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Material Completo Direito Administrativo

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ANALISTA JUDICIÁRIO DE TRIBUNAIS 
Direito Administrativo – Material Completo 
Matheus Carvalho 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
- Confere prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e restrições 
(Perece da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais decorrem os 
outros Princípios. 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e sujeições). 
Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do Direito Administrativo”. 
Princípios decorrentes desses 02 (dois) Princípios (SUB-PRINCÍPIOS). Art. 37, caput, da CF: Princípios 
Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 LEGALIDADE. A Administração Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão 
subordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito do Direito Civil, onde o que não está 
proibido está permitido (art.5°, II, CF). Por outro lado, na Legalidade Administrativa, o administrado só atuará 
com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. 
 IMPESSOALIDADE (art. 37, § 1º, da CF). A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da 
coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, o exercício da atividade administrativa é atribuição da 
Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (agente público 
de fato). 
- As publicidades da Administração não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão 
meramente informativas, educativas ou de orientação social. 
- A Impessoalidade é um dos Princípios mais cobrados das provas de tribunais. Vejamos um exemplo. 
 
Vejamos uma questão sobre o tema: 
 
1 - (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) O Diretor Jurídi-
co de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão 
na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão 
de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da Administração públi-
ca. Trata-se do princípio da: 
 
A) presunção de legitimidade. 
B) publicidade. 
C) motivação. 
D) supremacia do interesse privado sobre o público. 
E) impessoalidade. 
 
OBS: Princípio da intranscendência - Trata-se de princípio que excepcionaliza a idéia de impessoalidade. O 
princípio da intranscendência subjetiva das sanções, consagrado pelo STF, inibe a aplicação de severas sanções 
à entidades federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos. 
 MORALIDADE. Maurice Hauriou, 1927: noção de Administração proba, a Moralidade Administrativa seria um 
conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da Administração. Representa um conjunto de valores 
que fixam um padrão de condutas que deve ser observado na atividade administrativa, no sentido de que ela atue 
com retidão de caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, boa-fé. 
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a lei, essas atuações têm que ser 
conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade. 
 Art.5°, LXXIII da CF/88  Ação Popular para controlar a Moralidade Administrativa dos agentes públicos. 
 PUBLICIDADE. Transparência no exercício da atividade administrativa. 
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade, 
intimidade). 
 EFICIÊNCIA. Introduzido pela EC 19/98, antes já era Princípio Infraconstitucional. A atuação da Administração 
deve ser: 
 Rápida: Dinamismo, celeridade, descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
 Princípio da Finalidade Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Material Completo 
Matheus Carvalho 
2 
 Finalidade Pública Geral. Impõe que a atuação administrativa seja sempre voltada à coletividade, ao 
interesse público, nunca para atender interesses particulares. 
 Finalidade Pública Específica. Determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é praticado para 
atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o Princípio da Finalidade Pública (desvio 
específico de finalidade). 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos. 
 Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção relativa, juris tantum). 
Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos. 
 Princípio da Auto-tutela (Constitucional). 
 A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. PODERÁ 
anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade  Súmula 346, STF: “A 
Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”. 
 A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam 
direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  Súmula 473, do STF: ”A Administração 
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam 
direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
 Em todos esses casos de invalidação e revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e deverá apreciar 
os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se a aspectos formais, não 
havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter 
de não definitividade do autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada. 
 Lei 9.784/99, art. 53  Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios 
atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
 Princípio da Motivação. 
 Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. Incisos IX e X, 
do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica do judiciário devem ser 
fundamentadas. 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prática de um ato. Já a 
Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável aos ocupantes 
de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que poderia não ser 
motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem 
respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente 
destituído por improbidade, esta deverá ser provada. 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF). 
 Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar como: 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que optar pelo meio que 
menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve promover 
ponderação entre vantagens e desvantagens, entre o meio e o fim, de modo que haja mais vantagens que 
desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. 
 Princípio da Continuidade. 
 Estampado no art. 6º, §1º, da lei 8.987/95,define que a atuação administrativa deve ser ininterrupta. 
 Ressalva 1 – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de lei específica. Enquanto 
não houver lei específica para regulamentação, fará greve nos moldes da Lei Geral de Greve, no entendimento do 
STF. 
 
SERVIDORES PÚBLICOS. GREVE. LEGITIMIDADE. PAGAMENTO. DIAS PARADOS. 
 
É cediço que a lei de greve do serviço público ainda não foi regulamentada, mas, após o julgamento no STF do 
mandado de injunção 708-DF, DJe 30/10/2008, determinou-se a aplicação das Leis ns. 7.701/1988 e 7.783/1989 
enquanto persistir essa omissão quanto à existência de lei específica, nos termos previstos no art. 37, VII, da 
CF/1988. Este Superior Tribunal, consequentemente, passou a ter competência para apreciar os processos relati-
vos à declaração sobre a paralisação do trabalho decorrente de greve de servidores públicos civis, bem como às 
respectivas medidas acautelatórias, quando as greves forem nacionais ou abrangerem mais de uma unidade da 
Federação. Também no citado mandado de injunção, o STF, ao interpretar o art. 7º da Lei n. 7.783/1989, enten-
 
 
 
 
 
 
 
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deu que com a deflagração da greve ocorre a suspensão do contrato de trabalho. Assim, não devem ser pagos os 
salários dos dias de paralisação, a não ser que a greve tenha sido provocada por atraso no pagamento ou por 
outras situações excepcionais as quais possam justificar essa suspensão do contrato de trabalho. Anotou-se que, 
reiteradas vezes, em casos análogos, o STF tem decidido no mesmo sentido. Na hipótese dos autos, os servido-
res em greve pertencentes à carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho buscam a criação de carreira exclu-
siva para o Ministério do Trabalho, disciplinada pela Lei n. 11.357/2006. Consta que os servidores somente defla-
graram a greve após ter sido frustrado o cumprimento do termo de acordo firmado, em 25/3/2008, entre as entida-
des sindicais representativas da classe e o Governo Federal, este representado por secretários. Para não ser 
considerada ilegal a greve, antes de deflagrarem o movimento, expediram a comunicação e a devida notificação 
extrajudicial ao Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. Neste Superior Tribunal, em relação a 
essa greve, foi interposta medida cautelar preparatória a dissídio coletivo sobre a paralisação do trabalho decor-
rente de greve e petição que cuida de dissídio coletivo, ambas ajuizadas pela Confederação dos Trabalhadores no 
Serviço Público Federal (CONDSEF) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social da 
Central Única dos Trabalhadores (CNTSS/CUT) e outra petição (ação declaratória) ajuizada pela União. O Min. 
Relator considerou legal a greve, fazendo uma análise do ordenamento jurídico, da interdependência dos Pode-
res, do direito de greve e do princípio da dignidade humana. Assim, afirmou que, embora o termo de acordo firma-
do não configure acordo ou convenção coletiva de trabalho, não tenha força vinculante, nem seja ato jurídico per-
feito em razão dos princípios da separação dos Poderes e da reserva legal (arts. 2º, 61, § 1º, II, a e c, e 165 da 
CF/1988), constitui causa legal de exclusão da alegada natureza abusiva da greve, nos termos do inciso I do pa-
rágrafo único do art. 14 da Lei n. 7.783/1989. Quanto ao pagamento dos vencimentos durante o período de parali-
sação, o Min. Relator ressalvou ponto de vista quanto à natureza da disciplina legal e constitucional do servidor 
público, a exigir um mínimo de regramento para a criação de um fundo destinado a fazer frente à não percepção 
de vencimentos durante a suspensão do vínculo funcional, o que, pela sua excepcionalidade, poderia justificar a 
não suspensão do pagamento. Entretanto, assevera que não há como ignorar a jurisprudência do STF e a nature-
za particular de necessidade da formação desse fundo devido à suspensão do vínculo funcional no período de 
greve. Diante desses argumentos, entre outros, a Seção declarou a legalidade da paralisação do trabalho, deter-
minando que a União se abstenha de promover qualquer ato que possa acarretar prejuízo administrativo funcional 
e financeiro aos grevistas, mas que haja regular compensação dos dias paralisados sob pena de reposição ao 
erário dos vencimentos pagos, nos termos do art. 46 da Lei n. 8.112/1990. Precedentes citados do STF: AI 
799.041-MG, DJe 31/5/2010; RE 456.530-SC, DJe 31/5/2010; RE 480.989-RS, DJe 11/5/2010; RE 538.923-PA, 
DJe 16/3/2010, e MI 3.085-DF, DJe 1º/9/2010. MC 16.774-DF, Pet 7.920-DF, e Pet 7.884-DF, Rel. Min. Hamilton 
Carvalhido, julgados em 22/9/2010 (ver Informativo n. 440). 
 
 Ressalva 2 – o art. 6º, §3º, da lei 8.987/95, permite a interrupção do serviço por razões de ordem técnica e por 
motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso. 
 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade. 
 A razoabilidade orienta a atuação administrativa dentro dos padrões de conduta aceitos pela sociedade. 
Normalmente aplicado na prática de atos discricionários, quando o agente público tem margem de escolha, com 
base em critérios de oportunidade e conveniência. 
 Entende-se que a Proporcionalidade é inerente à Razoabilidade e diz respeito à adequação entre fins e meios 
para a prática de atos administrativos. Veja como isso pode ser cobrado em prova de carreiras jurídicas. 
 
Vejamos como estes Princípios Constitucionais foram cobrados em uma prova de Tribunais: 
 
2 - (FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária - TRT 4/2015) A atuação da Administração Pública é infor-
mada por princípios, alguns inclusive com previsão constitucional expressa, que se alternam em graus de 
relevância de acordo com o caso concreto em análise. Do mesmo modo, a aplicação dos princípios na 
casuística pode se expressar de diversas formas e em variados momentos, ou seja, não há necessaria-
mente idêntica manifestação da influência dos mesmos nas diferentes situações e atividades adminis-
trativas. Dessa forma, 
 
A) à exceção do princípio da publicidade, que se expressa pela divulgação dos atos finais praticados, os demais 
princípios dependem de análise do caso concreto, para que se possa verificar se foram adequadamente observa-
dos. 
B) o princípio da supremacia do interesse público pode ser considerado materialmente superior aos demais, pois 
para esses é parâmetro de aplicação, na medida em que a solução mais adequada é sempre aquela que o privile-
gia. 
 
 
 
 
 
 
 
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C) enquanto o princípio da eficiência se aplica no curso dos processos e atividades desenvolvidos pela Adminis-
tração, os demais princípios destinam-se ao resultado e aos destinatários finais, não tendo aplicabilidade antes 
disso. 
D) o princípio da publicidade não incide apenas para orientar a divulgação e a transparência dos atos finais, mas 
também permite aos administrados conhecer documentos e ter informações ao longo do processo de tomada de 
decisão. 
E) o princípio da eficiência é aplicado em conjunto com o princípio da supremacia do interesse público, podendo 
excepcionar o princípio da indisponibilidade do interesse. 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
CONCEITO 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública como 
necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever da 
administração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem com ela 
(Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
Ao extrapolar o caráterinstrumental, ocorre abuso de poder. 
Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder. 
Excesso de poder – vício de competência. 
Desvio de Poder – vício de finalidade. 
PODER VINCULADO. Competência vinculada expedir atos vinculados. 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, cujos 
elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por lei. Confere à Administração uma competência para 
expedir atos vinculados ou regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade 
administrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
- OBS: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só impõe 
sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
PODER DISCRICIONÁRIO 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade de se 
valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do objeto e na avaliação dos motivos do ato 
praticado. 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do ato. Pode 
deliberar a respeito do motivo e do objeto do ato, quando a lei deixar alguns dos elementos para prática de um 
ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada de mais de uma decisão. 
 
Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca 
poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
- OBS: O Judiciário não pode fazer o controle de mérito, mas sim controle de legalidade, inclusive dentro do 
contexto dos princípios constitucionais. 
 
PODER HIERÁRQUICO 
 
- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando 
conveniente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito 
e escalão da Administração e a divisão de competências. 
 
 Capacidade de Ordenar. Organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-as entre os 
órgãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. As ordens emanadas pelos 
órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seus inferiores, salvo se manifestamente 
 
 
 
 
 
 
 
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ilegais (quebra do dever de obediência  infração disciplinar, punida pela Administração através de seu Poder 
Disciplinar). 
 Capacidade de Coordenar. Coordenação, harmonização das funções, internamente, quando a cargo do 
mesmo órgão administrativo. 
 Capacidade de Controlar. Controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendo também com que 
sejam observadas as leis e instruções necessárias ao cumprimento das funções. 
 Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA). Invalidar atos ilegais e revogar atos que não sejam mais 
convenientes e oportunos ao interesse público. 
 Capacidade para Delegar Atividade ou Função Administrativa. Art. 12, da Lei 9.784/99, do Processo 
Administrativo Disciplinar. Poderá haver quando for conveniente e não houver impedimento legal (delegar 
competência para julgamento de recurso administrativo; para edição de atos normativos ou quando o ato deva ser 
praticado com competência exclusiva), mesmo entre órgãos de igual ou inferior escalão, mesmo que o órgão ou o 
agente delegado não sejam subordinados ao órgão ou agente delegante. A delegação é regra, sendo sua 
proibição uma excepcionalidade. OBS: O responsável pelo ato será o agente que recebeu a delegação 
(delegado). 
 Capacidade para Avocar. Art. 15, da Lei 9.784/99. É o chamamento da competência pela autoridade que não 
era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência da autoridade que assim o era. É 
excepcional, só será possível quando permitida por lei. A autoridade avocante deverá ser superior à autoridade 
avocada. Deve ser justificada e temporária. 
O Poder Hierárquico está presente somente em âmbito interno (poder de organização interna). Entre os órgãos da 
Administração Direta e dentro dos próprios órgãos da Administração Indireta. Não há Poder Hierárquico de órgão 
da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tampouco de uma entidade da Administração 
Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há Poder Hierárquico no âmbito externo. 
OBS: Não é controle de subordinação o que ocorre da Administração Direta sobre a Indireta. É um controle 
finalístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual foi criada a entidade da 
Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão Ministerial (as entidades da 
Administração indireta se vinculam a um Ministério). 
PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública. 
O Poder Normativo se traduz no poder conferido à Administração Pública de expedir normas gerais, ou seja, atos 
administrativos gerais e abstratos com efeitos erga omnes. Não se trata de poder para edição de leis, mas apenas 
um mecanismo para edição de normas complementares à lei. 
Poder Regulamentar (Espécie): É atribuído exclusivamente às Chefias do Executivo para executarem fielmente 
a lei (regulamento de execução), regular matéria não reservada à lei (regulamento autônomo) ou disciplinar 
internamente, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento administrativo). 
 
PODER DISCIPLINAR 
 
Aplicação de penalidades a todos aqueles que possuam vínculo especial com o Poder Público, como os 
servidores públicos e contratados pela Administração. A aplicação das penalidades depende de respeito ao 
Devido Processo Legal, no qual sejam respeitados o Contraditório e a Ampla Defesa. 
 
PODER DE POLÍCIA 
 
- Conceito Amplo. Toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as liberdades 
individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma lei que venha a restringir uma liberdade seria 
decorrente do Poder de Polícia. 
- Conceito Estrito. O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes 
da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e 
disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da 
coletividade. É um Poder de Polícia Administrativa. 
- É Poder Jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
 Objeto do Poder de Polícia. Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo Poder 
de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos dos administrados, apenas limita-los de 
modo que não ponham a coletividade em risco. 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que enseja a atuação do Estado. 
 Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários indeterminados, 
gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Material Completo 
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 O Poder de Polícia, em regra, é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar inerte, tem que 
exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado. Na hipótese da 
Administração manter-se inerte, esta inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: As licenças são atos 
vinculadosquando o particular cumpre todos os requisitos. 
 Atributos do Poder de Polícia. 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia). 
 Delegação. O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particular detivesse o 
Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutrina entende que esse 
Poder é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; entidades da Administração 
Indireta; agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma 
mais restrita. OBS: Apenas os atos e atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que 
sucedem (a efetiva demolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. 
 Sanções. Devem ser previstas expressamente em lei. As sanções prevêem o resultado útil do Poder de 
Polícia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 Setores do Poder de Polícia. Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), INMETRO. 
O poder de polícia é alvo de muitas provas de concursos de Tribunais. Vejamos: 
 
3 - (FCC – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador - TRT 4/2015) As prerrogativas concedidas à 
Administração pública e as sujeições impostas aos administrados são objeto de constantes con-
traposições, servindo os princípios que norteiam a atuação do Poder Público também como limitadores e 
garantias aos direitos individuais dos administrados. O exercício do poder de polícia é exemplo dessa 
contraposição, havendo situações em que os limites das competências administrativas ficam mais eviden-
tes do que em outros. Como adequada forma de interação do poder de polícia e dos direitos individuais é 
correto: 
 
A) afirmar que o exercício do poder de polícia administrativo é sempre repressivo, assemelhando-se à polícia 
judiciária nesse aspecto, sendo garantido ao administrado o exercício do contraditório e da ampla defesa, ainda 
que diferido em relação àquela atuação. 
B) ressalvar o atributo da auto-executoriedade no exercício do poder de polícia em algumas situações que não se 
mostrem imprescindíveis para o atendimento do interesse público e impliquem infringir garantias constitucionais 
dos administrados, como a inviolabilidade de domicílio. 
C) concluir que a auto-executoriedade é atributo inerente a toda a atuação de polícia da Administração pública, 
diferentemente da exigibilidade, prescindível muitas vezes, na medida em que aquela atuação ficaria esvaziada no 
caso de depender de interferência do Poder Judiciário. 
D) permitir a superação de garantias e liberdades individuais sempre que a Administração pública entender que 
assim o interesse público restará melhor atendido, diferindo-se a motivação e a observância do contraditório e da 
ampla defesa. 
E) limitar a atuação da Administração pública pelos prejuízos financeiros causados aos administrados, de modo 
que a atuação coercitiva somente é permitida para fins preventivos e desde que não gere impacto patrimonial na 
esfera dos interessados, sob pena de ser obrigatória prévia instauração de processo administrativo. 
 
ORGANIZAÇÃO ADINISTRATIVA 
 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. 
 
DESCONCENTRAÇÃO. Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há hierarquia, 
subordinação. 
DESCENTRALIZAÇÃO. 
 Por Outorga. O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser feita através 
de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
 Delegação. Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. Pode ser feita a 
qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
a) Lei (Legal). quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta (Empresas 
Públicas, Sociedade de Economia Mista). 
b) Contrato (contratual). quando a delegação for para particulares (concessionárias, permissionárias, 
organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Não confunda descentralização com desconcentração. 
 
4 - (FCC – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador - TRT 4/2015) A organização administrativa 
pode ser implementada por meio de descentralização e desconcentração. Nos dizeres de Maria Sylvia Za-
nella di Pietro, quando o Poder Público (União, Estados ou Municípios) cria uma pessoa jurídica de direito 
público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público, significa que 
adotou a forma de: 
 
A) descentralização administrativa política, na medida em que outro ente público passa a exercer as atribuições 
constitucionalmente atreladas a um ente federado, abrangendo competências legislativas, o que é comumente 
implementado pela criação de autarquias. 
B) descentralização administrativa territorial, na medida em que a pessoa jurídica criada exerce suas competên-
cias em determinado perímetro geográfico, com ampla autonomia e capacidade legislativa, sendo prescindível a 
análise material das atividades para fins de identificação na estrutura de organização administrativa. 
C) desconcentração administrativa, pois permite desatrelar do poder central determinadas competências e trans-
feri-las a outras pessoas jurídicas com personalidade jurídica própria e autonomia gerencial, com finalidade de 
execução dos serviços públicos cuja titularidade e/ou execução lhe foram transferidas por lei. 
D) desconcentração funcional, cujo critério de identificação e repartição é a natureza dos serviços transferidos a 
pessoa jurídica criada para essa finalidade, que pode ser tanto uma autarquia, quanto uma empresa estatal. 
E) descentralização administrativa funcional, uma vez que a pessoa jurídica é criada para a finalidade correspon-
dente à execução de determinada atividade material, sendo que no caso das autarquias, também pode abranger a 
transferência da titularidade de serviço público. 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Decreto-lei 200/67). Núcleo da Administração. 
 Teoria do Mandato. O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato de mandato. Não 
serve porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrar contrato de mandato. 
 Teoria da Representação. O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de um representante. Não 
serve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes, não é incapaz. 
 Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes). Utilizada no Brasil, o agente exerce o poder, 
manifesta a vontade do Estado em razão de um Poder Legal, decorre de uma previsão legal. A vontade deve ser 
imputada ao órgão, não sendo imputada ao agente. 
 
ÓRGÃO PÚBLICO 
 
- Núcleo especializado de competências que serve para prestação de atividade administrativa. Não pode celebrar 
contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. Mas 
pode ir a juízo, desde que preenchidas duas condições (ir em busca de prerrogativas funcionais, sempre como 
sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na Administração direta e na indireta (Lei 
9784/99). 
 
 CLASSIFICAÇÃO. 
a) Quanto à Posição Estatal: 
A Independentes. Gozam de independência, estão no ápice de cada um dos poderes. Ex. São as chefias de 
cada Poder: Presidência, Câmara Municipal. 
BAutônomos. Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretarias de Estado, 
Ministérios. 
C Superiores. Ainda possuem poder de decisão, mas estão subordinadosaos órgãos autônomos e aos 
independentes. Ex. Procuradorias. 
DSubalternos. Não possuem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo órgão independente ou 
autônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado. 
b) Quanto à Posição Estrutural: 
 ASimples. Não possuem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
B Compostos. Possuem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas ligadas. 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
A Singulares. Compostos por um único agente. Ex. presidência, governadoria. 
BColegiados. Compostos por vários agentes. Ex. Assembleia Legislativa. 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
 
 
 
 
 
 
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- Possuem Personalidade Jurídica Própria. Aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é responsável 
pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta. 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), 
administrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. OBS: No máximo poderá regular, 
complementar, disciplinar o que está previsto em lei. 
 Formas de Controle: 
 Interno. Feito pela própria entidade da Administração Indireta. 
 Exterior. Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação Popular; Pelo 
Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas e despesas fiscalizadas, 
finalidades predeterminadas). 
 AUTARQUIAS. 
 Conceito. Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do Estado, com 
autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São criadas e extintas por lei 
ordinária específica. 
 Finalidade vinculada à finalidade para a qual a lei a criou. Não são criadas para visar o lucro. 
 Atos e Contratos. 
a) Auto-Executáveis, presunção de legitimidade, imperatividade, como qualquer outro ato administrativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo Direito Público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para contratos regidos pelo Direito Privado. 
 Responsabilidade Civil. 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). Será Objetiva: quando houver 
ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado, e a responsabilidade do servidor 
também será subjetiva. 
b) OBS: Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva, subsidiariamente pelo Dano. 
c) Exceção: Nos Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária. 
 Bens Autárquicos: São bens públicos, segue regime de bens públicos. 
a) Inalienabilidade relativa. Todos os bens públicos são alienáveis de forma condicionada. Para haver 
alienação, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- Autorização Legislativa- Licitação). 
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), o seqüestro (bens determinados). 
c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Direito Real de Garantia (O Penhor, a 
Hipoteca e a Anticrese são vedados). 
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva). Bens públicos são insuscetíveis de usucapião, nem do pró-labore, 
nem os bens dominicais. 
 Regime de Precatório (art. 100, CF). 
a) Documento através do qual, o Tribunal reconhece débito com procedência transitada em julgado. Os 
Precatórios constituídos até 01º de julho devem ser pagos no exercício financeiro seguinte, se existir 
disponibilidade orçamentária. Podem ser pagos em parcelamentos anuais (10 por ano). 
b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, cada autarquia tem uma fila própria. OBS: Alimentos: Obedecem 
ao Precatório, mas têm fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há um valor de 60 salários mínimos, no qual a 
pessoa estará fora do precatório. 
 Privilégios Processuais. 
a) Prazo para recurso: prazo quádruplo, 60 dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias. 
OBS: O Novo CPC, no seu art. 183, define que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as manifestações 
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 
OBS: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame necessário 
(remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando se tratar de União e 
suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários mínimos em se tratando de 
Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem salários mínimos em se tratando de 
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. 
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, reexame necessário: Se o processo não for submetido ao duplo grau 
obrigatório, não haverá coisa julgada. 
OBS: Quanto ao reexame necessário, a vigência do Novo CPC não alterou os valores limites. 
 Regime Tributário. 
a) Imunidade Tributária Recíproca somente quanto aos impostos. A imunidade não é absoluta: restringe-se às 
finalidades específicas de cada Autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividades complementares estão 
sujeitas aos impostos. 
b) OBS: Há cobrança dos outros tributos. 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Procedimento Financeiro: Lei 4.320/64 (Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal). 
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime jurídico único): 
A Estatutário: Para titulares de cargo público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público). Preferencialmente, 
deve ser adotado o Regime Estatutário, de cargo público. 
B Celetista: Para titulares de emprego público. 
 CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, CRM, CRO). 
 Antigamente. Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9.649/98, no art. 58, estabelece que os Conselhos de 
Classe possuem natureza de Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
 STF, ADIN n. 1717. Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de Polícia, 
fiscalizando as atuações profissionais, não podem ser considerados pessoas jurídicas de direito privado. Declarou 
inconstitucional o art. 58 da Lei 9.649/98, determinando que os Conselhos de Classe terão natureza de 
Autarquia. 
 Concurso Público. Doutrina majoritária entende que o concurso público é obrigatório. 
 Foro Competente. Súmula 66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 Anuidade: Natureza tributária, contribuição. 
 Controle pelo Tribunal de Contas; Deve Obedecer a Lei 4.320/64 (Lei de Finanças). 
 Exceção OAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle do Tribunal de Contas 
e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional. 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL. 
 AUTARQUIAS CULTURAIS - Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia 
e liberdade. Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração do mesmo. São escolhidos pelo 
Presidente da República, através da indicação realizada pelos membros da entidade que formulam uma lista 
tríplice . Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração. 
 OBS. Banco Central é autarquia em regime especial, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente após 
prévia aprovação do Senado. 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie). 
a) Finalidade. Regular, fiscalizar, disciplinar, normatizar determinadas atividades. Não é atividade nova, antes era 
exercida diretamente pelo Estado. 
OBS: Teoria da captura - De acordo com a referida teoria da captura, a ilegalidade se configura quando a agên-
cia perde sua condição de autoridade comprometida com a realização do interesse coletivoe passa a reproduzir 
atos destinados a legitimar a consecução de interesses privados dos segmentos regulados. Com efeito, o fenô-
meno da captura ocorre quando há distorção do interesse público em favor do interesse privado, o que normal-
mente decorre de pressão do poder econômico das empresas reguladas e de grupos de interesses. Indiscutivel-
mente, trata-se de irregularidade na atividade regulatória, uma vez que afeta a imparcialidade das agências regu-
ladoras. Tais atividades são passíveis de controle administrativo e judicial, dada a sua antijuridicidade. 
b) Capacidade Legislativa. Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de complementar as leis, 
com normas técnicas específicas de sua atuação. 
c) Regime Especial. Têm mais autonomia, liberdade normativa, liberdade econômica e financeira. 
d) Nomeação de Dirigentes. Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É investidura ou nomeação 
especial, porque depende de prévia aprovação do Senado. 
e) Mandato com Prazo certo e determinado. A lei de criação de cada autarquia de regime especial irá 
determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). OBS: Já há projeto de lei querendo uniformizar o prazo: 04 
anos para todas. 
f) Vedação (Quarentena). Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a depender da lei da 
autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da agência reguladora. 
g) Distinções. 
AProcedimento Licitatório. 
- Lei 9.472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8.666/93, cada agência teria seu próprio procedimento 
licitatório, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de licitação (Pregão e Consulta). 
- STF, ADIN n. 1.668: Se a agência reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8.666/93, deixando, entretanto, 
que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9.472/97, Pregão e Consulta. 
- O Pregão já tem a Lei 10.520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidade específica das 
agências reguladoras. Atualmente, a consulta, que ainda não tem lei lhe regulando, é a modalidade específica das 
agências reguladoras. 
B Regime de Pessoal. 
- Lei 9.886/00. Regime Celetista, com contratação temporária. A doutrina já dizia que o regime da CLT só deveria 
ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contratações temporárias. 
 
 
 
 
 
 
 
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-ADIN n. 2.310, STF. Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, e que, 
portanto, não deveria adotar o regime celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras: regime celetista e 
contratação temporária. 
- MP n. 155/03 Lei 10.871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas as 
agências reguladoras. Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo do contrato. 
h) Exemplos de Agências. 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento). 
B Autarquias: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE (Agência de 
Desenvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (Agencia Espacial); 
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. OBS: CVM: deveria ser agência reguladora, mas é autarquia 
comum. 
 AGÊNCIAS EXECUTIVAS. 
a) São autarquias ou fundações públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem um planejamento 
para reestruturação. 
b) Contrato de Gestão. Celebrado entre uma autarquia ou fundação pública e o Poder Público. Serve para dar 
mais autonomia ou recurso público. Ex: autarquia A  contrato de gestão  agência executiva A. 
c) O título de Agência Executiva é temporário. Findo o contrato de gestão, o ente que se tornou agência 
executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de agência executiva: INMETRO. 
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art. 24, §1º, da Lei 8.666/93: Dispensa de licitação. 
Regra geral: 
AValor de até 10% do convite (até R$ 150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$ 80.000 para os 
outros serviços); 
BLicitação dispensada (R$ 15.000 ou R$ 8.000). 
e) Dispensa para as agências executivas: 20% do valor do convite, ou seja, quando o valor da licitação for até 
R$ 30.000 ou R$ 16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. Essa dispensa vale também para: 
sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios públicos. Só vale para as autarquias e fundações 
públicas, quando qualificadas como agência executiva. 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA. 
 São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. OBS: Quando forem 
constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundações Públicas. 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO. 
a) Natureza Jurídica. Regime de Direito Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da Fazenda Pública. 
Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. OBS: Quando o concurso falar de fundação pública, será 
a de Direito Público. 
OBS 1: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame necessário 
(remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando se tratar de União e 
suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários mínimos em se tratando de 
Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem salários mínimos em se tratando de 
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO (fundações governamentais). 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas de direito 
público. 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda Pública. 
d) Tem sua Criação autorizada por lei ordinária. Já a lei complementar deve determinar a finalidade das 
fundações públicas de direito privado. 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em fundação pública, 
todas elas são de Direito Público. 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 EMPRESAS PÚBLICAS. 
a) Pessoa jurídica de direito privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; sua criação 
é autorizada por lei. 
b) Têm capital exclusivamente público. Pode ser capital de vários entes da federação. Ressalte-se que podem 
participar do capital de uma empresa pública os entes da administração indireta, ainda que possuam 
personalidade de direito privado, como, por exemplo, outras empresas estatais ou, até mesmo, sociedades de 
economia mista. Ainda assim, seu capital será integralmente público, somente não se admitindo o investimento de 
particulares na formação do capital. 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Tem livre Constituição. Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. 
d) Têm foro privativo. Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; criação 
autorizada por lei. 
b) Têm capital misto. O capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem ser constituídas, 
obrigatoriamente, como sociedades anônimas. 
c) Não têm foro privativo. São julgadas na Justiça Estadual. 
d) Finalidades: 
A Prestar Serviço Público. Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do Direito 
Público sobre o Direito Privado. 
B Explorar atividade econômica. Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá prevalência do 
regime de Direito Privado,com alguma influência do Direito Público. 
OBS: Art. 173, da CF (Hipóteses em que o Estado pode explorar atividade econômica): 
1. Quando for necessário aos imperativos da segurança nacional. 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
OBS: Terão estatutos próprios definidos na lei que autorizou sua criação. 
 
Vejam como a prova do TRT SP cobrou o assunto para o concurso de analista: 
 
5 - (FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO/SP - Analista Judiciário - Área Judiciária) A propósito de semelhanças 
ou distinções entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista sabe-se que, 
 
A) as empresas públicas submetem-se integralmente ao regime jurídico de direito público, na medida em que seu 
capital é 100% público, enquanto as sociedades de economia mista podem se submeter ao regime jurídico de 
direito privado, caso a participação privada no capital represente maioria com poder de voto. 
B) as sociedades de economia mista admitem participação privada em seu capital, enquanto as empresas públi-
cas não; ambas se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas, embora possam ter que se subme-
ter à regra de exigência de licitação para contratação de bens e serviços. 
C) as duas pessoas jurídicas de direito público integram a Administração indireta e podem ser constituídas sob 
quaisquer das formas disponíveis às empresas em geral, distinguindo-se pela composição do capital, 100% públi-
co nas sociedades de economia mista e com participação privada empresas públicas. 
D) as duas pessoas jurídicas de direito público submetem-se ao regime jurídico de direito privado, com exceção à 
forma de constituição, na medida em que são criadas por lei específica, enquanto as empresas não estatais são 
instituídas na forma da legislação societária vigente. 
E) ambas submetem-se ao regime jurídico de direito público, não se lhes aplicando, contudo, algumas normas, a 
fim de lhes dar celeridade e competitividade na atuação, tal como a lei de licitações e a realização de concurso 
público para contratação de seus servidores. 
 
REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS. 
 
A LICITAÇÃO. 
01. Quando for prestadora de serviço público. Obedecerá à Lei 8.666/93. 
02. Quando exploradora de atividade econômica. Podem ter estatuto próprio, que regerá o procedimento 
licitatório de cada pessoa jurídica. Entretanto, até hoje, não há estatuto. Assim, deverão obedecer à Lei 8.666/93. 
Dispensa e Inexigibilidade (Arts. 24 e 25 da Lei 8.666/93). 
BFALÊNCIA. 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público  não estavam sujeitas à falência; se exploradoras de atividade 
econômica  estavam sujeitas à falência. 
02. Agora (Lei de Falências, 11.101/05, art. 2º). Empresas públicas e sociedades de economia mista, sejam 
exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas à falência. 
OBS: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devem estar sujeitas 
à lei de falências, já que estão muito próximas do Direito Privado. 
C  RESPONSABILIDADE CIVIL. 
01. Prestadoras de Serviço Público (art.37, §6º, da CF). A responsabilidade será objetiva, de regra. E a 
responsabilidade do Estado será subsidiária e objetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
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02. Exploradoras de Atividade Econômica. A Responsabilidade civil delas será regida pelo Direito Civil, que 
determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado não responde 
subsidiariamente. 
D REGIME TRIBUTÁRIO. 
01. Regra Geral: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm imunidade tributária 
recíproca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada. 
02. Exceção. Quando o bem e as atividades estiverem vinculados à prestação do serviço público, terão 
imunidade tributária. 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos. Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviço postal), por 
isso é tratado como Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Tem privilégios processuais 
(prazos diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, não oneráveis e imprescritíveis; Estão sujeitas 
ao regime de precatório. OBS: Isso não vale para as franquias privadas da Empresa. 
E REGIME DE BENS. 
01. Regra Geral. São penhoráveis. Mas são imprescritíveis, sempre. 
02. OBS: José dos Santos C. Filho entende que só os bens das pessoas jurídicas de direito público são bens 
públicos, ou seja, os bens das entidades governamentais não são bens públicos. 
03. Doutrina majoritária. Os bens públicos são todos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público e os diretamente ligados à prestação do serviço público nas entidades governamentais, concessionárias, 
permissionárias e autorizatárias. Neste ultimo caso, os bens seguirão as regras dos bens públicos. 
F REGIME DE PESSOAL. 
01. Celetista. Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos das PJ´s de 
Direito Público). 
Equiparam-se aos servidores em alguns aspectos: 
- Exigência de concurso público; 
- Sujeitos às regras de vedação de acumulação; 
-Respondem por improbidade (Lei 8.429/92) de cargo, emprego e função pública; 
- São funcionários Públicos para fins penais; 
- Estão sujeitos aos remédios constitucionais; 
- Teto remuneratório. Estarão sujeitos ao teto do STF se a empresa pública ou a sociedade economia mista 
receberem ajuda do Estado para o custeio; se não receberem ajuda para custeio, não estão sujeitos ao teto; 
- Dispensa do empregado. Para maioria da doutrina, a dispensa do empregado só poderá ser realizada 
motivadamente, após processo administrativo disciplinar com contraditório. Porém, TST Súmula 390, orientação 
jurisprudencial  Não há necessidade de motivação para dispensa dos empregados, já que os mesmos não 
gozam de estabilidade. Também não há necessidade de processo administrativo. 
 
ENTIDADES DO 3º SETOR 
 
 São entes paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que não fazem parte da Administração pública, 
mas que cooperam com o Estado na consecução de alguns fins públicos. 
 01º Setor (Estado – Administração Direta e Indireta); 
 02º Setor (mercado); 
 03º Setor. Entes de cooperação (paraestatais que não possuem fins lucrativos e servem para ajudar o Estado 
na prestação de um serviço público ou no fomento de uma atividade), que serão apontados abaixo; 
 04º Setor (economia informal). 
 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (Sistema “S”, SEBRAE, SENAT, SESC, SESI). 
a) Privilégios: Recebem recursos orçamentários. Têm capacidade tributária. São beneficiárias da 
Parafiscalidade. 
b) Sujeitas aos princípios da licitação previstos na Lei 8.666/93 e à fiscalização do Tribunal de Contas. 
OBS: A exigência de licitações, nos termos da lei 8.666/93, foi afastada por entendimento do TCU acerca 
da matéria que define a obrigatoriedade destes entes obedecerem aos princípios básicos do procedimento 
licitatório sem a necessidade de observância das modalidades definidas na lei geral. 
c) OBS: APEX e ABDI são agências com natureza de Serviço Social Autônomo. 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL. 
a) Lei 9.637/98. As organizações sociais servem para prestação de serviços públicos, serviços estes que estão 
listados nesta lei. Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; desenvolvimento tecnológico. 
b) As organizações sociais surgiram como órgãos públicos extintos, que foram transformadas em pessoas 
jurídicas de direito privado com esta denominação (organização social). 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Criação das Organizações Sociais: celebração do contrato de gestão: É o vínculo jurídico das 
organizações sociais o Estado (“entidade fantasma” segundo MariaSylvia, já que 01º celebra-se o contrato de 
gestão, para que depois as organizações sociais existam no mundo jurídico). 
d) A empresa não precisa existir no mundo jurídico, nem ter experiência prévia no ramo em que for atuar para que 
celebre o contrato de gestão. Ato administrativo discricionário do Ministério do Planejamento e Gestão, após a 
celebração do contrato de gestão, dá o status de organização social. 
e) Controle/ Licitação. Art. 24, XXIV, da Lei 8.666/93: Dispensa a Administração de licitar com as organizações 
sociais quando o contrato a ser firmado for decorrente de contrato de gestão. 
Entretanto, as organizações sociais estão sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas ao controle do Tribunal de 
Contas, já que podem receber dotações orçamentárias, cessão de servidores públicos e receber bens públicos. 
Ex. Instituto de matemática pura e aplicada. 
 OSCIP - ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO. 
a) Lei 9.790/99. Diferenças para as organizações sociais: 
A A pessoa jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo menos 01 ano, para 
tornar-se uma OSCIP. 
B O vínculo jurídico com o Estado é o Termo de Parceria, que tem natureza de contrato administrativo, 
segundo parte da doutrina. 
C Regra Geral: Não há cessão de servidores, não há transferência de bens públicos, nem dotação orçamentária 
(não participa diretamente do orçamento, mas recebe recursos públicos via depósito bancário). 
D Estão sujeitas às regras de licitação e ao controle dos Tribunais de Contas. 
E O Conselho de Administração da OSCIP deve ser formado por particulares, diferentemente das Organizações 
Sociais, onde os Conselhos de Administração e Fiscal devem ter em sua composição servidores públicos. 
F OBS: O que tem ocorrido é que a Administração contrata as OSCIP´s para, via de regra, burlar o concurso 
público, já que os empregados das OSCIP´s não necessitam de concurso. 
 ENTIDADES DE APOIO. 
a) Constituição As Entidades de Apoio podem ser constituídas como Fundação, Associação ou Cooperativas, 
criadas por servidores públicos com a finalidade de melhor desenvolver suas atividades. 
b) Funcionam ao lado das Universidades Públicas e Hospitais Públicos. São Fundações Privadas que atuam com 
a estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo jurídico: convênio que possibilita a cessão de bens e servidores. 
Ex: As Entidades de Apoio fazem convenio com a Universidade Pública para organizarem uma pós-graduação, da 
qual se poderá cobrar mensalidade. 
c) Lei 8.958/94: Entidades de Apoio que atuam junto às Universidades Públicas. Quanto às outras entidades 
ainda não há legislação. 
 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (Lei 13.019/14) 
Em 1º de agosto de 2014, foi publicada a lei 13.019/14 que regulamenta duas novas espécies de parcerias que 
podem ser firmadas entre o poder público e entidades privadas sem fins lucrativos, quais sejam o termo de 
colaboração e o termo de parceria, definindo regras específicas para as entidades que pretendam assumir esse 
vínculo com o Estado. 
TERMO DE COLABORAÇÃO – Planos de Trabalho propostos pela Administração Pública em regime de 
mútua cooperação. 
TERMO DE FOMENTO - Planos de Trabalho propostos pela Entidade Privada em regime de mútua coope-
ração. 
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. 
Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público 
para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de parce-
ria. 
 
CHAMAMENTO PÚBLICO 
 
 
 Públicação do edital no site do órgão interessado 
 Classificação das propostas pela comissão de seleção 
Comissão – 2/3 – servidores efetivos 
Julgamento objetivo – vinculação ao edital 
 Habilitação da entidade 
Sem fins lucrativos 
3 anos de existência 
Experiência no objeto 
 
 
 
 
 
 
 
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Capacidade técnica e operacional 
 Encerramento 
 Homologação e adjudicação 
 
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DO CERTAME 
Inexigibilidade - inviabilidade de competição 
Dispensa - rol exaustivo 
 
1 - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de relevante 
interesse público - mesmas condições da vencedora. 
2 - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem pública - assistência social, saúde ou educação. 
3 - de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança. 
 
CONTRATOS FIRMADOS ENTRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E TERCEIROS 
 
Procedimento seletivo simplificado via internet. 
 
PRESTAÇÃO DE CONTAS 
 
1 - Relatório de Execução do Objeto: elaborado pela organização da sociedade civil, assinado pelo seu repre-
sentante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas 
propostas com os resultados alcançados. 
2 - Relatório de Execução Financeira: assinado pelo seu representante legal e o contador responsável, com a 
descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas. 
A OSC possui o prazo de até 90 dias para prestar contas, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. 
 
RESPONSABILIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E APLICAÇÃO DE PENALIDADES 
 
a) advertência: para infrações leves. 
b) suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar termos de fo-
mento, termos de colaboração e contratos com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública 
sancionadora, por prazo não superior a 2 (dois) anos. 
c) declaração de inidoneidade para participar em chamamento público ou celebrar termos de fomento, termos 
de colaboração, enquanto perdurar a falta ou até que seja promovida a sua reabilitação. Somente Ministro de Es-
tado ou do Secretário Estadual ou Municipal tem competência para aplicação da pena. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para executar a lei 
aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, no desempenho das 
suas atividades. 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os 
contratantes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia. 
 -Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma atividade 
do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação). 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de função política 
de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. 
ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero „Ato da Administração‟). 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime uma 
declaração unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em providências 
jurídicas complementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de legitimidade pelo 
Judiciário, no desempenho de atividades essencialmente administrativas da gestão dos interesses coletivos. 
01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, extinguir algo no mundo do Direito, no que se diferenciam do fato 
administrativo (realizações da administração sem declaração de vontade). 
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as vezes (delegatários, concessionários, que atuam em nome do 
Estado e podem exprimir declaração de vontade em nome do mesmo, emitindo atos administrativos). 
 
 
 
 
 
 
 
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03. Providênciasjurídicas complementares da Lei: atividade precípua da administração na sua função de 
executar a lei, de ofício, ao caso concreto. 
 
FASES DE CONSTITUIÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. 
 
Para que, regularmente, produza efeitos, no mundo jurídico, o ato administrativo deve ultrapassar algumas fases 
indispensáveis à sua criação. 
A) Perfeição; 
B) Validade; 
C) Eficácia. 
 
A perfeição 
É o cumprimento das etapas necessárias à formação do ato. O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos 
os trâmites previstos em lei para a constituição, completou o ciclo de formação. 
A validade 
É aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a lei. Logo, ato válido é aquele que foi cria-
do de acordo com o estabelecido na legislação. 
A eficácia 
É a aptidão para produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata, logo após a 
publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de termos iniciais ou condições suspensivas. Por 
exemplo, a autorização para realizar uma cerimônia de casamento na praia, no sábado à noite, só produz efeitos 
nesta data, ainda que o ato esteja perfeito e válido dias antes. 
O ato jurídico válido, bem como o inválido, pode ou não produzir efeitos automaticamente. Um ato jurídico inexis-
tente, como no caso de um ato putativo, produz efeitos no mundo jurídico, embora de forma limitada. Esse é o 
entendimento defendido por Marçal Justen Filho ao dizer que: 
“...até mesmo um ato jurídico inexistente [...[ pode produzir efeitos jurídicos, tal como se passa no caso do chama-
do casamento putativo. [...[ Essa representação não significa que todos os atos são igualmente eficazes. Não 
indica que os atos jurídicos inexistentes produzem efeitos jurídicos idênticos aos decorrentes de atos jurídicos 
validos. O que se afirma que os atos jurídicos inexistentes e os jurídicos inválidos podem ser dotados de alguma 
eficácia. Portanto, a existência e a validade não são requisitos para alguma eficácia” (fl. 185;186). 
Nestes casos, serão denominados de atos administrativos pendentes, todos aqueles que são perfeitos e válidos, 
mas ainda não estão aptos a produzirem efeitos. 
 Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos. 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo com as normas 
e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto não afastado. 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde à verdade de 
fato  Fé Pública. 
 Imperatividade. Não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os administrados. O 
administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade. 
 Coercitividade. dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver resistência judicial 
ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atos negociais, que apenas permitem 
certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo. 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob pena de a 
administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra solução no 
caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do ato. Ex. demolição de 
obra. 
 Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei. 
 Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco elementos, com 
base na Lei de Ação Popular, 4.717/65, art. 2°, a falta de um dos requisitos torna o ato inválido (anulável, podendo 
ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos (conteúdo e causa). 
 Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por lei, conferida aos órgãos e agentes públicos para, 
em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dos atos administrativos. Decorre 
sempre da lei, é sempre vinculada, portanto, mesmo quando o ato é discricionário, sem o qual o ato é inválido. 
OBS: O Novo CPC continua com a possibilidade de prorrogação de competência relativa no âmbito judicial, 
mudando só o artigo que trata da matéria. 
 Finalidade: Ato que foge da sua finalidade específica prevista em lei, mesmo que atenda a uma outra 
finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou desvio de poder, e será 
 
 
 
 
 
 
 
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inválido. A finalidade específica de cada ato está sempre prevista em lei, é sempre elemento vinculado, mesmo 
que ato seja discricionário. Ex. ato de remoção, a finalidade específica é uma melhor prestação do serviço público. 
OBS: Não pode existir ato administrativo Inominado. 
 Forma: É o revestimento do ato administrativo. Este ato é, em regra, escrito e no idioma nacional, a forma está 
prescrita em lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em lei: quando a lei se omitir a respeito da 
forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: sinais de trânsito). 
OBS: diferencia-se de Formalidade  não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidade especial 
para prática de determinados atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade torna o ato irregular, já o 
vício de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que serve como formalidade para 
eficácia do regulamento). 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte da Administração (Ex. 
Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). O motivo será elemento vinculado 
quando o ato for vinculado; será discricionário quando o ato assim o for (ocorre quando a lei não elenca o 
motivo, deixando que a Administração o pondere). 
OBS: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional que estabelece a exigência da Administração em 
revelar, manifestar os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado pela Administração 
para a prática do ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade do ato. Os motivos determinam e 
condicionam a validade do ato. 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridicamente). É a 
própria essência do ato, a própria Administração vai escolher qual o seu objeto. É elemento discricionário, quando 
o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. Remoção (o objeto é a própria remoção). 
OBS: Corrente Minoritária (Diógenes Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 Elementos: 
 Causa: Exigência de correlação, ou relação de pertinência lógica entre o motivo e o conteúdo do ato à luz de 
sua finalidade, sobretudo nos atos discricionários. Para Celso Antônio, a causa é pressuposto de Validade lógico. 
 Conteúdo: (separado do objeto): Seria a própria disposição do ato, enquanto o objeto. Seria aquilo sobre o 
qual o conteúdo incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o ato. O objeto seria o elemento extrínseco ao 
ato e o conteúdo seria o elemento intrínseco. 
 Classificação dos Atos Administrativos: 
 Quanto à Vontade para a Formação do Ato: 
a) Simples (01 vontade): É todo ato administrativo que decorre de uma única vontade, expressada por um 
único órgão ou agente público, a maioria dos atos é simples (ex: nomeação, exoneração). Pouco importa se o 
órgão é singular ou colegiado. 
b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja formação depende de mais 01 ou mais vontade emanada por mais de 
um órgão. Ex. Promoção por merecimento dos desembargadores dos TRF´s (o TRF forma uma lista tríplice  a 
encaminha para o Presidente  que escolherá 01 dentre os 03 nomes). 
c) Composto (01 + 01 vontade):Decorre de uma única vontade, emanada de 01 único agente ou órgão 
público, mas que depende de uma vontade acessória de outro agente ou órgão para lhe dar eficácia e 
validade. 
O Ato composto depende de aprovação discricionária, prévia ou posterior. Ex. Nomeação de Min. do STF, após a 
aprovação do Senado (vontade acessória)  posterior nomeação pelo Presidente; Estado de Defesa, Intervenção 
Federal (aprovação posterior do Congresso); Estado de Sítio (aprovação prévia pelo Senado). 
 Quanto aos Destinatários do Ato: 
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral, incertos e 
indeterminados. 
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, exoneração. 
 Quanto aos Efeitos do Ato: 
a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício do juízo discricionário por parte da administração. Quando seus 
efeitos se prestarem a criar, inovar, construir uma situação jurídica antes inexistente. Ex. Autorização, permissão. 
b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a reconhecer uma situação jurídica preexistente. Ex. Todos os atos 
vinculados. 
c) Enunciativos: Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou de direito 
conhecida pela Administração Pública. Não constituem, nem declaram, apenas emitem juízo de opinião. Ex. 
certidões, declarações. 
 Quanto ao Conteúdo do Ato: 
Atos negociais – atos nos quais a manifestação de vontade do Estado coincide com o requerimento do 
particular. 
a) Autorização: Ato administrativo discricionário, unilateral, precário, gratuito ou oneroso, através do qual a 
Administração faculta a um terceiro interessado o exercício de uma atividade material ou uso em caráter privativo 
 
 
 
 
 
 
 
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de um bem público, ou a prestação em caráter precaríssimo de um determinado serviço público. Ex: autorização 
para exercer atividade material  táxi, porte de armas; autorização de uso de bem público, quando predominar o 
interesse particular; Autorização de serviço público  Ex. Rádios comunitárias. 
b) Permissão: Discricionário, Precário (menos que a autorização), através do qual a Administração faculta ao 
particular interessado o uso privativo de um bem público, ou prestação de um serviço público também em razão 
de interesse público, que neste caso é predominante. OBS: Lei 8.987/95, art. 40  Tornou a Permissão para 
prestação de serviço público um Contrato Administrativo Bilateral, distinguindo-se da autorização para 
prestação de serviço público porque esta é ato administrativo unilateral e aquela leva em conta, sobretudo, o 
interesse particular. Autorização de uso público X Permissão de uso público: o interesse envolvido na 
autorização de uso público, que é bem mais precário, leva em conta o interesse particular; já a permissão de uso 
público leva em conta o interesse público predominantemente. 
c) Licença: Ato vinculado e definitivo, através do qual a Administração reconhece um direito subjetivo do 
administrado, ora para exercer atividade material, ora para exercer atividade jurídica, condicionadas no seu 
exercício ao prévio reconhecimento por parte da Administração (a lei, ao tempo que reconhece um direito ao 
administrado, condiciona o seu exercício a esse prévio reconhecimento). 
Se houver recusa por parte da Administração em reconhecer o exercício da atividade, desde que o administrado 
tenha cumprido todas as exigências, este poderá interpor Mandado de Segurança. Dá-se através do Alvará de 
Licença (ato formal vinculado). 
d) Admissão: Não é ato de provimento. É ato vinculado, através do qual a Administração reconhece ao 
administrado o direito de usufruir um serviço público. Ex. matrícula em escola ou universidade pública. 
 Normativos: atos que exprimem normas gerais 
a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só são emanados pelos Chefes de Executivo (prefeito, presidente e 
governador) podem expedir decreto p/ formalizar determinado ato administrativo, tendo por destinatários pessoas 
incertas e indeterminadas. Ex. Decreto Expropriatório (formaliza, dá solenidade à desapropriação, sem o decreto a 
desapropriação é nula). 
OBS 1: Decreto Regulamentar: São 02 atos administrativos, de Competência Privativa dos Chefes do Executivo, 
que podem expedir atos gerais, abstratos ou individuais (nomeação de Min. do STF). Servirá sempre como 
formalidade para outro ato. 
OBS 2: O Decreto Lei foi abolido do Brasil com a Constituição Federal de 1988 permanecendo apenas os 
Decretos Anteriores à Carta Magna que estejam em vigor. 
OBS 3: Diferenciam-se do Decreto Legislativo, que é Lei “lato senso”. 
OBS 4: Diferenciam-se da Resolução Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos internos às Casas Legislativas. 
Exceção: Possibilidade do Decreto Autônomo (art.84, VI da CF): para Extinguir Cargos Vagos e para 
Organização da Administração, desde que não crie novas despesas. 
b) RESOLUÇÕES: Atos Administrativos formais que os órgãos colegiados utilizam para exprimirem as suas 
deliberações a respeito de determinada matéria. Ex. Agencias Reguladoras possuem órgãos colegiados que 
podem expedir resoluções. A Resolução formaliza o ato do órgão colegiado. Não pode ser expedida por órgão 
singular. Resoluções Administrativo-Normativas: São as Resoluções com efeitos gerais e abstratos. 
OBS: Diferenciam-se das Resoluções Legislativas, que são lei em sentido amplo, embora de efeito interno à 
câmara legislativa. 
c) INSTRUÇÕES (Ministros e Secretários): Tem caráter abstrato, são atos formais através dos quais a 
Administração expede normas gerais de orientação interna. Põem em execução os Decretos Executivos, para 
regulamentar os regulamentos do Poder Executivo. 
Atos ordinatórios: atos de organização interna da atividade pública: 
a) ORDEM DE SERVIÇO: Ato Administrativo que certas autoridades públicas editam para determinarem a 
implementação ou realização de algum fato material (fato administrativo). Ex. Ordem de construção. 
b) PORTARIA (qualquer autoridade administrativa que não seja o Chefe do Executivo). Utilizada para 
qualquer ato que disponha sobre o próprio servidor e sua vida funcional. Ex. Instauração de Inquérito policial 
(quando não for instaurado por auto de prisão em flagrante); Instauração de Processo Administrativo Disciplinar, 
Sindicância. 
c) CIRCULARES (Natureza Concreta, Autoridades Superiores) As autoridades superiores emitem ordens 
uniformes. Dirigentes de órgãos públicos emitem-na aos funcionários do órgão para regulamentar internamente a 
execução dos serviços. 
Atos Punitivos: atos de aplicação de penalidades. 
Atos enunciativos: atos que atestam fatos ou emitem opiniões. 
 Extinção dos Atos Administrativos 
a) Cumprimento dos efeitos do ato 
b) Desaparecimento da pessoa ou do objeto da relação que o ato constituiu. 
 
 
 
 
 
 
 
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c) Renúncia: Pedido de Exoneração. 
d) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior: 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia. 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). 
DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus efeitos, por razões de 
conveniência e oportunidade. 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da República. Não é 
possível a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão revogar seus próprios atos 
administrativos. OBS: O Judiciário não poderá revogar ato administrativo no exercício de sua função típica, que é 
a função jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito administrativo.

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