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DIREITO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE 1 bim

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DIREITO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
EVOLUÇÃO DO DIREITO DE INFÂNCIA E JUVENTUDE
Em termos brasileiros, é possível identificar 03 fases na evolução histórica dos Direitos da Criança e do Adolescente.
FASE DA INDIFERENÇA
Muito comum até o final do século XIX (com diferentes vieses e matizes ao longo dos séculos e dos diferentes locais), essa fase era marcada pelo fato de que crianças eram vistas como objeto no seio familiar, não possuíam direitos e deveres. 
Um dos principais pontos que davam suporte a essa visão era a figura do pater familiae, que poderia decidir o que bem quisesse para todos os componentes do clã, inclusive as crianças.
Essa época é especialmente marcante no caso da revolução industrial, em que crianças eram usadas como força de trabalho (herança da tradição do que já ocorria no campo). 
Na esfera estatal, a visão da criança não era muito diferente. Por exemplo, na questão da imputação penal o Código Penal da República (1890) previa o seguinte:
Art. 27. Não são criminosos:
§ 1º Os menores de 9 anos completos;
§ 2º Os maiores de 9 e menores de 14, que obrarem sem discernimento;
Para se aferir o discernimento era usado o método da “prova da maçã de Lubecca”, que consistia em oferecer uma maçã e uma moeda ao réu. No caso de escolha desta última, estava provada a malícia da criança, que no caso, já seria capaz de discernir entre o bem e o mal e, portanto, poderia ser penalizado Essas crianças, processadas criminalmente, eram colocadas nas celas com os adultos. 
O fim dessa etapa é marcado pelo caso Marie Anne, de 1896, que é um dos primeiros (senão o primeiro) episódios registrados de luta pelos direitos da infância. Marie Anne, nove anos de idade, era vítima de maus tratos pelos genitores, fato que chegou ao conhecimento público em Nova Iorque. Na época, os pais sentiam-se donos dos filhos e utilizavam todas as formas de castigos físicos para “educar” as crianças no exercício do “poder familiar”. 
O caso chegou aos tribunais, sendo que a menina foi defendida pela Sociedade Protetora dos Animais (visto que na época não existia entidade de proteção dos direitos infanto-juvenis) sob a tese de que se até os animais devem ser livres de toda sorte de tratamento violento e degradante, o mesmo deve se aplicar aos humanos e mais especificamente às crianças e adolescentes
FASE TUTELAR
A criança e o adolescente, neste contexto, eram o objeto da norma jurídica, que tinha finalidade de proteção daqueles que se encontravam em “situação irregular”. A lógica não era assegurar o direito de todas as crianças, mas apenas remediar a situação dos que estivesses nesse contexto de “situação irregular”.
Em razão disso, não havia distinção de tratamento entre adolescentes em conflito com a lei e abandonados, pois todos estavam em situação irregular e eram todos enviados para o mesmo local. Uma solução possível para eles, também, era serem enviados para casas de “pessoas de bem”, onde geralmente eram usados como mão de obra doméstica.
Com frequência as crianças e adolescentes nessa situação eram tratados como doentes mentais (UNAED). 
FASE ATUAL
No final do século XX, o tratamento mundial de crianças e adolescentes tomam um novo rumo. A partir da Convenção das Nações Unidas de Direito da Criança e Adolescente, em 1.989 passa-se a adotar a chamada Teoria da Proteção Integral, em que a criança e o adolescente passam a ser vistos não mais como objeto de direito (e tutela, seja familiar, seja estatal), mas sujeitos de direitos por si só.
Com esse novo paradigma, a criança e o adolescente deixam o lugar de objeto do direito, para ocupar o lugar de sujeito de direitos. Eles passam a ser os destinatários finais dos direitos que lhes são assegurados. 
	Situação Irregular
	Proteção Integral
	Menores
	Crianças e adolescentes
	Objetos de proteção
	Sujeitos de direito
	Proteção de “menores”
	Proteção de direitos
	Proteção que viola e restringe direitos
	Proteção que reconhece e promove direitos
	Incapazes
	Pessoas em desenvolvimento
	Não importa a opinião da criança
	É fundamental a opinião da criança
	“Situação de risco ou perigo moral ou material” ou “situação irregular”
	Direitos ameaçados ou violados
	“Menor em situação irregular”
	Adultos, instituições ou serviços em situação irregular
	Juiz executando política social/assistencial
	Juiz em atividade jurisdicional
	Juiz como “bom pai de família”
	Juiz técnico
	O assistencial confundido com o penal
	O assistencial separado do penal
	Menor abandonado/delinqüente
	Desaparecem essas determinações
	Desconhecem-se todas as garantias
	Reconhecem-se todas as garantias
	Privação de liberdade como regra
	Privação de liberdade como exceção e somente para casos de conflito com a lei
	Medidas por tempo indeterminado
	Medidas por tempo máximo determinado
PRINCÍPIOS DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
PROTEÇÃO INTEGRAL
É o principal princípio que norteia toda a lógica atual do Direito da Infância e da Juventude. Está positivado no art. 1º do ECA:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
No plano internacional (ONU) é muito comum que se constatar a expressão “proteção especial (por exemplo, “considerandos” da Convenção Internacional).
Tendo em conta que a necessidade de proporcionar à criança uma proteção especial foi enunciada na Declaração de Genebra de 1924 sobre os Direitos da Criança e na Declaração dos Direitos da Criança adotada pela Assembléia Geral em 20 de novembro de 1959, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (em particular nos Artigos 23 e 24), no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (em particular no Artigo 10) e nos estatutos e instrumentos pertinentes das Agências Especializadas e das organizações internacionais que se interessam pelo bem-estar da criança.
Tendo em conta que, conforme assinalado na Declaração dos Direitos da Criança, "a criança, em virtude de sua falta de maturidade física e mental, necessita proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento".
PRIORIDADE ABSOLUTA
Princípio constitucional previsto no art. 227° da CF e no art. 4° do ECA., tem como característica direito fundamental integrante da cláusula pétrea.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
MELHOR INTERESSE
É um relevante princípio de aplicação das normas jurídicas que dizem respeito à criança e ao adolescente, apresenta a idéia de que as normas do direito da infância e juventude sejam interpretadas por quem a aplica, de forma mais favorável à criança ou adolescente. Na prática é um grande critério para solução de antinomia. 
É aplicável tanto na seara protetiva quanto na apuração de ato infracional (e aplicação de Medida Socioeducativa).
Muitas vezes é um princípio de difícil aplicação prática(saber qual solução, naquele caso, atende ao melhor interesse da criança ou adolescente). 
Tem base legal no art. 6º do ECA: 
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
Obs.: Antinomia é o conflito de direito, o qual pode ser solucionado pelo critério da especialidade, critério da hierarquia, critério temporal. 
PRIVACIDADE
Alguns autores não consideram ser um princípio específico da criança ou adolescente, visto que se aplica a todos indiscriminadamente. Os atos judiciais que dizem respeito ao Direito da Criança e do Adolescente são sigiloso, nos termos do art. 143:
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
O art. 100, § único, V também prevê esse princípio:
Art. 100. Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplicação das medidas: 
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
BREVIDADE/INTERVENÇÃO PRECOCE
Como se trata de criança ou adolescente, que são condições que serão superadas com o passar do tempo, a solução dessas demandas exige brevidade, celeridade.
Art. 100. Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplicação das medidas:
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; 
Em vários momentos a lei prevê prazos para a conclusão de processos ou prática de atos, o que nem sempre é possível ser observado (Ex: Art. 163: 120 para conclusão da ADPF; Art. 19-A, § 3º: 90 dias para busca à família extensa; Art. 47, § 10º: 120 dias para a conclusão do processo de adoção; Art. 19, § 2º: 18 meses para acolhimento institucional...). 
CONVIVÊNCIA FAMILIAR
O princípio norteador geral é de que a criança deve ser criada e educada no seio de sua família. Apenas excepcionalmente ela será colocada em família substituta (art. 19). 
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
Inclusive em relação aos pais que estejam privados de liberdade. 
Art. 19 § 4o  Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.
Foi um dos argumentos usados pela 2ª Turma do STF para julgar o HC 143.641/SP. 
GRATUIDADE DO ACESSO A JUSTIÇA
Muitos autores não consideram um princípio. Os processos que tramitam na Vara da Infância são isentos de custas e emolumentos:
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
MUNICIPALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
Muitos equipamentos usados são custeados pelo município. Também tem fonte constitucional, no art. 227, § 7º:
Art. 227, § 7º: No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art. 204. 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas (...), e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
Também tem previsão no art. 88 do ECA:
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I - municipalização do atendimento;
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
DIREITO À VIDA E A SAÚDE 
Ao tratar desse assunto, o Estatuto da Criança e do Adolescente inclui direitos que surgem mesmo antes do nascimento com vida, incluindo deste modo a proteção a gestante. Esse capítulo (não apenas ele) foi substancialmente alterado pela lei 13.257/2016, também conhecida como lei da primeira infância.
Art. 1° Esta Lei estabelece princípios e diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas para a primeira infância em atenção à especificidade e à relevância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano, em consonância com os princípios e diretrizes da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);... 
Art. 2° Para os efeitos desta Lei, considera-se primeira infância o período que abrange os primeiros 6 (seis) anos completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da criança. 
Nessa proteção estão direitos como a um pré-natal (art. 8º, § 1º), ao aleitamento materno (art. 9º) e histórico atendimento à gestante em geral (art. 10), por exemplo.
DIREITO À SAUDE - competência
Vale ressaltar que, nestes casos, quando a demanda for contra o Poder Público (Vara da Fazenda Pública) , a competência será da Vara da Infância (art. 148). 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. REESTRUTURAÇÃO DO ATENDIMENTO DA MULHER GESTANTE/PARTURIENTE E NEONATO NAS UNIDADES DE SAÚDE MUNICIPAIS. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. INTERESSE COLETIVO AFETO À CRIANÇA E ADOLESCENTE. IRREGULARIDADE EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO. COMPETÊNCIA DA VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE. (...) II. O artigo 148, incisos IV e V, da Lei nº 8.069/90, estabelece a competência da Justiça da Infância e da Juventude para conhecer de ações civis fundadas em interesse coletivo afeto à criança e adolescente, bem como aquelas decorrentes de irregularidade em entidade de atendimento, o que se amolda à situação narrada nos autos, cujo objetivo é assegurar as condições mínimas necessárias ao atendimento da gestante e, via de consequência, proporcionar um ambiente sadio neonato, cujo direito lhe é garantido no artigo 7º, do mesmo Diploma Legal.(...) (TJES; CC 0023280-16.2014.8.08.0000; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Namyr Carlos de Souza Filho; Julg. 24/02/2015; DJES 03/03/2015)  
PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA. VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS OU COLETIVOS VINCULADOS À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. 1. A pretensão deduzida na demanda enquadra-se na hipótese contida nos arts. 98, I, 148, IV, 208, VII e 209, todos da Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e Adolescente), sendo da competência absoluta do juízo da vara da infância e da juventude a apreciação das controvérsias fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos vinculados à criança e ao adolescente. 2. As medidas de proteção, tais como o fornecimento de medicamentos e tratamentos, são adotadas quando verificadas quaisquer das hipóteses do art. 98 do ECA. 3. A competência da Vara da Infância e da Juventude é absoluta e justifica-se pelo relevante interesse social e pela importância do bem jurídico a ser tutelado nos termos do art. 208, VII do ECA, bem como por se tratar de questão afeta a direitos individuais, difusos ou coletivos do infante, nos termos dos arts. 148, inciso IV, e 209, do Estatuto da Criança e do Adolescente. Precedentes do STJ. 4. O estatuto da criança e adolescenteé lex specialis e prevalece sobre a regra geral de competência das varas de Fazenda Pública, quando o feito envolver ação civil pública em favor da criança ou adolescente, na qual se pleiteia acesso às ações ou serviços e saúde, independentemente de a criança ou o adolescente estar em situação de abandono ou risco. 6. Recurso Especial provido. (STJ; REsp 1.486.219; Proc. 2014/0257334-8; MG; Segunda Turma; Rel. Min. Herman Benjamin; DJE 04/12/2014)  
Quando a demanda for contra particular, por exemplo, contra plano de saúde, a competência é da Vara Cível, com incidência do CDC:
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE COBERTURA. MENOR. COMPETÊNCIA. VARA CÍVEL. No caso concreto, muito embora a presente demanda tenha sido ajuizada por menor, o feito não se insere dentre as ações da competência especializada da vara da infância e da juventude, porquanto não se está diante de nenhuma das hipóteses previstas nos arts. 98 e 148, do estatuto da criança e adolescente. Competência da Vara Cível. Conflito negativo de competência julgado procedente, em decisão monocrática. (TJRS; CC 0269596-24.2016.8.21.7000; Pelotas; Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Jorge André Pereira Gailhard; Julg. 23/08/2016; DJERS 29/08/2016)
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE OS JUÍZOS DA 2ª V ARA CÍVEL E V ARA DA FAMÍLIA, ÓRFÃOS, SUCESSÕES, INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE CONCÓRDIA/ SC. Ação civil pública que busca tutelar direito de criança em face do plano de saúde. Pretensão de cumprimento das obrigações contratuais existentes entre as partes. Demanda que envolve eminentemente questões de direito civil e direito do consumidor. Conflito de competênciaconhecido e provido para declarar a competência da 2ª Vara Cível da Comarca de concórdia/SC para processamento e julgamento do feito. (TJSC; CC 0025566-49.2016.8.24.000; Concórdia; Sexta Câmara de Direito Civil; Relª Desª Denise Volpato; DJSC 23/09/2016; Pag. 176)
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO. Ação fitando garantir o cumprimento de contrato de plano de saúde Pretensão de adolescente ver garantida a cobertura de cirurgia oftalmológica pelo plano de saúde Ausência de previsão no Estatuto da Criança e do Adolescente Pedido livremente distribuído perante uma das Varas Cíveis da Comarca de Jundiaí, remessa à Vara da Infância e Juventude Impossibilidade. Conflito procedente. Competência do Juízo Suscitado. (TJSP; CC 0080909-44.2014.8.26.0000; Ac. 8281659; Jundiaí; Câmara Especial; Rel. Des. Ricardo Anafé; Julg. 09/03/2015; DJESP 22/04/2015) 
A competência da Vara da Infância e Juventude dizem respeito à exigibilidade do direito em si.
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Eventual pedido exclusivamente indenizatório pela não prestação do serviço deve ser deduzido em Vara Cível comum.
GESTAÇÃO, PARTO E PRIMEIRA INFÂNCIA
O atendimento pré-natal será realizado de forma humanizada, privilegiando os profissionais de confiança da gestante e com acompanhante à gestante (art. 8º, §§ 1º, 2º e 6º; art. 14, §§ 2º e 3º). 
A alta hospitalar deve ser feita de forma responsável e com encaminhamento aos outros serviços necessários (art. 8º, §§ 3º e 7º).
Será dada assistência psicológica à gestante, inclusive em caso de encaminhamento da criança para a adoção (art. 8º, §§ 4º e 5º).
Há previsão expressa e específica de prevenção à chamada violência obstétrica (art. 8º, § 8º). Às mulheres privadas de liberdade é assegurada a convivência com seu filho na primeira infância (art. 8º, § 10º).
O aleitamento materno é assegurado, inclusive aos filhos das mulheres privadas de liberdade (art. 9º).
A mãe pode ficar internada na companhia do seu filho recém nascido (art. 10).
Os profissionais devem receber treinamento específico para constatação de risco de desenvolvimento psíquico (art. 11, § 3º).
ACESSO AO SUS
É assegurada a toda criança ou adolescente acesso ao Sistema Único de Saúde (art. 11).
Não haverá discriminação ou segregação de crianças ou adolescentes com deficiência (art. 11, § 1º e art. 4º da Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Art. 4° Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
§ 1° Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
§ 2° A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
Art. 5° A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
É assegurado o fornecimento de órteses e próteses (art. 11, § 2º). 
- Considerações Gerais
Os pais tem direito de acompanhar seus filhos em qualquer ambiente hospitalar, em tempo integral (art. 12). Isso se aplica também aos casos de adolescentes em conflito com a lei, a quem o ECRIAD também é aplicável.
A gestante que quiser entregar seu filho nascituro para adoção será encaminhada, sem constrangimento, à Vara da Infância e Juventude (art. 13, § 1º).
Haverá programas de proteção à saúde especialmente voltados para crianças ou adolescentes (art. 14).
Casos de suspeita de violência contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar (art. 13) e esse atendimento deverá ser priorizado para rede de assistência social (art. 13, § 2º).
DO DIREITO Á LIBERDADE, AO RESPEITO E A DIGNIDADE
O Estatuto conceitua e diferencia Direito à Liberdade, Direito ao Respeito e Direito à Dignidade.
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
O Direito à Liberdade está regulamentado pelo art. 16:
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; (art. 5º, XV e XVI) 
II - opinião e expressão; (art. 5º, IV) 
III - crença e culto religioso; (art. 5º, VI e VIII) 
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei; (art. 14 e segs) 
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
DIREITO AO RESPEITO
O Direito ao Respeito é o mais abrangente de todos, nos termos do art. 17 do ECRIAD:
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. (art. 5º, II, III, X...). 
É claro que esse direito ao respeito (“autonomia, valores, espaços e objetos pessoas”) deverá ser exercício em compatibilidade com o poder familiar (art. 1.630 a 1.638 do Código Civil), no tocante aos pais. 
Lei 13.010/2014 - “Lei da Palmada”
A criança e o adolescente têm direito de serem colocados a salvo de tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. (art. 18).
Nesse sentido, a Lei 13.010 previu algumas medidas específicas e consequências em casos de ofensa a tais direitos. Essa lei especificao direito da criança e do adolescente de não ser criado sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, definindo-os nos termos do art. 18-A, § único.
As consequências pela inobservância deste direito, estão previstas no art. 18-B. 
DIREITO A CONVIVÊNCIA FAMILIAR
O direito da criança é de ser criada e educada no seio de sua família. Apenas excepcionalmente ela será colocada em família substituta (art. 19). Inclusive em relação aos pais que estejam privados de liberdade. 
 Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
§ 4o  Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial. 
- PODER FAMILIAR
É o poder-dever dos pais de cuidarem dos seus filhos (art. 1.630, 1.631 e 1.634 do Código Civil e art. 22). O exercício do poder familiar é feito pelo pai e pela mãe em igualdade de condições, podendo haver solução de litígio pelo judiciário em caso de conflito (art. 21 do ECRIAD).
Extinção do poder familiar: natural (art. 1.635).
Suspensão do poder familiar: temporária (art. 1.637).
Destituição ou perda do poder familiar: sanção (art. 1.638 e art. 24)
Falta de recursos (art. 23) ou privação de liberdade não interferem, por si só, no poder familiar (art. 23, § 2º).
- PERDA OU DESTITUIÇÃO
Apesar da expressão “perda” ou “destituição” do Poder Familiar, essa medida é reversível, quando alteradas as situações de fato (coisa julgada rebus sic stantibus), sendo possível o ajuizamento de ação de restabelecimento do Poder Familiar.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ECA E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE PODER FAMILIAR. COISA JULGADA. OFENSA. INTERLOCUTÓRIO DE AFASTAMENTO NA ORIGEM. RECURSO DO MP. (1) DESTITUIÇÃO PASSADA EM JULGADO. RESTABELECIMENTO DO PODERFAMILIAR. AJUIZAMENTO POSSÍVEL. AÇÕES DISTINTAS. CAUSAS DE PEDIR DISTINTAS. É possível o ajuizamento de ação de restabelecimento do poder familiarapós sentença definitiva de destituição porque seus elementos identificadores são distintos, notadamente as causas de pedir: A retomada funda-se na ausência de adoção, na melhora do quadro social, e na manutenção dos vínculos; já na destituição, o contexto era diametralmente oposto. (2) destituição do poder familiar. Reversibilidade. Possibilidade jurídica do pedido. Melhor interesse. Priorização da reintegração à família natural (exegese do § 1º do art. 39 do ECA). Afetividade possivelmente restaurada entre pai e filhos. Seguimento da marcha processual. Ausência de prejuízo. - A interpretação conjugada dos dispositivos contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente induz à compreensão de que a única medida irreversível é a adoção, consoante disciplina o seu § 1º do artigo 39 ao preceituar: "a adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei". Decisão mantida. Recurso desprovido. (TJSC; AI 2015.044949-7; Turvo; Quinta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Henry Petry Junior; Julg. 18/04/2016; DJSC 27/04/2016; Pág. 258)  
- DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR
Família natural é a família nuclear do Direito Civil (pai, mãe e filhos) – art. 25.
Família extensa é a comunidade formada por outros parentes que não sejam os pais (avós que cuidam dos filhos) –art. 25, § único.
Família substituta é formada por uma comunidade de pessoa que não possuem relação com a família (por exemplo, o vizinho que cuida do menino).
A presença da criança ou adolescente com a família natural decorre do próprio poder familiar. A alteração disso, mesmo em favor de família extensa, depende de decisão judicial. 
- COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA (OU EXTENSA)
A colocação em família substituta ou regularização da posse de fato são feitas pela guarda, tutela e adoção (art. 28). Em regra, a criança deverá ser ouvida nestes casos (art. 28, § 1º), sendo obrigatória tal medida em relação ao adolescente (art. 28 § 2º).
Dentre outros critérios, devem ser analisados o grau de parentesco e a afinidade do pretenso guardião/tutor/adotante (art. 28, § 3º). Os grupos de irmãos devem ficar juntos (art. 28, § 4º). A criança ou adolescente indígena ou quilombola terão sua práticas culturais preservadas (art. 28, § 6º).
A colocação em família substituta estrangeira somente poderá ser feita na modalidade de adoção (art. 31). 
- GUARDA
A guarda tem como finalidade regularizar a posse de fato (art. 33, § 1º). A guarda é oponível até mesmo aos pais (art. 33). 
Por ser a medida que menos proteção oferece à criança ou adolescente, em regra deve ser concedida no contexto de outra medida mais protetora, ou seja, tutela ou adoção (art. 33, §§1º e 2º).
A criança ou adolescente é considerado dependente do guardião, inclusive para fins previdenciários (art. 33, § 3º).
A guarda, em regra, não afeta o direito de visita pelos pais, também não dispensando-os da obrigação de alimentar (art. 33, § 4º). É possível que haja um subsídio ou incentivo fiscal em favor do guardião (art. 34).
A guarda somente poderá ser revogada por decisão judicial (art. 35).
- TUTELA
É deferida nos termos da lei civil (art. 1.728 e seguintes do CC). Se a tutela decorrer da morte dos pais, a competência não é da Vara da Infância, mas de Órfãos e Sucessões.
A tutela deferida na Vara da Infância pressupões perda ou suspensão do Poder Familiar (art. 36). 
ADOÇÃO (Art. 39 a 52-D, Lei 8.069/90)
Adoção é a forma mais completa de colocação em família substituta ou extensa, pela qual se estabelece um vínculo de filiação, trazendo para a família do adotante, na condição de filho, pessoa que geralmente é estranha à família, com rompimento dos vínculos familiares anteriormente estabelecidos (art. 41).
O ECA regulamenta a adoção de criança ou adolescente, com até 18 anos no momento do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes (art. 40). A adoção é medida excepcional (art. 39, § 1º e art. 43), pois rompe a relação de parentesco da criança com sua família natural (biológica). Por isso ela depende de consentimento dos pais (art. 45) ou destituição do Poder Familiar (art. 45, § 1º).
No caso de adolescente, também depende do consentimento dele (art. 45, § 2º).
A morte dos adotantes não restabelece o vínculo paterno com os pais biológicos (art. 49).
O adotado tem direito de conhecer sua história biológica (art. 48), após fazer 18 anos, em regra – Direito à identidade biológica.
A adoção pode ser feita por qualquer pessoa maior de idade (art. 42), desde haja uma diferença de idade de, pelo menos 16 anos entre adotante e adotando (art. 42, § 3º). 
Irmão não pode adotar e ascendente não pode adotar (art. 42, § 1º). Os demais parentes podem adotar sem maiores problemas. 
- ESPÉCIES DE ADOÇÃO
Adoção unilateral é quando o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro (art. 41, § 1º), sem haver, portanto, rompimento com todos os vínculos parentais.
Para adoção conjunta é necessário casamento ou união estável (estabilidade da família), atual ou passados (art. 42, §§ 2º, 4º e 5º), pois a ideia da adoção é inserção da criança ou adolescente em uma família. 
A adoção póstuma (ou post mortem) é aquela em que o adotante morre ao longo do processo de adoção (art. 42, § 6º). O STJ vem entendendo ser possível o início do processo de adoção mesmo após a morte do adotante, se essa vontade já era pública e notória.
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ADOÇÃO PÓSTUMA. MANIFESTAÇÃO INEQUÍVOCA DA VONTADE DO ADOTANTE. LAÇO DE AFETIVIDADE. DEMONSTRAÇÃO. VEDADO REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. 1. A adoção póstuma é albergada pelo direito brasileiro, nos termos do art. 42, § 6º, doECA, na hipótese de óbito do adotante, no curso do procedimento de adoção, e a constatação de que este manifestou, em vida, de forma inequívoca, seu desejo de adotar. 2. Para as adoções post mortem , vigem, como comprovação da inequívoca vontade do de cujus em adotar, as mesmas regras que comprovam a filiação socioafetiva: o tratamento do adotando como se filho fosse e o conhecimento público dessa condição. 3. Em situações excepcionais, em que demonstrada a inequívoca vontade em adotar, diante da longa relação de afetividade, pode ser deferida adoção póstuma ainda que o adotante venha a falecer antes de iniciado o processo de adoção. 4. Se o Tribunal de origem, ao analisar o acervo de fatos e provas existente no processo, concluiu pela inequívoca ocorrência da manifestação do propósito de adotar, bem como pela preexistência de laço afetividade a envolver o adotado e o adotante, repousa sobre a questão o óbice do vedado revolvimento fático e probatório do processo em sede de recurso especial. 5. Recurso especial conhecido e não provido. (STJ, REsp 1.326.728/RS, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 27/02/2014) 
- Procedimento da Adoção
Os pretendentes à adoção devem passar por um processo de habilitação, nos termos do art. 197-A a 197-E. Há cadastro (estadual e nacional) tanto de crianças aptas a serem adotadas, quanto de adotantes (art. 50, § 5º).
É possível haver a adoção direta (portanto, sendo sujeição a habilitação prévia) nos termos do art. 50, § 13. 
O estágio de convivência (art. 46) é um período, de até 90 dias, anterior à adoção, em que adotante e adotando convivem para se verificar a possibilidade da adoção. Esse prazo de 90 dias pode ser prorrogado (art. 46, § 2º-A). Esse estágio pode ser dispensado se o adotando já estiver sob tutela ou guarda do adotante (art. 46, § 1º).
No caso de adoção internacional, o estágio de convivência será de 30 a 45 dias (art. 46, §§ 3º, 3º-A e 5º).
A relação parental decorrente da adoção é constituída pela sentença (art. 47), cujos efeitos se dão a partir do trânsito em julgado ou, no caso da adoção post mortem, a partir do óbito (art. 47, §7º).
A sentença da adoção será levada a registro, não podendo ser certificada, ocasião em que poderá ocorrer a mudança do nome do adotado, inclusive, se for o caso, do seu prenome (art. 47, §§ 1º a 6º).
A ação de adoção tem prazo máximo fixado em lei de 120 dias (art. 47, § 10). 
- ADOÇÃO INTERNACIONAL 
Tem como referência de norma internacional a Convenção de Haia para adoção internacional, de 1993 (Decreto 3087/99).
Definição: art. 51
“Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.” 
Só é deferida se não for possível a adoção por residente no Brasil (art. 50, § 10 e 51, § 1º)
O pedido de habilitação dos adotantes será feito perante o país de acolhida (art. 52, I) e o processo de habilitação é feito, substancialmente, naquele país.
O estágio de convivência será feito no Brasil (art. 46, § 3º).

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