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FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO PERÍODO DE DESMAME DE POTROS

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO 
PERÍODO DE DESMAME DE POTROS 
 
 
 
 
 
 
 
Thaís Maciel Ziober 
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Arruda de Oliveira 
 
 
 
 
BRASÍLIA - DF 
DEZEMBRO/2015 
I 
 
 
 
 
THAÍS MACIEL ZIOBER 
 
 
FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO 
PERÍODO DE DESMAME DE POTROS 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de 
graduação em Medicina Veterinária 
apresentado junto à Faculdade de 
Agronomia e Medicina Veterinária da 
Universidade de Brasília 
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Arruda de Oliveira 
 
 
 
BRASÍLIA - DF 
DEZEMBRO/2015 
II 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cessão de Direitos 
 
Nome do Autor: Thaís Maciel Ziober 
Título do Trabalho de Conclusão de Curso: Fatores a serem considerados na 
escolha do período de desmame de potros. 
Ano: 2015 
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta 
monografia e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos 
acadêmicos e científicos. O autor reserva-se a outros direitos de publicação e 
nenhuma parte desta monografia pode ser reproduzida sem a autorização por 
escrito do autor. 
 
 
__________________________ 
Thaís Maciel Ziober 
 
 
 
 
 Ziober, Thaís Maciel. 
 Fatores a serem considerados na escolha do período de 
desmame de potros. / Thaís Maciel Ziober; orientação de Rodrigo 
Arruda de Oliveira - Brasília, 2015. 
 32 p. : il. 
 Trabalho de conclusão de curso de graduação - 
Universidade de Brasília/ Faculdade de Agronomia e Medicina 
Veterinária, 2015. 
III 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
Nome do Autor: ZIOBER, Thaís Maciel 
Título: Fatores a serem considerados na escolha do período de desmame de 
potros 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão do curso de 
graduação em Medicina Veterinária 
junto à Faculdade de Agronomia e 
Medicina Veterinária da Universidade 
de Brasília 
 
 
Aprovado em 07/12/2015 
 
Banca Examinadora 
 
Prof. Dr. Rodrigo Arruda de Oliveira Instituição: Universidade de Brasília 
Julgamento: _________________ Assinatura: ___________________ 
 
Prof. Dr. Ivo Pivato Instituição: Universidade de Brasília 
Julgamento: _________________ Assinatura: ___________________ 
 
M. V. Mariane Leão Freitas Instituição: Autônoma 
Julgamento: _________________ Assinatura: ___________________ 
IV 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, Francisco e 
Marcia, por me apoiarem em todos os momentos 
da vida. À minha irmã Fernanda, por, de um jeito 
ou de outro, me tirar do tédio todos os dias. À 
todos os meus familiares e, em especial, minha 
Avó Helena por me ensinar a amar e respeitar os 
animais. Aos meus amigos, por me fazerem 
acreditar que eu sobreviveria ao TCC, com 
menção honrosa para Barbara "Bar" Paes, Jana 
Lima e Vitor Ávila pelo apoio incondicional durante 
todo o processo (im) produtivo. 
V 
 
AGRADECIMENTOS 
 Agradeço ao programa Ciência sem Fronteiras que me ajudou a abrir os 
olhos para o mundo e a conhecer pessoas maravilhosas. À Aberystwyth 
University que me acolheu no Reino Unido pelo ano letivo do intercâmbio e à 
professora Jo-Anne Murray que me recebeu como estagiária na University of 
Edinburgh. 
 À professora Giane, aos residentes e à equipe do Laboratório de 
Patologia Clínica do Hospital Veterinário de Pequenos Animais - HVET por me 
receberem para o estágio final de braços abertos. Agradeço também ao Médico 
Veterinário Francisco Gonçalves pelo estágio final em sua empresa. 
 Agradeço à todos os professores que passaram pela minha vida, em 
especial, aos professores da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária 
que aprofundaram meu conhecimento na área que eu amo. 
 E, por fim, agradeço aos meu amigos membros da diretoria do Centro 
Acadêmico de Medicina Veterinária pelo companheirismo e competência 
durante a nossa gestão do ano de 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"We keep moving forward, opening new doors, and doing 
new things, because we're curious and curiosity keeps 
leading us down new paths" 
Walt Disney 
 
 
VII 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO 1 
2. REVISÃO DE LITERATURA 2 
 2.1. COMPORTAMENTO DE ÉGUAS E POTROS 2 
 2.2. IMUNOLOGIA 5 
 2.3. ANATOMIA DO TRATO GASTROINTESTINAL 7 
 2.3.1. BOCA 7 
 2.3.2. DESENVOLVIMENTO DO TRATO 
 GASTROINTESTINAL E ÓRGÃOS ACESSÓRIOS 7 
 2.3.3. MICRO-ORGANISMOS GASTROINTESTINAIS 8 
 2.3.4. COMPORTAMENTO ALIMENTAR DO POTRO 10 
 2.4. QUALIDADE E PRODUÇÃO DO LEITE DURANTE A LACTAÇÃO 11 
 2.5. NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO POTRO 17 
 2.6. MÉTODOS DE DESMAME 19 
 2.7. CONCLUSÃO 24 
3. REFERÊNCIAS 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIII 
 
RESUMO 
 O desmame é um dos momentos mais estressantes da vida do cavalo. 
Há uma necessidade, do ponto de vista fisiológico e comportamental, da 
proximidade da mãe e do potro durante os primeiros meses de vida. A maioria 
dos trabalhos sobre o desmame de potros lida apenas com o estresse de cada 
método individual de desmame, sem fornecer uma abordagem mais ampla 
sobre o assunto. Os fatores a serem considerados neste trabalho foram: 
comportamento equino, anatomia do trato gastrointestinal, imunologia nos 
primeiros meses de vida do potro, qualidade do leite, necessidades nutricionais 
do potro e os métodos de desmame em si. Dentre todos os métodos, potros 
desmamados em grupos e na presença de éguas familiares à eles 
apresentaram o menor nível de estresse. O sistema imune do potro se 
desenvolve lentamente, sendo que o ideal é que a desmama ocorra entre 3 e 6 
meses de idade. A capacidade de digerir fibra não é afetada pela desmama. O 
produtor deve estar atento ao declínio da qualidade de leite afim de 
complementar as necessidades nutricionais do animal, caso necessário. O 
manejo nutricional também afeta negativa ou positivamente o estresse da 
desmama. Concluiu-se que ao considerar todos os fatores apresentados, a 
melhor época de desmamar o potro é a partir dos seis meses de idade com a 
presença de éguas não relacionadas, mas previamente conhecidas dos potros. 
Palavras-chave: imunologia; estresse; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IX 
 
ABSTRACT 
 Weaning is one of the most stressful events in a horse's life. There is a 
need, in a physiological and behavioural point of view, of proximity of the mare 
and the foal during the first months of life. Most scientific papers about weaning 
only emphasise stress factors concerning each weaning method without 
considering a wider spectrum on the subject. The factors to be considered in 
this work were: equine behaviour, gastrointestinal anatomy, immunology of the 
foal in the first months of life, milk quality, nutrient requirements of the foal and 
the weaning methods. Amongst all weaning methods, weaning foals in groups 
with the presence of a non-related mare previously known to them is the least 
stressful method. The immune system of the foal develops slowly and the ideal 
time to wean a foal considering this is at 3 to 6 months of age. Fibre capacity is 
not affected by weaning. Studs must have attentionto the decrease of milk 
quality in order to complement the nutrient requirements of the foal, if 
necessary. Feeding management also affects negatively or positively weaning 
stress. It was concluded, considering all factors presented, that the best time to 
wean a foal is from 6 months of age onwards with the presence of non-related 
mares previously known to the foals. 
Keywords: immunology; stress; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
1. Introdução 
Há inúmeras alterações na dieta dos cavalos ao longo de suas 
vidas, especialmente nos primeiros dois anos. Esses correspondem ao período 
de crescimento em que é recomendado que os animais se desenvolvam em 
um ritmo constante, sem privação de nutrientes ou doenças, para que atinjam 
seu tamanho adulto potencial (GEOR et al., 2013). Contudo, nesses primeiros 
anos o animal passa por um período crítico, representado pelo processo de 
desmame enquanto o animal ainda é um potro. 
O desmame é o processo de separação da égua de seu potro, 
cessando a amamentação por completo de forma natural ou artificial .Esse 
processo pode ser uma experiência traumática para ambos os animais se o 
criador não levar em consideração alguns aspectos comportamentais, físicos e 
fisiológicos dos cavalos (SARRAFCHI et al., 2013). Na vida selvagem, o 
processo de desmame é progressivo, controlado principalmente pela mãe, e 
ocorre próximo ao nascimento da próxima cria (HENRY et al., 2012). Fatores 
sociais devem ser observados, já que a ligação entre a égua e o potro é muito 
forte, e a separação causa agitação nos dois. Esse conhecimento pode resultar 
em melhor escolha da época para separá-los (FRAPE, 2013). 
O desmame é um período de grande estresse para o potro, e pode 
ter influência negativa sobre o crescimento e consumo de alimentos (WARAN 
et al., 2008; GEOR et al., 2013) e pode até ocasionar um aumento temporário 
na frequência cardíaca do potro (MOONS et al., 2005). Há outros fatores que 
devem ser considerados ao desmamar-se um potro. Condições de debilidade 
no potro ou na égua devido a doenças também devem ser observadas, já que 
um animal doente apresenta diminuição no consumo de alimentos nesse 
período. 
Fatores nutricionais negativos podem resultar no desenvolvimento 
de problemas comportamentais temporários ou permanentes (NICOL, 1998; 
SARRAFCHI et al., 2013). Em outras ocasiões, podem auxiliar no processo de 
desmame. Por exemplo, uma dieta específica pode diminuir o nível de 
ansiedade dos potros, como demonstrado por NICOL et al. (2005) ao oferecer 
uma dieta de gordura e fibras a um potro imediatamente após o desmame. O 
2 
 
fator humano também está presente ao desmamar-se um potro. 
HAUSBERGER et al. (2008) ressalta a grande mudança nas práticas de 
alimentação e no alojamento dos animais, além do aumento na quantidade de 
contato humano, que pode exacerbar o estresse dos potros nesse período. 
Essa é a principal razão para importância de definir as vantagens e 
desvantagens de cada método. 
É importante destacar que um dos objetivos do processo de 
desmame na vida selvagem é preparar a égua para o período de foaling 
(HENRY et al., 2008). Quando realizado artificialmente, o processo é 
importante para oferecer ração de maior qualidade ao potro, já que há 
diminuição na qualidade do leite com o tempo (FRATE, 2013), o que pode 
prejudicar o tamanho adulto potencial do potro pela falta de nutrientes nesse 
primeiro ano de vida. 
Vários métodos de desmamar um potro ou grupo de potros estão 
descritos na literatura, e o objetivo deste trabalho é fornecer uma informação 
de base científica sobre fatores que podem afetar a decisão de quando 
desmamar potros, sempre visando a saúde e o bem-estar dos animais. 
 
 
2. Revisão de Literatura 
2.1. Comportamento de éguas e potros 
A ligação entre a mãe e o filhote é muito forte na maioria dos 
mamíferos. Em cavalos, essa ligação começa a se formar imediatamente após 
o parto (MOREL, 2008), particularmente nos primeiros 60 minutos após o parto, 
quando a mãe lambe o potro e este mama pela primeira vez (HOUPT, 2002). 
No período pós-parto, há necessidade do que se chama imprinting 
da mãe no potro. Isso ocorre quando o potro identifica a égua como seu 
modelo comportamental, o que afetará o comportamento sexual nos anos 
seguintes (ALCOCK, 2009). Um imprinting inadequado, como, por exemplo, em 
um ser humano, pode resultar em comportamento filial e sexual direcionados 
3 
 
ao objeto do imprinting (ALCOCK, 2009), o que comprometerá interações 
sociais futuras com outros cavalos. A existência do comportamento de 
imprinting é uma das razões porque se recomenda que a interferência humana 
durante o período do parto e pós-parto seja mínima, pois pode ser prejudicial 
às futuras relações sociais do animal, incluindo relações sexuais (MOREL, 
2008). 
O manuseio dos potros no primeiro dia após o parto é um fator de 
estresse para os dois animais, e pode resultar em maior reatividade na 
presença de um humano. Na verdade, HENRY et al. (2006) observou que 
potros manuseados por humanos para sua primeira amamentação tendiam a 
evitar contato com humanos mais tarde. Segundo SøNDENGAARD et al. 
(2010), manusear o potro nos primeiros dois dias após o nascimento pode 
resultar em uma ligação mais fraca entre a égua e o potro, representada por 
maior distância entre os dois animais e uma diminuição no comportamento de 
amamentação. No entanto, o mecanismo desse processo ainda não é 
totalmente entendido. Dado que manusear o potro nos primeiros dias pode 
resultar em impacto negativo na relação entre égua e potro, pode também 
resultar em menor ganho de massa, derivado da diminuição da amamentação. 
A ligação entre a égua e o potro alcança seu ápice por volta da 
segunda (HOUPT, 2002) e terceira semanas após o parto (FRAPE, 2013). 
Após esse período, a força da ligação começa a diminuir com a queda na 
frequência de amamentação e o envelhecimento do potro (HOUPT, 2002). 
CROWELL-DAVIS (1986) mostra que a distância entre égua e potro 
vai de um a cinco metros nas primeiras quatro semanas após o parto, e 
aumenta a partir desse ponto, com a maior independência do potro de sua 
mãe. No mesmo estudo, CROWELL-DAVIS (1986) descreve uma maior 
interação do potro com outros animais do bando, e, consequentemente, menos 
tempo gasto com a mãe. Isso corrobora a teoria de que a ligação é mais forte 
nas primeiras três a quatro semanas após o nascimento, e diminui de 
intensidade a partir desse ponto. 
HENRY et al. (2012) observou diferenças comportamentais entre 
potros desmamados em idade mais nova e potros mais velhos. Aqueles 
4 
 
desmamados com 4,5 meses passaram 90% de seu tempo próximos à mãe e 
5% do tempo mamando. Em contraste, aqueles desmamados aos 7 meses 
passaram 50 a 75% do tempo com a mãe e 2% do tempo mamando, o que 
prova a maior independência do potro. 
A maioria dos cavalos selvagens vive em grupos que consistem em 
um garanhão dominante e várias éguas e seus filhotes. É pertinente presumir 
que uma situação contendo potros desmamados e em proximidade a éguas 
sem parentesco seria a mais próxima ao que ocorre no ambiente selvagem. A 
égua desmama seu potro naturalmente por volta de nove a dez meses 
(MOREL, 2008) ou logo antes de um ano de vida, quando ela está pronta para 
parir seu próximo filhote (HAUSBERGER et al., 2008; ERBER et al., 2012). 
Um estudo realizado por DUNCAN et al. (1984) concluiu que éguas 
pluríparas desmamam seus potros 15 semanas antes do próximo parto, 
enquanto as primíparas os desmamam cinco semanas antes do próximo parto. 
O processo de desmame ocorre de forma progressiva, com aégua controlando 
a frequência de amamentação do potro, reduzindo a produção e ingestão pelo 
potro (HENRY et al., 2012). Exceções em um ambiente natural ocorrem 
quando a égua apresenta comportamento materno anormal, quando não ocorre 
o imprinting com o potro ou quando ela rejeita seu potro. Comportamento 
materno anormal está mais presente em éguas primíparas que em pluríparas 
(GROGAN et al., 2005), sendo necessária maior atenção em seu período pós-
parto. 
O desmame natural coincide com a rápida diminuição da produção 
de leite durante o último terço da gestação. Neste estágio, a égua precisa 
fornecer mais energia para o rápido crescimento do feto, preparar o úbere para 
a próxima lactação e reabastecer as reservas corporais (MOREL, 2008). Além 
das mudanças fisiológicas da égua, o potro é mais independente de sua mãe a 
partir do nono mês de idade, e já ingere grandes quantidades de matéria seca 
(MOREL, 2008; FRAPE, 2013). 
Em suma, é importante levar em consideração a ligação entre a 
égua e potro ao se desmamar artificialmente um potro, e está evidente na 
literatura que a separação causa desconforto tanto na égua quanto no potro. 
5 
 
Dado que a ligação é mais forte do momento do parto às primeiras três ou 
quatro semanas, seria adequado realizar o desmame artificial após esse 
período. 
 
 
2.2. Imunologia 
O sistema imunológico do potro recém-nascido precisa passar por 
desafios no início de sua vida. Devido ao tipo de placentação nos cavalos, a 
égua não consegue transmitir imunoglobulinas ao feto pela placenta durante a 
gestação (MOREL, 2008). Assim, o colostro é de grande importância, já que 
contém imunoglobulinas para proteger o potro após o nascimento. 
Potros recém-nascidos são deficientes em interferon gama (IFRγ). A 
produção continua baixa até os três meses de idade devido a uma inabilidade 
de expressar o gene IFRγ, mas a produção aumenta de forma constante até os 
seis meses depois do nascimento (BREATHNACH et al., 2006). No primeiro 
ano de idade, a concentração de IFRγ atinge os níveis normais de um animal 
adulto (BREATHNACH et al., 2006). Essa observação marca a suscetibilidade 
dos potros a patógenos intracelulares até os seis meses de vida. 
Para produzir imunoglobulinas adequadas, é necessário que a égua 
seja movida à área do parto de duas a quatro semanas antes do nascimento 
(FRAPE, 2013). Isso é justificado pelos diferentes patógenos localizados na 
área do parto, que criarão uma resposta no sistema imunológico da égua, 
levando à produção de imunoglobulinas contra essas cepas específicas de 
micro-organismos. Consequentemente, o potro estará menos suscetível a 
esses patógenos uma vez que se amamente de colostro da égua após o parto, 
evitando septicemia neonatal. 
O potro deve, idealmente, ingerir o colostro pela primeira vez entre 
30 e 180 minutos (FRAPE, 2013) ou uma a seis horas (GEOR et al., 2013) 
após o nascimento. O colostro só é eficientemente absorvido pela parede do 
intestino nas primeiras 12 a 24 horas de vida (FRAPE, 2013) por pinocitose nos 
6 
 
enterócitos (MOREL, 2008), com absorção máxima três horas após o 
nascimento (JEFFCOT, 1974a). 
Primeiramente, o colostro deve ser ingerido pela primeira vez assim 
que o potro consiga se levantar, porque de 12 a 15 horas após o nascimento a 
concentração de imunoglobulina é apenas 10% a 20% da quantidade inicial 
(FRAPE, 2013). Em segundo lugar, VENDRIG et al. (2012) concluiu que os 
conteúdos do leite e do colostro limitam respostas inflamatórias e melhoram o 
funcionamento da barreira epitelial, representando um importante fator a se 
considerar. Inicialmente, o potro é agamaglobulinêmico, mas ao ingerir o 
colostro, a concentração sérica de γ-globulina sobre de 0 a 8 g/L em 12 horas 
(JEFFCOTT, 1974b). A concentração da imunoglobulina adquirida pelo colostro 
começa a diminuir 24 horas após o nascimento (KHUL et al., 2011) e, após 
quatro meses, as concentrações são quase indetectáveis (FRAPE, 2013). 
Imunoglobulinas formadas são passadas diretamente ao potro via 
colostro, criando um sistema imune passivo cuja concentração diminui com o 
tempo. No entanto, o colostro não cria memória contra patógenos justamente 
por não estimularem os linfócitos B de memória (ABBAS et al., 2008). VAN 
OIRSCHOT et al. (1991) estudou os efeitos dos anticorpos maternos na 
vacinação de potros, e foi concluído que esses persistiam por três a seis 
meses, e que a presença desses anticorpos resultava em ineficácia da 
vacinação contra o vírus da influenza. Um estudo com porcos mostrou resposta 
similar com altos títulos de imunoglobulinas maternas, que interferiram com a 
resposta das células B de memória (NGUYEN et al., 2006). 
É amplamente registrado na literatura que o desmame é o evento 
mais estressante na vida de um cavalo, e que pode sujeitar o potro a doenças. 
O estresse é um fator a se considerar ao se desmamar um potro, devido aos 
potenciais efeitos negativos no sistema imunológico. SAWAR et al. (2008) 
estudou o efeito do desmame no sistema imune e concluiu que a atividades 
das células polimorfonucleares diminuía 15% no primeiro dia após o desmame, 
e iniciava uma discreta recuperação dois dias após o evento. 
Em potros desmamados abruptamente, sujeitos a mudanças na 
dieta e no ambiente, houve uma diminuição significativa na imunidade mediada 
7 
 
por células, por meio da diminuição da produção de citocina (ADAMS et al., 
2013). 
Em termos práticos, o potro ativa seu próprio sistema imune quando 
as imunoglobulinas do colostro presentes no plasma diminuem 
significativamente. Esse evento apresenta uma oportunidade do sistema imune 
do potro reconhecer patógenos e ativamente produzir imunoglobulinas contra 
eles aos três a seis meses de idade. O desmame afeta o sistema imune 
negativamente, e somente animais em perfeito estado de saúde devem ser 
desmamados. 
 
 
2.3. Anatomia do trato gastrointestinal 
O desenvolvimento extrauterino é um desafio para o potro. Durante 
o período neonatal, ele passa por uma série de mudanças fisiológicas e 
anatômicas para adaptar-se ao novo ambiente (CURCIO et al., 2012). Nesta 
seção, serão avaliadas e analisadas as mudanças no trato gastrintestinal e nos 
órgãos e micro-organismos anexos ao trato digestivo. 
A escolha de analisar as mudanças ao longo do primeiro ano de vida 
do potro deveu-se à ocorrência do desmame natural na vida selvagem nessa 
mesma idade. Isso resultará em uma melhor compreensão do desenvolvimento 
dos sistema gastrintestinal e em uma análise da melhor idade para o desmame 
artificial de um potro, com a menor quantidade possível de efeitos colaterais 
negativos. 
 
2.3.1. Boca 
A digestão de alimentos sempre começa na boca, com a mastigação 
e umidificação pela saliva. Potros recém-nascidos não possuem dentes, mas 
dentes decíduos, ou dentes de leite, nascem algum tempo após o nascimento 
para iniciar a mastigação de alimentos (FRAPE, 2013). Esses dentes são 
8 
 
depois substituídos pelos dentes permanentes. A fórmula dental é 
representada a seguir: 
Fórmula 1: Formula dentária de equinos 
Decíduos: 2 (Di 
 
 
 Dc 
 
 
 Dp 
 
 
 ) = 24 
Permanentes: 2 (I 
 
 
 C 
 
 
 P 
 
 
 M 
 
 
 ) = 40 or 42 
Fonte: Frape (2013) 
 
2.3.2. Desenvolvimento do trato gastrintestinal e órgãos acessórios 
O estômago do cavalo adulto representa 10% do volume total do 
trato gastrintestinal. Contudo, os potros têm uma porcentagem mais 
representativa do estômago comparado aos cavalos adultos, devido a um trato 
gastrintestinal imaturo, especialmente nos intestinos delgado e grosso (FRAPE, 
2013). Na verdade, o intestino delgadodo potro não aumenta 
significativamente em comprimento até quatro semanas após o parto (FRAPE, 
2013). 
Quando o potro ainda é recém-nascido, seu trato gastrintestinal 
ainda é imaturo em tamanho e funcionamento. O fígado é uma reserva de 
nutrientes para os primeiros dias de vida, que são críticos. Com o 
envelhecimento do potro, o trato gastrintestinal cresce quase 
proporcionalmente ao peso corporal do cavalo, enquanto o fígado diminui em 
relação ao peso corporal. Isso é demonstrado na tabela 1, a seguir: 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Tabela 1: tamanho total do trato gastrointestinal e do fígado de potros. 
 Potro recém 
nascido 
6 meses de 
idade 
12 meses de 
idade 
Trato 
gastrintestinal 
(g/kg de peso 
corporal) 
35 60 45-50 
Fígado 
(g/kg de peso 
corporal) 
35 12-14 10 
Referência: Dados retirados de Frape (2013). 
 
2.3.3. Micro-organismos gastrintestinais 
O cavalo é um herbívoro não ruminante, e seu processo de 
fermentação ocorre principalmente no ceco, enquanto nos ruminantes o 
processo de fermentação ocorre no estômago. No cavalo adulto, a presença de 
bactérias celulolíticas no intestino grosso é de grande importância na digestão 
de alimentos pelo uso de carboidratos estruturais. 
Antes do nascimento, sabe-se que os potros não têm micróbios em 
seu trato gastrintestinal, mas há evidências de que a população microbiana é 
formada de forma relativamente rápida após o nascimento (DOREAU et al., 
1986). FAUBLADIER et al. (2014) descobriu bactérias comensais no mecônio 
de potros, embora não haja evidência suficiente para explicar a origem dessas 
bactérias. Em outro estudo de FAUBLADIER et al. (2013), também foram 
encontradas bactérias no mecônio, embora nenhuma delas fosse celulolítica. 
É comum ver cavalos jovens comendo as fezes de suas mães 
(coprofagia) para adquirir os micróbios necessários para a fermentação de 
alimentos fibrosos na vida adulta (GEOR et al., 2013). Coprofagia é comum em 
potros com menos de dois meses, e a frequência observada é de uma vez a 
cada quatro a nove horas (CROWELL-DAVIS et al., 1985; CROWELL-DAVIS et 
al., 1989). 
Segundo FAUBLADIER et al. (2014), a primeira alteração na 
população bacteriana do trato gastrintestinal ocorre entre o nascimento e os 
10 
 
primeiros dois dias de vida, em que há um aumento na quantidade de 
Lactobacillus, Staphylococcus, Enterobacteriaceae e Enterococcus. KUHL et al. 
(2011) encontrou quantidades de Enterococcus similares às encontradas na 
égua no décimo dia após o nascimento, e um aumento nas populações de 
Streptococcus sp. e Staphylococcus sp. de duas a quatro semanas de idade. 
Durante as primeiras duas semanas de vida, KUHL et al. (2011) 
observou que potros apresentavam uma maior taxa de diarreia no cio do potro 
coincidindo com grandes mudanças na população bacteriana do trato 
gastrintestinal, embora não esteja provado que há uma relação causal entre os 
dois fatores. FAUBLADIER et al. (2014) notou uma homogeneização da 
composição bacteriana relacionada ao aumento de ingestão de forragem e a 
diminuição da ingestão de leite. 
No desmame, FAUBLADIER et al. (2014) não encontrou variações 
na população bacteriana do intestino em potros desmamados após 180 dias de 
vida, o que pode indicar que o processo não afeta a população bacteriana 
intestinal. Após o desmame, as bactérias intestinais gradualmente adquirem 
um perfil mais adulto, devido à mudança de dieta. Bactérias fibrolíticas são 
responsáveis pela maior parte da fermentação de alimentos fibrosos no cavalo 
adulto. 
Às quatro semanas de idade, a população bacteriana do potro 
lembra a de sua mãe (KUHL et al., 2011), embora a concentração de cada 
população bacteriana ainda não esteja estabelecida. Níveis adultos de 
concentração de capacidade de degradação de fibras se estabilizam aos dois 
meses de idade, embora não tenha sido estabelecida a idade em que a 
capacidade de digestão de fibra surge nos potros (FAUBLADIER et al., 2013). 
 
2.3.4. Comportamento alimentar do potro 
O comportamento de amamentação dos potros mostra seus 
primeiros sinais de 30 a 180 minutos após o nascimento, quando o potro mama 
o colostro pela primeira vez (FRAPE, 2013; GEOR et al., 2013). Nos meses 
seguintes, o comportamento de amamentação diminui de 4 a 7 vezes por hora, 
11 
 
em um mês de vida, para uma a duas vezes por hora em seis meses de vida 
(DUNCAN et al., 1984). Potros recém-nascidos de um dia de vida podem 
amamentar-se até dez vezes por hora, o que diminui para uma vez e meia a 
duas vezes por hora entre o segundo e terceiro mês de vida. 
Um experimento com cavalos Saddlebred observou a frequência do 
comportamento de amamentação de potros durante os primeiros meses após o 
nascimento. Na primeira semana, a frequência era de 103 vezes por dia, e caiu 
para 35 vezes por dia até a décima semana (FRAPE, 2013), o que mostra 
maior independência do potro da égua. Cada amamentação durou 1.3 a 1.7 
minutos. 
O consumo de fibras se inicia no final da segunda semana de vida, 
por volta dos 10 a 21 dias de vida (FRAPE, 2013), com a mastigação de 
alimentos como resultado da influência da égua. Há uma relação entre o 
consumo de leite e o crescimento do potro, que diminui com o tempo devido às 
maiores necessidades de nutrientes para seu crescimento (DOREAU et al., 
1986). 
Há evidências que sugerem que o consumo de água é raro em 
potros antes do desmame. Em estudo conduzido por Crowell-Davis et al. 
(1985), o potro mais jovem a beber água tinha três semanas de vida, e oito de 
quinze potros não beberam água antes do desmame. Isso pode apontar para 
uma maior necessidade de atenção à hidratação de potros recém-
desmamados. 
 
 
2.4. Qualidade e produção do leite durante a lactação 
É importante quantificar e qualificar o conteúdo nutricional do leite 
para estabelecer a curva de qualidade do leite. Durante a lactação, a produção 
e qualidade do leite decaem com o tempo, enquanto o potro necessita de maior 
suprimento de nutrientes para crescer apropriadamente (NRC, 1989). 
 
12 
 
2.4.1. Colostro 
A seção deste estudo que trata de imunologia já apresentou fatos 
consistentes sobre a importância do colostro, com ênfase na proteção 
imunológica adquirida pelo potro recém-nascido. Assim, esta seção destacará 
o conteúdo de nutrientes no colostro. 
A porção mais importante do colostro é o conteúdo proteico, que 
consiste principalmente de imunoglobulinas, mas também caseínas e proteínas 
whey. Estima-se a concentração de proteínas em 13,5% (MOREL, 2008). A 
égua concentra imunoglobulinas no úbere duas semanas antes do parto, o que 
é extremamente importante para o colostro. Ela então secreta o colostro já no 
primeiro dia após o parto (UNIACKE-LOWE et al., 2010). 
Fatores de crescimento também estão presentes no colostro. O 
colostro pode ser importante para a maturação pós natal do epitélio intestinal, 
como acontece em leitões (BLUM et al., 2008; XU, 1996). Este último fator é 
especialmente beneficial, já que recém-nascidos em geral possuem uma 
função de barreira epitelial imatura, associada a um sistema imunológico 
deficiente à época do nascimento. 
Estudos que lidam com a leptina no leite indicam que essa proteína 
pode influenciar a maturação do intestino do potro, assim como os sistemas 
imunológico e neuroendócrino (HOUSEKNECHT et al., 1998). Em estudos com 
ratos, foi concluído que a leptina pode estar, a certo nível, envolvida na 
regulação do crescimento (MISTRY et al., 1999). A concentração de leptina 
diminui com o tempo, em especial durante as primeiras 96 horas após o parto, 
embora ainda seja detectável no quarto dia de lactação (SALIMEIet al.,2002). 
O conteúdo do colostro varia com o tipo de dieta oferecida à égua 
durante o período pré-parto. Por exemplo, éguas suplementadas com vitamina 
E nas três semanas anteriores ao parto apresentaram colostro com maiores 
concentrações de vitamina E, IgG e IgM (BONDO et al., 2010). 
É sabido que o nível de gordura no colostro é consideravelmente 
mais alto que no leite em qualquer estágio da lactação, mas a proporção de 
proteína e gordura é mais alta no colostro. 
13 
 
2.4.2. Leite 
Na vida selvagem, a lactação em éguas sem interferência humana 
dura até um ano ou até o próximo parto, e o conteúdo do leite varia 
enormemente com o estágio de lactação da égua. A composição do leite muda 
rapidamente durante a primeira semana de lactação, e não varia 
significativamente entre raças (FRAPE, 2013). ULLREY et al. (1966) estudou a 
qualidade do leite das primeiras 12 horas até 4 meses após o nascimento. A 
tabela 2 representa os nutrientes presentes no leite de raças variadas de 
equinos. 
Tabela 2: Nutrientes presentes no leite de raças variadas. 
Fonte: Concentrações de nutrientes no leite, compilada por Frape (2013). 
 
Infelizmente, a energia obtida do leite está representada em energia 
bruta, que representa a energia contida no leite, mas não a quantidade de 
energia absorvida pelo potro. A porção absorvida é representada como energia 
digestível, e é utilizada para estimar os requerimentos energéticos de cavalos 
 
Holandês e algumas 
outras raças 
Quarto de 
Milha 
Puro-
Sangue 
Inglês 
 
Inicial 28 dias 196 dias 2-150 dias 24-54 dias 
Total de 
Sólidos (g/kg) 130 100-112 105 105 105 
Energia Bruta 
(MJ/kg) 2.5 1.9-2.3 1.8-2 * * 
Gordura (g/kg) 27 11-13 7 13-12 13 
Proteínas 
(g/kg) 33 17-20 18 21-16 19 
Cinzas (g/kg) 5.3 2 2.8 3 4 
Cálcio (g/kg) 1.2 0.7 0.8 0.8-0.6 0.9 
Fósforo (g/kg) 1 0.4 0.5 0.36-0.21 0.6 
Lactose (g/kg) 58 66 66 * 69 
Magnésio 
(mg/kg) * 90 45 65-43 68 
Potássio 
(mg/kg) * 700 400 580-370 120 
Sódio (mg/kg) * 225 150 190-160 180 
Cobre (mg/kg) * 450 200 * 200 
Zinco (mg/kg) * 2500 1800 * 2000 
14 
 
(MCDONALD et al., 2011). Este é um fator que pode aumentar a dificuldade de 
determinar a digestibilidade do leite e quanto dos nutrientes são realmente 
absorvidos pelo potro. 
 
2.4.3. Gordura 
A concentração de gordura é representada por glóbulos de gordura 
saturada, colesterol e gorduras não saturadas, como ácidos graxos livres, 
fosfolipídios e triglicerídios (MOREL, 2008). Em geral, a concentração de 
gordura no leite chega ao ápice de 18 g/kg no fim da lactação (MCDONALD et 
al., 2011). 
 
2.4.4. Proteína 
A concentração de proteína no leite está na ordem de 2 a 4% 
(MOREL, 2008). Os tipos de proteínas presentes são caseínas e proteínas do 
tipo whey, que apresentam os valores de 1,3% e 1,2%, respectivamente 
(MOREL, 2008). 
No estômago, a caseína forma um coágulo, devido ao baixo pH do 
ambiente, que facilita a digestão de proteínas pelas enzimas proteolíticas do 
estômago. Caseínas também são importantes no transporte de minerais como 
o cálcio (Ca), fosfato (P) e magnésio (Mg), permitindo uma maior concentração 
desses minerais no leite (MOREL, 2008). 
Há dois tipos diferentes de proteína de soro no leite da égua: as que 
são específicas ao leite (α-lactalbumina e α-lactoglobulina) e as que podem ser 
encontradas tanto no leite quanto no sangue (albumina de soro e globulina de 
soro; GIBBS et al., 1982). As primeiras são uma boa fonte de aminoácidos e 
são precursoras da enzima lactase. As últimas participam do equilíbrio do 
sangue e da eficiência do sistema imune. 
A lactoferrina é uma proteína de soro encontrada na ordem de 0,6 
g/kg no leite, e auxilia no transporte de ferro pelo sangue (UNIACKE-LOWE et 
15 
 
al., 2010). A lactoferrina também pode inibir o crescimento bacteriano 
(UNIACKE-LOWE et al., 2010) e infecções virais (BALDI et al. 2005) em potros. 
Como acontece no colostro, o leite também apresenta fatores de 
crescimento, em escala consideravelmente menor. O nitrogênio não proteico 
pode ter um papel como modulador de crescimento, e está presente no leite 
(KOLETZKO et al., 1998). 
 
2.4.5. Energia 
A concentração energética no leite cai drasticamente até atingir 2 
(FRAPE, 2013) a 2,1MJ./kg, o que varia pouco do dia 12 adiante na lactação 
(MCDONALD et al., 2011). A figura 1 representa a concentração de energia 
bruta do nascimento aos primeiros quatro meses de idade. 
Figura 1: Energia bruta presente no leite em estágios variados da lactação. 
 
Fonte: Adaptado de ULLREY et al. (1966). 
 
2.4.6. Minerais 
A concentração de minerais varia com o estágio da lactação. A 
concentração de cálcio (Ca) é ligeiramente mais alta no colostro, cai 
suavemente e aumenta novamente para um ápice de 1200 mg kg-1 a três 
semanas após o parto (MOREL, 2008). Csapó et al. (2009) apresentou a 
16 
 
seguinte tabela 3 como resultado do estudo do colostro de éguas e do leite até 
45 dias após o parto. 
Tabela 3: Macro e micro elementos presentes no leite do parto a 45 dias pós-
parto. 
 
Dias pós-parto 
 
0-2 3-5 8-45 
Macroelementos 
(mg/kg) 
Potássio 928 709 517 
Sódio 320 177 167 
Cálcio 748 953 823 
Fósforo 742 638 499 
Magnésio 140 86 66 
 Microelementos 
(mg/kg) 
Zinco 2.95 2.08 1.99 
Ferro 1.00 1.58 1.21 
Cobre 0.61 0.25 0.23 
Manganês 0.045 0.053 0.054 
Fonte: CSAPÓ et al. (2009). 
 
2.4.7. Início e fim da lactação 
Estudos que tratam da qualidade do leite ao fim da lactação são 
escassos. Geralmente, é sabido que a qualidade do leite no fim da lactação é 
mais pobre que no início da lactação, devido ao fato de que o potro já se 
alimenta de forragem e é altamente independente da égua. Um estudo 
conduzido por MARTUZZI et al. (2004) comparou a qualidade do leite no início 
e no fim da lactação. O estudo concluiu que a concentração de todos os 
principais componentes orgânicos diminuiu, exceto a lactose, e todos os 
componentes minerais também diminuíram, exceto o sódio (Na). 
 
 
 
17 
 
2.4.8. Produção de leite 
Durante a lactação, o úbere da égua tem uma capacidade de 2 L 
quando cheio de leite (SOLAROLI et al., 1993), o que resulta em 2 a 3,5 kg de 
leite por 100 kg de peso vivo por dia (OFTEDAL et al., 1983). 
A produção do leite varia com a capacidade inata da égua (FRAPE, 
2013), raça, estágio da lactação, ingestão de nutrientes (antes e após o parto) 
e a disponibilidade de água (MCDONALD et al., 2011). Éguas primíparas 
produziram menos leite com menor concentração de gordura que éguas 
primitivas de 0 a 5 semanas de lactação, em um estudo conduzido por 
DOREAU et al. (1991) com éguas anglo-árabes francesas. O estudo também 
concluiu que os resultados eram consequência de uma menos ingestão de 
matéria seca em éguas primíparas. A interferência humana ao se desmamar o 
potro também afeta a curva de lactação (MOREL, 2008), como demonstrado na 
figura 2. 
Figura 2: Curva de lactação. 
 
Fonte: MOREL (2008). 
 
 
 
18 
 
2.5. Necessidades nutricionais do potro 
Cada estágio na vida dos cavalos tem seu requerimento nutricional a 
ser observado. O primeiro ano de vida é especialmente importante, devido ao 
crescimento rápido do animal, que diminui nos anos subsequentes. Deve-se 
destacar que a formulação de uma dieta deve levar em consideração o 
metabolismo basal do cavalo e fornecer nutrientes suficientes para crescimento 
adequado, o que resulta em constantes mudanças à dieta para suprir os 
requerimentos do animal em determinada época. 
A dieta do cavalo em crescimento é constituída primariamente de 
colostro, leite, água, forrageme concentrados (GEOR et al., 2013). Nas 
primeiras semanas, o colostro e o leite são os principais fatores na dieta a 
fornecer nutrientes suficientes, já que é sabido que a população microbiana do 
trato gastrintestinal somente digere fibras eficientemente a partir do segundo 
mês de vida do potro (FAUBLADIER et al., 2013), como mencionado 
anteriormente. 
Excesso ou deficiências em nutrientes podem resultar no 
desenvolvimento de doenças ortopédicas e outras doenças. Por exemplo, um 
crescimento muito acelerado associado a quantidades limitadas de exercícios 
causam uma maior ocorrência de doenças ortopédicas em cavalos (LEPEULE 
et al., 2009), o que pode comprometer o futuro do animal como cavalo atleta. 
Os requerimentos nutricionais são calculados com base no peso 
corporal do cavalo maduro, a categoria do animal e sua idade. Para cada 
situação, há equações previamente definidas pelo NRC (1989), que é o 
sistema mais frequentemente utilizado para estimar requerimentos nutricionais 
em cavalos. Para a maioria das raças de cavalos, o peso adulto é por volta dos 
500kg, como visto na tabela 3, exceto cavalos de arado, que podem atingir 
pesos corporais adultos entre 650 e 800kg. A tabela 3 representa as 
necessidades nutricionais do potro, de acordo com a NRC (1989). 
 
 
19 
 
 
Tabela 3: Necessidades nutricionais do potro aos 3, 6, 9 e 12 meses de idade. 
 
Idade do potro 
 
3 
meses 
6 
meses 
9 
meses 
12 
meses 
Porcentagem do corpo maduro 
(%) 30 45-50 - - 
Peso estimado (kg) 156 237 302 353 
Ganho estimado diário médio 
(kg/dia) 1.0 0.79 0.63 0.50 
Energia digestível (Mcal/dia) 13 17.1 0.63 0.50 
Proteína bruta (g/dia) 731 744 833 930 
Lisina (g/dia) 31 32 36 40 
Cálcio (g/dia) 43 42 42 41 
Fósforo (g/ dia) 24 24 23 23 
Cobre (mg/ dia) 39 59 76 88 
Ferro (mg/ dia) 156 238 302 353 
Zinco (mg/ dia) 125 190 242 283 
Iodo (mg/ dia) 1.1 1.7 2.1 2.5 
Selênio (mg/ dia) 0.31 0.47 0.60 0.71 
Vitamina A (IU/dia) 7021 10686 13594 15900 
Vitamina E (IU/dia) 312 475 604 707 
 
Fonte: Adaptado de Geor et al. (2013). Valores por % de peso corporal adulto e ganho diário 
médio estimado (kg/dia) para cada idade em meses para o cavalo em crescimento e os 
requerimentos de nutrientes para cada período. (-) implica que não há informações disponíveis. 
 
2.5.1. Creep feeding 
Creep feeding é um tipo de manejo alimentar que busca oferecer 
uma dieta mais rica em proteínas ao potro. É comumente utilizado em 
garanhões como suplemento para otimizar o crescimento e reduzir o estresse 
durante o desmame (APTER et al., 1996). Também é utilizado para otimizar a 
maturação anatômica e fisiológica do trato gastrintestinal (FRAPE, 2013). 
O leite no início da lactação tem nutrientes suficientes para suprir as 
necessidades nutritivas do potro. Contudo, na metade do período de lactação, 
a qualidade do leite diminui, enquanto os requerimentos nutricionais do potro 
em rápido crescimento aumentam. Em um estudo conduzido por COLEMAN et 
20 
 
al. (1999), foi concluído que o creep feeding trazia um aumento de 10% no 
ganho diário, e os animais tendiam a perder menos peso após o desmame. O 
mesmo estudo não observou deformidades nos membros de potros 
alimentados com creep feeding. 
 
 
2.6. Métodos de desmame 
Há vários métodos de desmame utilizados em garanhões e descritos 
na literatura. Independentemente do método utilizado, potros desmamados 
artificialmente são capazes de aprender as mesmas tarefas que potros criados 
naturalmente, mas a um ritmo mais lento (HOUPT et al., 1982). Potros 
desmamados artificialmente também demonstram maior incidência de 
comportamento anormal, que persiste como estereotipias durante sua vida 
(NICOL, 1998; SARRAFCHI et al., 2013). 
Nesta seção, métodos de desmame serão descritos e analisados 
com base em experimentos científicos anteriores. Os métodos a seguir têm 
efeitos diferentes em potros, e serão explicados individualmente. 
 
2.6.1. Analisando o estresse em potros 
A observação comportamental é importante para avaliar o estresse 
em potros. O comportamento modulado por estresse é comumente 
quantificado pela observação do número de vocalizações e as horas de 
atividade motora geral em pesquisas comportamentais que lidam com o 
estresse do desmame. Em animais estressados, os dois parâmetros são 
elevados. 
A concentração de cortisol salivar é outro parâmetro utilizado para 
avaliar o estresse em potros e é aplicado em pesquisas tais como em HENRY 
et al. (2012). Há muitos outros parâmetros a se observar com relação ao 
estresse em animais, como um aumento na frequência cardíaca e na 
21 
 
temperatura corporal basal e diminuição nas taxas de crescimento e no peso 
corporal (HAUSBERGER et al., 2008; HENRY et al., 2012). 
 
2.6.2. Desmame precoce 
O desmame precoce é o processo em que a égua e o potro são 
separados desde o nascimento ou alguns dias após o parto. Este método é 
recomendado principalmente quando a égua ou o potro apresentam doenças 
ou quando não há imprinting da égua no potro (FRAPE, 2013). No segundo 
caso, é importante para a segurança do potro que ele seja desmamado assim 
que o problema seja detectado, para evitar ferimentos causados pela égua. Há 
uma terceira situação em que o criador não tem escolha, que ocorre quando a 
égua morre e o potro se torna um órfão. 
Este método requer atenção especial e intensa dos donos, o que 
pode interromper o funcionamento normal da fazenda (FRAPE, 2013). Por 
exemplo, é essencial que potros desmamados precocemente recebam colostro 
durante o primeiro dia de vida e, consequentemente, a fazenda deve estar 
preparada para a ocasião com colostro congelado de outra égua. Potros 
desmamados precocemente também precisam de atenção especial à dieta, o 
que exigirá muito do criador. 
O desmame precoce também é estudado pela indústria de leite 
equino para a obtenção de informações sobre efeitos negativos para o potro. 
TATEO et al. (2013) estudou os efeitos da alimentação artificial a potros 
desmamados precocemente até os 176 dias de vida, e concluiu que eles 
apenas apresentavam comportamento anormal nas primeiras duas semanas 
de vida. Contudo, também foi concluído que mais estudos seriam necessários 
para determinar os efeitos de longo prazo no comportamento social e o 
potencial surgimento de estereotipias durante a vida do cavalo. 
Não há diferenças significativas entre o desmame precoce e o 
desmame natural no que tange à perda de peso até a 28ª semana de vida 
(KNIGHT et al., 1985), mas o método é prejudicial de um ponto de vista 
comportamental. 
22 
 
Potros desmamados artificialmente apresentam dificuldades na 
socialização com outros animais, já que nunca tiveram adultos como modelos 
comportamentais e sociais. Este método de desmame pode ser prejudicial ao 
potro, já que este pode ser afetado emocionalmente, assim como em sua 
capacidade geral de aprendizado, aptidão para treinamento (MAL et al., 1994) 
e muitos outros fatores que afetam a ligação entre humanos e potros. 
 
2.6.3. Desmame de um único potro vs desmame em grupos de potros 
O potro desmamado sozinho apresenta uma maior resposta de 
estresse ao processo que grupos de potros desmamados juntos (HOUPT et al., 
1984). Isso é explicado pela presença de outros animais, que fazem companhia 
e confortam o potro recém-desmamado. Potros desmamados individualmente 
têm mais risco de desenvolver estereotipias (NICOL, 1999). Também são mais 
tímidos quando introduzidos em grupos de outros potros. 
Em geral, potros desmamados em grupos apresentam menos 
comportamentos de estresse. Potros desmamados em pares vocalizam menos 
(HOUPT et al.1984), assim como potros desmamados em grupos (HELESKI et 
al., 2002). 
Um estudo conduzido por ERBER et al. (2012) concluiu que potros 
desmamados simultaneamente em grupos com a presença de duas éguas que 
já conheciam desde o nascimento apresentavam uma resposta de menos 
estresse ao desmame em comparação com potros desmamados em grupos 
sem éguas não relacionadas ou com a remoção consecutiva de éguas. 
HENRY et al. (2012) chegou à mesma conclusão sobre a presença 
de éguas não relacionadas como um fator atenuante de estresse, mas as 
éguas eram desconhecidas dos potros. No mesmo estudo, o grupo de potros 
desmamado sem a presença de cavalos adultos apresentou parâmetros de 
estresse mais elevados, como o cortisol salivar, o relinchar, agressividade e 
comportamentos anormais. 
23 
 
O comportamento de alimentação diminuiu significativamente 
quando comparado a potros desmamados em grupos sem éguas não 
relacionadas ou a remoção consecutiva de éguas (ERBER et al., 2012). A 
diminuição no consumo de alimentos já foi relatada em outros estudos e 
explica parcialmente a perda de peso. O aumento na atividade locomotora 
também contribui para a diminuição do peso. 
 
2.6.4. Desmame gradual e desmame abrupto 
O desmame gradual é o processo que inicia o desmame pela 
separação gradual da égua e do potro por algumas horas por dia, e aumenta o 
tempo de separação com o tempo. O desmame abrupto é o método que separa 
a égua e o potro permanentemente, sem nenhum contato físico, auditivo, 
olfativo ou visual adicional. Ambos os métodos podem ser utilizados com um 
único potro ou com grupos. 
O desmame gradual também pode ser realizado com separação 
física, mas com a continuação do contato auditivo, visual e olfativo. Há 
registros de que o método gradual é menos estressante que o abrupto (MCALL 
et al., 1987). Embora pareça ser um bom método, a repetida separação de 
curto prazo da égua induz nos potros uma maior sensibilidade à separação 
definitiva (MOONS et al., 2005). 
Outro estudo de McCALL et al. (1985) concluiu que tanto o 
desmame gradual como o abrupto provocavam comportamento mais agressivo 
em potros para com outros potros. Nenhum comportamento anormal foi 
observado no grupo de controle, que consistia de potros mantidos com suas 
mães. McCALL et al. (1987) concluiu que a separação abrupta resulta em 
maior nível de estresse que a separação gradual, com base nos níveis de 
cortisol. 
Sobre o creep feeding, McCALL et al. (1987) concluiu que ambos os 
métodos têm diferentes parâmetros de ganho de peso após o desmame se 
receberem ou não acesso ao creep feed. Em separações parciais, ambos os 
grupos consumiram quantidades similares de alimentos. Contudo, potros que 
24 
 
não passaram pelo creep feeding ganharam mais peso imediatamente após o 
desmame (de 0 a 2 semanas) quando comparados a potros que passaram pelo 
creep feeding. 
 
 
2.6.5. Outros fatores que afetam o estresse no desmame 
O tipo de dieta à época do desmame também afeta a reação de 
estresse do potro. NICOL et al. (2005) concluiu que potros que recebiam uma 
dieta de gordura e fibras eram mais calmos e menos aflitos que potros que 
receberam uma dieta de amido e açúcar. Contudo ambos os grupos de potros 
apresentaram uma curva de crescimento similar até os dois anos de vida, 
independentemente do evento estressante. 
No mesmo estudo, NICOL et al. (2005) concluiu que potros 
desmamados em piquetes apresentavam a mesma reação mais calma ao 
evento estressante do desmame que potros desmamados em celeiros. 
HELESKI et al. (2002) e Parker et al. (2008) chegaram à mesma conclusão 
quanto aos benefícios do desmame de grupos de potros em piquetes, em 
comparação com potros desmamados em baias. 
O confinamento após o desmame foi associado a uma elevação no 
risco de estereotipias quando comparado com o desmame em piquetes 
(WATERS et al., 2002). Em bandos ferais de cavalos, não há observação de 
comportamento anormal, enquanto estereotipias estão presentes em mais de 
15% dos cavalos domesticados (LUESCHER et al., 1991). 
A hipótese é de que em um ambiente aberto, especialmente com 
outros animais, os potros têm uma maior variedade de comportamentos, que 
potros desmamados em baias não teriam a oportunidade de expressar. 
O sexo do potro parece estar relacionado a um nível maior ou menor 
de estresse. MOONS et al. (2005) observou maiores parâmetros de estresse – 
cortisol salivar, atividade locomotora e tempo deitado – em potras que em 
potros. 
25 
 
Potros adaptados a uma dieta, desmamados e mantidos na mesma 
dieta após o desmame são menos estressados. Essa recomendação antes do 
desmame é recomendada. 
 
 
2.7. Conclusão 
Considerando todos os fatores apresentados, a melhor época para 
se realizar o desmame é a partir dos seis meses de idade. Dessa maneira, o 
potro já estará relativamente independente da mãe e terá seu sistema imune 
competente, evitando que o período de estresse desencadeie uma 
susceptibilidade à doenças. O potro também já não estará tão dependente do 
leite, sendo capaz de se alimentar de forrageiras sem prejuízos nutricionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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