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RECUPERAÇÃO ESPECIAL
As micro e pequenas empresas têm cada vez ganhado mais espaço no cenário jurídico e econômico nacional, visto que correspondem a mais de 90% das empresas em funcionamento no Brasil e também pelo fato de que este modelo empresarial detém mais 85% da mão de obra ocupada em todo o território brasileiro.
A micro e pequena empresa tem hoje apoio legal para sua manutenção no caso de ter que atravessar crise econômica e financeira na sua gestão. A lei 11.101/05 traz, em seu Artigo 70 e seguintes, a orientação de como as micro e pequenas empresas podem se valer dos benefícios legais da recuperação judicial. Até a promulgação desta legislação, somente as grandes empresas poderiam gozar deste benefício.
O pedido de recuperação judicial, considerado especial para as micro e pequenas empresas, deverá ser instruído com demonstrativo contábeis que tragam obrigatoriamente o balanço patrimonial a demonstração dos resultados acumulados e do último exercício social, além do relatório com o fluxo de caixa.
A petição inicial deverá ser instruída com os mesmos pressupostos da Recuperação Judicial normal.
Deverá ser apresentado um plano de recuperação que abrangerá somente os créditos quirografários (créditos de fornecedores e outros que não gozem de nenhum tipo de garantia). Desta forma, ficam excluídas as dívidas tributárias e trabalhistas que deverão ser tratadas por meio de outras estratégias que não a recuperação judicial especial.
O principal benefício previsto é que as dívidas serão parceladas em 36 (trinta e seis) meses e o pagamento da primeira parcela deverá ser feito 180 (cento e oitenta) dias após a data da distribuição do pedido de recuperação. Aceito o pedido pelo juiz, o empresário somente poderá aumentar suas despesas ou contratar novos empregados depois de deferido o pedido, tendo juros de 12% ao ano.
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Introdução
A Lei nº 11.101/05 introduziu o instituto da recuperação extrajudicial no sistema falimentar brasileiro, objetivando disponibilizar mecanismos que tendem a viabilizar a negociação de acordos com grupos de credores escolhidos pelo devedor.
A recuperação extrajudicial deve ser utilizada como mecanismo de aceleração de reestruturações financeiras de tal sorte que a recuperação judicial somente seja utilizada nos casos em que a tentativa extrajudicial não for bem-sucedida, em especial quando não for obtido o percentual mínimo de adesão ao plano exigido pela lei; o perfil da dívida não for adequado para a utilização da recuperação extrajudicial; o devedor tenha que pleitear o parcelamento dos seus débitos tributários; o plano contemple a alienação de ativos e haja interesse ou necessidade de evitar os riscos de sucessão por débitos tributários; e nos casos em que o plano inclua ajustes de natureza operacional que requeiram uma fiscalização mais adequada.
Modalidades
O instituto da recuperação extrajudicial possui duas modalidades diversas, classificadas como meramente homologatória e impositiva. A distinção conceitual básica entre ambas as modalidades consiste na possibilidade, ou não, de imposição do acordo celebrado aos credores que não o tenham subscrito.
Cabe aos devedores, em ambas as hipóteses, escolher com quem pretendem negociar o plano a ser homologado em juízo e quais os credores que a ele estarão sujeitos.
Da Recuperação Meramente Homologatória
A recuperação meramente homologatória consiste na possibilidade de o devedor levar a homologação judicial um acordo assinado por todos os credores sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial e obriga somente as partes signatárias. Contudo, o único benefício dessa modalidade de recuperação extrajudicial, após retirada do texto da Lei a proteção contra futuras ações revocatórias, em relação a outros acordos privados, reside no fato de que a sentença homologatória constitui título executivo judicial. Homologado o acordo em juízo, restarão reduzidas as matérias passíveis de embargos em futura execução, na hipótese de o plano não ser cumprido.
Da Recuperação Impositiva
A recuperação impositiva exige a assinatura de, pelo menos, 3/5 dos credores de cada espécie ou grupo de credores sujeitos ao plano que, uma vez homologado, obriga a todos os credores a ele sujeitos, tenham ou não com ele concordado.
Esse é, inobstante a inexistência de proteção contra futuras ações revocatórias, um dos maiores avanços contidos na Lei de Falências, que dá ensejo à ruptura do padrão de comportamento adotado por devedores e credores envolvidos em processos coletivos de renegociação de dívidas.
Do Pedido
Da Legitimidade Ativa
A legitimidade ativa para a postulação da recuperação extrajudicial é do devedor, seja ele sociedade empresária ou empresário. Dada a natureza processual, embora inexista previsão, não há óbice para o reconhecimento da legitimidade do cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente a requerer a recuperação extrajudicial, diante da aplicação analógica do art. 48 da Lei, devendo o requerente, tão somente, comprovar os poderes para ferir os negócios do devedor.
Os credores permanecem à mercê da iniciativa do próprio devedor, tal qual ocorria com a concordata preventiva; entretanto, se houver prova de que o devedor realiza ou tenta retardar pagamento ou alienar parte ou a totalidade do seu estabelecimento com a finalidade de frustrar credores, poderão estes requerer a falência do devedor com a finalidade de submetê-lo ao processo concursal, preservando o seu patrimônio e garantindo a aplicação do princípio da paridade de tratamento.
Os Requisitos Gerais
a) Subjetivos
O devedor, para ter direito de pleitear recuperação extrajudicial, deverá cumprir três requisitos: a) atender as mesmas condições estabelecidas pela lei para o acesso a recuperação judicial, desta forma, deve exercer atividade empresarial (vedada a utilização do instituto pelo empresário ou sociedade que exerça a atividade de fato); provar o seu exercício regular há, pelo menos, dois anos (por meio da apresentação dos atos constitutivos devidamente registrados, ou certidão expedida pelo órgão de registro de empresas); b) não ter em tramitação nenhum pedido de recuperação judicial dele; c) não lhe ter concedido , há menos de 2 anos , recuperação judicial ou extrajudicial.
b) Objetivos
a) Não pode ter previsão de pagamento antecipado de nenhuma dívida; b) todos os credores devem receber tratamento paritário; c) o plano só pode abranger créditos constituídos até a data do pedido de homologação; d) do plano só pode constar a alienação de bem gravado ou a supressão ou substituição de garantia real se com a medida concordar expressamente o credor garantido; e) Não pode estabelecer o afastamento da variação cambial nos créditos em moeda estrangeira sem contar com a anuência expressa do respectivo credor. 
Os créditos em moeda estrangeira devem ser convertidos pelo câmbio da véspera da data da assinatura do plano, para fins de apuração do quórum mencionado.
Impedimentos
O devedor estará impedido de requerer a sua recuperação extrajudicial se for falido e, em o sendo, não estarem declaradas extintas suas responsabilidades por sentença transitada em julgado; tiver sido, ou possuir como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por crimes falimentares previstos na lei; e houver obtido há menos de dois anos sentença concessiva de recuperação judicial.
Além desses requisitos comuns à recuperação judicial, não poderá o devedor requerer a homologação de plano extrajudicial "se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de dois anos" (art. 161, § 3º, da Lei).
Em termos práticos, o devedor que enfrentar essa situação terá que se valer de outras formas de composição amigável, como o ajuizamento do pedido de recuperação judicial, com todos os custos envolvidos e efeitos negativos por ela gerados.
A existência de pedido de falência em curso contra o devedor não impede o ajuizamentode pedido de recuperação extrajudicial, bem como a distribuição da recuperação extrajudicial não elide a falência, nem impede que os credores que não tenham subscrito o plano, ou que a ele não estejam sujeitos, ajuízem pedido de falência contra o devedor.
Das Limitações à Recuperação Extrajudicial
Dos Credores Não Sujeitos ao Plano
A Lei de Falências, em seu art. 161, § 1º, veda expressamente a inclusão de determinados créditos no plano de recuperação extrajudicial. A inclusão de qualquer um dos créditos listados no plano submetido à homologação judicial é uma irregularidade que pode justificar a não homologação do plano.
Da Delimitação de Credores por Espécie
O plano de recuperação extrajudicial deve prever, obrigatoriamente, o pagamento da totalidade de credores de uma ou mais das seguintes espécies de créditos: com garantia real; com privilégio especial; com privilégio geral; quirografários; e subordinados. O plano obriga o pagamento a todos os credores da respectiva espécie, ou das espécies abrangidas pelo plano, existentes até a data da distribuição da recuperação extrajudicial do devedor.
Do Conteúdo, Limitações e Efeitos do Plano
O plano de recuperação é documento essencial ao pedido inicial de recuperação extrajudicial, devendo conter os termos e condições do acordo celebrado entre devedores e credores, além de especificar os meios de recuperação que serão utilizados.
O plano não poderá impor tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos. Os credores, a par da inexistência de expressa previsão legal na Lei de Falências, continuarão amparados pela legislação civil, em especial no que se refere à proteção em relação à fraude contra credores.
Não deverá o juiz homologar o plano que contemple a previsão da prática de atos de falência (inciso III do art. 94 da Lei de Falências), ou atos que visem prejudicar credores, ou o pagamento antecipado de dívida.
O plano produzirá efeitos em relação ao devedor e aos credores a ele sujeitos somente após a sua homologação judicial. Os signatários poderão pactuar de maneira diversa na hipótese de recuperação meramente homologatória, de forma que o plano produza efeitos antes da sua homologação no que se refere às cláusulas de modificação do montante da dívida ou forma de pagamento.
O plano vincula as partes, sendo vedada aos credores a possibilidade de arrependimento (§ 5º do art. 161 da Lei de Falências), salvo na hipótese de anuência expressa dos demais signatários.
Ainda, não poderá o plano prever a alienação de bem gravado por garantia real, supressão ou substituição da garantia, tampouco conversão de créditos em moeda estrangeira para moeda nacional, sem a expressa anuência do respectivo credor.
Dos Direitos e Ações Individuais
O pedido de recuperação extrajudicial não gera a suspensão de direitos, ações ou execuções individuais de credores que não tenham subscrito o plano.
Outrossim, somente a homologação do plano extrajudicial provocará a suspensão ou a extinção das referidas ações, tão somente em relação aos credores sujeitos (por imposição ou concordância) ao plano homologado.
Todos os credores não sujeitos ao plano poderão exercer seus direitos regularmente como se a recuperação extrajudicial não existisse, podendo, inclusive, pleitear e obter a decretação de falência do devedor.
Impugnação ao Pedido e Óbices à Homologação
Qualquer credor poderá impugnar o plano no prazo de 30 dias contados da publicação do edital de convocação de credores. O credor não poderá pleitear em sua impugnação alterações nas condições propostas, uma vez que a matéria a ser discutida na impugnação deverá restringir-se aos seguintes temas: tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos; pagamento antecipado de dívidas e não preenchimento do percentual mínimo previsto para a modalidade impositiva.
Da Participação do Ministério Público
O Ministério Público não deverá ser intimado a se manifestar sobre o pedido de homologação do plano, salvo se houver indícios de violação a algum dispositivo legal.
Da Sentença Homologatória e Denegatória
O devedor terá o prazo de cinco dias para se manifestar acerca de eventuais impugnações. Em igual prazo deverá o juiz proferir sentença.
O juiz não deverá homologar o plano de recuperação extrajudicial se entender procedentes os fundamentos de uma ou mais impugnações ou, na ausência destas e ainda que haja concordância de todos os credores sujeitos ao plano restar verificado que: o plano contempla a prática de ato ou atos que visem o prejuízo de credores e sejam passíveis de revogação, na forma do art. 130 da Lei de Falências; há existência de vício de representação de um ou mais credores que subscreveram o plano; há prova de simulação de créditos ou a violação de algum preceito legal.
Na hipótese de o plano não vir a ser homologado, o devedor poderá propor nova recuperação extrajudicial, saneando o vício apontado, ou ajuizar pedido de recuperação judicial. Havendo homologação, o plano de recuperação extrajudicial passa a produzir efeitos a todos os credores por ele abrangidos, tenham ou não a ele aderido.
Contra a sentença que homologar ou denegar a homologação do plano de recuperação extrajudicial cabe apelação.

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