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Síntese - A Reforma Administrativa de 1967

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Universidade de Brasília
Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia
Fundamentos da Administração Pública
Professor: Marcos Alberto Dantas
Grupo 3
Carlos Eduardo Santos Guimarães 
Kilmer Batista Sales
Poliana Lourenço Braga
Yasmin Augusto dos Santos
A Reforma Administrativa de 1967 
O artigo de Leonardo Barbosa e Silva, com foco na análise do texto do decreto-lei n. 200 e o livro de José de Nazaré Teixeira Dias, de 1969, objetiva analisar a reforma administrativa de 1967, buscando compreender sua natureza, atentando para o contexto em que foi idealizada e implementada.
A gestação da reforma
Desde a década de 1950 o país atravessava um período de complexificação de seu parque produtivo. Ao mesmo tempo, o governo recebia pressões dos setores populares por reformar sociais e econômicas. Esse cenário conturbado, política e socialmente, favoreceu a ocorrência do golpe militar de 1964, que no final, resolveu o conflito de interesses.
No início dos anos 60 a burguesia nacional foi levar a fazer uma escolha entre associar-se ao capital externo ou lança-se numa aventura autônoma de desenvolvimento. Nisso, a burguesia firmou uma aliança com os militares, aliança essa que visava combater a emergência de um projeto popular.
Após a conquista do poder, o governo deu início a uma sucessão de reformas institucionais. Primeiro elaborou um plano econômico, o PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), com o objetivo de preservar o crescimento econômico e conter a inflação e, com um viés institucional, produzir uma reforma tributária, simplificando a cobrança de tributos e instituindo a correção monetária, criando o Banco Central. 
O governo também criou o SNH (Sistema Nacional de Habilitação) e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para dar suporte ao SNH. O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) também foram criados nesse momento. O Pasep e o PIS, administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), financiavam pensões, assistência social e a previdência. Por fim, o governo modernizo o sistema financeiro nacional.
A reforma administrativa de 1967 representou o desejo de racionalização da administração federal, rejeitando o modelo democrático. Através do decreto-lei n. 200, a reforma resultou de um intenso esforço intelectual, de diversas comissões e assessorias.
Embora o presidente Castello Branco admitisse a existência de insatisfação geral à administração federal, não havia pressão da sociedade civil para que a reforma fosse efetivada. Todavia, existiram participação de grupos e associações, mesmo que pouco intensamente.
Diagnóstico, Princípios e Implementação
O decreto-lei n. 200 partiu premissa de uma possível defasagem entre a administração pública e as demandas do desenvolvimento que não poderia ser vencida enquanto o Estado não passasse por uma modernização profunda. O decreto então foi estruturado seguindo a seguinte forma:
Princípios Fundamentais;
Instrumentalização básica: tripé planejamento, orçamento-programa e programação financeira de desembolso;
Órgão Centrais: estruturas de apoio direto aos ministérios e órgão de planejamento, coordenação e controle;
Assessoramento superior da administração civil;
Controle;
Normas administrativas básicas: financeira e contabilidade, referentes ao pessoal e relativas às licitações;
Estruturação básica da administração federal; e
Implementação da reforma: diretrizes e critérios.
De acordo com Castello Branco, o propósito era que o setor público pudesse operar com a mesma eficiência da empresa privada. Se analisarmos, a gestão privada era o contrário de demora, desperdício, centralismo, privilégio, papelório e ausência de controle e baseava-se na gestão por resultados. A reforma então deveria tomar um caráter de descentralização e flexibilização de procedimentos.
Para a descentralização, primeiro procurou-se desafogar a presidência e criar um sistema coerente de funções, controle e supervisão, de modo que nem ficasse sobrecarregada, nem perdesse controle sobre a execução das políticas públicas. 
A descentralização estava presente na diferenciação entre “administração direta” e “administração indireta”. A direta, composta pela Presidência da República, ministérios de Estado, e órgãos subordinados diretamente a presidência, com personalidade jurídica pública. A indireta é formada por instituições com autonomia de gestão em relação ao Executivo, com personalidade jurídica pública ou privada. Essa autonomia da indireta é justificada pelas atividades de interesse do Estado, mas em áreas geralmente privadas.
A administração indireta possui três tipos de organizações, as autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. A preocupação nessa caracterização era evitar qualquer tipo de submissão ao governo, permitindo apenas um vínculo formal, mas não operacional. A lógica da administração direta é estabelecer vínculo com o setor privado, mas apesar disso, não existe um processo de privatização. Trabalhando em parceria com a descentralização, o princípio de flexibilidade apresenta-se como uma solução quanto a burocracia presente na administração pública.
A Política de Recursos Humanos
A falta de informações sobre a realidade do ambiente de trabalho foi uma grande dificuldade enfrentada na discussão das políticas de RH durante a reforma. Apesar disso, essas políticas foram peças centrais da reforma administrativa de 1967, mais uma vez, tendo como referência as políticas da iniciativa privada, na busca de rapidez, flexibilidade e eficiência.
A administração direta baseou sua política em três princípios: classificação das funções de acordo coma habilidade e formação do servidor e a necessidade da organização, remuneração de acordo com a política de salários do governo e mercado de trabalho e despesas com pessoal balizadas pelas prévias condições orçamentárias.
Outro problema enfrentado foi o fato de que a política de pessoal possuía dois lados de um se preocupava com a redução dos gastos públicos, mas de outro gerava gastos para sua implementação. Para contornar essa situação, Dias propôs três ações: corte de vagas não preenchidas ou não necessárias, terceirização, disponibilização de funcionário cujo função foi extinta.
Apesar do problema fiscal, a reforma não sugeria mudanças na política tributária capaz de financiar tais atividades. O crescimento econômico do final da década de 1960 e início da década de 1970 se deu majoritariamente por financiamento externo.
Intervenção e Instituições
O decreto-lei n. 200 expunha a função de cada ministério, agrupando em quatro grupos, Político, Econômico, Social e Militar, já que a reforma tinha interesse em reforçar seu caráter de organizador da administração federal. É possível perceber essa preocupação do governo quanto a institucionalização do planejamento ao observar que o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral (MPCG) ganha status permanente.
O MPCG, de acordo com o decreto, ficaria responsável pelo plano geral do Governo, pesquisas e estudos socioeconômicos, programação e proposta orçamentária, organização administrativa e outras atribuições. Esse ministério possuiu grande relevância no desenvolvimentismo.
Conclusão
A reforma objetivava proporcionar mais agilidade e controle à administração federal, por meio da descentralização das funções e de racionalização das ações. Todavia esse plano enfrentou grandes problemas na questão de perca do controle na administração pública e possibilidade de o Estado ser tomado por interesses privados.
O que podemos perceber é que a descentralização por si só não é garantia de solução dos problemas relacionados a eficiência, organização, democratização e controle do serviço público. No final, a reforma expandiu a máquina pública. A inexistência de prestadores de serviço desejados no mercado dificultou o plano de repassar funções para o setor privado. A reforma representou tanto um esforço de adaptação ao novo cenário quanto abriuuma perigosa oportunidade de expansão da administração indireta.

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