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O olhar eurocêntrico sobre a cultura

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O olhar eurocêntrico sobre a cultura
De onde surge a preocupação com o tema da cultura?
Vamos posicionar nosso olhar. Toda construção científica nasce na Europa. A reflexão teórico-científica sobre a humanidade se iniciou neste ambiente e nesta perspectiva. Logo, a noção de ser humano de referência para todas as Ciências Humanas e Sociais é a do homem europeu e da sociedade europeia. No entanto, a partir dos esforços de conquista de outros continentes, os europeus “encontraram-se” com “seres” diferentes o suficiente para causarem estranhamento, mas “parecidos” o suficiente para produzirem o seguinte incômodo: serão estes seres “humanos”?
Fonte: SantiPhotoSS / Shutterstock, Filipe Frazao / Shutterstock, India Picture / Shutterstock e Zurijeta / Shutterstock
A relação com agrupamentos humanos de localidades até então desconhecidas como as que hoje denominamos África, América, Austrália, fizeram com que os europeus se questionassem sobre as características peculiares ao humano e as razões de tanta diferença entre os componentes de uma mesma espécie.
O movimento pré-científico, que domina o campo da diversidade cultural até o século XVIII, é aquele que oscilava entre conceber o “diferente” ora como humano, ora como não humano, provido ou desprovido de alma, bom ou mau selvagem, etc. Na ótica dos europeus, estes “maus selvagens” eram vistos como perigosos, mais próximos aos animais, brutos, imbuídos de uma sexualidade descontrolada, primitivos, com uma inteligência restrita, iludidos pela magia, enfim, seres limitados que precisavam ser “civilizados” pela cultura europeia.
Veja, a seguir, o trailer do filme "Hans Staden", sobre um imigrante alemão que naufragou no litoral de Santa Catarina, sendo encontrado por índios Tupinambás, que o prendem com o intuito de matá-lo e devorá-lo. Ele então precisa arranjar meios para convencer os índios a não devorá-lo e permanecer vivo:

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