A concepção filosófica da Educação e o estatuto da teoria Filosofia da Educação UERJ

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Filosofia- Comentário Texto 2
A concepção Filosófica da Educação e o Estatuto da Teoria
	Queremos sugerir que a Filosofia é essencial para a prática do professor e que não há formação humana digna desse nome ali onde não há reflexão filosófica. Mas para isso, será preciso que primeiro definamos o que estamos chamando de Filosofia. Mas aquela que nos interessa, sobre a qual nos referimos aqui, não é um conjunto de verdades produzidas por indivíduos excepcionais que nos são servidas para que decoremos e apliquemos em nossa prática, é a Filosofia como exercício de interrogar-se a si próprio, partindo do que nos é dito, do que outros pensaram e disseram, não para andar em círculos, mas para irmos em direção aquilo que é a nossa reflexão. Se consideramos indispensável que o professor seja capaz de refletir de forma consciente e autônoma, é porque acreditamos que este é um dos valores mais importantes da existência humana. A possibilidade de deliberar sobre sua própria vida é uma forma bastante sólida de felicidade. Mas para o professor em particular, a exigência do pensamento autônomo e criativo, se explica pelo fato de que não existem sobre o humano, verdades que possam ser dadas por absolutas e válidas independentemente do contexto e da situação. O conhecimento produzido pela ciência é, sem dúvida, valioso, mas ele não é suficiente para ditar o que é e deve ser a educação. Ele é um auxiliar, não uma regra inflexível. A teoria da Educação, não é como uma teoria sobre as coisas e sobre a natureza. Ela é menos feita de certezas do que interrogações. Porque o ser humano se autoconstrói constantemente, não há como prever a situação pedagógica. E, por isso mesmo, a Filosofia que interessa a Educação é, antes de qualquer outra coisa, a lenta aquisição desta capacidade de reflexão, de organização das ideias, de criação dos sentidos. E é exatamente para esse exercício trabalhoso mas muito proveitoso que queremos convidar a todos.