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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃOCARLOS INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃOCARLOS INSTITUTO DE QUÍMICA DE SÃOCARLOS INCIDÊNCIAS PATOLÓGICAS NO SUBSISTEMA ESTRUTURA DE EDIFÍCIOS HABITACIONAIS NA REGIÃO DE SÃO CARLOS/SP Eng. CILENE DE CASSIA GARCIA Dissertação apresentada à área interunidadesemCiênciae Engenharia de Materiais,da Universidadede São Paulo,comopartedos requisitospara obtençãodotítulodeMestreemCiência eEngenhariadeMateriais. ORIENTADOR: Prof. Dr. JEFFERSON B. L. LIBÓRlO SãoCarlos 1999 ( I Área Interunidades CAIXA POSTAL - 369 CEP 13560-970- SãoCarlos/SP- Brasil Tel/Fax: (016)273-9777 E-mail: erica@if.sc.usp.br Ciência e Engenharia de Materiais UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EscoladeEngenhariadeSãoCarlos InstitutodeFísicadeSãoCarlos InstitutodeQuímicade SãoCarlos MEMBROS DA COMISSÃO JULGADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE CILENE DE CÁSSIA GARCIA, APRESENTADA A ÁREA INTERUNIDADES EM CIÊN~IA E ENGENHARIA DE '!y1ATERIAIS,DA EESC-IFSC-IQSC,UNIVERSIDADEDE SAOPAULO, EM 18/3/1999./ COMISSÃO JULGADORA: , --------~--~--_.::~--~--~----------------------------:?~~~~.Libardi Libório (Orientador) (SAP-EESC-USP) - Jj(11 ____ "- / /,h_------------~--I. ~-------------------------------------------------------------- Prof. Df. João BentodeHanai (SET-EESC-USP) l'~I)_"""~"''''''',''' ,•••.••.,.u Aos meuspais, peloprivilégiodetê-Ios comomeusmestres AGRADECIMENTOS Ao Prof Dr. JeffersonB. L. Libóriopelaorientaçãoe todacolaboração fomecidaduranteaelaboraçãodestetrabalho. Ao DepartamentodeArquiteturaeUrbanismoportodacolaboraçãoesuporte técnicoconcedidos. À Coordenadoriade Aperfeiçoamentode Pessoalde Nível Superior- CAPES,pelabolsadeestudosconcedida. Aos colegasdeprofissão,eng.os RobertoOki, Monso e Francisco(Kiko), Manu~GustavoBarreiro,Luís FemandoMartinez,JoséArmandoPerissotoe Sr. Severino(mestredeobras)quecolaboraramdeformaimprescindívelnaelaboração dessetrabalho. Aosprofes JoséSamuelGiongoeOsnyPelegrinoFerreirapelacolaboraçãoe amizade. A todoscolegasdoLaboratóriodeConstruçãoCivil(LCC). Aos técnicose colegasPauloCenevivae Osvaldode Andradee Marcelo (Secretaria)pelaatenção,boavontadeecompanheirismo. Aos "meninosdaAVR" e, emespecial,Bel e Valtinhopor todaforçae companheirismo. A famíliaDawa,extensãodaminha,peloapoioerespeito. Às amigasCarole Andréa,portodosos anosqueestamosjuntas,desdeo princípiodosnossostemposnessacidade,e finalmente,asamigase irmãsGiani Pfister,RosangelaBallinieLailaDawa,que,mesmodistantes,sempreestiveramdo meuladomeacompanhandoeapoiando. Sumário suMÁRIo 1INTRODUÇÃO 01 2DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO 11 2.1- DEFINIÇÕESE CONCEITOSDE DURABILIDADE 11 2.2- VIDA ÚTIL 13 2.3- MANUTENÇÃO DAS CONSTRUÇÕES 16 2.4 - FATORES QUE INFLUENCIAM NA DURABILIDADE DO CONCRETO 19 2.4.1- POROSIDADEE PERMEABILIDADE 19 2.4.1.1-Porosidade 19 2.4.1.2.- Permeabilidade 20 2.4.1.2.a- Permeabilidadedapasta 21 2.4.1.2.b- Permeabilidadeaosgases 22 2.4.1.2.c-Permeabilidadedoagregado 23 2.4.1.2.d- Permeabilidadedosconcretos 24 2.4.2- ADSORÇÃO 27 2.4.3- ABSORÇÃO 27 2.5 CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO 28 2.5.1- DETERIORAÇÃODO CONCRETOPORAÇÕESFÍSICAS 30 2.5.1.1- Deterioraçãodevidoaodesgastesuperficial 30 2.5.1.2-Deterioraçãodevidaà fissuração 31 2.5.2 - DETERIORAÇÃO DO CONCRETO POR REAÇÕES Sumário QUÍMITCAS 32 2.5.2.c.l Ataqueporsulfatos 33 2.5.2.c.2Reaçãoálcalis-agregado 34 2.5.2.c.3 HidrataçãodoMgOeCaOcristalinos 35 2.5.2.c.4 Corrosãodaarmaduradoconcreto 35 2.6 - PRINCIPAIS MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO E ENVELHECIMENTO DAS ESTRUTURASDE CONCRETO 38 2.6.1- RETENÇÃODE FULIGEM E FUNGOS 39 2.7- A INFLUÊNCIA DO MEIO AMBIENTE NA DURABILIDADE E PRINCIPAIS MEIOS AGRESSIVOSNO CONCRETO 41 2.8 - CLASSIFICAÇÃO DA AGRESSIVIDADE DO MEIO AMBIENTE 45 2.9- CLASSIFICAÇÃO DOSCONCRETOS 48 3 PATOLOGIA DASESTRUTURASDECONCRETOARMADO 51 3.1- A IMPORTÂNCIA DA PATOLOGIA NAS ESTRUTURAS DE CONCRETOARMADO 51 3.2- A IMPORTÂNCIA DO PROJETO E SUASFASES 54 3.3- ATIVIDADES DO CONSTRUTOR 57 3.4- CONSIDERAÇÕESSOBREOSMATERIAISPARA SEEVITAR PATOLOGIAS 59 3.4.1-CIMENTO 59 3.4.2- AGREGADOS 61 3.4.3- ÁGUA 62 3.4.4- ADITIVOS 62 3.4.5.-ARMADURAS 63 3.4.6-CURA 64 Sumário 3.5 - FATORES QUE DELIMITAM AS PATOLOGIAS NAS ESTRUTURASDE CONCRETOARMADO 66 3.6- POSSÍVEISDEFEITOS DE PROJETO ADVINDOS DA FALTA DE CRITÉRIOSE DETALHAMENTOS 67 3.7- DEFEITOSDEEXECUÇÃOE FORMASDEPREVENÇÃO 72 3.8- SINTOMATOLOGIA 76 3.8.1- FISSURAS 77 3.8.1.1-Fissuraçãonoestadoplástico 78 3.8.1.2- Fissuraçãonoestadoendurecido 80 3.8.1.2.a- Fissuraspormovimentaçõestérmicas 80 3.8.1.2.b- Fissuraspormovimentaçõeshigroscópicas 81 3.8.1.2.c- Fissuraspelaatuaçãodesobrecargas 81 3.8.1.2.d- Fissuraspordeformabilidadeexcessivadasestruturasdeconcreto armado 84 3.8.1.2.e- Fissurasporrecalquesdefundação 84 3.8.1.2.f- Fissurasporretraçãodeprodutosabasedecimento 85 3.8.1.2.g- Fissurasporconcentraçãodeesforços 86 3.8.2- DESAGREGAÇÃO 87 3.8.3-EFEITO PAREDE 87 3.8.4- DISGREGAÇÃO 88 3.8.5- CORROSÃODA ARMADURA 89 3.8.6- NINHOSDE CONCRETAGEM(BICHEIRAS) 90 3.8.7-EFLORÊSCENCIAS 91 3.8.8- SEGREGAÇÃO 92 3.8.9-CARBONATAÇÃO 92 3.8.10-LOOVIAÇÃO 93 3.9- OPANORAMAPATOLÓGICONOBRASILENOMUNDO 94 4 METODOLOGIAADOTADANAPRESENTEPESQUISA 100 5 RESULTADOS 108 5.1- OBSERVAÇÕESEM CONSTRUÇÕESDO SUBSISTEMA ESTRUTURA 108 5.2- EDIFÍCIORESIDENCIAL«1>;' 112 Sumário 5.3- EDIFÍCIO RESIDENCIAL "B" 116 5.4- EDIFÍCIO RESIDENCIAL "C" 119 5.5- EDIFÍCIO RESIDENCIAL ''O'' 122 5.6- EDIFÍCIO RESIDENCIAL "E" 125 5.7- EDIFÍCIO RESIDENCIAL "F" 128, 5.8- EDIFICIO RESIDENCIAL "G" 131 5.9- EDIFÍCIO RESIDENCIAL "H" 134 5.10- EDIFÍCIO RESIDENCIAL "I" 138 5.11- EDIFÍCIO RESIDENCIAL "J" 141 5.12- EDIFÍCIO RESIDENCIAL ''L " 144 6 DISCUSSÃO 147 6.1-LAJE 149 6.2-VIGA 156 6.3-PILAR 163 6.4-PAREDE 171 7 CONCLUSÕES E PROPOSTAS FUTURAS 176 8 REFERÊNCIAS BffiLIOGRÁFICAS 178 8.1BffiLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 183 ANEXO A 186 ANEXOB 191 ANEXO C 200 ANEXOD 209 ANEXO E 218 ANEXOF 223 ANEXOG 227 ANEXO H 234 ANEXO I 247 ANEXOJ 260 ANEXO L 269 GWssÁRIo 273 Lista deFiguras LISTA DE FIGURAS FIGURA 01- OrigemdosproblemaspatológicosnaGrã-Bretanha. 03 FIGURA 02 - Patologiasobservadase suas quantificaçõesna Grã- 03 Bretanha. FIGURA 03- Incidênciadosproblemaspelaorigemanívelnacional 04 FIGURA 04 - Vida útil em funçãoda distribuiçãoestatísticanormalde 14 componentes. FIGURA 05- Conceituaçãodevidaútildasestruturasdeconcretotomando- seporreferênciao fenômenodecorrosãodearmaduras. 15 FIGURA 06- Relaçãoentredesempenho,manutençãoevidaútil. 17 FIGURA 07 - Variaçãodoscustosde manutençãoe reparoao longodo 18 tempo. FIGURA 08- Esquemailustrativosobreporosidadeepermeabilidade. 19 FIGURA 09 - Influênciada relaçãoágua/cimentona permeabilidadede pastasdecimentoPortlandaltamentehidratadas(93%). 26 FIGURA 10- Classificaçãodascausasdedeterioraçãodoconcreto. 29 FIGURA 11 - A influênciada temperaturae do tipode agregadosobrea resistênciaacompressãodoconcreto. 32 FIGURA 12- Céluladecorrosão. 36 FIGURA 13- Detalhesdaarmaduradetraspasseemprojeto. 71 FIGURA 14- Detalhesdeemendasdasbarras. 75 FIGURA 15- Fissuradesedimentaçãopeloimpedimentodaarmadura. 79 FIGURA 16- Fissuradesedimentaçãopeloimpedimentodoagregado. 79 FIGURA 17- Fissurapormovimentaçãodafundaçãooufôrma. 79 Lista deFiguras ii FIGURA 18- FissurapormovimentoslateraisdafOrma. 79 FIGURA 19- Fissurastípicasderecalquesdiferenciais. 85 FIGURA 20- Fotoregistrandoefeitoparedeemlajemaciçadeconcreto armado. ~ FIGURA 21- Fotodedisgregaçãoocasionadaporcorrosãodaarmadurano ~~~~ ~ FIGURA 22- Fotoregistrandofissurascausadasporexpansãoecorrosão daarmaduranopédopilar. 89 FIGURA 23- Fotodeeflorescênciasemlajemaciçaseguidasdelixiviaçãoe carbonatação. 91 FIGURA 24- Fotoregistrandosegregaçõesdoconcretoportodaextensãodo pilar. 92 FIGURA 25- Avaliaçãodasincidênciassegundosuaorigem. 95 FIGURA 26- Quantificaçãodasincidênciasmaisobservadas. 96 FIGURA 27- OrigemdosproblemaspatológicosnacidadedeSãoPaulo. 96 FIGURA 28- Distribuiçãodostiposdeproblemaobservadosnacidadede SãoPaulo. 97 FIGURA 29 - Distribuiçãodostiposde problemaobservadosna região Nordestedopaís. 97 FIGURA 30 - Distribuiçãodostiposde problemaobservadosna região Amazônicadopaís. 98 FIGURA 31- Facesdo pilardeformadaspor reutilizaçãoexcessivadas 109 fOrmas. FIGURA 32 - Desaprumodas paredesestruturaísao longo dos 109 pavimentos. FIGURA 33- Faltadecobrimentonofundodeviga. 110 FIGURA 34- Faltadealinhamentohorizontaldofundodaviga. 110 FIGURA 35- Faltadevibraçãodevidoà interferênciado subsistemade instalaçõeselétricas. 111 FIGURA 36- Reparocomargamassadecimentoe areiano pé depilar devidoo excessodesegregaçõesapósàconcretagem. 111 FIGURA 37- Classificaçãodostiposdeincidênciasobservadosem Lista deFiguras iii relaçãoaonúmerodeocorrências. 147 FIGURA 38 - Sujeira provenientede flocos de EPS impedindo passagemdoconcretosegregação 159 FIGURA 39- Faltadealinhamentolateraldaparededevidodeformação dasrormas. 168 FIGURA 40- Lateraisfora de alinhamentodevidoexcessode pressão nostensoresdasfOrmas. 172 Lista de Tabelas LISTA DE TABELAS iv TABELA 01- Comparaçãoentrepermeabilidadedeagregados(rochas)e pastadecimentoPortland. 23 TABELA 02- Mecanismosdedegradaçãodassuperficiesdeconcreto. 40 TABELA 03- Classesdeagressividadeambienta!. 46 TABELA 04- Classesdeagressividadedoambienteemfunçãodas condiçõesdeexposição. 46 TABELA 05- Classificaçãodaagressividadeambienta!visandoa durabilidadedoconcreto. 47 TABELA 06- Classificaçãodaresistênciadosconcretosfrenteaoriscode corrosãodearmaduras. 49 TABELA 07- Classificaçãodaresistênciadosconcretosfrenteaoriscode deterioraçãopor lixiviaçãoou por formaçãode compostos expansIvos. 49 TABELA 08 - Correspondênciaentreagressividadedo ambientee durabilidadedoconcreto. 50 TABELA 09- NecessidadesdosUsuários:TransformaçãoemExigências. 54 TABELA 10- Correspondênciaentreclassedeagressividadee cobrimentonominal. 70 TABELA 11-Fissurasnãoproduzidasporcargas:causas,caracteristicas eprecauções. 78 TABELA 12- Origemdaspatologiasempaíseseuropeus. 94 TABELA 13- Quantificaçãodasmanifestaçõesempaíseseuropeus. 95 Lista de Tabelas v TABELA 14- Tabelautilizadanapesquisaemcampoparainvestigação dofckempregado, 103 TABELA 15- Fonnuláriodeinvestigação"inloco", 104 TABELA 16- Númerodeobservaçõeseporcentagensdeincidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturaleintegraldo edificio"A", 116 TABELA 17- Númerodeobservaçõeseporcentagensdeincidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturaleintegraldo edificio''B'', 119 TABELA 18- Númerodeobservaçõeseporcentagensdeincidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturaleintegraldo edificio''C''. 122 TABELA 19- Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo edificio''O'', 125 TABELA 20 - Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo edificio''E''. 128 TABELA 21 - Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo edificio''F''. 131 TABELA 22 - Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo edificio"0", 134 TABELA 23 - Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo edificio"Ir'. 137 TABELA 24 - Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo edificio'T'. 141 TABELA 25 - Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo Lista de Tabelas Vl 144edificio"T'. TABELA 26 - Númerode observaçõese porcentagensde incidências patológicasparciaisparacadaelementoestruturale integraldo edificio"L". 146 TABELA 27- Totaldeocorrênciasporelementoestrutural 149 TABELA 28- Resumodasincidênciasobservadasnoelementoestrutural -laje emtodosedificios. 154 TABELA 29- Resumodasincidênciasobservadasnoelementoestrutural - vigaemtodosedificios. 161 TABELA 30- Resumodasincidênciasobservadasnoelementoestrutural - pilaremtodosedificios. 169 TABELA 31- Resumodasincidênciasobservadasnoelementoestrutural - paredeemtodosedificios 174 VII RESUMO: GARCIA, C. C. (1999)- IncidênciasPatológicasno SubsistemaEstruturadeEdificios Habitacionaisna Regiãode São Carlos/SP.São Carlos,1999.272p.Dissertação (Mestrado)- EESC/IFSC/ IQSC,UniversidadedeSãoPaulo. o presentetrabalhotemcomoobjetivoquantificarestatisticamentea ocorrência defalhasgeradaspeloserrosdeprojetoeexecuçãodasconstruções.Paraisso,elaborou- seum checklistquese subdividiuemduaspartes:a primeiracontendoinformações desdeaconcepçãoàgeraçãodeumedificioeasegundaparaverificaçãodaestrutura"in loco"emedificioshabitacionaisemconstruçãonacidadedeSãoCarlos.Quantificou-se asincidênciaspatológicasobservadasporelementoestruturale finalmentesetraçouum panoramadaatualrealidadedosedificiossobo pontodevistadaspatologiasgeradas pelafaltadecontroledequalidadenasconstruções. Atravésdosdadosobtidospôde-severificara existênciadeváriaspatologias, destacando-seasegregaçãodoconcretodepilareseparedes,cobrimentoinadequadodo concretoemvigaseproblemasadvindosdafaltadeestanqueidadederormasemlajes. PalavrasChave:Patologia,ConcretoArmado,Durabilidade,Deterioração VIU ABSTRACT: GARCIA, C. C. (1999) - Pathologicallncidenceson StructureSubsystemof HousingBuildingsin the regionof São Carlos/SP.São Carlos,1999. 272p. Dissertação(Mestrado)- EESC/IFSC/ IQSC,UniversidadedeSãoPaulo. Thegoalof thisworkis thequantifystatisticallytheoccurranceof failure generatedby carelessnesswiththeprojectandexecutionof theconstructions.A check-listwasproposedwassubdividedintwoparts:thefirstwithinformationsince theconceptionto generationof abuildingandthesecondbytheverificationof the buildingstructure"in loco"in SãoCarlostown.It wasquantifiedthepathological incidencesobservedbystructuralelementandfinallyit wasdesignedapanoramaof theactualrealityofthebuildingsundertheviewofthepathologiesgeneratedbythe lackofcontrolandqualityintheconstructions. Throughtheobtaineddatait couldbe verifiedthe existenceof several patologies,highlightingthesegregationof concretein pillarsandwalls,inadequate coveringofconcreteinbeamsandproblemsfromthelackof stanchingofmouldsin flagstone. Keywords:Pathology,ReinforcedConcrete,Deterioration,Durability 1 Introdução 1 INTRODUÇÃO 1 Hojeemdiaédesejávelque,aoseprojetaremestruturasdeconcretoarmado, ascaracterísticasdedurabilidadedosmateriaisemquestãosejamavaliadascomo mesmocuidadocomrelaçãoaoutrosparâmetros,taiscomopropriedadesmecânicas ecustoinicial. Em primeirolugar,háumamaiorpreocupaçãocomasimplicaçõessócio- econômicasdadurabilidade.Demodocrescente,oscustosdereparoe substituições emestruturasdevidoa falhasnosmateriaistêmsetomadopartesubstancialdo orçamentototaldasconstruções. Por exemplo,empaísesindustrialmentedesenvolvidosestima-sequeacima de40%dototaldosrecursosdaindústriadaConstruçãoCivil sejamaplicadosem reparose manutençãode estruturasjá existentes,e menosde 60% em novas instalações. O crescimentodocustodereposiçãodeestruturase a ênfasecrescenteno custodo ciclodevida,emvezdo custoinicial,estãoforçandoos engenheirosa tomaremconsciênciadoconceitodedurabilidade. Os estudosdaslesõesou enfermidadesnasestruturassãofenômenostão velhoscomoosprópriosedificios. Na Mesopotâmia,háquatromil anos,o CódigodeHamurabijá assinalava cmcoregrasparaprevenirdefeitosnos edificios,sendopoiso primeirotratado conhecidosobrePatologianaConstrução. As cincoregrasbásicasaqueserefereo citadoCódigo,pelodrásticodeseu conteúdo,devemtertido,naquelaépoca,umagranderepercussãonaqualidadeda construção.Essasregraseram: 1 Introdução 2 1-seumconstrutorfazumacasaparaumhomeme nãoa fazfirme,e seucolapso causaamortedodonodacasa,oconstrutordeverámorrer; 2- secausaamortedofilhododonodacasa,ofilhodoconstrutordeverámorrer; 3- secausaa mortedeumescravodoproprietáriodacasa,o construtordeverádar aoproprietárioumescravodeigualvalor; 4- sea propriedadefor destruída,eledeverárestauraro quefor danificadoporsua própriaconta; 5- seumconstrutorfazumacasaparaumhomeme nãoa fazdeacordocomas especificaçõese umaparededesmorona,o construtorreconstruiráa paredepor suaconta. Essestópicostratavamdaquestãosobo aspectodaintimidação.Nostempos atuais,emborainexistamessesprincípios,emmuitasvezes,diantede problemas advindosdedesastres,osprofissionaisacabampassandoportraumasemocionaisque muitasvezesospenalizamdeformasevera. No Brasil,algunsconceitosespecíficos,relacionadoscoma qualidadedas edificações,foramdesenvolvidos:controletecnológicodemateriais,particularmente parausoestrutural;avaliaçãodedesempenhoeestudosdedurabilidadedosmateriais e componentes.Entretanto,poucaatençãotem sido dadaà integraçãodessas metodologiase a enfoquesmaisamplose sistêmicosda gestãoda qualidade, utilizadosnosdemaissetoresindustriais. Diantedanecessidadedesistematizaressesconhecimentose como objetivo desecriarumcaminhoparatodoo campodaEngenharia,quetratassedeforma científicaos problemasestruturais,procurou-sea analogiados defeitosdas edificaçõescomasdoençasnamedicina. A partirdessaidéia,consolida-sea utilizaçãodo termo"Patologia"para definiressecampodaengenharia. SegundoHELENE (1986),"Patologiapodeserentendidacomoa parteda Engenhariaqueestudaos sintomas,os mecanismos,as causase as origensdos defeitosdasconstruçõescivis,ou seja,é o estudodaspartesquecompõemo diagnósticodoproblema". 1 Introdução 3 A PatologiadasConstruçõesestáintimamenteligadaà qualidadee, mesmo comessaúltimatendoavançadomuitoemalgunspaísese continueprogredindocada vezmais,os casospatológicosnãodiminuíramnamesmaproporção. Diversos pesquisadorestêm divulgadoos instantesonde se ongmamos principaisproblemaspatológicos.DlliR et aI. apudHELENE (1992),analisarama situaçãona Europae puderamconstatara existênciadessesproblemasem grande partedospaíseseuropeus.A nívelilustrativopode-seobservaratravésdasFiguras01 e 02 respectivamentea origeme quaissão as maiorespatologiasobservadascom seusrespectivosnúmerosparaaGrã-Bretanha. Construção /Uso - 40% Materiais- 10% Projeto- 50% Projeto- 50% FIGURA Ol-OrigemdosproblemaspatológicosnaGrã-Bretanha(HELENE,1992~ Falha Geotécnica- 23% Corrosão por problemas Construtivos - 33% ÁlcalilSilicato- 6% Outros -19% Corrosão/AtaqueCI - 19% Falha Geotécnica- 23% .Á1calilSilicato - 6% [] Corrosão por problemas Construtivos - 33% • Outros - 19%L-- Corrosão/Ataque CI-19% FIGURA 02 - Patologiasobservadase suas quantificaçõesna Grã-Bretanha (HELENE,1992). 1 Introdução 4 CARMONA FILHO, A. (1988)divulgoua situaçãoexistentenoBrasil,que apresentanaFigura03aseguinteestatística: ElI execução • projeto EJutilização oMateriais FIGURA 03 - Incidência dos problemaspela origem a nível nacional (CARMONA, 1988). Comopôdeserobservadopelasestatísticasacima,muitosautoresdesignam queaspatologiasprovêmdeváriosfatoressendo,quegrandepartedelascausam controvérsiasaosedetectaremqualfasedaedificaçãoelassurgem.Algunsautores defendemqueamaiorpartedaspatologiassurgemdevidoaodescasonaelaboração dos projetossendoessesmuitasvezescarentesde informações.Outrosautores defendemqueos problemaspatológicossurgemexclusivamentena execuçãodas edificaçõesquesãoseguidasdevíciostantoporpartedeexecuçãoemsi quantodos profissionaisqueasexecutam.Algunsjáentramemumconsensodequeumcontrole severotantona fasede projetoquantona executivareduziriabruscamenteo surgimentodaspatologias. Projetarumaestruturade concretonão podese atersimplesmenteaos conceitosdaEngenhariaCivil,principalmentenosdiasdehoje.Fatorescomomeio ambientequeemoutrostemposerafatorirrelevante,hojepodeserinformação crucialna implantaçãode umaconstrução.Afinal, chuvaácida,por exemplo, pertencearotinadequalquercentrourbano. A minimizaçãodoscustosdeexecuçãoe manutençãoé o fatorquemove qualquerorçamentodeobraealémdissonovosparâmetroscomoimpactoambiental, evoluçãotecnológica,otimizaçãode processosconstrutivos,entreoutros,são conceitosquenopassadonadasignificavae hoje,essadesconsideraçãotemsido motivodeinviabilizaçãodeprojetos. 1 Introdução 5 ofatoé queo processodaConstruçãoCivil podeseresquematizadoa partir detrêsfasescaracterísticas:concepção,execuçãoeutilização.Cadaumadessasfases é realizadapor profissionaisda construçãocom atributose responsabilidades específicas. O custoe o desempenhodo produtofinal da edificaçãoestãointimamente ligadosà qualidadedo projeto,e desdea primeiraetapado estudopreliminarjá se devetomarprecauçõesdemodoa evitarasorigensdasfalhasna construção.Como origemdasfalhaspode-sedetectara incompatibilidadeentreos váriosprojetos,as omissõesespecíficase a incompatibilidadedo projetocomo meiono qualsesituaa construção. Comoexemplosdefalhasocorridasnafasedeprojetoobservam-se: =>baixaqualidadedosmateriaispropostos; =>especificaçãodemateriaisincompatíveis; =>detalhamentoinsuficiente(omissãoouerro); =>detalheconstrutivoinexeqüível; =>faltadeclarezanasinformações; =>faltadepadronizaçãoderepresentação; =>errodedimensionamento; =>avaliaçãodomeioambientee/oumicroclima. No casoda faseda execuçãotem-seum fatoragravante,pois apesarde na maioriadas vezes semprehaverprofissionaisda área liderandouma construção encontra-sea absorçãodeumamão-de-obracompletamentedesqualificada,a qualse caracterizapelafaltadetreinamento,analfabetismoe, apesarde serumaprodução manufatureiraquecaracterizaumagrandeabsorçãodemão-de-obra,háumaenorme rotatividadeassociadaàdescontinuidadedo fluxodeobras. Todosessesfatoreslevamàbaixaprodutividadedamão-de-obra,poistem-se o uso intensivode ferramentasmanuaise apenasmarginalde máquinaso quegera umabaixaqualidadedoprodutofinal. Analisandomaisa fundoos aspectossociaisdessamão-de-obra,observa-se que:os saláriosnão sãocondizentescomo dispêndiodo trabalhador,a jornadade trabalhoé excessiva,há uma enormefalta de segurançacriandogranderisco de acidenteseumafaltademotivaçãoparao trabalho. 1 Introdução 6 Para se iniciar uma discussãosobre a melhoriada qualidadee, consequentemente,diminuiro númerodeincidênciaspatológicasocorridas,deve-se conteressafaltadequalificaçãodosoperários,sendonecessáriohaverumcontrole daproduçãonaconstrução.Este,porsuavez,éexercidoporoficiais,encarregadose mestresoucontramestresquenadamaissãoqueprofissionaisformadosnocanteiro. Estes profissionaissão os responsáveispor intermediaras relações engenheirosX operáriospoisconhecemalinguagemdosoperários.Emcontrapartida sãotambémindivíduosresistentesàs inovações,o quetornamuitasvezesum engenheirode obrasincapazde aplicarseusconhecimentosteóricosaos casos práticosreais. Sendoassim,a qualidadee a produtividadede uma construçãosão influenciadasdiretamentepelacapacitaçãodomestreedoengenheiro. Segundolevantamentosde campo,as principaispatologiasobservadas (projetoouexecução)associam-sea: - ausênciadeavaliaçãodeagressividadedomeioambiente; - efeitoparedeprovocadopelasproximidadedafOrmaàarmadura; - cobrimentosdaarmadurainsuficientesfrenteàagressividadedomeio; - deficiênciadeadensamentoecura; - utilizaçãodefOrmasincompatíveiscomashipótesesdeprojeto. ROBERT STEPHENSON no seu discursode possena presidênciano InstitutodeEngenhariaCivil daGrã-Bretanha(1856)já assinalavaa importânciada problemática:"...Tenhoesperançadequetodascasualidadese acidentes,quetêm acorridonosúltimosanos,sejamnotificados.Nadaé tão instrutivoparajovens engenheiroscomoo estudodosacidentesedosmeiosempregadosparao reparodas lesões.A descriçãoexatadessesacidentes,com o entendimentocorretodos mecanismosdeocorrência,é realmentemaisvaliosoquea descriçãodostrabalhos bem-sucedidos.Os engenheirosmaisvelhosretiramos maisúteisensinamentosda observaçãodestascasualidades,quepodemocorrernasprópriasobrasounasobras deoutrosprofissionais.Nestesentidoé queproponhoa catalogaçãodestesacidentes nosarquivosdestaInstituição..." 1 Introdução 7 Outroseventosdestacarama importânciados estudossobrePatologia, conformecronologiaapresentadaaseguir. • CRISTOBAL RUSSO- "LesõesdosEdificios"- 1915- ..."osedificiosvelhose deterioradospodemsercomparadosaosenfermos,sendoconvenienteinspecioná- losemtodaasuanudez,semanecessidadederoupagensinúteis..." • HENRY LOSSIER - 1926- Usa correntementeo termoPATOLOGIA para delimitaro estudodosdanosnasestruturasde concretoarmado-..."O estudo sistemáticodosacidentese suascausasfazpartedamesmaformaqueo estudo dasconstruçõesnormais" • CAETANO CASTELI - 1951- Autordolivro"PatologiadoConcretoArmado" • BRASIL - 1971- Ocorremdoisacidentesdegrandesproporções:Pavilhãode ExposiçõesdaGameleira(BeloHorizonte/MG)- 04/02/1971eViaduto"Paulode Frontin"noRiodeJaneiroem20/11/1971. • 1972- CICLO DE PALESTRAS sobo títuloPatologiadasEstruturas- presentes os Engs.EládioPetrucci,FranciscodeAssisBasílio,Luiz SantosReis,Darcy AmoraPinto,AugustoCarlosdeVasconcelos. • 1982- PrimeirostrabalhosdivulgadosepesquisadosnoBrasil. • 1985- Pesquisasmaisaprofundadascomelaboraçãodegruposdepesquisa. • 1985- A EESC-USPiniciaumasériedepesquisassobreosEstudosdePatologia dasConstruções- Nov.- PesquisaCNPq. • 1990- Criaçãodedisciplinasa níveldepós-graduaçãosobreo tema,naEESC- USP. • 1990- É editadaa lei 8.078,de 11/09/1990,CódigodeProteçãoe Defesado Consumidor. • 1993- IníciodaRevisãodaNB1- ABNT. • 1995- CREA - LançamentodaCampanhadeDefesaao Consumidor- Área: EngenhariaCivil. • 1996- Primeiroexamede Avaliaçãode Cursospara EngenhariaCivil, AdministraçãoeDireito(TécnicaX AdministraçãoX Legislação). Na realidade,háumagrandedificuldadeemcatalogara situaçãopatológica corrente,poisosdefeitosgeralmentesãoescondidos,excetoasgrandesfatalidades 1 Introdução 8 quesetornamimpossíveisdeseremcamufladas.Acontece,freqüentemente,quese dápoucaimportânciaa muitosdosdefeitosoulesõesapresentadospelasestruturas que,porisso,nãochegamaformarpartedasestatísticas,já queo próprioconstrutor oscorrige,cobreouesconde(comoéo casodasimperfeiçõesqueocorremdurantea execuçãodasconcretagensou,doserrosdeprojetodo arranjodasarmadurasque dificultamessasrealizações). Defeitosmaisou menosimportantese espetacularessãoos que,emgeral, destacam-seemrevistasoulivrosespecializados.Mas,osquenãoprovocariamuma catástrofeimediataporseremenfermidadesprogressivasqueterminarãoarruinandoa estrutura,nãoocupamespaçonasrevistasnemsãoalvodepublicidade.No entanto, ousuáriodoedificioouconstruçãoéqueteráquesuportá-Ios. No Brasil, a ConstruçãoCivil é um setortradicionale com diversas particularidades,queapresentadefasagemdeváriosanos,emrelaçãoaossetores industriaismaisdinâmicos,no quediz respeitoao gerenciamentoda qualidade mesmodepoisdecriadosquesitosespecíficosparaela. Essadefasagem,noentanto,torna-securiosa,poiso Brasildetêmnãosóum grandenúmerode profissionaisna áreacomotambémestudose técnicasque colocamnossopaísemlugardedestaquealémdesercompetitivoquandocomparado aoutrospaíses. O setordaconstruçãoem1995representou13,5%doProdutoInternoBruto. Dessenúmero,a Indústriada Construçãoque representaos segmentosdas habitações,edificaçõeseconstruçãopesadaassegura8%doPffi, representandoalgo emtomo de R$ 45 bilhões.A arrecadaçãode tributosfederaisrealizadapela IndústriadaConstruçãoem1996correspondeà 4%. Até 1995o totaldepessoas ocupadasnaConstruçãoCivilgirouemtomode4,3milhõessendoque1,2milhões (5%)foramocupadasnosetordeedificaçõesehabitações. Essas estatísticasforamobtidasmedianteum trabalhode consultoria realizadopela TREVISAN CONSULTORES (1997), a fim de diagnosticara realidadedosetordaConstruçãonopaísquetempelafrenteo desafiodeumdéficit habitacionalqueatingiuaté1995maisde 5 milhõesde famílias.Há tambéma necessidadede adequaçãoem programasde QualidadeTotal para se obter certificadosdequalidadequegarantamumespaçonomercado.É o casodealgumas 1 Introdução 9 poucasconstrutorasdo setor- MétodoEngenhariaS.A (SP) e ConstrutoraLacerda Chaves(RibeirãoPreto) - queobtiveramo Certificadode QualidadeISO - 9002 garantindocomissoa qualidadenassuasconstruçõese consequentementea redução depatologias. O presentetrabalhotemcomofinalidadecontribuire servirde instrumento paraa melhoriadascondiçõesemqueseencontramos edificiosexistentesnaregião deSãoCarlos. Com essefim, váriasquestõesforamestabelecidas,sendoa primeiradelaso surgimentode uma ferramentade trabalhoque permiteverificar a qualidadedo subsistemaestruturadashabitações.Com isso se delimitao campode estudodo trabalhoquenadamaisé queaPatologiaobservadanaedificação,ocasiãoemquese procuroudelinearsuacausae mecanismosdeocorrência. No Capítulo2 sãoabordadosos conceitosde durabilidadeparao concreto armadoemsi e finalmenteospossíveisproblemasquesurgemnasestruturas. O terceirocapítulotratadequestõessobrepatologia:conceitos;retrospectiva dasmaioresincidênciascomumenteobservadas;o aspectogeraldo quetemocorrido depatologiaspeloPaís. No quartocapítulodiscorre-sesobrea metodologiaquefoi elaboradaparaa realizaçãodapesquisa,ondeseexplicaa condutaquefoi utilizadaparaa realização dostrabalhosdecampoatéafasefinaldeconclusão. No quinto capítulo são apresentadosos resultadoscoletadosno campo, podendo-se,a partirdaí, classificare enumeraras diversasincidênciaspatológicas encontradasnasconstruçõesvisitadas. No sextocapítulosãodiscutidasasquestõescombasenaexpediçãorealizada no campo,instanteemqueseprocuraráestabelecero juízo dassituaçõesobservadas, diagnosticandoo comportamento,do pontode vistapatológico,dastendênciasque ocorremnaregião. No sétimocapítulo,posteriormenteà análisefinal dosfatos,sãoapresentadas as principais conclusõese estabelecem-seas propostasfuturas mostrando-se condutasquedevemsertomadasparanovastécnicase tecnologiasquesurgirãoou quejá começama despontaremrelaçãoaoquefoi vivenciadonestetrabalho. 1 Introdução 10 No oitavocapítuloapresenta-sea bibliografiaconsultadaqueviabilizouo desenvolvimentodotemaproposto. Finalmente,comotextocomplementar,sãoincorporadasastabelascomos resultadosobtidosemcampona íntegra,sobformade anexo,como intuitode completarempossíveisesclarecimentos. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 2 DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO 2.1- DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE DURABILIDADE: 11 Umaestruturaqueatendaaosrequisitosmínimosdedesempenhoaolongodo tempo, conformeprevistoem projeto, para os fins que foi projetadapode ser consideradadurável.Uma vez quedurabilidadesobum conjuntode condiçõesnão significanecessariamentedurabilidadesob outro conjunto,costuma-seincluir uma referênciageralaoambienteao definir-sedurabilidade.De acordocomo Comitê201 do ACI, durabilidade do concretode cimentoPortland é definidacomo a sua capacidadederesistirà açãodasintempéries,ataquesquímicos,abrasãoou qualquer outroprocessode deterioração;isto é, o concretodurávelconsideraráa suaforma original,qualidadeecapacidadedeutilizaçãoquandoexpostoaoseumeioambiente. Nenhummaterialé inexoravelmentedurável;comoumresultadodeinterações ambientais,a microestruturae, consequentemente,as propriedadesdos materiais mudamcomo passardo tempo.Admite-sequeummaterialatingiuo fim dasuavida útil quandoassuaspropriedadessobdeterminadascondiçõesdeusodeteriorama um talpontoquea continuaçãodo uso destematerialé considerada,comoinsegura,ou antieconômica. De outraforma,pode-sepensarqueo estabelecimento,emprojeto,da vida útil de umaestruturapodevariar,por exemplo,de 5 anos(estruturasde apoioem canteirosde.obra)até100anosoumais(casodeobrasespeciais). .METHA & MONTEIRO (1994)salientamque estadurabilidadeé avaliada peloperíododetempoqueessaestruturaécolocadaemserviço(vidaútil). Alguns autores brasileiros,tomando por base documentosexistentes, apresentamalgumasdefiniçõessobredurabilidade.SOBRAL (1990)por exemplo 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 12 defineque"A durabilidadedeumconcretoé a suacapacidadederesistiraosagentes destrutivose comportar-se satisfatoriamenteduranteum determinadoperiodo de tempo. Esta propriedadedependedas condiçõesambientais,de um lado, e da qualidadedo concreto,do outro". De maneirageral,HELENE (1987a)descreveque para as estruturasde concretodeve-seconsiderarosseguintesaspectos: • agressividadedomeioambiente(aoconcretoe àarmadura); • classificaçãodaresistênciado concretoaumdeterminadotipodeagenteagressivo; • modelos(preferencialmentematemáticos)de deterioraçãoe envelhecimentodas estruturasdeconcreto; • correspondênciaentrea agressividadedo meio e a resistênciaà deterioraçãoda estruturadeconcreto; • avidaútil desejada. SegundoPALERMO (1995),apesarde existiremalgumasdefiniçõessobre durabilidadedadaspor normasestrangeiras,nãoháatualmentenenhumametodologia de ensaiouniversalmenteaceitaparacaracterizara estruturaporosado concretoou pararelacioná-Iaàsuadurabilidade.De acordocomo mecanismodedeterioraçãosão especificadasmetodologias,combinadasou isoladamentecomo: • absorçãopor imersãoe fervura(NBR 9778ou ASTM- C-642); • penetraçãodeáguasobpressão(NBR 10787ouENV 206) • resistividadeelétricavolumétricaeabsorçãoporcapilaridade(NBR 9779); • permeabilidadeagases(métodoCembureauouKT- nãosãonormalizados). No Brasilaindanãoexistenormaespecíficaquedefinadurabilidade. Porém,atualmentea NBR-6118, queseencontraemprocessode revisãono âmbitodo ComitêBrasileirodaConstruçãoCivil - CB-2 daAssociaçãoBrasileirade 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 13 NormasTécnicas,recebeentreoutraspropostasa incorporaçãodeum capítuloque abordesomenteadurabilidadedasestruturascorrentesdeconcreto. Dentrodessasrecomendações,DINIZ (1998)expõequequantoàsexigências dedurabilidade,asestruturasdevemserprojetadas,construídase utilizadasdemodo que,sobascondiçõesambientaisprevistase respeitadasascondiçõesdemanutenção preventivaespecificadasno projeto,conservemsu~segurança,estabilidade,aptidão emserviçoe aparênciaaceitável,duranteumperíodopré-fixadodetempo,semexigir medidasextrasdemanutençãoereparo. Além disso, incorpora-seque a durabilidadede uma estruturapassa a dependerdacooperaçãomútuadeseisresponsáveis: • o proprietário:definindosuasexpectativaspresentese futurasdeusodaestrutura; • o responsávelpelo projeto arquitetônico:definindodetalhese especificando materiais; • o responsávelpelo projeto estrutural: definindo geometrias,detalhes e especificandomateriaisemanutençãopreventiva; • o responsávelpelatecnologiado concreto:definindocaracterísticasdemateriais, traços e metodologiade execução,em conjuntocom os responsáveispelos projetoestruturaleresponsávelpelaconstrução; • o responsávelpela construção:definindometodologiascomplementaresda construçãoerespeitandoo projetadoeespecificadoanteriormente; • e finalmenteo proprietário/usuárioobedecendoascondiçõesdeuso,deoperação e demanutençãopreventivaespecificadas. 2.2- VIDA ÚTIL A vidaútil deummaterialou componentepodeserdefinidacomoo período duranteo qualaspropriedadesdessematerialou componentepermanecemacimade limitesmínimosadmissíveis. Esseslimitesmínimosadmissíveisvariamemfunçãodascondiçõesa queos materiaise componentesestejamexpostosou submetidos.Por exemplo,umconcreto projetadocom determinadacomposiçãode materiaise resistênciamecânicapode 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 14 apresentarum desempenhovariado,dependendodo graude exposição:local,meio ambiente,microrregião,compatibilidadedemateriais,etc. Sendoassim,partindo-seda premissaque todos os fatoresintervenientes foramconsiderados,a vidaútil de um materialou componenteé obtidoatravésde umaanáliseestatística,conformeaFigura04: Desempenho Tempo x FIGURA 04- Vidaútilemfunçãodadistribuiçãoestatísticanormalde componentes- Fonte:LICHTENSTEIN, 1985 DINIZ (1998)relataque a propostade texto da revisãoda NB-l passaa entenderquea vidaútil de projetoé o períodode tempoao qualas estruturasde concretomantêmas característicasexigidasparasuadurabilidadealemda vidaútil passara serrelacionadatambéma partirde critérioscriadospelosseisresponsáveis pelaestrutura. E colocadoaindaque"o conceitodevidaútil aplica-seà estruturacomoum todo ou às suaspartes.Dessa forma,determinadaspartesdas estruturaspodem merecerconsideraçãoespecialcomvalordevidaútildiferentedotodo". Tomandocomo referênciao CEB/FIP Model Code 1990, por vida útil entende-seo períododetempono qualaestruturaé capazdedesempenharasfunções paraasquaisfoi projetadasemnecessidadedeintervençõesnãoprevistas,ou seja,as operaçõesde manutençãoprevistase especificadasaindana fasede projeto,fazem 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 15 partedo períodototalde tempoduranteo qualse admitequea estruturaestá cumprindobemsuafunção. A partirdomodeloclássicopropostoporTuuttiem1982,HELENE (1993) propôsumaconceituaçãoe definiçãodevidaútil conformeFigura05 distinguindo trêssituaçõese suascorrespondentesvidasúteisqueapesardeenfatizaro fenômeno da corrosãopor sero maisfreqüentee conhecidopodeseraplicadoa todosos mecanismosdedeterioração. o ~z wa. :!: w cn wC manchas fissuras destacamentos Redução de seção Perda de aderência mínimo de projeto vida útil de projeto ~ vida útil de serviço 1 • vida de serviço 2 vida útil última ou total I vida útil residual vida útil residual .1 TEMPO FIGURA 05- Conceituaçãodevida útil das estruturasde concretotomando-se por referênciao fenômenodecorrosãodearmaduras(Fonte:HELENE, 1998). Comopodeserobservadopelafiguraacima,podemserdefinidasasseguintes vidasúteis: vidaútil de projetoquecompreendeo períodode tempoquechegaaté a despassivaçãodaarmadura.Issonãosignificaquenecessariamentea partirdesse instantehaverácorrosãosignificativa.Esseperíododetempoé o,períodoque deveseradotadonoprojetodaestrutura; vidaútildeserviçooudeutilizaçãoquecompreendeo aparecimentodemanchas na superficiedo concreto,fissurasno concretode cobrimentoou aindao surgimentodo destacamentodesseconcretodecobrimento.Essefatovariade 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 16 casoa casosendoqueemalgunscasossomentedepoisdaquedadepedaçosde concreto,colocandoemriscoa integridadedaestruturaouusuários,é quepode sedefinircomoterminadaavidaútildeserviço~ vidaúltimaoutotaléo períododetempoquevaiatéarupturaoucolapsoparcial outotaldaestrutura~ por último,introduziu-seo conceitodevidaútil residualquecorrespondeao períododetempoemqueaestruturaaindaécapazdedesempenharsuasfunções consideradoapartirdadatadeumavistoriaqualquerrealizada. HELENE (1998)mencionaquehoje,apesardenãohaverespecificaçõese metodologiasnormalizadasparaestimativadevidaútil, existemmétodosquesão empregadosparasepreveravidaútildeumaestrutura. Essa previsãopodeser feitaatravésde métodoscombaseem enSaIOS acelerados,métodosdeterministase finalmenteatravésdemétodosestocásticosou probabilistas. 2.3- MANUTENÇÃO DAS CONSTRUÇÕES A primeiratendênciadetodomaterial,queexigiuenergiaparasuaelaboração, épassardeumaformatermodinamicamenteinstável,paraumasituaçãoestável.Essa estabilidadeé conseguidaatravésde suavoltaao seuestadonatural,comose encontrananatureza. Osconcretostêmsidoproduzidoscom11<pH<12,5,extremamentebásico e necessitamparaisso umaelevadaaplicaçãode energia,permanecendonuma situaçãoinstável,queporsuaveztenderáaassumirumasituaçãoestável. Essacaracterísticaportanto,paraamaioriadosmateriais,estáassociadaàsua degradação.O importantenessecasoé a interferênciano sentidode reduzira velocidadecom que isso ocorre,associando-sea uma condiçãode vida útil previamenteestabelecida. Isso se conseguecom o estabelecimentode proteçõesàs construções, realçando-seo comportamentode um ou maisparâmetrosassociadosao meIO ambientee,suamanutençãoperiódica,estabelecidaemcadacaso. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 17 o programade manutenção,por suavez, estaráassociadotambémcom a tipologiada obra,vistoqueno projetoa escolhadosmateriaise a composiçãofinal do produto,paracadacaso,deveráestarassociadaà responsabilidadee riscosquea obrairá ofereceràspessoase aoprópriomeioambiente.Essasituaçãopodeservista abaixo: Desempenh Intervençilcs Desempenho Mínimo Tempo t [vld~lI) FIGURA 06- Relaçãoentredesempenho,manutençãoevida útil, Fonte: LICHTENSTEIN, 1985 Como observadona Figura 06, toma-seimperativoafirmarque passado determinadotempo,a construçãovai apresentarum desempenhoinsatisfatório.A ocorrênciadessasituação,fazendo-seanalogiacomo significadodevidaútil, obtida atravésdeumaanáliseestatística,a questãodascondiçõesde exposiçãoa queuma obra de mesmatipologiafica exposta,com variáveiscondiçõesambientais(sítios diferentes),culminapor interferirno tempo de vida da obra sob condiçõesde desempenhosatisfatório. De outra forma,os projetosinadequados,execuçõesmal elaboradas,uso inadequadocomrelaçãoà propositurainicialprevistano projeto,etc.,podemlevara desempenhosinsatisfatóriosemcurtoespaçodetempo. Em certasocasiões,é necessárioque se façamgrandesintervençõesem construções-problema,a fim dequeelaatinjaumnívelsatisfatóriodedesempenhoe possaserutilizada. Ressalta-senoentantoque,geralmente,oscustosdessasintervençõestornam- seextremamenteelevadoso queinviabilizasuarevitalização. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 18 Assimsendo,torna-seoportunose ter emmentequeas intervençõese manutençõestornam-seviáveisatéo instanteemque,ousejustifiqueplenamentea aplicaçãoderecursosvultososcomparativosaovalorculturaldaobraou, inviáveis quandoessecustotorne-setalqueparaumprolongamentodeumcurtoperíodode tempodedesempenhosatisfatório,hajanecessidadedegrandesinvestimentos. A Figura07retrataessasituação,ondeo tempotI refere-seaumperíodode amaciamentodaconstruçãoe,t2representaavidaútil(custodemanutençãoaltoX pequenoacréscimona utilizaçãodo produtoem condiçõesde desempenho satisfatório),ondeparaa retomadade desempenho,atravésdasintervenções,os custosdemanutençãoe reparos,tornam-seextremamenteelevadose sãoeficientes emcurtoespaçodetempo.Por outrolado,procura-seduranteo tempotI, realizar todasascorreçõesqueserãomenosonerosasnesseinstantepelofatodequeessa observaçãopoderásero pontode origemde degradaçãoe comprometimentode outrossubsistemas. Porexemplo,umfalhanosistemadeimpermeabilizaçãodeumafachadaque propiciará,numfuturonãodistante,o comprometimento,na situaçãodeuso,dos subsistemas:pinturas,revestimentosargamassados,revestimentosde madeira, tecidos,sistemaelétrico,estrutura,etc.Muitasvezes,ascorreçõesnesseinstantetI ocorreráanteriormenteàutilizaçãodaconstrução. FIGURA 07 - Variação dos custos de manu- tençãoe reparoaolongo do tempo - (Fonte: LICHTENSTEIN, 1985) Tempo 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 19 2.4 - FATORES QUE INFLUENCIAM A DURABILIDADE DO CONCRETO METHA &MONTEIRO (1994)apresentama águacomofatorcentralparaa maioriados problemasde durabilidade,pois estacausamuitostipos de processos fisicosdedegradação.Em segundolugar,os fenômenosfisicose químicosassociados com os movimentosda água (contendoíons agressivos)em sólidos porosos (concreto)que sãocontroladospelapermeabilidadedo sólido.Ou seja,o fluxo de líquidos,íonse gasesno concretoestãodiretamenteligadosà durabilidadedestee a suaresistênciamecânica. Sendoassim,o estudodapermeabilidadeédesumaimportância. 2.4.1- POROSIDADE E PERMEABILIDADE o termopermeabilidadetemsidousadoparadiferentespropriedadese tem sido, algumasvezes,confundidocom porosidade.A Figura 08 permiteilustraras diferençasentreporosidadeepermeabilidade. Materialporosoe Altaporosidadee irnDermeável baixapermeabilidade ilustrativosobreporosidadee permeabilidade(Fonte:Olivei- ra & Relene; "Proteção e ManutençãodasEstruturasde Concreto".Rev. Engenharia, n0485,p. 13,SãoPaulo/1991). EsquemaFIGURA 08 Baixaporosidadee altapermeabilidade 6°6 () 61 O ° 6 6 606 6 ° Materialporosoe permeável 2.4.1.1.- POROSIDADE É um fenômenoque se correlacionacom o volume, distribuiçãoe característicasdeporosquepodemou nãoserinterconectados.Isto significaqueo 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 20 materialpodepossuirporosinternos,nãopermitindo,porém,a passagemdeágua atravésdestes. SegundoOLIVIER (1998)emtermosdedurabilidade,ascaracterísticasmais importantesdaporosidademédiasãoo diâmetrodosporose a conectividadedeum sistemaporoso. O autorrealizouensaiosde penetraçãode mercúrioem amostraspara diferentesperíodosdehidrataçãocomummesmofatorágua/cimentoeconstatouque o diâmetrodos porosdiminuiemfunçãoda hidrataçãodos produtos.Poréma distribuiçãodosporostambéméumafunçãoquevariacoma relaçãoágua/cimento, poisemumapastadecimentofresca,no seusprimeirosinstantes,os espaçosque ficamentreosgrãosdecimentosãoafetadospelaáguacontida. Quandoseanalisaainfluênciadasadiçõesnaspastasdecimento,o autorfrisa quenasprimeirasidades,a porosidadee o tamanhodosporosaumentaquandose utilizacinzasvolantesouescóriagranulada;issoocorreemfunçãodeumahidratação lenta.Em contrapartida,quandoseanalisouessaspastasparalongosperíodos,as característicasda pastamelhoraramapresentandoumaporosidademenoralémde diminuíremosdiâmetrosdosporos. OLIVIER (1998)mencionaaindao efeitobenéficoda utilizaçãoda sílica ativa.Ao analisarseusefeitossoba pastade cimentoendurecidaverificou-sea diminuiçãotantodaporosidadequantododiâmetrodosporosquandoseempregam asadiçõesreferidaseaditivoscompatíveis. 2.4.1.2.- PERMEABILIDADE A permeabilidadeé a vazãodeáguaatravésdeumcorpodadaumacerta pressãoetemperatura.Essavazãodependedotamanho,dacontinuidadedosporose dasuadistribuiçãoenãosomentedaporosidadeemsi. SegundoNEVILLE (1982)qualquer~atorquemodifiqueessaporosidade influenciana permeabilidade.Algunsfatoresa seremcitadossão:a dosagemde cimentoeáguanoconcreto,aaderênciapasta-agregado,graudehidrataçãodapasta, tipodeagregadoutilizado,adiçõeseaditivosentreoutros. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 21 SOBRAL (1990)acrescentaqueo fluxodeáguano concretoé semelhanteao fluxoatravésdequalquercorpoporoso.Primeiramenteumadadaquantidadedeágua penetrano sólido pelapressãoexternae pelasforçascapilares,até que se sature cessandoasforçascapilarese estabeleceumfluxo quepodeseravaliadopelalei de Darcy: Q=KeieA; Onde: Q =vazão K =coeficientedepermeabilidadedeDarcy i =MI / L =gradientehidráulico; A= área. Nessa expressão,SOBRAL (1990) salientaque o coeficientede permeabilidade(K) équevaicontrolaressefluxoatravésdoconcreto. o termopermeabilidadeé estritamenterelacionadocomo fluxoqueocorre sobaaplicaçãodeumapressãodiferencial. Paraumaanálisemacroscópicada permeabilidadeconsidera-sea seguira permeabilidadedapastadecimento,apermeabilidadedosgases,apermeabilidadedo agregadoefinalmenteapermeabilidadedoconcreto. 2.4.1.2.a- Permeabilidadedapasta De acordocomSOBRAL (1990),emumapastade cimentoendurecidao tamanhoe a continuidadedosporosqueaparecemdurantea hidratação,é queirão controlaro coeficientedepermeabilidade(K) ondea águaadicionadaaocimentoé responsávelindiretapela formaçãodessesporos e consequentementedesta permeabilidade.O mecanismoapresentadoporMETHA &MONTEIRO (1994)para aformaçãodosporosnumapastadecimentoé: • a pastadecimentorecémmisturadapossuigrandequantidadee continuidadede porostendoumcoeficientedepermeabilidade(K) grande; • iniciaa hidrataçãoda pastade cimentoe os porosvão sendosegmentados diminuindoo coeficientedepermeabilidade(K); 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 22 • apósa totalhidrataçãoda pastade cimento,30 % da porosidadecapilaré alcançada,ouseja,paraumaporosidadecapilarnapastamenorqueessevaloro coeficientedepermeabilidadenãoapresentaumadiminuiçãosubstancial. A quantidadede água na pasta é indiretamenteresponsávelpela permeabilidadejá que, segundoSOBRAL (1990), determinao espaçototal e posteriormenteo espaçovaziodevidoasreaçõesdehidratação,ondequantomaiora relaçãoágua/cimento,umnúmeroelevadodeporosgrandese bemconectadoso concretoirá conter,e maiortempoparaatingira descontinuidadedaredecapilar (30%). Ou seja, a permeabilidadeda pastade cimentodependeda relação água/cimentoe do graude hidrataçãodo mesmo.Em geral,quandoa relação água/cimentoé altae o graudehidrataçãoé baixo,a pastateráaltaporosidade capilar;ela conteráum númerorelativamenteelevadode porosgrandese bem conectadose,portanto,o seucoeficientedepermeabilidadeseráalto. 2.4.1.2.b- Permeabilidadeaosgases A permeabilidadeaosgasesdeboasargamassase concretosétãobaixa,que sãorarasas determinaçõesprecisasdessapropriedade.Sob iguaisgradientesde pressão,o oxigêniodevepenetraratravésdoconcretomaisrapidamentequeo CO2, vapordeH20 ouágua,devidoàssuascaracterísticasmoleculares,masdificilmenteos gradientesde pressãosãoelevados(RILEM, 1976).A pressãoparcialdosgases agressivosnoarémuitobaixa- parao C~ daordemde10-4MPa - poisdependem desuaconcentraçãonoar,quetambémébaixacomparativamenteàconcentraçãodo O2 eN2. O dióxidodecarbono(C02) parecenãopenetrarnoconcretoalémdazona carbonatada,sendosuapressãodecontatoproporcionalaoteordeCO2 daatmosfera. A permeabilidadeao CO2 diminuicoma carbonataçãodo concreto,quetendea coJmatarosporosdoscapilares. A permeabilidadeaosgasesagressivosreveste-sedeimportânciaquandose trata,porexemplo,delajese partessuperioresdeinterceptoresdeesgoto.O fluido 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 23 transportadopodegerarsulfetos(S-) inicialmenteemformadegássulfidricoH2S. Ao estarem contatocom o concretoe na presençade bactériasaeróbias,essesgases podemoxidar-se,transformando-seemH2S04 e contribuindoparaa aceleraçãoda corrosão. A permeabilidadeaosgasesdiminuinosconcretosemambientesúmidos,pois, alémda eventualformaçãosuperficialde microfissurasde retração,a umidadee a águapresentesnosporosdificultamo movimentodosgases.Daí o fato consagrado deobservarem-semaioresprofundidadesdecarbonataçãoemambientessecos(V.R.< 80%),ou submetidosaciclosdesecagemeumidecimento. 2.4.1.2.c-Permeabüidadedoagregado SegundoMETHA & MONTEIRO (1994)o volumedeporosnamaioriados agregadosnaturaisestánormalmenteabaixode3% e raramenteexcede10%quando comparadosà porosidadecapilarde 30 a 40% das pastastípicasde cimentoem concretoendurecido.Os autores,baseadosempesquisasfeitasporPOWERS (1958), mostramnaTabelaO 1queo coeficientedepermeabilidade(K) dosagregadosvariam da mesmaforma que os coeficientesde permeabilidadeda pasta de cimento endurecida. TABELA 01- Comparaçãoentrepermeabilidadedeagregados(rochas)epasta decimentoPortland(POWERS,1958& POWERS apudNEVILLE, 1976). TipodeRocha Basaltodenso Dioritodequartzo Mármore Mármore Granito Arenito Granito Coeficientede permeabilidade(cm!s) 2,47X 10-12 8,28X 10-12 2,39X 10-11 5,71x 10-10 5,35x 10-9 1,23X 10-8 1,56X 10-8 relaçioalcdapastahidratadacomo mesmocoeficientede permeabilidade 0,38 0,42 0,48 0,66 0,70 0,71 0,71 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 24 Atravésda Tabela01, deve-seobservarque parapastascom mesmo coeficientedepermeabilidadedo agregadoa relaçãoágua/cimentoéproporcionalao coeficientedepermeabilidadedo agregado.Ou seja,a relaçãoágua/cimentomais baixaserelacionacomo menorcoeficientedepermeabilidadedo agregado.Assim sendo,pode-seafirmarqueo coeficientedepermeabilidadeda pastaé menorqueo doagregado. SegundoMETHA &MONTEIRO (1994),arazãopelaqualalgunsagregados com baixaporosidadeapresentampermeabilidademuito maior que em pastasde cimentoé queo tamanhodos poroscapilaresnos agregadosé normalmentemuito maiorestandonafaixade l011m enquantoqueaspastasestãona ordemde 10nma 100nm. 2.4.1.2.d- Penneabilidadedosconcretos SegundoHELENE (1986),os concretosterãopermeabilidademaiorquea da pastapurae totalmentecurada;porém,emgeral,menorquea permeabilidadedos agregadoscomosquaisforampreparados. Essa maior impermeabilidadedas pastas- segundoalgunspesquisadores- deve-seao efeitode tamponamentoe obturaçãopelo gel de cimentoe à menor dimensãodoscapilares,apesardestesserem,via de regra,emmaiornúmeroqueos presentesnasrochas. De acordocom o que foi apresentadoanteriormente,se foremutilizados agregadoscom baixa permeabilidadejuntamentecom a pasta de cimento; a permeabilidadedo sistemadeveriadiminuir,pois estesagregadosinterceptamfluxo dentroda matrizda pasta.Todavia,segundoMETHA & MONTEIRO (1994),a permeabilidadeda argamassaou concretoé maiorque a permeabilidadeda pasta, devidomicrofissuraspresentesna zonade transiçãoentreo agregadoe a pastade cimento. Conformeos autores,o tamanhoe a granulometriado agregadoafetamas característicasde exsudaçãode uma misturade concreto,a qual, por sua vez, influenciaa resistênciadazonadetransição(exsudaçãointerna). I 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 25 Nesseaspecto,PAULON (1996)salientaaindaquenaregiãodecontatoentre apastadecimentoeo agregado,quantomenoraincidênciadefissurasnessazonade transiçãomenorapermeabilidadedoconcretoemaioradurabilidade. PAULON (1996)apresentaaindaquea zonadetransiçãocontémcristais maiorese emmaiorquantidadequeaquelesencontradosna massade cimento hidratado,alémdofatodessescristaismostraremumaorientaçãopreferencial,o queé umaspectofavorávelà propagaçãode fissuras.Pelasrazõesexpostas,a zonade transiçãoé a partemaisfracadoconcretoendurecidosendonestaa ocorrênciadas primeirasações irreversíveisresultandoem microrrupturasquandohouver compressãoe fissuraçãoe fechamentode porosquandosujeitaà traçãoou ao cisalhamento. Umaveziniciadaafissuração,estasepropagadeumazonadetransiçãopara a outra,ondena maioriadoscasosa fraturasegueo contornodos agregados, facilitandoa entradadeagentesagressivosnointeriordoconcreto,parao casodos concretosconvencionais. SOBRAL (1990)acrescentaaindaemrelaçãoà permeabilidadedoconcreto, quequandoháumexcessodeágua,umdeterminadonúmerodegrãosdeagregados tempartedasuasuperficiepraticamentedescoladadapasta,devidoaáguaimpedira aderênciadamesmaao agregado(exsudaçãointerna).Assim,quantomenorfor a possibilidadededeslocamentonasuasuperficiedecontato,menorseráapercolação atravésdessasuperficie. Devidoà grandeimportânciadazonadetransiçãonaligaçãopasta-agregado, estudosestãosendorealizadosvisandomelhoraro desempenhodessazonade transição. No entanto,já éconhecidoqueseaumentandoacoesãodaspastasatravésdo usodeadiçõeseaditivos,esseefeitoépraticamenteeliminado. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 26 140 120 UJ o 100« o::::ilI! 80« ~~o:: EUJO 60a.~ UJbo'"": .J<: 40UJ I-ZUJ§ 20u. wo() / /J.,/ V .2 .3 .4 .5 .6 .7 .8 RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO kgIkg FIGURA 09 - Influência da relaçãoágua/cimentona permeabilidadede pastas de cimentoPortland altamentehidratadas(93%) (POWERS,1958,& POWERS apudNEVILLE, 1976). A nívelilustrativo,tomandoa Figura09 comoreferência,pode-sefazeruma analogiaao correlacionaras resistênciasdos concretoscom suaspermeabilidades. Mesmocoma permeabilidadedaargamassaou concretosermaiorquea dapasta,os coeficientesapresentammesmocomportamentoproporcionalmente.Assim sendo, segundoasclassificaçõesderesistênciaorientadasporHELENE (1998),umconcreto com classede resistênciaefêmera(CIO a C20) e relaçãoalc ~ 0,62 apresentaum coeficientede permeabilidadepor volta de 40e10-12crn/g,enquantoque,paraum concretoresistente(C35aC45)comrelaçãoalc=0,50,esseapresentaumcoeficiente de permeabilidadepor voltade 18e10-12crn/ge paraconcretosduráveis(C50) com relaçãoalc~0,38,o coeficientedepermeabilidadechegaapraticamentezero. Como a maioriados concretosencontradosusualmentenas nossasobras apresentamclassesderesistênciavariandodeCIO aC20,pode-seconcluirquegrande quantidadedenossasestruturasapresentamconcretosde baixíssimaqualidade,com altaporosidade,grandepermeabilidadee consequentementebaixascaracterísticasde durabilidade.Possivelmenteestaé a explicaçãopelagrandequantidadede obrasque apresentamproblemasdecorrosãodearmaduras. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 2.4.2- Adsorção 27 SegundoOLIVEIRA & HELENE (1991),é umprocessono qualmoléculasde águaseaderemàsuperficiedoconcreto.Na adsorçãofisica,asmoléculasdeáguaficam aderidasà superficiedo adsOlventedevidoa forçasde Van der Waals.Na adsorção química,asmoléculasdeáguasãoadsorvidascomoresultadodeumareaçãoquímica. 2.4.3- Absorção OLIVEIRA & HELENE (1991)colocamqueéumprocessopeloqualo concreto absorveumfluidoparapreencherespaçosvaziosinternosnomaterial,atravésdetensões capilares. A absorçãode águado concretoé um dos fatoresmaisdificeisde serem controlados.Em princípio,quantomenorfor o diâmetrodoscapilares,maioraspressões capilareseconsequentemente,maioremaisrápidaabsorçãodaágua. Reduçõesnarelaçãoágua/cimentoparecemcontribuirparareduzira absorção, porém,à medidaquetomamo concretomaisdensoe compacto,diminuemo diâmetro doscapilarese,desdequeestessejamintercomunicáveis,podemaumentaraabsorçãodos capilares(alturada coluna).Porém,as pesquisastemdemonstradoquenessecaso,a importânciadessescapilaresnãosãosignificativosparaadurabilidade.No outroextremo, concretosporososabsorvempouca água por capilaridade,mas acarretamoutros problemasinsuperáveisdepermeabilidadeecarbonataçãoacentuada. Aditívosimpermeabilizantesincorporadosà massade concretoe revestimentos externoshidrófugospodemreduzirdrasticamenteo riscodeabsorçãodeáguaprejudicial comono casodospésdepilarese estruturassemi-enterradase consequentementenas armadurascontíguasnessasestruturas.De qualquerforma,é sempreconveniente aumentaros cobrimentosdo concreto,quandoseestádiantede situaçõesde riscode absorçãodeáguasagressivasàsarmadurasdeaço. Finalmente,deveserconsideradoo fatodemaioroumenorgraudesaturaçãodo concreto,ouseja,nãoháabsorçãodeáguaemconcretossaturados,porémpodeocorrero fenômenoda difusãominimizando-a.Em peçaspré-moldadasou elementosque já 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 28 tiveramoportunidadede entrarem equilíbriocom o meioambiente,secam-se parcialmente,sendoportanto,inevitávelaabsorçãod'água. O fenômenodadifusãoéumprocessoatravésdoqualumlíquido,gásouíon, podepassaratravésdoconcreto,soba açãodeumgradientedeconcentração.Este gradienteé definidoparacadatipodematerialcomoum"coeficientededifusão"ou "medidadedifusividade". O processoserámaisintensoquantomaioro gradientedeconcentraçõesde elementosdissolvidosnosmeiosaquososdosporosdeconcreto.comoquantodo meioambiente,tendendoaumequilíbrio.Daío fatojá conhecidodequemeiosmuito permeáveiscomrenovaçãodaáguaemcontato(areiase águasemmovimento),são muitomaisagressivosqueambientesondeavelocidadederenovaçãoébaixaounula (argilaseáguasestagnadas). Sendoadifusãoumfenômenodetransportedemassaatravésdeumfluido,é deseesperarqueoprocessodiminuaquantomaiscompactoforo concreto. 2.5CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO METHA & MONTEIRO (1994)agruparamas causasfisicasem duas categorias:desgastesuperficialdevidaa abrasão,cavitaçãoou ero,sãoe fissuração devidoa diferentesgradientesdetemperaturae umidadee carregamentoestrutural. Da mesmaformaagruparamascausasquímicasemtrêscategorias:hidrólisedos componentesda pastade cimentopor águapura,trocasiônicasentrefluidos agressivose apastadecimentoe reaçõescausadorasdeprodutosexpansíveis.Essa classificaçãopodesermelhorvisualizadaconformeaFigura10mostradaaseguir. Deve-seressaltarqueadistinçãoentreascausasfisicasequímicasdedeterioração é arbitráriapoisasduassesobrepõem,ouseja,geralmenteumadeterioraçãodecausa fisicaacarretaráemumadeterioraçãodecausaquímicaevice-versa. CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO I I CAUSAS FÍSICASI CAUSAS QUÍMICAS I I I III 1) Desgaste 2)Fissuração1) Reaçõesenvol-2) Reaçõesde3) Reaçõescom da vendohidróliseetrocaentefluidos formaçãode superficie -mudançadevolume lixiviaçãoagressIvoseaprodutos - cargaestrutural pastadecimentoexpanSIVOS- abrasão -exposiçãoà II- erosão extremosde- cavitação temperatura l'v b~ ~ ~ "- §: 1} §- "" ~ ~ E' ~ "" 1} ~ :::l~ ~ 8' formaçãodesais insolúveis ataquequímicopor soluçõescontendosais demagnésio agregado hidrataçãodo CaO e MgO expansivos corrosãodas armaduras FIGURA 10- Classificaçãodascausasdedeterioraçãodo concreto( METHA & MONTEmO, 1994). l'-) >O 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 2.5.1- DETERIORAÇÃO DO CONCRETO POR AÇÕES FÍSICAS 30 As causasfisicasparaa deterioraçãodo concretosãoclassificadosem: desgastesuperficialefissuraçãodeacordocomMETHA & MONTEIRO (1994). 2.5.1.1-Deterioraçãodevidoaodesgastesuperficial A perdade massaa partir da superficiede concretopode ocorrer progressivamente,devidoàabrasão,erosãoecavitaçãoouaindalixiviação. A abrasãorefere-seprincipalmenteao atritoseco,tal comodesgastede pavimentosepisosindustriaisdevidoaotrafegodeveículos. A pastadecimentoendurecidanãopossuiumaaltaresistênciaao atrito.A vidaútildoconcretopodesersignificativamentediminuída,sobcondiçõesdeciclos deatritorepetidos,especialmentequandoapastadecimentotemaltaporosidadeou baixaresistênciaeéprotegidainadequadamenteporumagregadodebaixaresistência aodesgaste. A erosãoéusadaparadescreveraaçãodefluídoscontendopartículassólidas, queocorreprincipalmenteemestruturashidráulicastaiscomovertedouros,canaise condutos. Umfluidocontendopartículassólidasemsuspensãoaoentraremcontatocom o concreto,podecausardesgastesuperficialatravésda açãode escorregamento, rolamentooucolapsodaspartículas.A velocidadedeerosãosuperficialdependeda porosidadeou resistênciado concretoe, evidentemente,da quantidade,tamanho, forma,densidade,durezaevelocidadedaspartículas. A cavitaçãoocorredevidoaocolapsodebolhasdevaporsobresuperficiesde concreto,predominantementeemestruturascontendoáguaemaltavelocidadecomo vertedouros,tubosdesucçãoecanais. Nas águasemvelocidade,bolhasde vaporformam-sequandoa pressão absolutalocal em um dadoponto é reduzidaa pressãode vapor ambiente correspondenteatemperaturaambiente.Comoasbolhasdevaporsemovimentamno sentidodescendente,coma águaentrandoemumaregiãodepressãomaisalta,elas colapsamcomgrandeimpacto,poisapesardapressãonegativaestarlimitadaaaté10 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 31 m.c.a(metrospor colunad'água),a superfíciede cadabolhaque se chocacom o concretoémuitopequena,causandograndeesforçodearrancamento. 2.5.1.2- Deterioraçãodevidaà fissuração O aparecimentodefíssurasemumasuperfíciedeconcretoprovocao aumento de sua permeabilidade,que por sua vez dá origema um ou mais processosde deterioraçãoquímica.Os efeitosdessadeterioraçãoquímicasãofísicos,porquehá o enfraquecimentodapastadecimentoendurecidoe a conseqüentevulnerabilidadedo concreto,porexemplo,àabrasãoeaerosão. Quantoas causasfisicaspara o aparecimentode físsurasé a exposiçãoà temperaturasextremas,ou seja,à açãodegelo-degeloe do fogo. As demaiscausas serãoabordadasmaisdetalhadamenteno Capítulo3 ao setratarde fissurasno item Sintomatologia. Em climas frios ou em obras para fins frigoríficos, a deterioraçãode pavimentos,murosdecontenção,pontes,temcomoumadasprincipaiscausas,a ação dos ciclosde gelo-degelo.A açãodestesciclos sobreo concretopode ocorrerde váriasformas. A maiscomumé a expansãoprogressivadamatrizdapastadecimento,onde POWERS (1958)elucidaquea águaa baixastemperaturascomeçaa secongelarna cavidadecapilarprovocandoaumentode volumedessecapilare consequentemente umadilataçãonessacavidadeda ordemde 9% ou entãoa expulsãodo excessode águaparaforadocorpo,ou ambososefeitos. Duranteesseprocesso,uma pressãohidráulicaé geradae sua magnitude dependedadistânciaatéa parteexteriorquepermitea fuga,dapermeabilidadee da velocidadedeformaçãodegeloqueformaráentãopossíveisfissuras. O concreto,quandosubmetidoà açãodo fogo,apresentaperdamaislentade resistênciaatéaproximadamente400°C, caindodepoismaisrapidamenteà medida quea temperaturasetomamaiselevada.Com temperaturaemtomo de 800°C, a resistênciaà compressãodo concretofica reduzidaa cercade 25% do seuvalor original. A Figura11ilustraessecomportamentodo concreto. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto (% ) 100 .- 80 a:> .- 40 .- 20 .- 32 Resistênciaàcompresslo como uma porcentagemda resis1ência inicial X Temperatura Agregado calcáreo ;., /'...•...~.. ...............".." Agregado sílica "'-,."'/ 200 400 lDJ 800 Temperatura ( o C ) FIGURA 11- A influênciada temperaturae do tipode agregadosobrea resistênciaacompressãodoconcreto(Fonte:LEITE &SAAD,1992). 2.5.2 QUÍMICAS DETERIORAÇÃO DO CONCRETO POR REAÇÕES oataquequímicoconsistenumatrocademassaentreo concretoe o meio ambiente,o queresultaeventualmentena modificaçãode certaspropriedadesdo concreto. ParaMETHA & MONTEIRO (1994),adeterioraçãodoconcretoporreações químicas,envolvegeralmenteinteraçõesquímicasentreagentesagressivosnomeio externoe os constituintesdapastadecimento.Porémexistemexceçõescomoas reaçõesálcali-agregados,a hidrataçãoretardadado CaO e MgO e a reação eletroquímica.SalientamaindaquequalquermeioexternocompH <12,5podeser classificadocomoagressivo,já queemumapastadecimentoPortland,a fasesólida seencontraemequilíbrioestávelcomumfluidoqueapresentepHentre12,5e 13,5. Dentreas reaçõesquímicasqueenvolvema pastade cimentoendurecida destacam-se: 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 33 a) as reaçõesenvolvendohidrólisecausandoa lixiviaçãodo hidróxidode cálcio Ca(OH)z e expondoos outros componentescimentíceosa possíveisataques químicos; b) reaçõespor trocade cátionsquepodemcausartrêstipos dereaçõesdeletérias. Dentrodessasreaçõessãodestacadasasqueformamsaissolúveiscomoo cloreto de cálcio,acetatode cálcio,cloretode alumínio,cloretode ferro e com maior destaqueosácidoscarbônicoeo sulfürico. Ainda podemser formadossais de cálcio insolúveise não expansivos(ácido oxálico,tartáricoe fluorídrico)e o ataquequímicopor soluçõescontendosaisde magnésio(cloreto,sulfatooubicarbonatodemagnésio)queaointeragiremcomo silicatode cálcio hidratado(C-S-H), transformam-seem silicatode magnésio hidratado(Mg-S-H) quenãopossuicaracterísticacimentícea. c) reaçõesformandoprodutosexpansivosfazendocomqueocorramtensõesinternas que se manifestampelo fechamentode juntas de expansão,deformaçõese deslocamentosseguidosdefissuração,lascamentoepipocamentodaestrutura. São associadoscom as reaçõesquímicasexpansivasno concretoquatro fenômenos:ataquepor sulfato,ataqueálcalis-agregado,hidrataçãoretardadadeCaO eMgO livrese corrosãodaarmaduranoconcreto. 2.5.2.c.l Ataque por sulfatos BRANDÃO (1998)relataque os sulfatospodemser encontradosem solos (ex.: argilas),dissolvidosemáguade lençolfreático,ematerroscontendoresíduos industriais(ex.:escóría)etambémnaáguadomar.O ataquepor sulfatoscontidosna águado marémenosseverodo quepor sulfatosdissolvidosemáguafreática,devido à presençade cloretosque amenizamos efeitosdas reaçõespois estetem uma tendênciadeformarinicialmenteumcloro-aluminato,conhecidopor SaldeFridell,de modoqueo comportamentoexpansivoassociadoàformaçãodesulfo-aluminatofica inibido. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 34 o ataquesedápelasreaçõesdossulfatoscomo hidróxidodecálciolivre (Ca(OH)2)e comos aluminatosdecálciohidratados(3CaO. Ah03 . 12H20ou, simplesmente,C3A), resultantesda hidrataçãodo cimento.Os produtosdessas reações,respectivamente,o gesso(CaS04. 2H20)e o sulfo-aluminatode cálcio conhecidocomoetringitaou Sal de Candlot(3CaO. Ah03 . CaS04. 31H20), cristalizam-secomaáguanumprocessoacompanhadoporaumentodevolume.Esta expansãoé seguidadefissuraçãoprogressivadeconfiguraçãoirregular,facilitandoo acessoa novassoluçõesdesulfato.Podeocorrer,também,desprendimentodelascas. O concretoadquireumaaparênciaesbranquiçadacaracterística. 2.5.2.c.2 Reaçãoálcalis-agregado KIHARA etal.(1998)explicamquea reaçãoálcalis-agregado(RAA) é um processoquímicoondealgunsconstituintesmineralógicosdoagregadoreagemcom oshidróxidosalcalinos(provenientesdocimento,águadeamassamento,agregados, pozolanas,agentesexternos,etc.)queestãodissolvidosna soluçãodosporosdo concreto.Comoprodutoda reaçãoforma-seum gel hidroscópicoexpansivo.A manifestaçãoda reaçãoálcalis-agregadopode se dar de váriasformas,desde expansões,movimentaçõesdiferenciaisnasestruturasefissuraçõesatépipocamentos, exsudaçãodogeldeereduçãodasresistênciasàtraçãoecompressão. O tipo defissuraprovocadapor estetipodereação,atingema superflcie externadeformairregularsendoreferidascomofissurasmapeadas. Atualmentesãodistinguidostrêstiposdeletériosdareação: • reaçãoálcali-sílicaqueenvolveapresençadesílicaamorraoucertostiposde vidrosnaturais(vulcânicos)eartificiais; • reaçãoálcali-silicatoqueédamesmanaturezadareaçãoálcali-sílicaporém,o processoocorre mais lentamente,envolvendoalgunssilicatospresentesnos feldspatos,folhelhos,argilosos,certasrochassedimentares(comoas grauvacas), metamórflcas(como os quartzitos),e magmáticas(como os granitos)e, fundamentalmente,a presençade quartzodeformado(tensionado) e minerais expanslVOS; 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 35 • reaçãoálcali-carbonatoque ocorre entrecertoscalcáriosdolomíticose as soluçõesalcalinaspresentesnosporosdoconcreto. METHA & MONTEIRO (1994) relatamque a reaçãoálcali-sílicaé pelo menosumadascausasdedeterioraçãodeestruturaslocalizadasemambientesúmidos como:barragens,estacasdepontese estruturasmarinhas. 2.5.2.c.3 HidrataçãodoMgO eCaO cristalinos METHA & MONTEIRO (1994), mostramque quando MgO e CaO (calcinado) cristalinosestãopresentesem quantidadesconsideráveisno cimento Portlande sãohidratados,estespodemcausarexpansãoefissuraçãono concreto. Atualmenteo fenômenodeexpansãodevidoàpresençado CaO cristalinosem cimentosPortlandé rarodeacontecer,poisos avançosincorporadosno controleda manufaturaasseguramque o conteúdode CaO não combinadoou cristalinonão excedaà 1%(acimade2,8%apresentaexpansãoconsiderável). 2.5.2.c.4 Corrosãodaarmaduradoconcreto HELENE (1986)ressaltaqueo fenômenoda corrosãode armadurasé mais freqüentedo quequalqueroutrofenômenodedegradaçãodasestruturasdeconcreto armado,havendoassimumcomprometimentotantodo pontodevistaestéticocomo dasegurança,sendosempreonerosoo seureparoourecuperação. SegundoMETHA & MONTEIRO (1994),o danoao concretoresultanteda corrosãoda armadurasemanifestana formade expansão,fissuraçãoe finalmenteo lascamentodo cobrimento.Além da perdade cobrimentopode ocorrerperdade aderênciaentreo concretoe o aço e a diminuiçãoda áreada seçãotransversalda armaduraocasionandoatéo colapsodaestrutura. De acordocomHELENE (1986)o processode corrosãoda armaduraestá fundamentadonosprincípiosdecorrosãoeletroquímicasendoqueelasó ocorrenas seguintescondições: • deveexistirumeletrólito; 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 36 • deveexistirumadiferençadepotencial; • deveexistiroxigênio;e • podeexistiragentesagressivos. A formaçãodeumacéluladecorrosãooupilhapodeocorrercomoindicado naFigura12queexplicagraficamenteo fenômeno.Comoemqualqueroutracélula, háumânodo,umcátodo,umcondutormetálicoeumeletrólito.Qualquerdiferença depotencialentreaszonascatódicaseanódicasacarretao aparecimentodecorrente elétrica.Dependendodamagnitudedessacorrenteedoacessodeoxigênio,poderáou nãohavercorrosão. Superfíciedo Concreto .~ ~.••.• e~ : :....•.....••..••• • '. ,. .t; ~ ... :.• ' .•...~..' :Õ;." • "';.. ' ' ~. ,.l." ••·.vfet·'J'Ó· 1I~i\o- ~. '.•. ~~ .•.• i·•. _.' ~ u ~S -... , • .. ' fie ...••.......... :..' .~, .('-J..';__""- , .. ~. ,. P.4·.•.. '" ";.' :•.•. -onuã&e)...• C~6'".•....... -'" '" ' .•... ;.' .' .... ~ ..•......•.. .i •...••... ...........--OH~....••.... 6.. '." .: .••.: .. 1." .~..•• 1:... ",,,,,,- . Superfíciedo Concreto ,-----,--- I Zona I : Catódica : I (nio corroída)II I - - - I - io;a - I - -~ondutorI : Anódica I (barradeaço) I (corroída): e- .• _I _-- -- ;;;;;;;;;;;;;;;;;;~;;;;~~~;;7;;;';~..;;;';~.•~..,oa~':'~';~~4:";"'~'~~.".••..'...;;; :". -..•. : '+:--'''S04'...•..•.. 4, .. ' ••..• ' "',;ju'" •...•.. ' .•..••.•... ''"F~'~ ·,'41-•.•• '''4>.....•..,.....:- '~~~'~_"~~)':.~"~o C.IH·r·..;.··t·4'~+:.""~r'~. ' '.' '....•. ,,- .••. .....,....;.' .. J.,'' . "'.- ' }. .. , -.-:~..f~.f;.+..·,.··..••....•....•.•...~.•.. ; •.•-!',i. _ •.•......•.• FIGURA 12- Céluladecorrosão(fonte- HELENE, 1986) • Deveexistirumeletrólito: VOGEL (1981)definequesoluçãoéumprodutohomogêneoobtidoquando sedissolveumasubstânciaemum solvente(água).Quandoessassubstânciassão ácidos,basese sais,por exemplo,elaspassamcorrenteelétricaatravésde suas soluções.Essassubstânciassãodenominadaseletrólitos. A águaquimicamentepuranãoconduzeletricidade;senoentanto,nelaforem dissolvidosácidos,basesou sais,a soluçãoresultantenãosó conduziráa corrente elétrica,comotambémocorrerãotransformaçõesquímicas. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 37 Em experiênciasrealizadascom concretoscom temperaturaambientee variadasumidadesrelativas(U.R.), HELENE (1986)mediuas respectivasumidades deequilíbrioe constatoua presençadeáguanessesconcretos.Sendoassim,pode-se afirmarque semprehá águano concretoe portanto,semprese estabeleceráa existênciadeeletrólitosnoquedependerdela. • Deveexistirumadiferençadepotencial: Quandosesubmergeo açoa umasolução,partedosátomosdeferrotendea passara mesma,transformando-seem cátionsferro (FeH), com carga elétrica positiva,deixandoa armaduracom carganegativae criando-seo que se conhece como potencialde equilíbrioou reversível.Este fato, por si só, não gera força eletromotriz,mas em presençade reagentescapazesde sofrer redução,ou seja, capazesde combinarcomo elétronliberadona reaçãode formaçãodo íon ferroso, podeformar-seumapilhaou céluladecorrosãoeletroquímica. Qualquerdiferençade potencialqueseproduzaentredois pontosda barra, por diferençadeumidade,aeração,concentraçãosalina,tensãono concretoe no aço, é capazdedesencadearpilhasconectadasemsérie. • Deveexistiroxigênio: É necessárioque haja oxigêniopara a formaçãode ferrugem,além do eletrólitorepresentadopelaumidadeeo hidróxidodecálcio,semo quenãoé possível a seguintereação: 4Fe+3 O2 +6 H20 ~ 4 Fe (OH)3 (ferrugem) Na realidade,as reaçõessão mais complexas,e o produto de corrosão, denominadoferrugem,nemsempreé o Fe (0H)3, massimumagamade óxidose hidróxidosdeferroresultantesdasseguintesetapasdecorrosão: • naszonasanódicas, o ferroperdeelétrons,ocasionandoadissoluçãodometal: 2Fe~ 2 FeH +4e- ( oxidação) • naszonascatódicas,emmeiosneutroseaerados,ocorre: 2 H20 +O2 +4e-~ 40H ( redução) • acarretandoasseguintesreaçõesdecorrosãocomaformaçãodeferrugem: 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 38 2Fe+2HzO+Oz~ 2FeH + 40H" 2FeH +40lf ~ 2Fe(OH)z ouFeO. O (ferrugem) 2Fe( OH )z+HzO+~ Oz~ 2Fe(OH )3 ouFe03.HzO (fe"ugem) A transformaçãodo aço metálicoem ferrugemé segundoMETHA & MONTEIRO (1994)acompanhadadeumaumentodevolumedeaté600%dometal original.Acredita-sequeesteaumentodevolumesejaa causaprincipaldeexpansãoe fissuraçãodoconcreto. • Podemexistiragentesagressivos A corrosãopodeseraceleradaporagentesagressivoscontidosouabsorvidos peloconcreto.A presençadestesassumemo papeldesubstânciaqueaoserdissolvida no solventeáguacontidono concreto,possibilitaa geraçãodo eletrólitosque, conjuntamentecomo oxigênioe a diferençadepotencial,desencadeiamo processo deumacélula(pilha)decorrosãoeletroquímica. Entreelespode-secitaros íonssulfetos(S·. ), os íonscloretos(CI - ), o dióxidodecarbono(COz),osnitritos(NO-3),o gássulfidrico(HzS),o cátionamônio (NH/), osóxidosdeenxofre(SOz,S03),fuligemetc. 2.6 - PRINCIPAIS MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO E ENVELHECIMENTO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO SegundoDINIZ (1998) os mecanismosmaisimportantese freqüentesde envelhecimentoedeterioraçãodasestruturasdeconcretodividem-seemmecanismos preponderantesdedeterioraçãorelativosaoconcretoe mecanismospreponderantes dedeterioraçãorelativosàsarmaduras. Alémdosmecanismosdedeterioraçãodoconcretoedaarmadurajá descritos no item2.5,OLIVEIRA & HELENE (1991)acrescentama retração,retençãode fuligeme fungose concentraçãosalinae HELENE (1998)consideratambémos 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto 39 chamadosmecanismosdedeterioraçãopropriamenteditotodosaquelesrelacionados às açõesmecânicas,movimentaçõesde origemtérmica,impactos,açõescíclicas (fadiga),deformaçãolenta(fluência),relaxaçãoe outrosconsideradosemqualquer normaoucódigoregional,nacionalouinternacional. A retençãodefuligemefungosémencionadaa seguir.A concentraçãosalina seráabordadano itemqueelucidarásobreatmosferamarinhae águado mar.Os demaismecanismoscitadosacimaserãomelhorelucidadosno Capítulo3 quando foremabordadasasslntomatologlasnasestruturasdeconcreto. 2.6.1- RETENÇÃO DE FULIGEM E FUNGOS As basesúmidassãoatacadasfreqüentementepormicroorganismosdeordem botânicaouanimal.Trata-sedebactérias,fungos,moluscosealgas,quetêmumativo metabolismo.As superficiesatacadassão mantidaspermanentementeúmidas, acelerandoa maioriadosmecanismosde degradação,alémde comprometerema salubridadedeambientesinternos. É tambémnaporosidadesuperficialdoconcretoquesedepositaafuligemdos centrosurbanose industriais.Tratam-sedepartículasdenaturezaácidaque,num primeiromomento,fixam-senosporosdo concreto.A seguir,devidoa elevada superficieespecífica,passama reteráguae novaspartículas,numprocessocíclico progressIvo. Comoresultadodessadeposiçãosuperficial,tem-seareduçãodaalcalinidade doconcretoeaconseqüentedegradaçãoeriscodedespassivaçãodaarmadura. Resumindo,apresentam-senaTabela02deformasucinta,asprincipaisformas dedegradaçãodassuperficiesdeconcreto. 2 DurabilidadedasEstruturasdeConcreto TABELA 02 - Mecanismos de degradação das superficies de concreto (fonte - OLIVEIRA & HELENE, 1991) 40 'll' AGRESSIVIDADE CONSEQUENCIAS INERENTES AO PROCESSO Naturezado CondiçõesparticularesAlteraçõesdecor IAlteraçõesfisico- processo manchasquímicas Carbonatação V.R.60%a 85%Em geralmaisclara- reduçãodopH - corrosãodas armaduras - fissuraçãosuperficialLixiviação AtmosferaácidaeáguasEscurececom- reduçãodopH moles manchas - corrosãodas armaduras - desagregação superficial Retração Molhagem/secagemManchasefissuras- fissuração Ausênciadecura - reduçãodopH - corrosãodas armaduras Fuligem AtmosferasurbanaseManchasescuras- reduçãodopH industriais - corrosãodas armaduras Fungos Zonasúmidase salinasManchasescuras- reduçãodopH esverdeadas
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