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Antidepressivos ----------------------------------------- FARMACODINÂMICA E FARMACOCINÉTICA I -------------------------------------------- ▸Depressão: Alteração fixa do humor que influencia profundamente o comportamento e o pensamento; ▸Sintomas da Depressão: Humor deprimido, interesse ou prazer acentuadamente diminuídos (em quase todas as atividades), acentuada perda ou ganho de peso, ou diminuição ou aumento de apetite, insônia ou hipersonia, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimento de autodesvalorização ou culpa excessiva, diminuição da capacidade de pensar ou se concentrar, pensamentos recorrentes de morte, ou ideação ou tentativa de suicídio e sentimentos de desesperança; Etiologia • Fatores Biológicos: downregulation de neurotransmissores (serotonina, norepinefrina, dopamina), Anormalidades do Sono; • Psicológicos: Capacidade de lidar com o estresse, abuso ou negligência na infância, ausência da figura materna; • Ambientais: Substâncias psicoativas, estilo de vida; Regulação Pré-Sináptica da Serotonina Legenda: 1) ISRS; 2) Tricíclicos Não Seletivos; 3) IMAO; Regulação Pré-Sináptica da Dopamina e Norepinefrina Legenda: 4) Tricíclicos Não Seletivos.; 5) IMAO; Classificação dos Antidepressivos • Antidepressivos Tricíclicos (ADT); • Inibidores da MAO (IMAO); • Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS); • Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN); • Antidepressivo Noradrenérgico e Serotoninérgico Específico (ANASE); Antidepressivos Tricíclicos (ADT) ▸Imipramina, Trimipramina, Doxepina., Amitriptilina, Noxiptilina, Opipramol, Clomipramina, Desipramina, Protriptilina, Nortriptilina, Butriptilina; ▸Primeira geração de medicamentos desenvolvidos para tratar a depressão; ▸Seu uso para depressão diminuiu muito à medida que agentes mais seguros foram desenvolvidos; 1 2 3 4 5 Antidepressivos ----------------------------------------- FARMACODINÂMICA E FARMACOCINÉTICA I -------------------------------------------- ▸São usados ocasionalmente para tratar transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno de déficit de atenção, transtornos de pânico e fobia, transtornos de ansiedade e uma variedade de outras condições; ▸Potentes inibidores da recaptação de serotonina, dopamina e norepinefrina; ▸O mecanismo de ação comum aos antidepressivos tricíclicos em nível pré-sináptico é o bloqueio de recaptura de monoaminas, principalmente norepinefrina (NE) e serotonina (5-HT), em menor proporção dopamina (DA). Aminas terciárias inibem preferencialmente a recaptura de 5-HT e secundárias a de NE; ▸Efeitos adversos do uso de ADTs: Causam sedação, confusão e falta de coordenação motora. Produzem alguns efeitos adversos problemáticos, principalmente em razão da interferência no controle autonômico. Em superdosagem, podem causar arritmias ventriculares associadas ao prolongamento do intervalo QT; Inibidores da MAO (IMAO) ▸A monoaminoxidase é uma enzima mitocondrial presente no tecido nervoso responsável pela desaminação e consequente inativação de alguns neurotransmissores, tais como: norepinefrina, dopamina e serotonina; ▸Regularizam os níveis de aminas endógenas que possam estar em excesso; ▸Dois subtipos: MAO-A e MAO-B (MAO específicos e MAO inespecíficos). Possuem eficácia semelhante aos tricíclicos, sendo administrados quando estes não respondem ao tratamento; ▸Inibem não só a MAO encefálica, mas também oxidases que catalisam a desaminação oxidativa de fármacos e substâncias potencialmente tóxicas, como a tiramina (encontrada em alguns tipos de alimentos, bebidas alcoólicas, queijos, chocolate, carnes em conservas, salsichas, lentilhas, amendoim e outras sementes); ▸MAO-A: tem preferência de substrato pela 5-HT e é o principal alvo para os IMAOs antidepressivos; ▸MAO-B: tem preferência de substrato pela feniletilamina e a dopamina. É inibido seletivamente pela selegilina, usada no tratamento da Doença de Parkinson; Tipos de MAO de 1ª e 2ª Geração Inibidores da MAO de Primeira Geração: Não Seletivos e Irreversíveis Iproniazida Nialamida Isocarboxazida Iproclozida Fenelzina Feniprazina Octamoxina Inibidores da MAO de Segunda Geração: Seletivos (e em alguns casos, reversíveis) Moclobemida Brofaromina Toloxatone Cimoxatone Almoxatone ▸MAO de 1ª Geração: Alta ocorrência de efeitos colaterais - crises hipertensivas, casos de necrose hepática e muitas interações medicamentosas; ▸MAO de 2ª Geração: Possuem efeitos colaterais menos pronunciados. Ao contrário dos IMAO Irreversíveis, a atividade da MAO retorna aos níveis anteriores logo após a suspensão do tratamento; ▸Efeitos Adversos do uso de IMAOs: Hipotensão, tremores, excitação, insônia e em superdosagens, convulsões; Amitriptilina Antidepressivos ----------------------------------------- FARMACODINÂMICA E FARMACOCINÉTICA I -------------------------------------------- Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) ▸Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina, Escitalopram, Citalopram; ▸Usados também para TOC, transtorno do pânico, fobia social, bulimia e tensão pré-menstrual; ▸Relacionados a distúrbios no TGI: Sertralina está frequentemente associada com diarreia, enquanto a Paroxetina está associada com constipação; ▸Possuem perfis farmacocinéticos variados, que incluem meia vida, farmacocinética linear versus não linear, efeito da idade na sua depuração e no seu potencial de inibir isoenzimas metabolizadoras de medicamentos do citocromo P450 (CYP); ▸Efeitos adversos do uso de ISRSs: Náusea, anorexia, insônia, perda de libido e frigidez. Alguns efeitos são resultantes do aumento da estimulação dos receptores 5-HT pós sinápticos. A Síndrome de Serotonina, caracterizada por elevação rara da 5HT, pode ocorrer com a administração de um ISRS e de um IMAO – hipertermia, rigidez muscular, mioclonus e flutuações rápidas do estado mental e dos sinais vitais; Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN) ▸Venlafaxina, Duloxetina; ▸Mais potentes que os ISRS e com menos efeitos colaterais que os Tricíclicos; ▸Não inibem a recaptação de dopamina – ocasionando menos efeitos colaterais; ▸Os IRSN atuam inibindo reversivelmente o processo de recaptação dos neurotransmissores envolvidos; ▸A venlafaxina e seu metabólito ativo O- desmetilvenlafaxina (ODV) apresentam fraca atividade como inibidores da recaptação de dopamina A venlafaxina e o ODV não apresentam afinidade por receptores adrenérgicos alfa-1, receptores muscarínicos ou histamínicos e também não inibem a monoaminoxidase. Alteram a sensibilidade de receptores beta-adrenérgicos após dose única, diferente de outros antidepressivos que levam à dessensibilização desses receptores após doses repetidas; ▸Efeitos adversos: Cefaleia, insônia, disfunção sexual, boca seca, tontura, sudorese e perda de apetite – por conta do aumento da ativação dos receptores adrenérgicos. Em superdosagem, os sintomas mais comuns são a depressão do SNC, toxicidade por serotonina, convulsão e anormalidades na condução cardíaca; Antidepressivo Noradrenérgicos e Serotoninérgicos Específicos (ANASE) ▸Mirtazapina; ▸A ação da mirtazapina se dá através do aumento da atividade noradrenérgicas e serotonérgica central. É um antagonista de auto e hetero-receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos e antagonista 5-HT2 e 5- HT3 pós-sináptico; Antidepressivos ----------------------------------------- FARMACODINÂMICA E FARMACOCINÉTICA I -------------------------------------------- ▸Apresenta fraca afinidade pelos receptores 5-HT1a e 5-HT1b pós-sinápticos. Sua afinidade pelos receptores histamínicos H1 explica o efeito sedativo; ▸Apresenta fraca atividade por receptores muscarínicos e dopaminérgicos; Fármacos Antidepressivos Imipramina ▸Antidepressivotricíclico usado para tratar depressão e distúrbios do humor; ▸Absorção: rápida e quase que completamente absorvido a partir do trato gastrintestinal. A ingestão de alimentos não afeta a absorção e a biodisponibilidade. Durante sua primeira passagem pelo fígado, a Imipramina (administrada por via oral) é parcialmente convertida em desmetilimipramina, um metabólito que também exibe atividade antidepressiva; ▸Distribuição: Cerca de 86% da Imipramina se ligam a proteínas plasmáticas. As concentrações de Imipramina no fluido cerebrospinal e no plasma são altamente correlacionadas. Tanto a Imipramina como seu metabólito desmetilimipramina passam para o leite materno em concentrações análogas às encontradas no plasma; ▸Metabolismo: É extensivamente metabolizada no fígado. A molécula é transformada principalmente por desmetilação e, em menor extensão, por hidroxilação. Ambas as rotas metabólicas estão sob controle genético; ▸Excreção: É eliminada do organismo com meia-vida média de 19 h. Aproximadamente 80% do fármaco são excretados através da urina e cerca de 20% nas fezes, principalmente na forma de metabólitos inativos. A quantidade de Imipramina inalterada e de seu metabólito ativo desmetilimipramina excretados através da urina são de 5% e 6%, respectivamente. Apenas pequenas quantidades são excretadas através das fezes; Fluoxetina ▸Antidepressivo inibidor seletivo da recaptação da serotonina; ▸Indicado para o tratamento da depressão, associada ou não a ansiedade, da bulimia nervosa, do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e do transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), incluindo tensão pré- menstrual (TPM), irritabilidade e disforia; ▸É 15 a 16 vezes mais potente como bloqueador da serotonina que a amitriptilina ou a doxepina. Sua ação sobre o bloqueio dos receptores muscarínicos anticolinérgicos, histamínicos (H1), serotoninérgicos (5- HT1 e 5-HT2) e noradrenérgicos (a1 e a2) é muito pequena; ▸ADME: Bem absorvida por via oral. As concentrações máximas no plasma ocorrem depois de aproximadamente 6 a 8 h. A presença de alimento causa um leve atraso na velocidade de absorção, mas não afeta seu grau. Cerca de 94,5% da fluoxetina liga- se as proteínas séricas, incluindo a albumina e a a1- glicoproteína. É metabolizada no fígado, sendo em parte metabolizada em norfluoxetina (desmetilfluoxetina), metabólito ativo. A meia-vida no soro da fluoxetina é de 2 a 3 dias, e a da norfluoxetina, 7 a 9 dias. A norfluoxetina e vários outros metabólitos não identificados são excretados pela urina (65 %) e nas fezes (15 %) por mais de 30 dias. Como o fígado é o principal local de metabolização da fluoxetina, seu comprometimento pode afetar a eliminação da droga; Antidepressivos ----------------------------------------- FARMACODINÂMICA E FARMACOCINÉTICA I -------------------------------------------- Venlafaxina ▸Inibidor potente da recaptação neuronal de serotonina e norepinefrina e inibidor fraco da recaptação da dopamina; ▸Absorção: No mínimo 92% da dose de venlafaxina é absorvida após doses únicas orais de venlafaxina de liberação imediata. A biodisponibilidade absoluta é de 40% a 45% devido ao metabolismo pré-sistêmico. Após a administração da cápsula de liberação controlada, as concentrações plasmáticas máximas de venlafaxina e O-desmetilvenlafaxina são alcançadas em 5,5h e 9h, respectivamente; ▸Distribuição: As concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio da venlafaxina e da O- desmetilvenlafaxina são atingidas em 3 dias de tratamento em dose múltipla com venlafaxina de liberação imediata. Ambas apresentam cinética linear no intervalo de dose de 75 a 450 mg/dia após administração a cada 8h; ▸Metabolismo: Sofre extenso metabolismo hepático. A venlafaxina é biotransformada no seu metabólito ativo, a O-desmetilvenlafaxina, pela isoenzima CYP2D6 do P450; ▸Excreção: São excretados principalmente pelos rins. Aproximadamente 87% da dose de venlafaxina é recuperada na urina em até 48h como venlafaxina inalterada (5%), O-desmetilvenlafaxina não- conjugada (29%), O-desmetilvenlafaxina conjugada (26%) ou outros metabólitos secundários inativos (27%); Mirtazapina ▸Antagonista alfa2 pré-sináptico centralmente ativo, que aumenta a neurotransmissão noradrenérgica e serotoninérgica central. A melhora da neurotransmissão serotoninérgica é especificamente mediada através de receptores 5-HT1, porque os receptores 5-HT2 e 5-HT3 são bloqueados pela mirtazapina; ▸A atividade antagonista da histamina H1 de mirtazapina está associada com suas propriedades sedativas. Não apresenta atividade anticolinérgica e, em doses terapêuticas, praticamente não tem efeito sobre o sistema cardiovascular; ▸ADME: Após a administração oral, a substância ativa é rapidamente e bem absorvida (biodisponibilidade ~50%) atingindo níveis plasmáticos de pico depois de aproximadamente 2h. A ligação às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 85%. A meia vida média de eliminação é de 20-40h. A ingestão de alimentos não tem influência sobre a farmacocinética de mirtazapina. Extensivamente metabolizada e eliminada através da urina e das fezes dentro de poucos dias. As maiores vias de biotransformação são a desmetilação e a oxidação, seguidas pela conjugação. As enzimas CYP2D6 e CYP1A2 do citocromo P450 estão envolvidas na formação do metabólito 8-hidróxi de mirtazapina, ao passo que a CYP3A4 é considerada responsável pela formação dos metabólitos N-desmetil e N-óxido. O metabólito desmetil é farmacologicamente ativo e parece ter o mesmo perfil farmacocinético que o composto principal;
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