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Eletrocardiograma - Laudo

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Diogo Araujo - Med 92 – 10/0098711 
Eletrocardiograma 
Como interpretar o ECG e fornecer um laudo? 
 
(Monitoria 20/05) 
 
O laudo é dividido em três partes principais: 
- medidas eletrocardiográficas (ou seja, analisar a duração e amplitude de 
ondas, intervalos e segmentos adequados); 
- alterações morfológicas nas ondas, intervalos e segmentos (como a deflexão 
das curvas, a distância com relação à linha de base, etc); 
- conclusão. 
OBS: a linha de base é padronizada como o nível em que está o segmento PR. 
 
Análise das medidas eletrocardiográficas 
 
A) Primeiramente, devemos analisar o ritmo sinusal. 
O ritmo sinusal é aquele considerado normal, ou seja, um ritmo de contração 
cardíaca coordenado pela despolarização do nodo sinusal. 
Para verificar se o ritmo é sinusal, devemos ver, nas derivações D2 e AVF 
(talvez D3, =P): 
- se cada complexo QRS é precedido de uma onda P positiva; 
- se a freqüência de batimentos está dentro do normal (60 a 100bpm). Se for 
menor que 60bpm, dizemos que há uma bradicardia sinusal. Se for maior que 
100bpm, dizemos que há uma taquicardia sinusal. 
- se ela varia com os ciclos respiratórios. Se variar, dizemos que há um ritmo 
sinusal com arritmia respiratória; 
 
 B) Depois, verificamos o ritmo de contração atrial (freqüência atrial), tendo 
como base o número de quadradinhos entre o ápice de duas ondas P consecutivas. O 
valor deve ser introduzido na fórmula: 
Fa = 1500/nº de quadradinhos 
 
 Se o ritmo de contração atrial é diferente da freqüência ventricular, 
suspeitamos de algum bloqueio de condução atrioventricular (de 2º ou 3º grau). No 
bloqueio de AV de segundo grau, o ECG apresenta ondas P que não são seguidas de 
complexo QRS. No de terceiro grau, também chamado de bloqueio atrioventricular 
Diogo Araujo - Med 92 – 10/0098711 
total (BAVT), não há relação alguma entre a ocorrência de ondas P e de complexos 
QRS, sendo que a freqüência ventricular é menor (bradicardia) do que a atrial. 
 C) Então, a freqüência ventricular é aferida. Para isso, conta-se o número de 
quadradinhos entre duas ondas R consecutivas (intervalo RR). Sabe-se que, se o 
papel correr numa velocidade de 25mm/s, cada quadradinho corresponderá a 0,04s ou 
40ms. Então, por regra de três, podemos calcular o número de contrações 
ventriculares por minuto. 
 
 D) O próximo passo é analisar o eixo elétrico cardíaco para a onda P, o 
complexo QRS e para a onda T. Tendo como base o sistema hexa-axial de 
derivações, pegamos duas derivações que sejam perpendiculares entre si. 
Geralmente, utiliza-se as derivações aVR e DI. Nesse caso, o quadrante entre 0º e 
+90º é considerado “normal”. Se o eixo elétrico calculado cair em outros quadrantes, 
dizemos que há um desvio do eixo elétrico para a direita (se for maior que 90º) ou para 
a esquerda (se for menor que 0º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Onda P: para calcular o eixo elétrico em P, contamos os quadradinhos 
(amplitude) da onda P em aVF e DI. Então, plotamos esses quadradinhos o 
sistema hexa-axial (como se ele fosse um plano cartesiano; aVF fosse a 
ordenada; DI fosse a abscissa). Cria-se, então, uma reta que passa pela 
origem do sistema e pelo ponto encontrado. O ângulo de interesse é aquele 
que está entre a reta e o eixo 0º. O resultado é dado assim: SÂP = 53º, por 
exemplo. 
 OBS: sempre que encontrarmos amplitude positiva na onda P de aVF e 
DI, independentemente do número de quadradinhos, encontraremos um eixo 
elétrico de P entre 0º e 90º (ou seja, normal). Mas, lembre-se: isso só vale 
quando consideramos aVF e DI! 
- Complexo QRS: é simples. Basta fazer um somatório do número de 
quadradinhos (amplitude) de cada onda em aVF e DI. Por exemplo: se, em DI, 
Q tem uma amplitude de -0,5 quadradinho, R de +3 e T de -1, o total será de 
+1,5 quadradinhos em DI. O mesmo é feito para aVF. Então, plota-se cada 
Diogo Araujo - Med 92 – 10/0098711 
resultado no sistema hexa-axial e verifica-se o ângulo da reta encontrada. O 
resultado é dado como SÂQRS = 76º, por exemplo. 
- Onda T: o procedimento é o mesmo da onda P, mas verificamos a amplitude 
da onda T. O resultado é dado como SÂT = 30º, por exemplo. 
 
E) Calculamos a duração do intervalo PR, ou seja, do início de uma onda P até 
o início do complexo QRS. Para isso, escolhemos a derivação em que esses pontos 
estejam mais nítidos. Se cada quadradinho equivale a 40ms, então, podemos calcular 
a duração do intervalo. Valor de referência até 200ms. Essa medida pode ser feita em 
qualquer derivação (mas, na monitoria, utilizamos D2). 
 
F) A duração do segmento PR é calculada com base no número de 
quadradinhos do final da onda P até o início do QRS. Valor de referência = até 90ms. 
Na monitoria, utilizamos D2 para análise. 
 
G) A amplitude e a duração da onda P também são verificadas. Comumente, 
utilizam-se as derivações D2 ou V1 para análise. Valor de referência para a amplitude 
= até 0,25mV. Valor de referência para a duração = de 0,06 a 0,11s. 
OBS: para a amplitude, cada quadradinho equivale a 0,1mV. 
 
H) Vemos a duração do complexo QRS, contando o número de quadradinhos 
do início ao fim do complexo. Na monitoria, utilizamos D2. Valor de referência = 50ms 
a 100ms. 
 
I) Calcular a amplitude da onda R e da onda S. As derivações a serem 
verificadas para a onda R são: D2, V1, V5 e V6. As derivações para a onda S são: V1 
e V2. 
 
J) Então, calculamos a duração do intervalo QT (ou seja, do início do complexo 
Q-R-S até o final da onda T). Isso é feito na derivação em que esses pontos ficarem 
mais nítidos. Para freqüência cardíaca entre 45 e 115bpm, o valor de referência é de 
300ms a 460ms. 
 
K) Por fim, calcula-se o intervalo QT corrigido. Há uma fórmula pra isso: 
 
Diogo Araujo - Med 92 – 10/0098711 
 QTc = duração do intervalo QT 
 Raiz quadrada da duração do intervalo RR 
 
Valor de referência = até 0,45s para homens e 0,47s para mulheres. 
 
Análise das alterações morfológicas de ondas, complexos e segmentos 
A) Verificar se as deflexões das ondas estão corretas em cada derivação. 
 
B) Verificar em quais derivações as ondas aparecem e se isso está de acordo 
com a normalidade. A onda Q, por exemplo, é vista em V5 e V6, mas não é 
vista em V1, V2, V3 e V4. Além disso, ela é vista em D3 com uma deflexão 
positiva. 
 
C) Analisar a morfologia das ondas. Exemplos: 
 
a. A onda P é simétrica. A sua porção inicial reflete a atividade do átrio 
direito e a final, do átrio esquerdo. No ECG, essa onda pode 
aparecer pontiaguda (sugerindo dilatação atrial), bífida (revelando 
qual dos dois átrios está dilatado), alargada (quando há bloqueio do 
feixe de Bachmann, por exemplo). 
b. Em hipertrofia de ventrículo direito, V1 pode apresentar uma onda S 
muito menor que a onda S de V2. Isso é uma atenuação de sinal em 
V1. Além disso, a onda R será maior que a S em V1 e V2, o que não 
é normal. Já V5 e V6 apresentarão uma onda S de maior amplitude 
do que a onda R. 
c. Em hipertrofia de ventrículo esquerdo, V1 e V2 apresentarão onda S 
profunda. Já V5 e V6 terão uma onda R bem pronunciada. 
d. Complexo QRS alargado é sugestivo de bloqueio de ramo (direito 
ou esquerdo). No bloqueio de ramo direito, as derivações V1 e V2 
apresentam duas ondas R (R e R’), formando o complexo RSR’. Já 
V5 e V6 apresentam uma onda S de amplitude muito maior que a 
onda R. No bloqueio de ramo esquerdo, as ondas têm a mesma 
orientação que num ECG normal, mas são muito mais profundas e 
alargadas. 
 
OBS: Em ambos os casos, pode haver infra de intervalo ST e 
inversão da onda T, como nas hipertrofias. 
 
D) Analisar emquais derivações há supra de intervalo ST (ou seja, em quais 
derivações o intervalo ST se apresenta acima da linha de base). Na 
monitoria, por exemplo, verificamos que havia supra de intervalo ST em V2 
e V3. 
Diogo Araujo - Med 92 – 10/0098711 
Atenção: não confundir a supra de intervalo ST com o início da onda T. Em 
algumas derivações, eles podem aparecer bem próximos ou juntos. 
 
Supra de intervalo ST está presente em alguns estágios do infarto agudo do 
miocárdio e na vagotonia, por exemplo. 
 
E) Analisar se há infra de intervalo ST. Infra de intervalo ST em V1 e V2, 
acompanhado de inversão da onda T, é indicativo de hipertrofia ventricular 
direita. Infra de intervalo ST em V5 e V6, acompanhado de inversão da 
onda T, é sugestivo de hipertrofia ventricular esquerda. 
 
F) Analisar a morfologia da onda T. Ela é assimétrica. Pode estar alterada em 
várias enfermidades, como nas hipertrofias ventriculares e nos bloqueios de 
ramo, por exemplo. 
 
OBS: como o vetor de repolarização ventricular (representado pela onda T) 
sempre tem a mesma direção do vetor de despolarização ventricular 
(representado pela onda R), as ondas T e R devem (na maioria das 
derivações) ter deflexão para o mesmo lado do gráfico (ou positivo ou 
negativo). 
 
 
Fornecimento da conclusão, do laudo 
 
 Com base nas alterações encontradas nas etapas anteriores, podemos dar o 
laudo do ECG. 
 O professor recomenda que sejam fornecidos os seguintes valores (valores de 
referência em itálico): 
 Ritmo - sinusal 
 Frequência ventricular média – 60 a 100bpm 
 SÂP, SÂQRS e SÂT – entre 0º e +90º, geralmente. 
 Intervalo PR – até 200ms 
 Segmento PR – até 90ms 
 Onda P – 60 a 110ms; 2,5mm 
 Complexo QRS – 50 a 100ms 
 Amplitude da onda R em D2, V1, V5 e V6 
 Amplitude da onda S em V1 e V2 
 R/S em V1 – até 1 
 Sokolov ((maior S de V1 e V2) + (maior R de V5 e V6)) – até 35mm 
 Intervalo QT – de 300 a 460ms 
 Intervalo QT corrigido – até 0,45s para homens e 0,47s para mulheres. 
 
Diogo Araujo - Med 92 – 10/0098711 
 
 
Depois, fornecemos o resultado final. Na monitoria, chegamos à seguinte conclusão: 
 
Ritmo sinusal. Presença de supra de ST em V2 e V3.

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