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10/04/2018 1 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Introdução Atualmente, com a internacionalização da contabilidade, para as questões de combinação de negócios, deverá ser observado o disposto no CPC 15. Nesta aula, abordaremos os principais aspectos envolvidos na combinação de negócios, do ponto de vista contábil, e demonstra como deverão ser feitos os lançamentos contábeis para cada uma destas operações, demonstrando qual o efeito nas companhias envolvidas na situação. Além disso, vamos demonstrar algumas situações particulares que podem ocorrer, como por exemplo, a incorporação de uma subsidiária integral, com a geração de mais-valia e a contabilização desta operação. Por fim, demonstraremos como deve acontecer a relação de substituição a valor de mercado e a correta observância que deve ser levada em consideração para que os acionistas não sejam prejudicados Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Introdução Atualmente, com a internacionalização da contabilidade, para as questões de combinação de negócios, deverá ser observado o disposto no CPC 15. Muitas empresas não faziam, antes da internacionalização da contabilidade, os processos de fusão, incorporação e cisão a valor de mercado, o que contraria atualmente o IFRS 3 – Business Combination. Este fato não era observado mesmo quando acontecia a mudança de controle, que já exigia, de acordo com o Decreto-Lei no 1598 e a instrução da CVM no 247/96, precedida da instrução no 1/78, que a avaliação fosse feita a valor de mercado. Nota-se que não há nenhuma alteração nas demonstrações contábeis de empresas que permanecem com o controle com a mesma entidade, uma vez que só há nova entidade quando houver o processo de alteração do controle do bloco acionário, ou seja, alteração do controlador. 10/04/2018 2 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Grupo Controlador Assim, de acordo com a interpretação do CPC 15, um grupo é considerado controlador quando tem o poder de governar as políticas financeiras e operacionais de um grupo, obtendo assim os benefícios de suas atividades. Não se aplica o CPC 15 quando o mesmo grupo, por força contratual, tiver o poder coletivo final e não transitório de governar as políticas financeiras e operacionais de cada uma das entidades da combinação. Destaque para o fato de “grupo de indivíduos” se referir a pessoas físicas ou jurídicas. Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Demonstrações Contábeis Com relação às demonstrações contábeis, de acordo com o disposto no CPC 15, se a entidade for controlada por outra que não é obrigada a publicar suas demonstrações contábeis, a sociedade controlada não precisa ser incluída no conjunto de demonstrações consolidadas para que a combinação de negócios venha a ser considerada como envolvendo entidades sob controle comum. A extensão da participação de não controladores em cada entidade da combinação, antes ou depois do processo de combinação, não é relevante para determinar se a combinação envolve entidades sob controle comum. O que também não é relevante é o fato de uma das entidades da combinação ser controlada e ter sido excluída das demonstrações consolidadas. 10/04/2018 3 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de sociedades sob controle comum Em 31/12/x1 , a sociedade Alfa incorporou a sociedade Beta. As duas atuam no mesmo ramo de negócios e estão sob controle acionário comum. Assim, as pessoas físicas que detêm o capital de Alfa também detêm o de Beta, na mesma proporção. Logo, Alfa não participa de Beta, nem vice-versa. Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de sociedades sob controle comum Em seguida, as contas deverão ser encerradas. Assim, as contas do ativo circulante e do não circulante devem ser creditadas, e o valor deverá ser debitado na conta de incorporação. Já os saldos das contas do passivo deverão ser debitados para encerramento e o valor, transferido para a conta de incorporação. Por fim, no segundo momento, as contas de patrimônio líquido deverão ser encerradas, e o valor será a diferença para o encerramento da conta de incorporação. Posteriormente, deverão ser afetados os razonetes da companhia Alfa, com a transferência dos saldos das contas da Beta. 10/04/2018 4 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de sociedades sob controle comum Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de sociedades sob controle comum Agora a empresa Alfa recebe os saldos da Beta e a conta de incorporação é afetada, de forma inicial, como contrapartida do ativo circulante e não circulante, e após isso, com os saldos do passivo circulante e não circulante. Por fim, o saldo, ou seja, a diferença entre ativos e passivos, que é representada pelo valor do patrimônio líquido, deverá ser transferido para o encerramento da conta de incorporação e aumento da conta de patrimônio líquido. Lembrando que aqui não aparece a conta detalhada por estarmos trabalhando com grupos, mas no patrimônio líquido, a conta afetada será a conta de capital social. 10/04/2018 5 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de sociedades sob controle comum Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de sociedades sob controle comum O balanço final corresponde ao balanço consolidado de Alfa e Beta. Esta situação ocorre sem que uma empresa controle a outra, mas as duas possuem controle comum. Ou seja, uma terceira possui o controle sobre as duas, e elaboram um balanço com as mesmas técnicas para a consolidação. Neste caso, os valores de ativos e passivos se mantêm, uma vez que não há mudança de controle. Não houve compra ou venda de ativos, logo não existe qualquer alteração neste grupo. Houve o aumento de capital de Alfa, logo a quantidade de ações emitidas dependerá dos critérios de avaliação de Alfa e de Beta. 10/04/2018 6 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de subsidiária integral Imagine agora a seguinte situação, com base no mesmo balanço: No ativo não circulante da Cia. Alfa existe um investimento na controlada Beta, que é avaliado pelo método da equivalência patrimonial, no valor de 12.000, sendo 2.000 referentes a ágio. Este termo não deverá mais ser utilizado. Assim, o restante do não circulante, ou seja, 20.000 – 5.000 – 2.000 = 13.000 são imobilizados de Alfa. Logo, Beta é subsidiária integral de Alfa, como ficaria Alfa se incorporasse Beta? Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de subsidiária integral 10/04/2018 7 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de subsidiária integral Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de subsidiária integral No caso de ágio originado pela diferença de valor de mercado da aquisição dos imobilizados de Beta, o termo utilizado não deverá ser mais ágio, e sim mais- valia, ficando o conceito de ágio restrito ao conceito de goodwill. Assim, o saldo remanescente de mais-valia pela diferença de valor de ativos líquidos deverá ser integrado ao custo do item que lhe deu origem, aqui no caso, o ativo imobilizado, que desta forma deverá ser ajustado em R$2.000. Já se o ágio fosse pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) – o que caracteriza genuinamente um ágio –, então este valor deveria ser transferido para ativo intangível, não sendo amortizado, uma vez que a legislação não mais o permite, e sim testado conforme o CPC 01 . 10/04/2018 8 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de subsidiária integral Goodwill - A diferença entre o que a empresa pagou (valor de mercado) e o valor justo dos ativos identificáveis líquidos.Mais-valia - A diferença entre o valor justo dos ativos identificáveis líquidos e o valor patrimonial. Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de Controlada No caso de uma incorporação de controlada, haverá “um misto das duas incorporações já mostradas”. O procedimento inicial de transferência das contas é o mesmo, porém haverá um aumento do capital de Alfa para os acionistas não controladores de Beta que serão, agora, acionistas de Alfa. Sendo que a quantidade de ações a ser emitida para esses acionistas dependerá do valor das ações de Alfa e de Beta. 10/04/2018 9 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Incorporação de Ações Neste caso, a companhia Alfa adquire as ações ou quotas de todos os acionistas de Beta, ficando assim a Beta como uma subsidiária de Alfa. Não há incorporação propriamente dita, pois os sócios de Alfa passam a ser sócios de Beta, não originando lançamento em Beta, somente em Alfa. Esta possui um débito em investimento (Beta) e um crédito de capital social. Combinação de negócios de sociedades sob controle comum 10/04/2018 10 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Cisão Quando uma empresa fizer a transferência de parcelas de seu patrimônio para uma ou mais empresas, haverá a chamada cisão parcial. Quando fizer a transferência total de seu patrimônio, ocorrerá a cisão total, e neste caso a companhia cindida será extinta. Quando a operação for de cisão com parcela em patrimônio de sociedade já existente, ela obedecerá ao artigo 227 da Lei Societária. Será uma operação envolvendo controle comum se a incorporadora que receberá parte do patrimônio da cindida, bem como a cindida, forem controladas pelo mesmo grupo de empresas ou indivíduos. Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Uma empresa que vende rodas e pneus, e que quer separar estas duas atividades, tinha o seguinte balanço: 10/04/2018 11 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Os proprietários da empresa desejam cindir as duas empresas como se a contabilidade das duas já fosse feita de forma dividida, ou seja, uma parte de rodas e pneus. Inicialmente, deve ser feita a capitalização das reservas ou prejuízos ao capital social, para que a única contrapartida do patrimônio líquido seja o capital social. Se tal capitalização não for feita, o patrimônio líquido cindido deverá ser transferido de forma proporcional entre capital e reservas. Em casos especiais de empresas que possuem reservas de reavaliação de ativos, este valor deverá permanecer na empresa que ficar com os ativos, havendo compensação com outras contas, uma vez que o total cindido não se altera. Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Desta forma, o balanço da empresa cindida e da nova empresa ficará da seguinte forma: 10/04/2018 12 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Como não há relacionamento entre independentes, os lançamentos são basicamente os mesmos dos já apresentados. Se houver divergência de opiniões ou desentendimentos entre os sócios, a cisão ocorrerá por atribuição de valores aos ativos e passivos cindidos. Neste momento, pode haver uma combinação de negócios, uma vez que os sócios passam a ser terceiros independentes com relação àqueles que permanecem na empresa cindida. O goodwill, sendo que pode estar ligado ao negócio que ficou na cindida ou na nova empresa, deve ser totalmente baixado na cindida e registrado na incorporadora, não pelo valor original e sim pelo valor do negócio. Ou, ainda, deverá ser transferido pelo seu valor contábil à incorporadora se for uma operação sob controle comum. Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Relação de substituição a valor de mercado No caso das operações de fusão, cisão e aquisição sem mudança de controle, não há a necessidade de alteração nos valores de ativos e passivos. Isto só ocorrerá na mudança de controle acionário e, de acordo com o CPC 15, estes deverão refletir uma nova base de avaliação, representando a nova realidade econômica consumada. No caso de substituição de ações, deverá ser trabalhada com valores de negociação dos patrimônios líquidos, independentemente de haver ou não mudança de controle. Estes valores podem ser entendidos por valores de mercado, valores econômicos com base em valor presente de fluxo de caixa projetado, entre outros. Isto é feito para evitar prejuízos aos sócios. 10/04/2018 13 Combinação de negócios de sociedades sob controle comum Avaliação das ações Nas operações de aquisição, fusão e cisão, mesmo quando ocorrem sob controle comum, deve-se observar, no caso de acionistas não controladores, a avaliação das ações feita a valor de mercado. Pode-se ainda observar outro critério aceito pela CVM, mesmo que não seja parâmetro para as trocas e que não conste no protocolo, figurando somente no instrumento de justificação. Caso a relação utilizada na substituição das ações for menor que a obtida a valor de mercado, ou por outro critério aceito pela CVM, os acionistas dissidentes podem optar por um valor de reembolso diferente daquele proposto pelo controlador, e então, se retirar da sociedade. LINK PARA DOWNLOAD http://www.4shared.com/file/gAqzDkq6ce/AULA_2.html
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