Buscar

Petição enviar 1 de civil

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE BAURU/SP. 
CAIPIRA HOTALIÇAS LTDA-ME, inscrito no CNPJ..., sediada na ..., nº ..., na cidade de Bauru, Estado de São Paulo, representado por seu advogado ao final subscrito, com endereço profissional ..., com fulcro no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal e no artigo 275, inciso II, alínea d, do Código de Processo Civil, vêm vem à presença de Vossa Excelência 
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO
 Em face de VIAÇÃO METEORO LTDA, inscrito no CNPJ..., com endereço na..., nº..., na cidade de..., pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
DOS FATOS
Barnabé é um senhor de 50 anos de idade, um agricultor que vive da colheita e do transporte das hortaliças aos mercados das cidades vizinhas a Bauru/SP, pois bem o mesmo adquiriu com o esforço do seu trabalho uma pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223 para transporte dos seus produtos.
Em 11/02/2017 Barnabé sofreu um acidente de transito, causado pelo Réu, com a força do impacto a pick-up Ranger ficou toda amassada, com danos no chassi e por toda a lateria. Na noite do acidente chovia muito e por conta disso a estrada estava escorregadia e com muita neblina, sr. Barnabé perdeu o controle de seu veículo quando trafegava na curva do Km 447 da rodovia BR-345, no município de JAÚ SP, com o ocorrido os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária. Contudo, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. Com o impacto, o sr. Barnabé feriu-se gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços
 Conforme exposto a cima o motorista do ônibus que afirmou a policia rodoviária federal que invadiu a pista contrária em razão de tentar desviar do veículo que estava derrapando e indo a sua direção, ou seja:
a) O Réu não exerceu seu dever de cautela na direção, expondo deliberadamente os demais ao risco; 
b) Por culpa exclusiva do Réu o acidente ocorreu, gerando o dever de indenizar; 
c) Não houve caso fortuito ou força maior, nem tampouco se revela a presença de responsabilidade exclusiva da vítima ou de terceiros.
Demonstrado, portanto o dever de indenizar. 
Após recuperação médica e levantado o prejuízo causado (pick-up danificada e o fato do tempo parado por estar machucado), o Autor tentou reiteradas vezes obter o ressarcimento com o Réu, não obtendo êxito obrigando-o a buscar apelo ao Judiciário.
DOS DANOS PATRIMONIAIS 
Conforme relatado, o Autor teve sérias lesões físicas e prejuízos materiais, uma vez que:
 a) Teve que providenciar o conserto do veículo pick-up Ranger, pois dependia do mesmo para transporte de seus produtos, lhe causando o prejuízo de R$ 35.000,00, foi apurada a perda total do veículo do sr. Barnabé:
 b) Ficou mais de 90 dias sem poder trabalhar, o mesmo submeteu-se a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, gerando prejuízo estimado em R$ 30.000,00, de não produtividade, conforme média demonstrada em gráficos em anexo; 
 c) Limitações físicas permanentes, impactando no trabalho e na vida cotidiana com dependência médica permanente;
d) Ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00.
 Trata-se de dano inequívoco causado pelo Réu, gerando o dever de indenizar. Afinal, todo transtorno e prejuízo causados originaram exclusivamente por uma conduta ilícita do Réu e o fato dele próprio ter dito a policia rodoviária federal que invadiu a pista contrária.
DOS LUCROS CESSANTES E DA INDENIZAÇÃO VITALÍCIA
Conforme narrado, o evento danoso deixou sequelas físicas, estéticas e morais, além de ter repercutido em danos patrimoniais e lucros cessantes, se enquadrando perfeitamente à previsão do Código Civil, 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
O Autor trabalhava como agricultor (sozinho), dependendo diariamente de seu labor para auferir sua remuneração ao final do mês e de sua pick-up Ranger 
No entanto, interrompendo a linha ascendente de ganhos, pois o mesmo ficou parado por 90 dias sem poder trabalhar, passou por cirurgias e perdeu totalmente sua ferramenta de trabalho pick-up Ranger, conforme gráfico dos lucros auferidos antes e depois do acidente fica perfeitamente claro o impacto do ato ilícito do Réu nos rendimentos profissionais do Autor, caracterizando lucros cessantes, passíveis de indenização, conforme Judith Martins-Costa:
“o lucro cessante representa aquilo que o credor razoavelmente deixou de lucrar, ou seja, a diminuição potencial de seu patrimônio, causada pelo inadimplemento da contraparte”. 
 Por isso é que, como já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, “o lucro cessante não se presume, nem pode ser imaginário. A perda indenizável é aquela que razoavelmente se deixou de ganhar. A prova de existência do dano efetivo constitui pressuposto ao acolhimento da ação indenizatória”. 
Na ocasião do acidente, o autor trabalhava como agricultor (sozinho) ocorre que após alta médica, o Autor jamais conseguiu auferir os mesmos resultados, o que demonstra pelos gráficos dos últimos meses de rendimentos.
 Pelos laudos médicos, fica comprovado que o Autor ficou com sequelas permanentes que o limitam fisicamente, pois o mesmo passou por cirurgias em seus braços e pernas.
Tratam-se de limitações motoras e psíquicas causadas pela interrupção da vida cotidiana e saudável que o Autor levava, sendo devido, portanto, indenização mensal vitalícia, nos termos do artigo 950, parágrafo único do CC, em decorrência do da diminuição de sua capacidade de trabalho, o que poderá ser comprovado de forma inequívoca em perícia judicial. 
Portanto, se a vítima sofre ao mesmo tempo, um dano patrimonial pela redução de sua capacidade e outro moral pelo sofrimento excessivo, a indenização individualizada é medida que se impõe.
 “Demonstrada à incapacidade laborativa decorrente do sinistro, há que se reconhecer o direito do requerente ao recebimento de pensão mensal vitalícia.” (TJPR, Apelação Cível nº. 498174-2, grifo nosso).
DA RESPONSABILIDADE DO RÉU 
O ato danoso do réu consistiu em ato ilícito e comissivo, verificado no momento em que infringiu o Código de Trânsito Nacional, que estabelece que: 
Art. 28. O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
 Segundo narra o Boletim de Ocorrência, o acidente ocorreu quando o réu que afirmou que invadiu a pista contrária em clara inobservância ao que estabelece a Lei de Trânsito, in verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Trata-se, portanto, de fato consubstanciado exclusivamente pelo ato do Réu, independente de dolo ou intencionalidade dela, conforme esclarece Maria Helena Diniz:
 “não se reclama que o ato danoso tenha sido, realmente, querido pelo agente, pois ele não deixará de ser responsável pelo fato de não ter-se apercebido do seu ato nem medido as suas consequências.” (Maria Helena Diniz, Cursode Direito Civil Brasileiro, v. 7, responsabilidade civil, 18º edição, São Paulo, Saraiva, pg. 43) 
Portanto, a responsabilização do réu aos danos causados é medida que se impõe.
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
O Autor encontra-se desempregado, devido Limitações físicas permanentes, impactando no trabalho e na vida cotidiana com dependência médica permanente não possuindo condições financeiras para arcar com a custa processual sem prejuízo do seu sustento e de sua família (trabalha sozinho), conforme declaração de hipossuficiência, cópia dos seus contracheques e certidão de nascimento dos filhos que junta em anexo. 
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a AJG ao requerente.
 DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer:
A concessão da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil; 
Art. 98 do novo Código de Processo Civil percebe-se que a condição para o deferimento da gratuidade da justiça não está em ser pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, mas sim naquele com insuficiência de recursos para custear o processo.
 2. A citação do réu para, querendo responder o presente demanda. 
 3. Seja o requerido condenado a pagar ao requerente um quantum a título de danos patrimoniais, contemplando i) as despesas médicas, de tratamento já havido e com as que se fizeram necessárias até a mais ampla recuperação do autor, incluindo-se as referentes a cirurgias plásticas, próteses estéticas, medicamentos, tratamento ambulatorial, e outros, conforme apurado em posterior liquidação; II) pagamento dos lucros cessantes pelo período em que ficou sem trabalhar, apurado conforme a média informada nos gráficos em anexo, iii) pagamento de uma indenização, a ser arbitrada e paga de uma só vez, pelos danos materiais suportados por perda de sua capacidade laborativa, estimando-se para efeitos de valor da causa o tempo da data do acidente, iv) indenização vitalícia com base na perda laboral do Autor;
 4. Seja o réu condenado ao pagamento das indenizações supramencionadas, acrescidas de juros e correção monetária a contar da data do acidente,
 5. A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que deverão ser fixados em 20% do total da condenação; 
6. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas e cabíveis à espécie, especialmente pelos documentos acostados.
Dá-se a presente o valor de R$ 75.000,00.
Termos em que, pede deferimento.
Bauru, Estado de São Paulo.
Advogado... OAB/...

Continue navegando