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NOCOES INICIAIS E HISTORICAS - TGP-1

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NOÇÕES INICIAIS E 
HISTÓRICAS 

TEORIA GERAL DO PROCESSO
Sociedade e Direito

•Fenômenos coexistentes (ubi jus ibi societas) 
•Função do Direito: ordenação e controle social, 
produção de subjetividade e imposição de padrões 
culturais
Aristóteles: “O homem é um animal político, que 
nasce com a tendência de viver em sociedade”.
Ubi jus ibi societas
Robinson Crusoe
Necessidade 
Bem 
Utilidade 
Interesse 
Conflito de Interesse 
Pretensão 
Resistência 
Lide
José Eduardo Carreira Alvim 
• O homem experimenta 
necessidades as mais diversas, 
sob variados aspectos, e tende a 
proceder de forma a que sejam 
satisfeitas; que desapareça a 
carência ou se restabeleça o 
equilíbrio perdido. A necessidade 
decorre do fato de que o homem 
depende de certos elementos, 
não só para sobreviver, como 
para aperfeiçoar-se social, 
política e culturalmente, pelo que 
não seria errôneo dizer que o 
homem é um ser dependente.
Sociedade e Direito

Sociedade e Direito

Eneo Domitius Ulpianus

• "Tais são os preceitos do 
direito: viver honestamente 
(honeste vivere), não 
ofender ninguém (neminem 
laedere), dar a cada um o 
que lhe pertence (suum 
cuique tribuere)".
Sociedade e Direito

Sociedade e Direito

• Conflitos 
•Divergência de interesses e pretensões concretas – 
fator de desagregação. 
Sociedade e Direito

ANTIGUIDADE Confusão entre ação e direito
Três Fases (Direito Romano): 
-Predominantemente Oral 
-Base Escrita 
-Escrita
IDADE MÉDIA Persiste a confusão entre ação e direito
Invasões bárbaras (prova legal e ordálias)
Fusão entre o D. Romano e Bárbaro
PROCESSO MODERNO Oscar von Bülow, 1868
Autonomia do Processo Civil
Distinção entre o Direito Material e Processual
Criação de princípios e institutos próprios
• Formas sociais de solução de conflitos: 
• Autotutela 
• Autocomposição 
• Jurisdição
Sociedade e Direito

• Autotutela 
•Imposição da vontade de 
uma das partes à outra. “Lei 
do mais forte”. Crime (art. 345, 
CP - Exercício arbitrário das 
próprias razões – justiça com 
as próprias mãos) 
•S u a p r e d o m i n â n c i a e 
aceitação social caracteriza 
u m a m b i e n t e m e n o s 
democrático e de menor 
presença do Estado.
Sociedade e Direito

• Autotutela 
•Exemplos históricos são mais 
abundantes em sociedades 
antigas (Código Hamurabi, 
“dente por dente”) . Em 
sociedades modernas, em 
regra é um ilícito (penal, civil, 
administrativo)
Sociedade e Direito

• Autotutela 
•C a r a c t e r í s t i c a s – a ) 
ausência de juiz distinto 
das partes; b) imposição 
da decisão, c) ausência 
de processo
Sociedade e Direito

• Autotutela 
•A autotutela subsiste em nossa ordem jurídica, no 
entanto, como forma lícita de solução (?) de conflitos, 
como no caso do desforço imediato (art. 1.210, CC) e 
da retenção pelo depositário (art. 644, CC), e também 
nos contratos de mandato, de transporte, a posse de 
boa-fé, na locação. 
•Em matéria penal, vemos a autotutela na legítima 
defesa (art. 25, CP, excludente de antijuridicidade)
Sociedade e Direito

• Autotutela – Código Civil 
Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a 
retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se 
refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas 
despesas. 
Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem 
provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir 
caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa 
para o Depósito Público, até que se liquidem.
Sociedade e Direito

• Autotutela – Código Civil 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se 
tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se 
por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou 
de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou 
restituição da posse.
Sociedade e Direito

• Autotutela – Matéria Penal 
•CP - Legítima defesa 
•Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem 
•CPP – Prisão em flagrante 
•Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e 
seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado 
em flagrante delito. 
Sociedade e Direito

• Autocomposição 
•Sacrifício em parte ou no todo do interesse pelas 
partes – podendo ser: 
a) desistência (renúncia à pretensão – CPC269, V) 
b) submissão (renúncia a resistir – CPC269, II) 
c) transação (concessões mútuas – CPC269, III) 
•Surge com o fortalecimento progressivo do Estado 
(arbitragem de facultativa a obrigatória)
Sociedade e Direito

• Autocomposição 
•Características: 
•Solução com forte contribuição das partes, porém 
sujeita à homologação judicial. 
•Participação de árbitros (ver Lei 9.307/96, a existência 
de compromisso arbitral impede até mesmo o 
prosseguimento do processo – CPC267, VII). 
•Forma tradicional, anterior à organização da 
legislação. O juiz surge antes do legislador. Direito 
romano até séc. II dC., Lei das XII tábuas é de 450 aC. 
Sociedade e Direito

• Autocomposição - abrangência 
• Direitos disponíveis – aqueles que podem ser objeto de 
renúncia 
•Não são disponíveis o direito à vida, e demais direitos 
fundamentais (art. 5º CRFB, ex. privacidade, ampla defesa) 
ou sociais (art. 6º, CRFB), bem como direitos civis básicos 
(nome, filiação/paternidade, imagem, honra). Sobre eles, 
não se pode fazer acordos. 
•Não cabe em matéria penal – o jus puniendi é titularizado 
pelo estado, a propositura da ação penal é obrigatória 
(com ressalva da transação penal prevista nos art. 72 e 76 
da Lei 9.099/95 – alteração das penas)
Sociedade e Direito

• Autocomposição - abrangência 
•Não abrange os direitos aos quais não se pode 
renunciar. Exemplo: alimentos. 
•Podem ser objeto de transação, no entanto, os efeitos 
patrimoniais de direitos indisponíveis, como, por 
exemplo, algumas das parcelas de alimentos. 
•A autocomposição não precisa ser levada a juízo 
(arbitragem, p.ex.)
Sociedade e Direito

Autocomposição – aplicabilidade 
•Contratos internacionais de grande expressão 
(seguros, transporte marítimo) 
• Contratos financeiros 
Sociedade e Direito

• Jurisdição 
•Forma social de solução de conflitos que caracteriza 
as sociedades democráticas. 
• Juris Dicere – Poder de dizer o Direito, atribuído aos 
órgãos do Judiciário pela Constituição. Função estatal 
de julgar as pretensões, substituindo-se às partes, por 
meio de um processo, assim resolvendo os conflitos e 
promovendo a pacificação social com justiça. 
Criação da regra jurídica para um caso em concreto. 
•Função estatal de solução de conflitos (art. 2º e art. 5º, 
XXXV, CRFB). Monopólio Estatal!
Sociedade e Direito

• Jurisdição 
•Características 
a) juiz distinto das partes (caráter substitutivo); 
b) escopo jurídico de atuação do direito 
(escopo=scopus=alvo); 
c) processo (garantias constitucionais art. 5º XXXV, 
XXXVI, XXXVII, LIII, LIV, LV, LVI, LX, LXXIV e LXXVIII); 
d)lide (demanda, pretensão resistida); 
e) inércia (ne procedat judex ex officio); 
f) definitividade (art. 5º, XXXVI, CRFB)
Sociedade e Direito

Funções do Estado Moderno: 
• Administração 
• Legislação 
• Jurisdição 
• Coincidência em grande parte com a divisão dos Poderes em 
Executivo, Legislativo e Judiciário. 
•Legislação e Jurisdição são a função jurídica do Estado (definir as 
normas gerais, solucionar os conflitos fixando as normasparticulares; preceito abstrato vs. preceito concreto) 
• Jurisdição tem o escopo magno de pacificação social 
(DINAMARCO)
Sociedade e Direito

Funções do Estado Moderno 
• A jurisdição é monopólio Estatal, mas é também monopólio do 
Judiciário? 
Não. 
Exemplos: 
•Art. 52, I, CRFB – Compete ao Senado Federal “processar e julgar o 
Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes 
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma 
natureza conexos com aqueles;”
Sociedade e Direito

Funções do Estado Moderno 
Exemplos: 
•Processo Administrativo Tributário: Conselhos de Contribuintes. Decreto 
4.395/02: 
Fica transferida do Segundo para o Terceiro Conselho de Contribuintes 
do Ministério da Fazenda a competência para julgar os recursos 
interpostos em processos administrativos fiscais (...) cuja matéria, objeto 
de litígio, seja: 
I - a contribuição para Fundo de Investimento Social, quando sua 
exigência não esteja lastreada, no todo ou em parte, em fatos cuja 
apuração serviu para determinar a prática de infração a dispositivos 
legais do Imposto sobre a Renda; 
(...)
Sociedade e Direito

Funções do Estado Moderno 
Na atuação do processo: 
•Função social: pacificação entre todos, uma vez que se 
relaciona com o resultado do exercício da jurisdição perante a 
sociedade e sobre a vida gregária dos seus membros e felicidade 
pessoal de cada um. 
•Função política: quando visa a preservação do valor liberdade, 
a oferta de meios de participação nos destinos da nação e do 
Estado e a preservação do ordenamento jurídico e da própria 
autoridade deste; 
•Função jurídica: quando assegura a função concreta do direito.
Sociedade e Direito

Meios Alternativos de Resolução de Conflitos
MEDIAÇÃO é um meio alternativo 
e voluntário de resolução de 
conflitos no qual o terceiro 
imparcial orienta as partes para a 
solução de controvérsia, sem 
sugestionar. Na Mediação, as 
partes se mantém autoras de suas 
próprias soluções. Com a 
psicologia vai tentar solucionar o 
conflito. Pensar também em 
resolver hoje e não ter problemas 
amanhã.
Meios Alternativos de Resolução de Conflitos
CONCILIAÇÃO é uma alternativa 
de solução extrajudicial de 
conflitos. Na conciliação, um 
terceiro imparcial interveniente 
buscará, em conjunto com as 
partes, chegar voluntariamente a 
um acordo, interagindo, 
sugestionando junto às mesmas. O 
conciliador pode sugerir soluções 
para o litígio. Pensar também em 
resolver hoje e não ter problemas 
amanhã.
Meios Alternativos de Resolução de Conflitos
ARBITRAGEM: é uma forma de 
solução de conflitos, prevista pela 
Lei 9.307/96, conhecida como “Lei 
Marco Maciel”, na qual um terceiro, 
especialista na matéria discutida, 
eleito pelas partes, decide a 
controvérsia. Sua decisão tem a 
força de uma sentença judicial e 
não admite recurso. A Arbitragem 
só será possível em conflito que 
desenvolver Direito Patrimonial 
Disponível.
 PROCESSUAL ATUAL (E NOVAS 
PERSPECTIVAS)
Universalidade do acesso
Duração razoável do processo
Tutelas diferenciadas
Instrumentalidade das formas
Constitucionalização do processo civil
Direito Processual 
• É o ramo do Direito que estuda o 
conjunto de normas e princípios que 
regulam a função jurisdicional do 
Estado em todos os seus aspectos e 
que, portanto, fixam o procedimento 
que se há de seguir para obter a 
atuação do direito positivo nos casos 
concretos, e que determinam as 
pessoas que devem submeter-se à 
jurisdição do Estado e os funcionários 
encarregados de exercê-la.
Hernando Devis 
Echandia 
O direito processual abarca o conjunto de normas que 
regulam todos os aspectos da função jurisdicional do 
Estado e que estipulam os trâmites a seguir pelo direito 
positivo em casos concretos. 
Os conceitos básicos do direito processual são: 
•a jurisdição (a obrigação de os tribunais darem a 
conhecer, julgarem e executarem o condenado) 
•a ação (quando uma pessoa solicita à jurisdição que se 
pronuncie sobre algum assunto) 
•processo (as ações judiciais relacionadas com a efetiva 
realização do direito material).
Direito Processual 
O direito processual é um dos ramos do 
direito público (regula a competência dos 
tribunais), é formal (regula a jurisdição), 
instrumental (é um instrumento para o 
cumprimento do direito substancial) e 
autônomo (não está subordinado a outras 
áreas do direito).
Direito Processual 
Oscar von Bülow
• Foi quem primeiro sistematizou 
a existência autônoma da 
relação jurídica processual 
entre os atores do processo, 
relação essa absolutamente 
distinta e autônoma da 
eventual existente relação de 
direito material – sempre 
inicialmente alegada.
Direito 
Processual
Teoria Geral do 
Processo
José Albuquerque 
da Rocha
• A Teoria Geral do Processo é "o 
conjunto de conceitos 
sistematizados que serve aos 
juristas como instrumento para 
conhecer os diferentes ramos 
do direito processual".
• O direito processual pode dividir-se em vários 
ramos: 
• direito processual civil 
• direito processual constitucional 
• direito processual penal 
• direito processual laboral 
• direito processual administrativo etc.
Ramos do Direito Processual 
• Divisão em função do seu 
objeto: o direito processual 
orgânico é aquele que 
analisa a organização e as 
atribuições dos tribunais e os 
seus estatutos e o direito 
processual funcional estuda 
os processos e as respectivas 
ações.
 Divisão do Direito Processual 
• As fontes do direito processual podem ser de produção 
(naturais ou positivas, as quais, por sua vez, podem ser 
diretas ou indiretas) ou de conhecimento (concretizam 
as fontes de produção).
Fontes do Direito Processual 
• Constituição Federal: a mais importante. 
• Leis complementares e ordinárias 
• Tratados Internacionais 
• Súmula Vinculante 
• Súmula dos Tribunais Superiores 
• Constituição e Leis Estaduais     
• Analogia 
• Costume: papel muito pequeno. 
• Jurisprudência 
• Princípios gerais do Direito: proporcionalidade, isonomia etc.
Fontes do Direito Processual 
Direito Processual Civil
• Ramo do Direito que 
contém as regras e os 
princípios que tratam da 
jurisdição civil.
• Fase das Ordenações Filipinas 
• Regulamento 737 
• Constituição de 1891 
✓ Códigos Estaduais 
• Constituição de 1934 
• Código de 1939 
• Código de 1973 
✓ Projeto do Min. Alfredo Buzaid 
✓ Influência de Enrico Tullio Liebman 
• Constituição de 1988 
• Reformas ao Código de 1973
Direito Processual Civil no Brasil
FIM

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