UMA ESPÉCIE ÚNICA PORQUE TEMOS: 1. Um lado biológico (gené<co), 2. Um outro lado ins<n<vo e ainda 3. Um terceiro lado simbólico e cultural 4. E todos eles interagem como um todo inseparável. Experiência: criar filhotes de chimpanzés como se fossem humanos. • Teve resultados paté<cos a tenta<va, realizada há alguns anos, de criar filhotes de chimpanzés como se fossem crianças humanas. Durante os primeiros meses de vida, as diferenças não eram significa+vas. • Mas, a par+r do primeiro ano, ocorreu um enorme distanciamento, gerando um chimpanzé manhoso que não se assemelhava a uma criança humana, pois ao não conseguir se comunicar limitava sua capacidade de aprendizagem. • A diferença entre filhos humanos e filhos de chimpanzés só aparece depois de um ano porque cada bebe humano carrega 6,5 milhões de anos de evolução, de CULTURA, somos SERES EM ABERTO, não é o CÓDIGO GENÉTICO, mas a CULTURA que define o nosso comportamento, temos livre-‐arbítrio para escolher através de um raciocínio avançado. • Nos seres humanos as determinações ins+ntuais acabam sobrepujadas pelas marcas da cultura. • O conhecimento se dá mediante acumulação do saber dos nossos ancestrais, reelaboração desse saber, eliminando parte e acrescentando outras, além da transmissão desse novo saber aos descendentes. 8/22/13 4 Debate: • O inverso também é verdadeiro. Iden<ficados ao longo da história, de crianças abandonadas logo após o nascimento e que sobreviveram graças aos cuidados de animais (lobas, macacas etc.). • Longe de serem as figura lendárias e mitológicas de heróis como Tarzan, Mowgli, Rômulo e Remo, não passaram de monstruosidades: portadores do aparato biológico de um Homo sapiens, não receberam o banho de cultura tão necessário para serem reconhecidos como humanos. • Cada bebê que nasce hoje carrega a marca daqueles 6,5 milhões de evolução e tem todo o potencial de permanecer na postura ereta e de ar+cular uma fala. Mas tudo isto não é ins+n+vo. • As crianças-‐feras encontradas são seres fora de sintonia, que nem conseguem ficar de pé. Acabam imitando os comportamentos e os sons do animal que os criou. De nada adianta o corpo de Homo sapiens somente. É necessária a cultura para completar. Tornar-‐se Humano • Lendas e mitos relatam histórias de heróis que, mesmo crescendo isoladamente, tornaram-‐se humanos: Rômulo e Remo, Tarzan e Mogli. • Será possível? 8/22/13 5 • Será que um homem criado longe dos demais consegue desenvolver ap+dões e reações que lhe dêem iden+dade e possibilidade de interagir sa+sfatoriamente com seus semelhantes, tornando-‐se assim, um ser social? • O cineasta alemão Werner Herzog fez o filme: “O enigma de Kaspar Hauser” baseado no livro do austríaco Jacob Wassermann. • Esse filme nos mostra que é impossível que um homem criado longe dos demais consiga desenvolver APTIDÕES e REAÇÕES que lhe dêem iden+dade e possibilitem que ele interaja sa+sfatoriamente com seus semelhantes. Para que um bebê humano se transforme em um homem é necessário longo APRENDIZADO em que as gerações mais velhas transmitem às gerações mais novas suas experiências. 8/22/13 6 • Aprendizado: gerações mais velhas transmitem às mais novas suas experiências e conhecimentos; • Ele depende na nossa capacidade de criar um SISTEMA DE SÍMBOLOS que cons<tuem as linguagens, por meio das quais somos capazes de nos comunicar, transmi+ndo aos outros a nossa experiência e conhecimento; • Comunicação: relação linguagem, experiência e realidade – base do imaginário e do conhecimento humano. • Homem vive em uma outra dimensão da realidade quando comparado com outros animais, porque ele vive no UNIVERSO SIMBÓLICO; – transforma experiência vivida em um discurso com significado transmissível; • “Até onde sabemos, ele é o único a conceber acontecimentos, ações e reações sob forma de imagem, que, mesmo na ausência daquilo que lhe deu origem, é capaz de provocar senLmentos e de se fazer conhecer pela reflexão.” • “Por meio do pensamento, o homem pode reviver as situações que o esLmularam e que foram arquivadas na memória.” • Além disso, “é o pensamento humano que possibilita ao homem diferenciar as experiências no tempo.” (passado, presente e futuro) • Só o homem consegue RECRIAR, COMPARTILHAR, TRANSMITIR experiência vivida ou aprendida. 8/22/13 7 • O homem é capaz de: abstrair situações e emoções, projetar, classificar, agrupar, ordenar, prever, interpretar, compar+lhar, comunicar, etc... – formando assim um legado acumula<vo – a cultura humana. • Esse processo de elaboração simbólica da experiência – o homem recria a realidade segundo suas necessidades e ponto de vista – lugar, espaço, tempo, grupo, experiências, ... • Existe uma mul+plicidade ilimitada de interpretações da realidade que nos cerca, é por isso que encontramos padrões de vida, crença e pensamento diversos que são consequencia de experiências simbólicas por um determinado grupo(não são consequência de herança genéLca mas sim, do comparLlhamento de experiências simbólicas). As culturas humanas como processos dinâmicos • Conhecimento: conjunto de informações e sen<dos provenientes da capacidade do homem de, através dos seus mecanismos de CONSERVAÇÃO e MUDANÇA: – pensar o mundo, – atribuir significados à realidade e – transmi<-‐lo para os seus descendentes. • Problemas: necessidade de sobrevivência, defesa, perpetuação da espécie (conservação) -‐ solução: escolha da “melhor forma de ação para sua conservação” -‐ com novo obstáculo = novas fórmulas (mudança) = es<mulo para desenvolvimento e compar<lhamento. • Assim, as Culturas são DINÂMICAS (mecanismos de conservação e mudança) 8/22/13 8 Diferenças culturais • Mul<plicidade ilimitada de interpretações da realidade que nos cerca, é por isso que encontramos padrões de vida, crença e pensamento diversos que não são consequência de herança genéLca mas sim, do comparLlhamento de experiências simbólicas). • Diferenças culturais não são gené<cas e também não são diferenças de qualidade nem de nível (impossível comparar sociedade em sen<do de avanço ou atraso), elas devem-‐se às circunstâncias que as cercam. A ciência como ramo do conhecimento • Dependendo de fatores sociais, da tradição, da influência de outros grupos, da maior ou menor resistência da cultura, os povos desenvolveram diferentes formas de explicação a respeito da vida e da natureza. • An+guidade: predomínio do pensamento mí+co religioso (espírito especula<vo ciensfico foi preterido em favor da reflexão metatsica da natureza). Ex. egípcios – propriedade agrária, cheia Nilo, cobrança de impostos – 13 nós: geometria + religião. • Ciência -‐ pensar como exercício voltado para si mesmo, mesmo sem aplicabilidade imediata e independente da religião – início na Grécia através da Filosofia – salto qualita<vo do conhecimento humano sobre a natureza. 8/22/13 9 O milagre grego – o espírito • Milagre pq foi ampla a repercussão e rápida a velocidade dando a falsa impressão de ser abrupta • Expansão comercial: grego em contato com outras culturas – escravidão – tempo ocioso para o comerciante grego – moeda, escrita, leis, pólis (família) – pensamento racional. • Os gregos desenvolveram uma sociedade comercial e manufatureira guiada pela percepção do indivíduo como ser dotado de razão e capaz de realizar ações inspiradas por ela. • FILOSOFOS PRÉ-‐SOCRÁTICOS -‐ DOIS GRUPOS: • 1-‐) FISIOLÓGOS, explicam o mundo apelando para um ARQUÉ ou ARKHÉ (elemento cons<tu<vo básico do qual a totalidade do universo seria cons<tuída). Tales – o elemento primordial é a água. Parmênides (529-‐490 A.C.) preferindo o ser, Heráclito (535-‐465) o fogo, Pitágoras o número, Demócrito (450-‐391) o átomo. • 2-‐) SOFÍSTAS, professores de retórica e oratória, acusados de tentar convencer pela persuasão e não pela demonstração. Preocupavam-‐se com a vida dos homens. Protágoras (480-‐411 A.C.) e Górgias (485-‐380 A.C.) • DEPOIS VIERAM: • SÓCRATES (479-‐399), PLATÃO (420-‐348) e ARISTÓTELES (385-‐322): os primeiros filósofos a criarem sistemas mais complexos da filosofia, como metatsica, a busca da essência, dos conceitos universais em detrimento do conhecimento vulgar e sensorial. • FILOSOFIA = amor pela sabedoria daqueles que haviam experimentado a própria ignorância, conceito atribuído a Pitágoras. • A principal doutrina sots<ca consiste, em uma visão rela<va de mundo o que os contrapõe a Sócrates que, sem negar a existência de coisas rela<vas buscava verdades universais e necessárias. 8/22/13 10 A razão a serviço do indivíduo e da sociedade • Esplendor da Civilização Grega (século VI e IV a.C.) • Sociedade familiar no Império Romano – razão (final sec. V d.C., no ano de 476, queda de Constan+nopla); • Idade Média (sec. V d.C. até sec. XV, no ano de 1492, descobrimento da América)– Europa volta a ser sociedade agrária e teocrá+ca, hegemonia absoluta da Igreja Católica no Ocidente – razão instrumento auxiliar da fé; • Idade Moderna (séculos XV-‐XVIII): Renascimento – o homem redescobre a razão como a<vidade válida por si mesmo. No século XVII percebe-‐se a intensificação e o progresso da ciência; • Idade Contemporânea -‐ Século XIX – surge a SOCIOLOGIA -‐ ciência da sociedade-‐ resulta da necessidade dos homens de compreender as relações que estabelecem entre si e a natureza da vida cole+va sob nova perspec+va nova, independente das tradições morais e religiosas. Porque criar a ciência sociológica? • Torna-‐se necessário entender as bases da vida social humana e de organização da sociedade, por meio de um modelo de pensamento que permi+sse a observação, o controle a a formulação de explicações plausíveis, que <vessem credibilidade em um mundo pautado pelo RACIONALISMO (crença no poder da razão). • Questões concernentes às relações entre os homens deixam de ser objeto das crenças religiosas e do senso comum passando a interessar aos cien+stas sociais – ENTENDIMENTO RACIONAL E CIENTÍFICO DA REALIDADE SOCIAL. 8/22/13 11 A sociologia: um conhecimento de todos • FORMAÇÃO DA CIÊNCIA DA SOCIEDADE – necessidade de conceitos, vocábulo próprio, objeto, hipóteses, formas de averiguação, experimentação, desenvolvimento metodológico e comprovação. • Passamos a entender a realidade social não como obra do acaso ou de Deus, mas como resultado de forças que são próprias da vida cole+va que a regulam. • A complexidade das relações humanas e da vida cole+va passava a outra instancia do conhecimento humano, outro processo cogni<vo, uma maneira diversa de enfrentar a realidade social e de resolver os seus problemas. Ciência próxima do cidadão comum e seu co+diano • Esse NOVO conhecimento não ficou restrito aos cien<stas sociais, mas acabou sendo apropriado pelo cidadão comum e passou a fazer parte do seu co+diano: • ex. palavras e expressoes como movimentos e classe social, estratos, camadas, conflito social, etc. • ex. meios de comunicação de massa: elite, classe dominante, pressão social, movimento social, etc. • ex. campanha polí<ca, • ex. pesquisas para lançar produto, • ex. decisões para se fazer guerra ou não, construir cidade, abrir loja, etc... 8/22/13 12 O Uso da sociologia nos diversos campos da a<vidade humana • Porque a sociologia faz parte dos programas básicos dos cursos universitários que preparam diversos profissionais assim como o sociólogo integra equipes nos mais diversos setores da vida social? Desafios da sociologia hoje • Funcionamento da sociedade: sistema produ<vo, relações de trabalho, exercício do poder, cidadania, ciência, direitos e deveres, classes sociais... Reestruturação? • É hora de repensar os padrões, as regularidades que ordenam a vida social e hierarquizá-‐los. • Qual importância da sociologia no mundo de hoje? 8/22/13 13 Dicas de filmes • O enigma de Kasper Hauser (assis<mos em sala); • Na montanha dos gorilas (Eua, 1988, direção de Michel Apted, baseado na história real da experiência da antropóloga Dian Fossey na floresta africana;
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