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Fármacos Antidepressivos Estado depressivo: O mais comum são os distúrbios de humor (BECK), principal causa de incapacidade e morte prematura. * Alterações de humor: tristeza profunda (+ comum), melancolia, desânimo, apatia, dificuldade de concentração. * Alterações de Autocrítica: negativismo acentuado, pessimismo, sentimento de rejeição e auto-acusação. * Alterações vegetativas: anorexia/bulimia, insônia, perda de peso, fadiga, cefaléia, perturbações sexuais. * Alterações motoras: lentidão psicomotora, agitação. * Sentimento de autopunição: desejo de fuga, isolamento, idéias suicidas. Classificação: [A depressão pode ser classificada em depressão unipolar – Neurótica e psicótica- ou então depressão bipolar (maníaco-depressiva ; fase maníaca e fase depressiva)] Depressão Unipolar (duas formas): Neurótica ou reativa ou exógena (distimia, Depressão menor) + 60% - A causa geralmente é detectável; - Sintomatologia associada à perda real ou simbólica (notícias ruins, perdas, problemas, doenças graves, etc) - Tendência à regressão espontânea - Suporte psicoterápico - Suporte medicamentoso: - Ansiolíticos; - Inibidores da recaptação de monoaminas - antipsicóticos Psicótica ou exógena (Depressão Maior) + 25% - Causa não é identificável (não responde a mudanças do estilo de vida) - História familiar geralmente presente; - Sintomatologia é mais intensa e debilitante - A terapêutica é imperativa e o tratamento é crônico; 1) Medicamentos: - Bloq. da Recaptação de monoaminas - Inibidores da MAO (monoaminaoxidase) (menos empregado) 2) Terapia de eletrochoque (eletroconvulsoterapia) Depressão Afetiva Bipolar (Maníaco-depressiva) + 15% - tem um forte componente familiar -A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia; A) Fase Maníaca (hiperatividade) [estado exaltado de humor, alegria muito aumentada, com atitudes exageradas e hiperativas, o paciente chega a se sentir invencível e poderia ficar dias sem dormir e falar sobre vários assuntos sem parar] Pode-se usar na mania: (Lítio, antipsicóticos) Antipsicóticos (Clozapina – Leponix®) Sais de lítio ( Ex: ) -Carbonato de lítio – Carbolitium® -Latência de 5-10 dias para começar a agir; -A dose que trata é muito próxima à dose que intoxica; -Mecanismo proposto de ação: (- redução da síntese de mediadores intracelulares AMPc e IP3; - redução da excitabilidade da célula nervosa) -Efeitos adversos: Náuseas, vômitos, diarréia (+ comum) sedação edema discreto inicial poliúria e polidipsia (muito comum) bócio (o medicamento leva à menor captação de iodeto, menor produção de T3 e T4 e com isso o TSH sobe, podendo conduzir ao bócio) Arritmias (depressão sinusal é o mais comum) Nefropatia tubular (pode levar a IR) Manifestações centrais (tremores, confusão, convulsões) Reações alérgicas - Alternativas ao lítio: - carbamazepina (Tegretol®) - Valproato (Depakene®) B) Fase Depressiva: [o oposto da fase maníaca, o humor está em baixa, a pessoa tem sentimento de inferioridade, incapacidade e cansaço...] Pode-se usar: (Antidepressivos) Bloqueadores da captação de monoaminas; Inibidores da MAO. Etiopatogenia das Depressões: (ainda não é bem explicada... o professor falou hipóteses mais prováveis...) Hipóteses clássicas: São baseadas em alterações bioquímicas em sinapses do SNC, (provavelmente no sistema límbico) Hipótese das catecolaminas: o defeito estaria no metabolismo ou redução da liberação de catecolaminas (basicamente noradrenalina), diminuindo a concentração de noradrenalina na fenda sináptica. Hipótese das Indolaminas: (a 5-Hidroxitriptamina - ou serotonina – é o mais estudado neurotransmissor indolamínico). O defeito estaria na síntese e/ou liberação de serotonina para a fenda sináptica, reduzindo a disponibilidade desta na fenda. Hipótese da Supersensibilidade: essa hipótese é baseada em alterações na sensibilidade das sinapses monoaminérgicas. (desenvolvimento lento). - Nas terminações sinápticas: aumento da sensibilidade dos receptores α-2 adrenérgicos e triptaminérgicos 1A e 1D. - Nas membranas pós-sinápticas: Aumento da sensibilidade dos receptores β-adrenérgicos e receptores triptaminérgicos 2 (manifestações da depressão) Outras possibilidades de mecanismos que podem estar envolvidos na etiopatogenia da depressão são: - O estresse excessivo levando a uma hiperatividade crônica do sistema hipotálamo-hipófise-suprarrenal, que é um sistema pró-depressão. - Alterações anatômicas: ex: diminuição da densidade óssea, alterações anatômicas no lado direito do córtex (“seria isso uma conseqüência ou um fator de risco?”) Farmacologia dos Antidepressivos: Temos dois grupos de antidepressivos: os Bloqueadores da Recaptação de Monoaminas e os Inibidores da MAO (IMAO). Química: A) Agentes tricíclicos: Núcleo característico com três anéis, são usados a quatro décadas. A Imipramina e a amitriptilina são os protótipos dessa classe. São inibidores mistos da recaptação de serotonina e noradrenalina. (outros: nortriptilina, clomipramina) B) Agentes Heterocíclicos e atípicos (Fármacos de 2ª e 3ª geração): Entre 1980 e 1996 surgiram fármacos antidepressivos heterocíclicos, denominados como fármacos de segunda e terceira geração. Os fármacos heterocíclicos não diferem notavelmente quanto à potencia dos fármacos mais antigos. C) Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) Os antidepressivos tricíclicos e heterocíclicos possuem muitos efeitos adversos (anti-muscarínicos, anti-histamínicos, bloq receptores α-adrenérgicos, etc), efeitos esses que são indesejados no tratamento antidepressivo. Porem os ISRS, como a Fluoxetina, são antidepressivos eficazes, seletivos para serotonina e com uma toxicidade muito baixa (atuam mais rapidamente, menos efeitos sedativos e antimuscarínicos, menor toxicidade aguda, grande eficácia em pacientes que não respondem bem aos tricíclicos e heterocíclicos). D) Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO) Farmacocinética: Tricíclicos: A maioria tem absorção incompleta e sofrem significativo metabolismo de primeira passagem. Alta ligação a proteínas e lipossolubilidade elevada, volumes de distribuição muito grandes. Heterocíclicos: A farmacocinética dessas drogas assemelha-se à dos tricíclicos. Trazodona tem meia vida curta, já a Bupropiona tem meia vida mais longa, permitindo ate dose única ao dia. (2ª e 3ª geração): 2ª geração (Amoxapina, Maprotilina, Trazodona, Bupropiona) e 3ª geração (Venlafaxina, Mirtazapina, Nefazodona) Semelhante aos tricíclicos. A trazodona e a venlafaxina tem curta meia vida (precisam de doses fracionadas ao longo do dia), enquanto a bupropiona e a venlafaxina tem liberação prolongada (dose única). ISRS: Fluoxetina, o seu metabólito ativo (norfluoxetina) tem meia vida muito longa (7 a 9 dias no estado de equilíbrio dinâmico), o que permitiu a introdução de uma formulação para administração 1 vez por semana! Os outros fármacos desse grupo também têm meia vida longa (exceto tianeptina) Inibidores da MAO: São facilmente absorvidos pelo TGI, e a inibição da MAO pode persistir mesmo quando essas drogas já não são mais encontradas no plasma. Após a suspensão do fármaco, a tranilcipromina pode exercer efeito por ate 7 dias e a fenelzina pode exercer efeito por ate 2 ou 3 semanas; Mecanismo de ação dos antidepressivos: Hipótese Clássica: Esses antidepressivos vão aumentar a oferta de neurotransmissores (monoaminas: nesse caso principalmente noradrenalina e/ou serotonina) nas fendas sinápticas do SNC; através de: 1- Bloqueio da recaptação de monoaminas: (agentes tricíclicos, agentes heterocíclicos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina - ISRS), com isso a “disponibilidade” desses neurotransmissores na fenda será maior! 2- Inibição da MAO (inibindo a Monoamina Oxidase) [a MAO é uma enzima que atua na degradação metabólica de monoaminas. Possui isoforma MAO –A e MAO – B. A MAO-A é a principal responsável pela degradação de noradrenalina, serotonina e tiramina. A MAO-B é mais seletiva para dopamina. A MAO atua degradando as monoaminas e impede que elas se acumulem, os fármacos que inibem a MAO impedem que essa degradação aconteça e aumentam a disponibilidade das monoaminas.] (Teremos os inibidores reversíveis e os irreversíveis; o bloqueio irreversível da MAO permite um acúmulo significativo de Tiramina e torna o paciente mais susceptível a reações hipertensivas devido à tiramina obtida no alimento. O inibidor reversível da MAO- moclobemida- oferece menor risco de reações hipertensivas). Hipóteses mais recentes: O efeito antidepressivo estaria também ligado a uma indução de dessensibilização dos receptores, a partir do uso crônico dos fármacos. (Uma Down-regulation). - Nas terminações sinápticas: dessensibilização dos receptores α-2 adrenérgicos e triptaminérgicos 1A e 1D. - Nas membranas pós sinápticas: dessensibilização dos receptores β- adrenérgicos e triptaminérgicos (controlando as manifestações da depressão) 2 Grupos de Fármacos: 1º- Bloqueadores da Recaptação de Monoaminas (tricíclicos, heterocíclicos e ISRS.) 2º- Inibidores da MAO 1º Bloqueadores da Recaptação de Monoaminas (tricíclicos, heterocíclicos e ISRS.) Farmacocinética: alimento pode interferir com a absorção (tomar em jejum), grande biodisponibilidade, metabolismo hepático e excreção renal (cuidado com pacientes com hepatopatia e IR), Não há relatos de tolerância ou dependência dos fármacos Efeitos farmacológicos: - Efeito Terapêutico: Elevação do Humor, (leva 2-3 semanas para começar a agir, e a droga só tem efeito em pacientes realmente deprimidos, ou seja, NÃO eleva o humor de pessoas normais). - Efeitos Adversos: centrais- sedação, sonolência, fadiga, fraqueza; Antimuscarínicos: (boca seca, midríase, taquicardia, retenção urinária, constipação intestinal, etc) os ISRS tem bem menos efeitos antimuscarínicos e de sedação!! Bloqueia α 1 adrenérgico, o que pode levar a vasodilatação com hipotensão postural e ate taquicardia Efeitos cardíacos, como taquicardia (devido efeito antimuscarínico, bloq α1, etc) Sudorese intensa Transição maníaca (psicose) Icterícia colestática e priapismo (raro) Interações medicamentosas: Fármacos que aumentam [ ] plasmática de Antidepressivos tricíclicos - ATC (fenitoína, salicilatos, fenilbutazona, glicocorticóides, neurolépticos, contraceptivos hormonais) Fármacos que diminuem a [ ] plasmática de ATC (barbitúricos e carbanazepina) Fármacos que tem sua resposta aumentada pelos ATC (álcool, barbitúricos, opióides, anti-histamínicos de ação direta: descongestionantes nasais, broncodilatadores) Indicações terapêuticas: - Depressão, - Síndrome do pânico; - Distúrbios obsessivo-compulsivos (Compulsão); - Enurese noturna; - Bulimia e anorexia nervosas; - Dor crônica (ligado a fatores neuronais ou não, ex: herpes zoster, câncer, etc) 2º Inibidores da MAO: Farmacocinética: São facilmente absorvidos pelo TGI, e a inibição da MAO pode persistir mesmo quando essas drogas já não são mais encontradas no plasma. Após a suspensão do fármaco, a tranilcipromina pode exercer efeito por ate 7 dias e a fenelzina pode exercer efeito por ate 2 ou 3 semanas; Classificação: Inibidores Irreversíveis: - Fenelzina (Nardil®) - Tranilcipromina (Parnate®) Inibidores Reversíveis: (são mais novos, seletivos para MAO-A) - Moclobemida (aurorix®) ?? (vantagens ) Efeitos Farmacológicos: - Terapêuticos: Elevação do Humor (em 14 a 21 dias, obs, eleva o humor de pacientes deprimidos e de pessoas normais/não deprimidas, diferente dos bloqueadores da recaptação de monoaminas); - Efeitos Adversos: Centrais- insônia, irritabilidade; Transição maníaca (psicose); Efeitos cardiovasculares (hipotensão) Efeitos antimuscarínicos (boca seca, constipação, etc) Graves (necrose hepatocelular) Interações medicamentosas: Potencializam o efeito: -álcool, barbitúricos, opióides - Aminas de ação direta e indireta (tiramina) - β-bloq adrenérgicos - Antimuscarínicos; - Antidepressivos tricíclicos (ATC) Falta dar uma olhada no katzung pag 407 - 414 2 grupos de antidepressivos � � 1º - Os Bloqueadores da Recaptação de monoaminas� Agentes Tricíclicos (1ª geração) Agentes Heterocíclicos e atípicos (2ª e 3ª geração) Inibidores seletivos da recaptação de Serotonina (ISRS)� � 2º - Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO)� �
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