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1 FOTOGRAMETRIA DEFINIÇÕES Disc. Topografia Prof. Maritane Prior Curso. Engenharia Civil Segundo Wolf (1983), a fotogrametria pode ser definida como sendo a arte, a ciência e a tecnologia de se obter informações confiáveis de objetos físicos e do meio ambiente, através de fotografias por medidas e interpretações de imagens e objetos. Pode ser dividida em duas áreas distintas: a) Fotogrametria métrica: envolve medidas precisas e computacionais para determinar a forma e as dimensões dos objetos. É aplicada na preparação de mapas planimétricos e topográficos. DEFINIÇÕES b) Fotogrametria interpretativa: Ocupa-se com o reconhecimento e identificação dos objetos. Divide-se em: o Fotointerpretação: envolve estudos sistemáticos de imagens fotográficas, com finalidade de identificar objetos. o Sensoriamento Remoto: aplicado para o reconhecimento e identificação de objetos, sem contato físico com eles, em que aviões e satélites são as plataformas mais comuns. Pode-se ainda classificar em duas outras categorias: c) Fotogrametria terrestre: as fotografias são formadas a apartir de câmaras localizadas na superfície da terra; d) Fotogrametria Aérea ou aerofotogrametria: as fotografias são tomadas a partir de câmaras localizadas numa estação no espaço (avião, satélite, balão, etc). É a categoria mais utilizada para geração de bases cartográficas . 1852 – Coronel Aimé Laudessat – por intermédio de balão – pioneiro em registrar cenas aéreas – conhecido como Pai da fotogrametria Surgimento da fotogrametria 1909 – Capitão Cesare Tardiro – primeira vez usou avião p/ registrar terrenos na Itália. 1a e 2a Guerras • Grande desenvolvimento: observação e mapeamento; • Necessidade de maiores e melhores informações p/ fins militares; • Maiores avanços na fotogrametria e fotointerpretação; • Invenção do estereoscópio. Após 2a Guerra – uso de fotografias para levantamento dos recursos naturais Atualmente – grandes aliados como satélites equipados com câmeras especiais. Evolução histórica dos sistemas de obtenção de imagens aéreas. 2 Fotointerpretação: Apesar de conceitualmente, a Fotointerpretação estar tradicionalmente vinculada à aerofotogrametria (aerofotointerpretação), ela pode ser estendida à interpretação de imagens de satélite e de radar. Ao menos quando se trabalha na faixa do espectro eletromagnético do visível; Em todos os casos tem-se que a foto ou imagem devem sempre ser captadas na vertical ou próximo disso. OBS.: Toda informação obtida sem entrar em contato com a superfície de interesse é uma informação obtida remotamente. Consequentemente, a obtenção de fotografias aéreas é um sensoriamento remoto. Identificação de manchas urbanas. Ampliação da digitalização de edificações Aplicações da Fotogrametria Geologia: formações geológicas, definições de rochas, etc… Agricultura: enorme quantidade de dados sobre a terra, pode-se medir o tamanho das propriedades, estudar o uso atual da terra, planejar o controle de erosão, etc. Urbanismo: planejamento das cidades e desenvolvimento urbano, melhoramento do tráfego, acidentes de trânsito, etc. Elaboração de: mapas topográficos (planialtimétricos) mapas temáticos (solos, vegetação, relevo) Mapas apresentando regiões com predomínio de determinados tipos de solos, associando os tipos de vegetação e as condições de relevo; Distribuição de renda e níveis de tecnologia empregados na agricultura;Etc. Fotoíndices e mosaicos Indices de vegetação, que permitem determinar a quantidade de material vegetal na superfície, possibilitando a verificação de problemas de manejo, de solo e ocorrência de doenças; Acompanhamento da recuperação de áreas destruídas por incêndios etc. Aplicações: 3 Projetos agrícolas de controle à erosão; Identificação da ocorrência de erosão; Locais mais propícios para a ocorrência de erosão; de controle às cheias; Delimitação de áreas sujeitas às cheias; De planejamento e desenvolvimento urbano e rural; restauração/conservação de patrimônios; Ambientais; Estudos pedológicos (ou de solos) Com base em amostras de solo, associadas ao relevo e à vegetação, pode-se, a partir de imagens estudar tipos de solos e determinar em fotografias regiões com predominância de tipos de solos; Cada solo possui uma impressão espectral Faixas espectrais com maior ou menor reflexão ou emissão; A fotogrametria como um todo tem ganhado espaço como ferramenta no planejamento e gerenciamento de projetos que envolvem o ambiente e recursos naturais. Monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento da expansão da área urbana. Serve como base de dados gráfica para projetos de SIG (Sistemas de Informações Geográficas) ou Geoprocessamento. Monitoramento de crescimento das cidades (loteamento novos, etc). Atualidade: Classificação da Fotogrametria Terrestre: as fotografias são formadas a partir de câmeras localizadas na superfície da terra, ou seja, com o eixo óptico da câmera na horizontal. Aérea: as fotografias são tomadas a partir de câmeras localizadas numa estação no espaço (aeronaves, satélites, balões, etc), ou seja, com o eixo óptico da câmera na vertical ou quase isto. Fotogrametria aérea: Câmeras aerofotogramétricas: Segundo Segantine (1988), apesar do funcionamento dessas câmeras se basear nos mesmos princípios que regulam o da câmera comum, distinguem-se destas pelas muitas adaptações técnicas acresecentadas para a finalidade a qual se destinam. A câmera aérea é caracterizada pelo formato do negativo, pela distância focal da objetiva e pelo ângulo de campo da objetiva. As dimensões mais comuns dos negativos são 23 x 23 cm 18 x 18 cm Fotogrametria aérea Classificação das fotografias aéreas a) Classificação quanto à orientação da câmera. 4 TIPOS DE FOTOGRAFIA (segundo a orientação do eixo óptico) fotos terrestres fotos aéreas: verticais (inclinação < 3º) oblíquas altas ( com o horizonte na foto) oblíquas baixas ( sem o horizonte na foto) oblíqua altavertical oblíqua baixa Classificação de Câmaras aéreas Uso ou Finalidade Cartográfica ou Métrica : seus elementos de orientação interna são perfeitamente conhecidos e de alta precisão. Obtém fotografias cartográficas. Reconhecimento : seus elementos de orientação interna não são conhecidos com exatidão. Obtém fotografias de reconhecimento. Especial : são câmaras modificadas para a obtenção de fotografias especiais. Ex.: fotografias Multiespectrais. Escala de uma fotografia vertical E = f / H E = f / (hm – h) h é a altitude da câmara hm é a altitude média do terreno ESCALA DA FOTO OBS: Leva-se em conta a altitude média do terreno datum altimétrico cota do terreno = H = altura de voo distância focal = f negativo b’ a’ positivo b a aOb AOB A f AB ab escala HZ f escala ESCALA DE UMA FOTOGRAFIA VERTICAL Sendo A a altura média de voo sobre o terreno, a escala que se obtém é uma escala média. Pontos mais baixos do terreno terão uma escala menor e pontos mais elevados terão uma escala maior. A escala na foto não é constante. A Escala fotografia vertical 5 IMPORTANTE: Definir qual é a escala de trabalho para que se possa identificar todos os elementos desejados. baixa altitude <1500 m escala 1/5000 média altitude 1500 m - 5000 m escala 1/5000 - 1/17 000 grande altitude > 5000 m escala <1/17 000 Para distâncias focais f = 300 mm ALTURA DE VOO SOBRE O TERRENO, H Maior altura de voo, maior terreno fotografado, mas menor precisão dorelevo CARACTERÍSTICAS DAS FOTOGRAFIAS AÉREAS Uma fotografia aérea apresenta diversas informações: Marcas fiduciais:para determinação do ponto principal; Altimetro: determina a altura do vôo; Relógio: com a hora da tomada; Distância principal: útil para o cálculo da escala; Número da faixa da fotografia e da tomada; Eixos X (linha de vôo) e eixo Y (perpendicular a linha de vôo). Apresentação de uma fotografia aérea CARACTERÍSTICAS DAS FOTOGRAFIAS AÉREAS marcas fiduciais 230 mm C – centro da foto A posição do centro da foto é determinada a partir das marcas fiduciais Dimensão das fotos = 230 mm u v c 6 O Vôo Aerofotométrico Um avião fotográfico só decola para a execução de uma missão de cobertura fotográfica depois de um planejamento da operação. Fonte: http://www.cartografia.eng.br/artigos/naero02.asp O tempo é fator importante. Conforme o país, ou a região, existem áreas em que as características atmosféricas são propícias ao vôo na maior parte dos meses do ano. Outras há, entretanto, que raramente favorecem a execução de um vôo, como é o caso da região da floresta amazônica ou da região cacaueira da Bahia, quase sempre cobertas por nuvens A altura a ser voada varia com a escala da fotografia, com o intervalo de curvas a ser usado e com a distância focal da câmara. A posição do Sol é, igualmente, levada em consideração, uma vez que o excesso de sombra irá prejudicar detalhes importantes que vão ser restituídos. É inconveniente, também, o vôo com Sol a pino, porque não haverá suficiente contraste entre muitos objetos do terreno O avião: Fator de muita relevância é o avião para cobertura fotográfica. Tem que possuir a velocidade prevista para o projeto, Boa estabilidade durante o vôo, Raio de ação necessário, a fim de ser evitada uma interrupção inútil de uma missão, o que resultaria em perda de tempo e de dinheiro. Uma vez preenchidas todas as exigências, terá que ser adequadamente equipado, inclusive quanto ao conforto da tripulação e do operador fotogramétrico. COBERTURAS FOTOGRÁFICAS Recobrimento aerofotogramétrico IDENTIFICAÇÃO: Nº VOO Nº FIADA Nº FOTO Faz-se através da tomada de séries de fotografias, ao longo de faixas de voo, cobrindo toda uma área. RECOBRIMENTO AEROFOTOMÉTRICO Recobrimento longitudinal 60 % 7 Superposição longitudinal Fonte: http://www.cartografia.eng.br/artigos/naero04.asp Cobertura aerofotogramétrica Segundo TEIXEIRA (1986) se duas fotografias tem uma superposição de p %, a distância entre os pontos principais no modelo será (100-p)% do formato da foto, multiplicado pela escala da foto. Exemplo: Quantas fotografias estão em uma faixa? -Fotografias com formato 23 x 23 cm -Escala 1:40000 -Superposição longitudinal: 60 % -Comprimento da faixa: 150 km Cálculo: p = 60 % (100-60) % = 40 % 40% de 230 mm = 92 mm No terreno equivale a: 92 mm x 40000 = 3680 m Número de fotografias necessárias 150000/3690 ~ 41 fotografias Vantagens e limitações quanto au uso de fotografias aéreas Vantagens: Riqueza de detalhes; Rapidez de obtenção dos dados; Possibilidade de observação estereoscópica; Economia de tempo e pessoas para mapeamento; Desvantagens: A escala não é uniforme (varia na mesma fotografia e entre fotos), devido ao deslocamento, inclinação e oscilação de vôo; Implica em ter-se aparelhos caros para contornar essas variações; Dificuldade de manusear grande número de fotografias na confecção de mapeamentos de áreas extensas; Requer pessoal qualificado para a fotointerpretação; Custo elevado (principalmente em áreas pequenas). VISÃO ESTEREOSCÓPICA ESTEREOSCOPIA – ciência ou arte que permite a visão estereoscópica (terceira dimensão). É composta por métodos que visam reproduzir artificialmente a visão binocular humana. Do grego… Stereo = “sólido” Scopia = “ato de ver” Visão monocular: permite examinar a posição e a direção dos objetos dentro do campo de visão humana. Permite reconhecer forma, cores e tamanho. Visão binocular: permite a visão tridimensional e noção de profundidade 8 Nome dado ao seguinte fenômeno natural: Uma pessoa observa simultaneamente duas fotos de um objeto, tomadas de dois pontos de vista diferentes (distintos). Vendo cada foto com um olho, verá o objeto em três dimensões. Para a obtenção da visão estereoscópica, através de fotos, é necessário que tenhamos dois olhos com a mesma capacidade de visão. Três fotos consecutivas da mesma fiada com 60 % de sobreposição longitudinal. 60 % da imagem da foto 2 aparece também na foto1. Do mesmo modo 60% da imagem da foto 2 aparece na foto 3. As fotos 1 e 2 constituem um par estereoscópico. O mesmo sucede com as fotos 2 e 3. PAR ESTEREOSCÓPICO foto 1 foto 2 foto 3 sentido do voo 60% 60% CENTRO DA FOTOGRAFIA E CENTRO TRANSFERIDO PAR ESTEREOSCÓPICO O centro da foto ou ponto principal marca-se a partir da intersecção dos segmentos retos que unem as marcas fiduciais. O centro transferido é a imagem do centro de uma foto noutra foto consecutiva da fiada. Centro da foto 1 Centro transferido da foto 2 foto 1 Centro transferido da foto 1 Centro da foto 2 foto 2 Marcas fiduciais Esquema simplificado de um estereoscópio de espelhos (com lentes, prismas e espelhos) SEPARAÇÃO DE IMAGENS PARA VISÃO ESTEREOSCÓPICA Estereoscópio de espelhos Estereoscópicos de bolso e de espelhos Estereoscópio de espelhos 9 EXAGERO VERTICAL O estéreo modelo observado não é uma réplica exata do terreno fotografado, existe o que se chama de exagero vertical: o relevo se apresenta mais acentuado que a realidade. Toda observação de relevo no estereomodelo deve levar em conta esse exagero vertical. Para restituição medidas e fotointerpretação o exagero é mais vantagem do que desvantagem, pois pequenas feições topográficas são acentuadas. Quando se observam fotos de um estereopar com suas posições trocadas, o relevo aparecerá invertido: os valores aparecerão com elevações e as cristas como fundo de vales: este fenômeno de inversão é chamado de pseudoscopia. Quando as fotografias apresentam grande riqueza de detalhes e/ou se procura anomalias de drenagem ou de topografia, a observação pseudoscópica é de utilidade, pois essas feições ficarão mais ressaltadas e evidentes. PSEUDOCOSPIA Paralaxe: é o deslocamento relativo de um ponto-imagem nas fotografias aéreas consecutivas em relação a direção da linha de vôo decorrente da mudança da câmara no momento da exposição, além disso pode ser medida sobre o plano da foto e expressar a diferença de altura entre dois ou mais objetos. Exemplo: -basta colocar o dedo indicador defronte aos olhos e fixar a visão em um objeto mais distante como uma parede, por exemplo. -A primeira observação é de que serão vistas duas imagens separadas dos dedos, pois o olho não consegue fundir imagens tão distantes. -Se piscarmos rapidamente cada olho de uma vez, veremos o dedo se deslocar de lado a lado, ou seja, sua posição aparente muda de acordo com a posição do olho, usando como referência fixa a parede. FOTOINTERPRETAÇÃO Pode ser definida como o ato de examinar uma imagem com o propósito de identificar objetos e determinar seus significacados. As foto aéreas contém detalhes gravados do terreno no momento de sua tomada. Um fotointérprete examina sistematicamente as fotos, podendo adicionar estudos de outros trabalhos, como por exemplo de um mapa já existente. FOTOIDENTIFICAÇÃO - reconhecimento de objetos na imagem fotográfica. Pode ser realizada com ou sem estereoscópio. FOTOANÁLISE - ato de analisar a imagem coma finalidade de agrupar paisagens ou acidentes semelhantes. Exige o emprego do estereoscópio. FOTOINTERPRETAÇÃO - técnica de se concluir pela presença, ocorrência e significado de objetos, aspectos não diretamente discerníveis na fotografia. Exemplo: presença de cerca ou postes no terreno. O estudo das fotografias aéreas pode ser conduzido através de três técnicas: 10 Fotointerpretação Elementos De uma maneira geral os elementos são mais facilmente identificados quando as características da superfície da Terra foram idealizadas pelo homem (ex. casas residenciais, edifícios, estradas, pontes, etc). São de difícil confecção quando se devem estudar as características para vegetação natural e as formas da Terra. Para a interpretação das características naturais, é essencial treinamento e trabalho de campo, para a obtenção da experiência necessária, podendo assim o profissional produzir trabalhos consistentes. A fotointerpretação é facilitada em áreas cultivadas devido às formas características que nelas prevalecem. Culturas, pomares, pastos, etc., são geralmente limitados por áreas ou rios, o que facilita a interpretação. Essas áreas são também caracterizadas pelas estradas, trilhas de gado, represas para irrigação e drenagem e pelo conjunto de construções típicas de área rural. A leitura fotográfica é um assunto para determinações gerais, tais como escala, orientação geográfica, estação do ano, identificação das linhas correspondentes ao perímetro, estradas de rodagem, estradas de ferro, importantes cursos d´agua e classificação das principais formas topográficas. Nas áreas cultivadas as sombras aparecem com diversas tonalidades de cinza, predominando as tonalidades claras. Assim toda a vegetação baixa, como a grama, aparece com tonalidade cinza claro e textura fina. Áreas com pastagem, áreas gramadas e campos aparecem com tonalidade clara e textura suave. Florestas densas aparecem com tonalidade escura enquanto que uma floresta em inicio de desenvolvimento aparece com tonalidade clara. O aparecimento de sombras de diferentes formas indica a presença de uma floresta mista. Nas regiões de relevo irregular, as linhas de vegetação e árvores ao longo dos cursos d´agua são mais densas do que em regiões que possuem relevo regular ou plano. Lagos, reservatórios, tanques e pântanos são identificados pela sua uniformidade e tonalidade da terra é bem escura. Quando há arvores nos pântanos, estas aparecem com tonalidade cinza- escuro e a área que mostra o solo aparece com tonalidade bastante escura (preta). Rios, ribeirões e riachos são identificados pela sinuosidade, uniformidade de tom e pelas características topográficas. Outras características podem ajudar na identificação, tais como: pontes, queda d´agua, represas, docas, etc.. A reflexão do Sol, ocorrendo relativamente sempre na mesma posição, durante as exposições sucessivas de um vôo fotogramétrico aéreo, é de grande ajuda na identificação de pequenos riachos, particularmente aqueles que penetram áreas de densas florestas. As estradas de rodagem são distinguidas nas fotografias aéreas. O que é difícil é identificar o tipo de pavimento. Essa identificação só é possível em fotografias de escala grande. Estradas sinuosas indicam região montanhosa. Linhas de transmissão são identificadas, porque ao atravessar certas regiões, é observada uma área limpa, sem arvores, mostrando a passagem da linha de transmissão. A mudança de direção neste caso é caracterizada por ângulos agudos e não curvos. Cemitérios são identificados pela aparência esquemática das arvores, arbustos e caminhos. O formato dos túmulos é também uma característica importante. A identificação de escolas depende principalmente da forma geométrica da mesma e das características que se encontram nas vizinhanças. Assim um prédio escolar, pequeno ou grande, só pode ser identificado caso se encontre nas vizinhanças do mesmo; jardim, campo de futebol, playground, piscina, etc. As igrejas são identificadas principalmente devido a sua estrutura de construção, seu tamanho, formato e pela torre com a cruz no topo. Geralmente está construída no centro de uma área gramada, com árvores e arbustos. 11 É a quantidade de luz refletida por um objeto e registrada numa fotografia preto e branco. Os tons nestas fotografias são gradações do cinza, incluindo-se o preto e o branco, e o olho humano tem uma boa habilidade de distinção. Tonalidade Fotográfica Solos que possuem um maior poder de retenção de água são mais argilosos e com maior teor da matéria orgânica. Na fotografia aérea, estes solos aparecerão mais escuros, tornando-se fácil a demarcação dos limites entre solos. Outro elemento de influencia é a cor do solo. As cores naturais dos solos se situam entre o vermelho e o amarelo, e entre o branco e o preto. Assim, o vermelho, vermelho-amarelo, amarelo, branco, cinza e preto são registrados em tons cinza diferentes, por refletirem a luz diretamente. No estudo de solos, as possibilidades são maiores, visto que cada cor apresenta diversas tonalidades. No estudo da vegetação. A cor apresenta-se como um dos elementos mais importantes. A aparência das plantas (e das superfícies vegetais) depende de sua interação com a radiação, sendo influenciada pela geometria das folhas, morfologia, fisiologia, composição química, solo e clima. A reflexão no verde é geralmente baixa (10 a 20%), mas devido a grande sensibilidade do olho humano para o verde, ve-se esta cor com grande precisão. COR Textura A textura fotográfica é uma característica muito própria no estudo da vegetação, permitindo a partir desta, inferências sobre geologia e solos. Neste exemplo, observa-se áreas de culturas anuais (1), culturas perenes (2), pastos limpos (3), reflorestamento de eucalipto (4), reflorestamento de pinus (5), mata mesófila semidecídua (6), mata ciliar (7) e corpo d'água (8). Fonte: http://www.apacampinas.cnpm.embrapa.br/fotoae.html Imagem Satélite Land Sat 5 (1984) Brasília-DF FONTE: INPE 2010 12 Composição colorida 4(G) 5(R) 3(B) com as imagens ETM+ Landsat-7 (Junho-2002), Guarulhos - SP. FONTE: INPE 2010 A forma, como elemento de reconhecimento pode ser considerada como uma expressão topográfica ou de contornos. 1) Cursos d´agua – linhas sinuosas continuas de trajeto irregular que, segundo suas dimensões e escala da fotografia, podem apresentar ou não espelho d´agua. Geralmente os cursos tributários atingem a principal, formando um ângulo cujo vértice aponta o sentido da corrente. 2) Pântanos e alagadiços – áreas com predominância de contornos curvilíneos, geralmente associadas com cursos d´agua; 3) Vegetação natural – áreas de contornos irregulares e de aspecto variável, segundo o tipo e a idade; 4) Culturas – formas retangulares ou em faixas, de aspecto variável segundo a idade. FORMA: Arranjo espacial ordenado de aspectos geológicos, topográficos ou de vegetação. Para a fotointerpretação, o padrão refere-se à visão plana bidimensional dos elementos fotográficos. As lineações são também ilustrações de padrão, que se originaram de um arranjo ordenado de segmentos de rios, árvores, depressões, etc., podem se apresentar paralelas, cruzadas, convergentes, radiais, contínuas, descontínuas, etc. Os blocos são representados pelos padrões de vegetação, e podem ser “ordenados” (cafezal, pomares, eucalipto, etc), “ao acaso” (vegetação natural), “maciços” (florestas, cerrado), “descontínuos”, etc. Padrão A drenagem talvez seja um dos elementos mais importantes do padrão, e vem a ser o modelamento da superfície do terreno sob ação das águas. Outros fatores que influenciam a drenagem são: relevo, manto vegetal, textura do solo, litologia, e estrutura dasrochas. Modelo de drenagem seria o arranjo planimétrico dos cursos d´agua, sugerindo uma tendência de arranjamento. O estudo do modelo de drenagem é bastante útil embora seja difícil estabelecer regras generalizadas. Existem seis tipos básicos de modelos de drenagem: Dendrítico, Treliça, Radial, Paralelo, Anular Retangular. O modelo mais comum nas nossas condições é o dendrítico. Forma dendrítica dos canais de drenagem Diversas formas de canais de drenagem 13 Aspectos de erosão Características comparativas do canal de drenagem FOTOINTERPRETAÇÃO DA DRENAGEM Relevo: A-B: relevo menos ondulado; B’- A’: relevo mais inclinado. De acordo com o cor do solo pode-se ter uma idéia de como é a composição desse solo. Solo mais amarelados apresentam maior concentração de ferro no local, enqanto que solos mais avermelhados já arepresentam maior porcentagem de argila na área. FOTOPEDOLOGIA Tamanho O tamanho dos objetos varia segundo a escala fotográfica. Objetos com forma idêntica em visão plana podem ser distinguidos pelo tamanho relativo. Assim é possível distinguir uma `vossoroca de um sulco de erosão. Relação com aspectos associados As vezes a interpretação de uma ocorrência só é possível através de uma associação de evidencias. Em termos geológicos, as falhas geralmente se expressam como linhas retas ou levemente curvas; ainda podem ser identificadas por mudança brusca na tonalidade topográfica em ambos os lados desta linha. 14 Formas Edificações rurais, tendem a manter um a padronização das formas. Residências tendem a manter formato quadrado, galpões e outras construções tendem a manter formato retangular. Vegetação e Uso da Terra Os padrões de vegetação referem-se ao complexo vegetal desenvolvido numa área. Inclui-se aqui a vegetação natural e terras com cultura. Quanto à vegetação natural, as matas altas localizam-se em solos profundos e de boa fertilidade, passando pelos cerrados e chegando até os campos limpos, predominante em solos arenosos. Em terrenos cultivados, podem-se distinguir os solos profundos e bem drenados pela presença de pomares e os solos hidromorficos pela presença de hortaliças. Ex. O verde de uma mata é mais escuro que o verde de uma pantação de cana. Para compreender mais sobre as fotos aéreas deve-se treinar o operador ou seja o fotintérprete. Quanto mais treinado, mais detalhes podemos destacar nas fotografias aéreas.
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