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Fichamento Do Estado Liberal ao Estado Social Paulo Bonavides

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Fichamento do livro “Do Estado liberal ao Estado social” 
Capítulo I - Das origens do liberalismo ao advento do Estado social: 
Subcapítulos: 
I) No pensamento liberal, o poder estatal é sempre o maior inimigo das liberdades de cada 
indivíduo. Entretanto, nesse pensamento, o Estado é abstrato, e portanto revogável. Porém, 
como é detentor do poder, o Estado torna-se e criatura que se volta contra seu criador. 
II) A burguesia busca a liberdade contra o despotismo, que se efetiva em na revolução de 
1789. Após essa data, acontece uma visível dominação da burguesia. 
III) A burguesia trocou seu papel de classe dominada por um papel de classe dominante. 
Essa classe desempenhou papel fundamental na consolidação do liberalismo após a 
Revolução Francesa, pois despertou a consciência do povo para suas liberdades políticas. 
IV) O Estado burguês de Direito, consolidado após a Revolução Francesa constituiu a teoria 
tripartida dos poderes (o Estado é dividido em três poderes: Executivo, Legislativo e 
Judiciário, para Montesquieu. Para Locke, o poder é dividido da seguinte forma: Executivo, 
Legislativo e Federativo (que responde pelas relações internacionais). 
V) Para Montesquieu, a liberdade é a negação à soberania estatal. A diferença entre esse e 
Rousseau está no fato de que Rousseau define a soberania popular, com características de 
inalienabilidade, imprescritibilidade e indivisibilidade, que dialoga com o pensamento 
monista de poder, mas que colide com o pluralismo de Montesquieu, que afirma que os 
poderes devem ser divididos. 
VI) Alfred Vierkandt rejeita as teorias do liberalismo, conservadorismo e social-democracia. 
Algumas de suas ideias de Estado são moldadas por teorias marxistas, como a ideia de luta 
de classes. Para Vierkandt, a constituição é o que garante a distribuição do poder no Estado 
democrático, enquanto no Estado autoritário, o poder não é distribuído. 
VII) Segundo Vierkandt, a liberdade baseia-se na exaltação do indivíduo. Quanto menor a 
intervenção do Estado na vida humana, maior a esfera de liberdade do indivíduo. No 
liberalismo clássico, a igualdade é apenas formal, e na verdade, esconde um mundo de 
desigualdades. 
 
Capítulo II - O Estado liberal e a separação de poderes 
Subcapítulos: 
I) A separação de poderes é uma técnica em declínio, mesmo que constitua um dos 
princípios do liberalismo. Por isso, o constitucionalismo moderno mostra-se mais eficiente 
que o liberalismo e sua separação de poderes, pois no constitucionalismo, o individualismo 
tradicional, fruto da separação clássica 
II) Após a Revolução Francesa, a burguesia busca liberdade política. Com essa revolução, 
há renovações nas esferas política, econômica, social e filosófica, consequência da 
ascensão do terceiro estado ao poder. 
III) A burguesia buscava liberdade, e o Estado, segundo Kant, servia para intervenção que 
inibe a livre iniciativa material e espiritual de cada indivíduo. O sistema consolidado após a 
revolução francesa é o que garante proteção do indivíduo contra o Estado. 
IV) A divisão de poderes é o que garante a liberdade individual, porém, dividir não significa 
dissolver o Estado 
V) No moderno Estado jurídico, o poder não mais é temido, consequência da vinculação e 
colaboração de poderes. Na filosofia política, houve uma época que a preocupação era a 
limitação do poder estatal. 
VI) O sistema de freios e contrapesos é a primeira correção ao modelo constitucional de 
Estado. Os freios garantem o equilíbrio, a interferência, por exemplo, o poder de veto, 
característico da relação entre Executivo e Legislativo. 
VIIi) Para o filósofo Georg Jellinek, no Estado jurídico, inspirado nas ideias de Rousseau e 
Montesquieu, ocorre a preservação da unidade do poder, mesmo com a teoria da 
“separação de poderes”. Segundo Jellinek, o que se divide não é o poder, ou a atividade 
dele, mas sim, o objeto do poder, ao qual se dirige a atividade estatal. 
VIII) De acordo com ​Johann Kaspar Bluntschli, a completa separação de poderes leva à 
dissolução da unidade estatal e do corpo de Estado. Defende uma separação relativa de 
poderes, com predominância do poder Legislativo sobre os demais poderes. 
IX) O organicismo surge como uma doutrina de combate ao liberalismo, critica a “fórmula 
mágica” de liberdade presente nas ideologias liberais. 
X) Krieken acusa os organicistas pela tentativa de enfraquecimento do constitucionalismo 
liberal-democrático dos séculos XVIII e XIX. Afirma ainda que a tese organicista é 
anticontratualista. 
XI) A teoria da divisão de poderes foi essencial para garantir a liberdade e afirmação da 
personalidade humana, entretanto, no constitucionalismo, é uma ideia decadente. No atual 
regime, o presidencialismo utiliza a Constituição para garantir a hipertrofia do Executivo. 
 
Capítulo III - O Pensamento Político de Kant 
Subcapítulos: 
I) Immanuel Kant é um marco na filosofia moderna. Inicialmente, Paulo Bonavides afirma 
que os críticos do filósofo não interpretaram de maneira aprofundada a ética da obra 
kantiana, expressada no livro “Crítica da Razão Pura”, tecendo, logo, opiniões superficiais e 
preconcebidas (considerando-se a idade senil de Kant ao concluir a obra) em relação as 
ideias desse pensador. Concluindo suas considerações, Bonavides contraria-os, 
utilizando-se de diversos estudiosos da área para tecer os mais elaborados elogios ao 
pensamento do grande demolidor de Koenigsberg (forma de caracterizar e referir-se a 
Kant). 
II) A filosofia de Kant pode ser dividida em três fases principais, de acordo com Paulsen. A 
primeira, trata-se da Teoria do Conhecimento e da Metafísica. A segunda, utiliza-se da 
Analítica e da Dialética Transcendentais como base da Metafísica Científica, distinta da 
Metafísica Tradicional. Em sua terceira fase, retrata-se o problema da coisa em si. Há, 
ainda, uma fase pós-crítica, período marcado pelas publicações de diversos livros de sua 
autoria. 
Em relação ao seu livro “Crítica da Razão pura”, ocorre a descrição de duas partes, a 
Teoria Elementar Transcendental que faz uma abstração do objeto, dividida em Estética e 
Lógica Transcendental, e a Teoria do Método Transcendental, a qual não se utiliza mais das 
condições empíricas do conhecimento. 
III) A filosofia é baseada nas ideias gregas antigas. A partir de Kant, ela passa a ter outro 
viés, de modo que se refere às ciências naturais e matemáticas, contrapondo-se a 
inquirição helenística. 
IV) Para Ortega y Basset, Kant não tinha uma filosofia. Acreditava que o filósofo prussiano 
se focava em questionamentos voltados a si e não se importava com a realidade, a qual, do 
seu ponto de vista, era essencial. Em sua obra, porém, Kant divide o conhecimento racional 
em material (relacionado ao objeto) e formal (ligado às formas de entendimento da razão). 
E, como explica Windelband, ele preocupa-se com o conhecimento transcendental, 
tentando determinar que o conhecimento do objeto é dominado pela possibilidade ​a priori 
das leis. Tenta, por fim, determinar a irracionalidade da realidade. 
V) A filosofia de Kant é baseada no seu livro “Crítica a Razão Pura”. Nessa obra,ele 
substitui a Metafísica antiga pela Teoria do Conhecimento. Por fim, ele também retrata a 
ética em seu método filosófico, o qual é base para sua doutrina. 
VI) Immanuel Kant possui uma filosofia marcada pela dualidade. Ele supera o 
enfrentamento do racionalismo e do empirismo, pois determina que o conhecimento começa 
com a experiência, contudo, não deriva somente dela, mas também do pensamento 
racional. 
VII) O filósofo Kant afirma que o homem é tanto ente empírico quanto ser racional. 
Diferencia assim, o imperativo hipotético, no qual há a necessidade de realizar uma ação 
para alcançar um objetivo, e o imperativo categórico, em que a ação é necessária, 
independente de seu fim. Assim, o homem só alcançará a liberdade em seu papel racional, 
utilizando o imperativo categórico, realizando as ações de modo desvinculado a um objetivo 
final. 
VIII) A definição de Estado e Direito na concepção kantiana é fundamental para o estudo 
de sua filosofia política. Assim, Kant afirma que Direito é regido segundo uma lei geral da 
liberdade, em que o homem pode coexistir sua vontade com os demais. O Estado é a 
aglomeração de pessoas sob as leis definidas pelo direito. Essas são, portanto, suas 
conceituações. 
IX) No pensamento kantiano, o Direito impõe-se negativamente, prevendo a coação 
realizada pelo Estado, controlando, portanto, os atos externos. A Moral, por outro lado, 
comporta o controle dos atos internos, limitando-se a subjetividade da consciência. Kant 
explana também sobre a teoria do pacto social, considerando-a, porém, como uma ideia 
regulativa, usando o Estado-ideia relacionado ao homem. Situa-se, portanto, em esfera 
racional e normativa. 
X) O Estado Natural possuía Direito, de acordo com Kant. Faltava, entretanto, o princípio 
de segurança jurídica para garantir a liberdade. Assim, o ​status naturalis​, composto por 
aglomerado de vontades particulares sem a sobreposição de alguma, passa ao ​status 
civilis​, o qual garante certeza e estabilidade, formando um estado jurídico. 
XI) A tripartição de poderes no Estado também é conteúdo abordado por Kant, o qual 
afirma que o Poder Legislativo representa a vontade do povo, logo, emana o Direito, sendo 
a premissa maior, e, portanto, irrepreensível. O Poder Executivo, por outro lado, é a 
premissa menor, classificado como irresistível. Por fim, há o Poder Judiciário, que é a 
conclusão, caracterizando-se como inapelável. Em suma, para o pensador, com a união dos 
três poderes, a população garante a sua autonomia se o Estado organizar-se seguindo as 
leis da liberdade. 
XII) O período em que o filósofo Kant viveu auxiliou na sua concepção de liberalismo no 
Estado. Em suas ideias, o ente estatal deveria apenas fornecer proteção jurídica, não 
devendo interferir em nenhuma outra esfera. Apesar do caráter da ideia desse pensador, 
percebe-se a influência da época vivida por ele em sua construção. 
XIII) No livro “Metafísica dos Costumes”, Kant discorre sobre o sistema da autoridade 
paternal, considerando o pior estilo de governo. Em sua concepção de liberdade, o 
indivíduo deve estar inserido em um Estado Jurídico. Por isso, ele condena o Estado 
Policial ou eudemonístico, o qual suprimia o princípio da liberdade, visto que, em uma tática 
de manter o poder, os governantes legitimavam seu poder contra a população, afirmando as 
pessoas ainda não estarem aptas para serem livres. O Estado, devia, portanto, conduzi-las 
a liberdade. 
XIV) Em conclusão ao pensamento de Kant, apesar de seus pensamentos sobre o Estado 
serem idealistas, fica marcado sua fundamental importância ao discorrer sobre um ideal 
inabdicável presente na contemporaneidade: a liberdade. 
 
Capítulo IV - O Pensamento Político de Hegel 
Subcapítulos: 
I) O pensamento político de Hegel era idealista. Como um filósofo que adotava a dialética, 
há uma relação dinâmica entre a Ideia e Natureza. Seu sistema filosófico pode ser dividido 
em três partes. A primeira parte discorre sobre a Lógica. A segunda, tem por base a 
Filosofia da Natureza (processo mecânico, orgânico e físico). Por fim, a terceira parte é a 
Filosofia do Espírito, os três sistemas correlacionando-se. Em relação à política, em virtude 
do caráter universal e móvel da dialética, Krause faz uma crítica, prevendo que a 
instabilidade dos pilares do Direito e do Estado em virtude dessa mutabilidade, podia acabar 
transmutando ideias. Esse é um fator que se nota, pois houve, então, o surgimento de 
ideias socialistas baseando-se na dialética de Hegel, e um dos exemplos é Marx. 
II) Como um filósofo da dialética, um dos princípios basilares de Hegel é a dinâmica das 
relações, sua inconstância. Ele, contudo, define o modelo de Estado em que vive como um 
ideal, visto sua comodidade dentro daquele país. Isso se contradiz com sua ideia de 
mutabilidade, pois a escolha de um governo como realização do modelo absoluto de 
organização política, visto que isso manteria uma constância do padrão de Estado. 
III) O comportamento de inconstante de Hegel é alvo de várias críticas. Bonavides, 
baseando-se Theimer, usa de exemplo a Revolução Francesa, em que, por diversas vezes, 
mudou sua opinião, ora condenando, ora celebrando esse movimento. Era, portanto, de 
uma mutabilidade muito grande de opinião. 
IV) Rousseau foi um importante contratualista, o qual inspirou inicialmente as ideias de 
Hegel. A ideia de Contrato Social perpetua-se então nas concepções hegelianas, 
distinguindo-se do modelo de Rousseau ao usar o princípio da vontade com base racional. 
Enfim, abandonar a teoria política de um Estado Hipotético para criar um Estado existencial, 
concreto, constituindo uma inovação na forma de pensamento do período. 
V) Após um período de intensas transformações na Europa, como a transição da Idade 
Média para a Idade Moderna e movimentos revolucionários, Hegel acaba por construir um 
novo pensamento, influenciado por esse momento histórico. Assim, passa a se distanciar 
das ideias de Rousseau, Kant e Montesquieu, ou seja, passa a adotar as ideias de 
liberdade orgânica em detrimento da liberdade individual. 
VI) As ideias de Hegel geram muitas interpretações equivocadas. Primeiramente, esse 
filósofo afirma ser o melhor estilo de governo a monarquia constitucional. São, pois, 
divergentes do pensamento hegeliano a instauração de monarquias absolutistas, 
autoritárias. Ele repudia essa forma de organização do estatal, de modo que o Estado deve 
se identificar com a moral. 
VII) Hegel vai evoluindo seu pensamento sobre filosofia política, e acaba, por fim, adotando 
o sistema de Estado Forte como a melhor forma de governo, sendo que a tese individualista 
sobre ética passa, então, a se alojar no Estado, 
VIII) Há uma mudança de pensamento proposta por Hegel. Ele afirma que o indivíduo 
gravita em torno da sociedade, e não o contrário. Além disso, há diversas discussões sobre 
os regimes de governos totalitaristas. 
IX) Hegel afirma que deve haver a divisão de poderes. No entanto, ela deve acontecer 
baseando-se em contrapesos, diferenteda ideia da época, em que os poderes deviam ser 
independentes e se limitar. 
X) Utilizando-se do organicismo estatal, Hegel afirma que o Estado é um organismo. Não 
pode, assim, a divisão de poderes ocorrer de forma a esses serem independentes. Como 
parte de um todo, deve haver um monismo, uma união, diferindo da ideia proposta por 
Montesquieu. 
XI) A tese hegeliana de separação de poderes pareceu prosperar ao ser aplicada na 
monarquia constitucional inglesa, com flexibilidade característica, muito reconhecida pela 
valorização do common law, ou da prática consuetudinária. Hegel reconciliou a teoria dos 
poderes que se excluem com a teoria dos poderes que se coordenam, dando à base o 
poder que o liberalismo radical da época. 
 
Capítulo V – A Liberdade Antiga e a Liberdade Moderna 
Subcapítulos: 
I) Teorias totalitárias buscaram, após a primeira guerra mundial, desacreditar os ideais 
liberais. Porém, a liberdade se mantém e, após a segunda guerra mundial, volta a ter seus 
pensadores estudados devido à busca pelo fortalecimento democrático e pelo afastamento 
de ideais totalitários. Pensadores esses que podem ser exemplificados por Montesquieu e 
Rousseau, que embora possuíssem ideais completamente distintos, buscaram o mesmo 
fim, ou seja, o combate a regimes totalitários. 
II) Rousseau, Mably e Hegel buscaram, através da contemplação da Grécia antiga, criar 
definições de liberdade, estando essa ligada a vida e a prática política. Hegel pretende, 
através dessa busca, contrapor-se ao conceito negativo de liberdade criado por Kant, 
argumentando que na Grécia clássica, a liberdade significava muito mais do que apenas 
uma “limitação comum” proposta por Kant. 
III) Benjamin Constant estabelece a diferenciação dos ideais de liberdade antiga e de 
liberdade moderna. Sendo, segundo ele, o primeiro caracterizado como baseado no 
coletivo, ou seja, submetendo o indivíduo à vontade do todo e o segundo focado totalmente 
na liberdade individual. 
IV) Diversos pesquisadores que acabaram por se ocupar da Antiga Grécia concluíram, de 
forma similar, que a vida na Cidade-Estado era focada na coletividade, contrapondo-se ao 
individualismo moderno. Segundo o filósofo Jacob Burckhardt, a vida em um Estado 
moderno se baseava na liberdade individual, enquanto na Grécia a vida e a liberdade 
giravam ao redor do Estado. Já para Fustel de Coulanges, a origem histórica da polis grega 
está baseada na onipotência do Estado que, em conjunto a religião, dominava a vida 
privada. 
V) Devido ao caráter coletivista da vida na polis, diversas correntes liberais acabaram por 
concluir que aspectos como os direitos fundamentais do homem eram inexistentes nesse 
tipo de sociedade. Porém, pensadores como Ernest Barker acabam por contrariar essa 
visão, considerando que, anteriormente a coletividade, se apresentava o indivíduo que 
identificava seu valor dentro da comunidade. 
VI) Na visão do professor Miguel Reale, o conceito de liberdade apresentado em Atenas 
estava baseado em princípios como a isonomia, pela qual o indivíduo expressava sua 
liberdade dentro do limites da cidade-estado. 
VII) Segundo Von Jhering, estabelece uma diferenciação entre o dito “Reino da natureza”, 
que engloba o “reino da necessidade”, e o chamado “Reino dos valores”, do qual o “Reino 
da liberdade” seria integrante, considerando, porém, que me diversos momentos um não 
pode existir sem o outro. Além disso, o pensador alemão considera singularidade do 
conceito de liberdade para a sociedade romana, pela qual a liberdade é vista como um bem 
que independe da vontade humana. 
VIII) Obras como “O começo da Tragédia”, de Nietzsche, acabam por reforçar a crítica feita 
a visão do liberalismo acerca da liberdade na Antiguidade Clássica. Isso ocorre, pois esta 
obra acaba por evidenciar o equívoco do liberalismo por ver o período clássico como uma 
época de inexistência do indivíduo como conceito. 
IX) O Estado Liberal acaba por encontrar opositores tanto na direita, com os regimes 
fascistas, quanto na esquerda, com as doutrinas socialistas. Dessa forma, fica evidente o 
contexto de sua substituição por formas de governo como os chamados Estados de Bem 
estar Social, no período contemporâneo. 
 
Capítulo VI - As bases ideológicas do Estado Social 
Subcapítulos: 
I) Tanto Rousseau, quanto Marx apresentam como ponto de partida uma análise crítica aos 
sistemas presentes em suas épocas. Sendo o caso de Rousseau uma análise crítica em 
relação à sociedade de sua época e, no caso de Marx, uma análise crítica em relação 
sistema econômico capitalista vigente no período. 
II) Diferentemente das visões apresentadas antes e depois de Rousseau, o filósofo 
identifica o exercício da democracia como ato político que não difere classe social. 
III) O liberalismo possui como uma de suas principais teses a limitação do poder, de tal 
forma que o Estado possua uma expressão mínima necessária. Dessa forma, acaba por 
divergir de Rousseau, pensador que considera o povo como o único dono legítimo do poder. 
IV) As teoria de Rousseau e de Marx estando diretamente conectadas por, em primeiro 
lugar, almejaram o alcance do poder político para todos e, em segundo lugar, realizarem 
uma análise crítica de seus respectivos contextos. Essas análises têm como objetivo, em 
ambos os casos, a reformulação da sociedade e reconstrução de valores do homem. 
V) Através da obra Rousseauniana se abre a possibilidade de três interpretações distintas. 
A primeira ligada a Direita, que extrai da obra o ideal de integração política, levando a 
interpretação do Estado totalitário. A segunda ligada ao centrismo, que acaba por 
considerar a produção do filósofo como incoerente e sem lógica. Já a terceira interpretação, 
relacionada aos movimentos de esquerda que vê no filósofo um demonstração da evolução 
do pensamento político. 
VI) O Contrato Social de Rousseau demonstra o processo de reformulação da sociedade e 
a reconstrução do homem, possibilitando a reconquista da liberdade. 
VII)Embora Rousseau e Marx tenham contemplado a mesma situação de inexistência da 
liberdade, para diversos seguimentos da sociedade, as respostas apresentadas por ambos 
diferem não apenas pela alternativa para resolução, mas pela área de atuação dessa 
alternativa. Isso fica exemplificado através da concepção pela qual Rousseau considerou a 
situação da falta de liberdade como um fator resultante da política, enquanto Marx 
considerou esse fato como uma consequência econômica. 
VIII) Tanto Rousseau quanto Marx buscaram uma sociedade igualitária, desprezando assim 
os privilégios de classe. Porém, a democracia rousseauniana utiliza o princípio das classes 
sociais como fundamento de sua tese, enquanto a doutrinamento marxista busca a 
igualdade eliminação das classes, o que aconteceria pela união de todas os exemplos 
existentes. 
IX) A democracia de Rousseau já se distinguia das demais por defender o sufrágio 
universal, o que já a distância do liberalismo e até os dias de hoje, 300 anos mais tarde, 
continua ganhando cada vez mais força e presença. A diferençaentre este e Marx, no 
entanto, seria que o primeiro defenderia um Estado Social, possibilitando o acesso à um 
socialismo moderado, enquanto o segundo era um revolucionário, que trazia a solução 
através da força e não pelo consentimento, como analogamente incumbia o contratualismo. 
X) Rousseau era a favor de um socialismo democrático e reformista, baseado na 
concordância entre as partes. Defendia a evolução gradual do Estado Social para o Estado 
Socialista a partir do contrato social. Para ele, o ponto mais importante de sua teoria seria a 
volonté générale, ​que inaugurou uma visão social de liberdade, para entender a nova 
configuração de Estado Social. 
 
Capítulo VII - O Estado Social e a Democracia 
subcapítulos: 
I) O dualismo entre o conservadorismo liberal e o radicalismo marxista foram as bases para 
a construção do Estado Social, que só foi possível com as inúmeras derrotas e perda de 
espaço do Estado burguês. 
II) O Estado Social representa a transformação pela qual passou o antigo Estado Liberal, 
mas mantém-se dentro do capitalismo. Nasce do desprendimento do controle burguês, 
dando possibilidade da igualdade política e social. É a metade do caminho entre o Estado 
Liberal e o Estado Social. Já o Estado Social estende a sua influência à todas as esferas, 
tanto políticas quanto econômicas e sociais. 
III) O liberalismo, como já é sabido, não conseguia satisfazer o proletário, que significava a 
maior parte da sociedade industrial, gerando, inevitavelmente, inúmeras crises. Uma das 
mais difíceis conquistas da massa, foi o sufrágio universal, considerada uma enorme 
derrota para a burguesia, pois seguiu-se muitas outras conquistas que caminhavam para 
um Estado mais social. Entre as massas, no entanto, passa-se a surgir diferentes vertentes, 
entre elas o socialismo democrático ou ocidental que era fundado no consentimento, e o 
bolchevismo ortodoxo, que defendia a revolução e a implantação do comunismo. E é 
justamente o primeiro, menos perigoso, que é mais intensamente combatido pelos liberais, 
pois é de mais fácil alcance. 
IV) Para alguns pensadores, a força das massas que as fizeram conquistar tantos direitos é 
a mesma que irá às destruir, pois são explosivas, imprudentes e manipuladoras. O Estado 
Social necessita de estabilidade, pois a planificação econômica não permite grandes 
oscilações, algo que as massas não conseguem propiciar. Por isso, os grandes líderes 
radicais como Lênin e Hitler viam as massas com desprezo e desconfiança. 
V) Para M. Graf Solms, o fenômeno das massas estaria presente em todas as idades e não 
pode ser reduzido à política ou religião. Considera que não se pode aceitar a nivelação, 
uniformização e mediocrização. 
VI) Grabowski diferencia a massificação da massa, sendo esta um fruto da ditadura 
marxista e aquela um fenômeno capitalista, tanto de regimes democráticos quanto 
totalitários. 
VII) Nawiasky enuncia que Estado e democracia não podem ir contra as massas, e sim ao 
seu encontro, politizando-as, pois se não o fizer, estas estarão entregues à fome de regimes 
ditatoriais. A universalização do sufrágio emancipou politicamente o proletário, mas não o 
educou. Continuaram ignorantes e manipuláveis, porém com uma arma em mãos. Hitler e 
Mussolini, por exemplo, eram líderes autoritários e antidemocráticos, mas ainda assim, 
foram eleitos democraticamente, pelas mãos do povo. 
VIII) Forsthoff considera que o Estado Social diminuiria cada vez mais o espaço existencial 
do homem contemporâneo, que por sua vez, seria cada vez mais dependente do Estado, e 
passaria a servi-lo, quando deveria ser ao contrário. Considera também, que a democracia 
e o Estado seriam apenas um ‘’teatro’’ no momento da formação da vontade estatal, que 
visavam os interesses dos grupos de pressão. A autonomia dos governantes é 
inversamente proporcional à participação e interesse popular. 
IX) O Estado Social significa patronagem, intervencionismo, mas garante os direitos da 
personalidade. 
 
Capítulo VIII - A Interpretação das Revoluções 
Subcapítulos: 
I) As ideologias são as esperanças do povo. A Grande Revolução Francesa trouxe três 
importantes aspectos para o contexto atual: a hegemonia do terceiro estado, depois os 
séculos XIX e XX com a formação do socialismo e consciência do proletário e por fim, o 
Estado Social como liberdade. 
II) As maiores revoluções tiveram a força para quebrar paradigmas porque ocorreram no 
momento certo e a insatisfação suficiente, pois caso contrário, teriam sido sufocadas. E 
grandes revoltas trazem consigo uma mudança no contexto da época, como a Revolução 
Russa em 1917, que tirou o país da 1° Guerra Mundial e a Revolução Francesa, em que a 
queda da Bastilha simbolizou a passagem da Modernidade para a Contemporaneidade. 
III) A diferença entre revoluções e golpes de Estado é que este tem efeitos passageiros, 
enquanto aquela nunca poderá ter seus efeitos revertidos. 
IV) O antagonismo das revoluções é o radicalismo. As ditaduras, não raramente abreviam o 
curso das transformações e eliminam o progresso que seria feito nesse percurso. 
V) As Revoluções tiveram por papel possibilitar a gama de direitos sociais e fundamentais 
que a sociedade contemporânea conhece. 
 
Relação entre as apresentações do seminário e a obra lida: 
O contratualismo seria os indivíduos, quando em seu estado de natureza, 
abdicarem de liberdades pessoais para obter a segurança do Estado. Os principais teóricos 
contratualistas seriam Thomas Hobbes, absolutista, considerava que todos os homens são 
naturalmente maus, acarretando na guerra de todos contra todos. Logo, a existência de 
uma estrutura de poder visível faz-se necessária para manter a segurança dos homens, que 
abdicariam de suas liberdades em prol disso. Este seria um Estado Soberano. 
John Locke, liberal, o homem em seu estado de natureza seria neutro com 
tendências a ser bom e não há apenas o direito à vida, como também o direito à 
propriedade e o direito de punir, os chamados direitos fundamentais. O homem estaria 
sujeito às leis naturais e às leis de Deus. 
E por último, Jean Jacques-Rousseau, o homem é bom por natureza, logo, há 
ausência de conflitos. A complexização da sociedade que o corrompe, assim, destaca-se a 
famosa frase “o homem nasce bom, a sociedade o corrompe”. O Estado surgiria para 
regular a propriedade privada, que gera desigualdade social, a liberdade e igualdade por ele 
definidas seriam falsas, pois o Estado de sociedade é um Estado de alienação. 
Karl Marx, quase 100 anos após Rousseau postular sua teoria, começa a divagar 
sobre as condições do proletário em plena Revolução Industrial, no século XIX. Com 
conceitos como a mais-valia e a alienação, o alemão incitou a revolução com a finalidade de 
tomar os meios de produção da burguesia e instaurar o socialismo, absorvendo a 
diferenciação da sociedade em classes. 
A alienação, para Marx, seria a separação entre o proletário e aquilo que ele produz. 
Em linhas de produção Fordistas por exemplo, não era incomum que o trabalhador nãosequer soubesse qual produto está fabricando, ou ainda, trabalhadores que jamais terão a 
possibilidade de comprar o produto que produzem, pois o valor deste é muito superior ao 
valor repassado ao seu salário. Desse plano surge a mais-valia. Assim como para 
Rousseau, Marx considera que a liberdade e igualdade pregadas pelo Estado seriam falsas, 
pois considera que no contexto em que viveu, na Inglaterra, século XIX, havia entre todos a 
igualdade formal, mas a igualdade material era inexistente, o que criava abismos de 
desigualdade social.

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