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Andragogia e Feedback na Comunicação

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Comunicação Efetiva 
 
Módulo II – Falar nem sempre significa se comunicar com eficácia 
Unidade 2 – outros elementos que facilitam a comunicação 
 
 
Além das dicas estudadas nas unidades anteriores, há outros elementos que facilitam a 
comunicação, ou seja, se bem aplicados contribuem para a comunicação eficiente. Veja os 
conceitos e aplicações da Andragogia e do Feedback. 
 
Andragogia 
 
Talvez você já tenha vivido essa experiência na escola: quando o professor explica o conteúdo 
no quadro negro você absorve alguma coisa, mas ao experimentá-lo consegue entender muito 
melhor. Isso porque a vivência estimula e transforma o conteúdo, impulsionando a assimilação. 
É o que se chama de ‘aprender fazendo’. 
Esse conceito faz parte da andragogia, ciência que estuda a forma como o adulto aprende. Um 
dos seus princípios fundamentais é a conexão da teoria com a prática, resumindo, o uso de 
exemplos. 
 
Aplicando o conceito pedagógico de andragogia na comunicação podemos dizer que ela contribui 
para pensarmos sempre em enriquecer a fala com exemplos, metáforas, histórias ou situações 
reais. 
 
Professores e palestrantes costumam utilizar muitos exemplos, o que proporciona às pessoas 
entender com clareza o assunto. É muito importante que seu interlocutor compreenda o que você 
quer dizer, e isso é de sua responsabilidade. 
Quando utilizamos este princípio básico da andragogia agregamos valor ao conteúdo que vamos 
comunicar e nos aproximamos do interlocutor, fazendo-o compreender o tema. 
Afinal, ser eficaz no processo de comunicação implica utilizar técnicas que facilitem a 
compreensão, como a andragogia. É o que colocamos em prática neste curso de Comunicação 
Efetiva, com o objetivo de facilitar seu entendimento. 
Lembre-se sempre de usar exemplos, metáforas, casos, dados reais que estejam associados ao 
assunto. Isso desperta o interesse do público e relaciona a teoria à prática. 
 
Feedback 
 
O feedback é uma ferramenta muito eficaz no processo de comunicação, pois avalia tanto a busca 
pela compreensão do receptor quanto o incentivo à mudança de comportamento do outro. 
 
Segundo o site Wikipédia*, feedback “consiste no provimento de informação 
a uma pessoa sobre o desempenho, conduta”. É um recurso importante que 
permite que saibamos como o outro nos vê / avalia. 
Uma das finalidades é facilitar a reflexão daquele que recebe um feedback 
sobre sua conduta, reforçando o que é positivo e sinalizando o que pode ser 
mudado. 
 
 
 
 
 
 
 
*http://pt.wikipedia.org/wiki/Feedback 
 
 
 
Um processo de comunicação eficiente envolve o comprometimento do emissor com o entendi- 
mento do receptor. Logo, se você solicita feedback ao interlocutor pode evitar desentendimentos 
e garantir a eficácia do processo. 
 
Observe a seguinte situação: um instrutor explica o funcionamento de um determinado processo 
durante a implantação de um novo sistema, diz o quanto é simples e eficaz, mostra o manual, diz 
que nele constam as instruções de forma detalhada e conclui a apresentação. 
 
 
Uma semana depois, o sistema tem falhas, e o técnico diz que o problema foi causado pelos 
usuários. Novamente, o instrutor explica o sistema. A diferença é que desta vez pergunta aos 
ouvintes se há dúvidas e oferece ajuda para solucioná-las. A maioria dos usuários tem questiona- 
mentos. Após a explicação, eles concluem que, de fato, o sistema é simples, apenas não fizeram 
as perguntas necessárias antes por falta de oportunidade. 
 
Quando o objetivo é a mudança de comportamento do outro, é fundamental que o comprometi- 
mento de quem comunica seja constantemente avaliado, pois o que parece simples pode ter 
consequências desastrosas. Até mesmo o significado de feedback pode gerar uma situação 
negativa, não só pelo fato de ser uma avaliação, mas pela própria gênese da palavra, que significa 
retroalimentar ou alimentar o passado, revivê-lo. 
 
É importante frisar que o feedback é um referencial, ou seja, o emissor parte dos próprios 
pressupostos, das vivências pessoais. Assim, a ferramenta pode se transformar em espelho, no 
qual o outro reflete os pontos negativos do emissor. 
 
Ao analisar os objetivos de um bom processo de feedback enumeramos algumas situações em 
que você deve tomar cuidado para evitar a rejeição: 
 
Desenhar sinais 
• Sinal vermelho: tome cuidado quando o objetivo do feedback é comunicar ao outro que é 
necessário uma mudança de postura. Por exemplo: “pare de se comportar dessa maneira”. 
• Sinal verde: o sinal é livre quando o objetivo do feedback é comunicar ao outro que é necessário 
que ele prossiga em tal procedimento ou atitude, com tal metodologia. 
 
 
• Sinal verde: quando o objetivo do feedback é comunicar ao outro que é necessário começar 
determinada atividade da maneira correta, que deve iniciar com o “pé direito”, o sinal é verde. 
 
• Sinal amarelo: se o objetivo do feedback é comunicar ao outro que é necessário realizar uma 
tarefa da maneira correta daqui por diante, corrigir os erros e agir de forma assertiva e focado na 
resolução de problemas, você deve ficar atento. 
 
 
 
Como as percepções são diferentes, é importante seguir algumas dicas relacionadas à empatia. 
Avalie-se: como você recebe feedback? Confira: 
 
• Preparo: abertura para receber feedback, e isso inclui preparar-se também para evitar uma 
reação ruim (esteja atento também ao seu corpo, pois ele fala). 
• Flexibilidade: reveja posições, conceitos e estereótipos. 
• Profissionalismo: evite cinismo, deboche e indiferença. 
 
 
Ao receber feedback: 
 
 
• Lembre-se ao se auto avaliar: ninguém é perfeito; 
• Saiba que o bom feedback gera desconforto, pois se trata de mudança, progresso. 
• Entenda que enquanto você recebe feedback o momento é seu, por isso o contra-ataque é 
dispensável. Apenas receba o feedback e reflita. 
• Agradeça a oportunidade de reflexão e de mudança e diga que está disposto a reavaliar e, 
principalmente, a mudar. 
• Anote os pontos importantes durante o feedback. 
• Evite emitir seu parecer sobre a avaliação, do tipo “discordo”, pois isso fará com que o emissor 
do feedback se “arme” contra você. 
• Não se justifique ou se defenda, pois o feedback não é um tribunal nem você é vítima, não 
assuma esse papel. 
• Supor ou deduzir é uma cilada. Ao invés de tirar conclusões precipitadas pergunte caso algo 
não tenha ficado claro. Pode até mesmo pedir exemplos. 
• Traduza o feedback em oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional, substituindo 
o termo “problema” por “oportunidade de melhoria”; 
• Pergunte-se como está sua competência emocional. É importante avaliá-la e fortalecê-la. Faça 
a “gestão das emoções”, pois uma pessoa equilibrada (diferente de controlada) tem mais 
possibilidades de sucesso. Atualmente, qualquer competência técnica pode ser desenvolvida em 
cursos, o que faz a diferença entre os profissionais bem-sucedidos é o equilíbrio emocional. 
 
Se você já avançou no estágio de “receber feedback”, atente para as mudanças efetivas do seu 
comportamento / atitude. A seguir, veja quais as características de quem recebe bem o feedback: 
 
 
• Autoconhecimento: tem a capacidade de listar comportamentos que impedem o progresso e 
disposição para alcançar bons resultados ao mudar. 
• Foco: escolhe inicialmente dois comportamentos para mudar, ao invés de querer resolver tudo 
de uma vez. 
• Resiliência: anuncia a diversas pessoas sua intenção de mudar determinado hábito, e ouve a 
reação delas sem revidar nem comentar. 
 
 
 
 
• Humildade: pede desculpas aos colegas por comportamentos que os incomodam ou agridem. 
• Paciência: solicita sugestões de como mudar e agradece as contribuições (mesmo que não 
concorde). 
• Persistência: pratica as sugestões que escolheu / aprovou.• Estratégia: estabelece um plano de ação e o segue. Avalia, de tempos em tempos, as mudanças. 
• Foco em resultados: entra em contato com colegas e chefia e pede avaliação de como está se 
saindo. 
• Comprometimento: pede novo feedback para saber se está melhorando. 
 
 
Importante: ao se tornar um bom comunicador, alcançando a eficácia da comunicação, natural- 
mente, você se destacará de forma positiva. Mas, lembre-se sempre de que é necessário manter 
em dia a autocrítica. 
 
Chegamos ao final do segundo módulo. Nesta etapa você teve a oportunidade de rever alguns 
aspectos importantes no processo de feedback, de diferenciar informação de comunicação, de 
saber como melhorar a eficácia da comunicação e de entender o que é andragogia e como sua 
aplicação pode agregar valor à comunicação efetiva.

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